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PÓS-GRADUAÇÃO

MARIA DO CARMO GOMES SANTOS

A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

SALVADOR – BA
2020
MARIA DO CARMO GOMES SANTOS

A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação


na área de Educação apresentado a FACIBA –
Faculdade de Ciências da Bahia, como requisito final
para obtenção do título de Especialista em
Alfabetização e Letramento na Educação.

SALVADOR – BA
2020
A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Docente: Maria do Carmo Gomes Santos

RESUMO

Este artigo pretende investigar como o professor pode oferecer um espaço


alfabetizador na sala de aula para alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental.
Por isso é importante evidenciar de que forma a Alfabetização e o Letramento devem
ser trabalhados no Fundamental I, pois existem questionamentos em torno da
necessidade de como inserir o letramento em atividades que são adequadas para o
Ensino Fundamental I anos iniciais. Toda criança alfabetizada é aquela que sabe ler
e escrever, porém se não cultiva e nem exerce as práticas de leitura e da escrita ela
não desenvolverá a escrita e a leitura, além de não amadurecer o conhecimento.
Portanto, a criança para se sentir estimulada a aprender esses processos de forma
prazerosa, pois, a alfabetização das crianças acontece neste ciclo e as atividades
podem ser aplicadas de forma lúdica, como as brincadeiras em sala de aula de forma
ajudar a criança em desenvolver um desejo pelo aprendizado e conhecimento. Por
isso o objetivo deste artigo é pesquisar sobre a prática da alfabetização e do
letramento durante o Ensino Fundamental I dos anos iniciais. Diante disso, a
metodologia será de pesquisa qualitativa e explicativa com abordagem bibliográfica
para compreender a alfabetização como desafio no desenvolvimento da escrita e da
leitura, além do letramento como alicerce para uma educação construtiva que decifra
a escrita através da linguagem. Este tipo de abordagem proporcionará resultados
significativos para o entendimento sobre a importância da construção do saber,
através de material já publicado, constituído principalmente de livros e artigos
disponibilizados na Internet para levantamento da situação em questão, com uma
fundamentação teórica de autores especialistas no segmento da educação conforme
tema proposto.

Palavras chaves: A alfabetização e o letramento. Ensino Fundamental. Anos iniciais.


A leitura e a escrita.
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho abordará sobre a Alfabetização e o Letramento como


interligação no acesso a leitura e a escrita do Ensino Fundamental nos anos iniciais.
Atualmente, neste novo cenário cheio de estímulos visuais, as crianças estão
imersas em um mundo letrado e com muita propaganda que assistem e músicas que
ouvem, ficando assim curiosas em saber que mundo novo é este, cheio de histórias
que é vista por elas no seu cotidiano e que as incentivam a ler e a estudar.
Assim, a escolha deste tema justifica-se pelo ensejo de apreender e de
submergir na leitura e na escrita de textos didáticos que auxiliem a criança a ter
maior autonomia a própria identidade, tem uma relação aos conteúdos e o domínio
da língua falada e escrita, além disso envolver nos princípios matemáticos, com
noção de espaço e tempo, observando os princípios científicos, além de ter um
convívio com a arte e a estética, tornando assim o Ensino Fundamental anos iniciais,
produtivo.
No entanto, há muitos obstáculos onde os professores enfrentam atualmente,
os quais muitas vezes prejudicam o desenvolvimento dos alunos, obstruindo os
caminhos para um Educação eficiente, daí surge o problema: Quais as dificuldades
que os docentes encontram no processo da alfabetização e do letramento que
atravanca a aprendizagem no Ensino Fundamental anos iniciais?
Para resolver tais problemas os professores tem que ter calma para marcar e
solicitar ações de apoio e ter muita força, lucidez e expectativa para não se deixar
contagiar por essas dificuldades. Ser professor não é fácil, pois, precisa compreender
o quanto é indispensável buscar, previamente, o conhecimento do aluno
Diante disso, objetivo geral deste trabalho é analisar os métodos práticos da
alfabetização e do letramento mostrando a especificidade de cada um e a
importância da conciliação entre ambos. Apresentar seus conceitos e visões que
envolvam as aptidões da leitura e da escrita para um ensino-aprendizagem de
qualidade que supere as dificuldades. Para tanto, o objetivo especifico é identificar
quais as dificuldades do educador e do educando neste método de alfabetização do
Ensino Fundamental I; apresentar as múltiplas formas de comunicação, expressão,
criação e movimento das crianças para a compreensão do ambiente social e natural
ante vivências lúdicas para a alfabetização e o letramento; delinear o ambiente
alfabetizador que deve ser regulado na interação de diversos materiais para leitura e
escrita, que garanta a eficácia do processo ensino-aprendizagem.
Neste contexto, é relevante entender um pouco da discussão do letramento
que surge sempre enraizada no conceito de alfabetização, uma história que vem
mudando o sentido e a importância da alfabetização na escola, atendendo às novas
demandas sociais as quais enfatizam a diferenciação entre alfabetizar e letrar,
embora os dois funcione como complemento um do outro.
Vale ressaltar que, o letramento surge bem antes da criança pegar um lápis,
conhecer as letras e aprender a escrever. Somente através das rotinas diárias com a
família e outras crianças é que elas participam de uma maneira intensa através de
várias situações, as quais mantem contato com as cores, lugares e formas variadas
de um mundo adverso, pois, o letramento não ocorre somente no ambiente escolar,
mas também na sociedade de maneira inter-relacionada com a alfabetização.
Dessa forma, o modelo de pesquisa que será utilizado é de caráter
bibliográfico, elaborada fundamentada conforme material já publicado, formado
principalmente de livros e artigos disponibilizados na Internet para levantamento da
temática em questão aqui discutida, com uma fundamentação teórica de descritores
especialista no segmento da educação, quanto os métodos que o docente deverá
aplicar, a ludicidade tradicionais como resgate cultural dentro de uma sala de aula,
como nunca mais foram vistas neste século XXI.
2. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS

O Ensino Fundamental – Anos Iniciais é a continuidade da Educação Infantil e


tem como escopo atender as necessidades dos educandos sendo as características
desta etapa, visando desenvolver ao máximo suas aptidões e potenciais para sua
formação.
Esta etapa traz mudanças em sua rotina escolar, apesar de algumas
diferenças o alfabetizador compromete-se em realizar ações que visam a formação
integral do aluno. Formar o aluno integralmente é desenvolver aptidões e
competências que o tornem capaz de participar de maneira crítica criativa e
independente uma vida social, onde aprenderá conteúdos, abarcará informações,
sendo bastante atuante na construção do saber.
O aprendizado dos conteúdos sistematizados implica no domínio da língua
falada e escrita, princípios da reflexão matemática, noções espaciais e temporais que
estabelecem a percepção do mundo, princípios da explicação científica, convívio com
a arte e as mensagens estéticas, educação para a cidadania que se exige alguns
critérios do convívio coletivo.
Diante do exposto, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, (BRASIL,
2018) explica que no Ensino Fundamental – Anos Iniciais:

ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária


articulação com as experiências vivenciadas anteriormente na Educação
Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização
dessas experiências, quanto o desenvolvimento dos alunos como novas
formas de relação com o mundo, e novas possibilidades de formular
hipóteses de ler sobre os fenômenos, testá-las, refutá-las, bem como
elaborar conclusões em uma atitude ativa na construção de conhecimentos.
Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em
seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo
mesmas, com os outros e com o mundo (BRASIL, 2018, p. 58).

Portanto, nesta etapa de ensino é muito importante para a criança que o


processo de alfabetização seja iniciado com atividades lúdicas para que favoreça seu
desenvolvimento motor, cognitivo, social, entre outros aspectos.
3. A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO

É preciso avistar detalhadamente o ambiente educativo, ponderando que cada


educando possui sua história, seus conhecimentos, suas competências e vivências
nas quais devem ser apreciadas. Pois, o letramento possibilita que o educando
adquira os conhecimentos científicos, tornando-o capaz, além de ler e escrever
adquire novos saberes segundo sua realidade.
Em pleno século XXI a alfabetização com letramento é importante porque sem
saber escrever e nem ler tudo fica mais difícil, apesar de o acesso à escola seja um
direito garantido na nossa Constituição Federal de 1988. Entretanto, muitas pessoas
ainda saem das escolas sem saber ler devidamente, em virtude a fatores sócios-
culturais e econômicos.
Segundo Santa Catarina (2005, p.23) para o indivíduo exercer sua cidadania,
“é necessário ir além da simples apropriação do código escrito, bem como é preciso
exercer aprendizados sociais de leitura e escrita demandadas nas diferentes esferas
da sociedade”.
Já Soares (2004) “reconhece que um indivíduo não letrado possui maior
possibilidade de ser mais um excluído da sociedade em que vive”. Além disso, a
autora destaca ainda, que a leitura é um dos principais instrumentos de comunicação
e interação social, e afirma ainda, que não se trata de garantir ao sujeito letrado a
inclusão social, mas considera, que é a falta de letramento que determina a sua
exclusão (SOARES, 2004).
No entanto, Ferreiro (1999) explica que de todos os grupos populacionais os
das crianças são as mais facilmente alfabetizáveis e estão em processo contínuo de
aprendizagem.
Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever
coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são crianças que
terminam a se alfabetizar na escola, no entanto começaram a se alfabetizar
muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com
a escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da
escrita. (FERREIRO, 1999, p.23)

Ante exposto, quando uma criança compreende uma história através de


imagens e formas e também entende o funcionamento de um smartphone, ela está
aplicando o seu letramento. Isto mostra, que ela tem seus conhecimentos bem
desenvolvidos e para alfabetizá-la fica fácil, pois tem o letramento avançado.
3.1. O QUE É A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO

Não tem o mesmo significado, são dois processos diferentes que ocorrem de
interdependente. Alfabetizar é tornar o indivíduo alfabetizado. A alfabetização é o
alicerce para uma educação, é a fase inicial essencial para formação dos alunos,
quando promove a leitura, a escrita, os conhecimentos, a comunicação, a construção
dos saberes.
Assim, Val (2006) define a alfabetização como:

[...] um procedimento específico e indispensável da assimilação do sistema


de escrita, é a conquista dos princípios alfabéticos e ortográficos que
possibilitam ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras
alfabetização refere-se à compreensão e ao domínio do chamado “código”
escrito, que se organiza entre as relações e a pauta sonora da fala como
também as letras (e ouras convenções) usadas para representar a pauta, na
escrita. (VAL, 2006, p. 19).

O ato de letrar, implica em utilizar a leitura e a escrita de modo diferente da


simples ação de ler e escrever, pois, o uso da leitura e da escrita é representada em
distintos contextos sociais e diversos textos. Ambos os processos devem ter
presença no ensino fundamental I, pois, o letramento é a base enquanto que, a
leitura e a escrita são meios de comunicação e interação essenciais para o
aprendizado. Assim, a alfabetização deve ser vista pelo indivíduo como instrumento
utilizável nas práticas e no uso da língua escrita, enquanto que o letramento facilita
as práticas sociais.

Letramento implica da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da


leitura e da escrita, é um estado ou condição que se adquire, um grupo
social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da escrita e
de suas práticas sociais (SOARES, 2002, p.145).

Segundo Vygotsky (1984), o que auxiliará o ensino fundamental nos anos


iniciais são as atividades bastante comuns e que foram utilizadas na educação
infantil, como os rabiscos, desenhos, jogos, porém, não foram consideradas como
método de alfabetização, mas na verdade foram a base da fase inicial da
aprendizagem, constituindo a pré-história da língua escrita e o letramento.
Assim, Oliveira (2010) considera que para compreender o desenvolvimento da
escrita de uma criança é necessário estudar o que Vygotsky (1984) chama de “a pré-
história da linguagem escrita”, isto é, o que se passa com a criança antes de ser
submetida a processos deliberados de alfabetização. Em sua abordagem genética da
escrita, Vygotsky (1984) preocupa-se com o método de alcance que se inicia muito
antes da entrada de uma criança na escola e que se estende por muitos anos.
O educador deve incluir a atividade lúdica na sua prática pedagógica, pois “a
brincadeira constitui-se no momento da aprendizagem, ou seja, quando a criança
tem maior probabilidade de viver papéis, de elaborar conceitos e ao mesmo tempo
exteriorizar o que pensa da realidade”. (SANTA CATARINA, 1998, p. 23).
Dessa forma, observa-se que a brincadeira faz a criança interagir, viver
experiências, cria e imagina por meio dela, estabelece o vínculo entre o imaginário e
o real. A brincadeira assim ganha destaque porque ela atuará ampliando as
possibilidades das atividades da criança.
Entretanto, nesta relação entre brincadeira e alfabetização o alfabetizador
observa que, os jogos e as brincadeiras propiciam às crianças um aprendizado
contínuo, uma maior interação entre a leitura e escrita com o lúdico, favorece um
aprendizado prazeroso dando mais estímulo às crianças, e assim com essas práticas
do letramento e da alfabetização, o professor enriquece seu trabalho didático.
Oliveira (2010) endossa Vygotsky, que a criança entende a escrita como um
sistema de signos que representa a realidade, e a prática de atividades com
desenhos, gestos e brinquedos simbólicos contribuem para que o educando atribua
significado a estes símbolos.
Além disso, Vygotsky (1984) explica que a criança necessita de atividades
específicas que proporcionem o seu aprendizado, pois, seu desenvolvimento é
dependente desse aprendizado com intermédio das experiências e interações em
que foi submetida.

3.2. A CRIANÇA NAS SÉRIES INCIAIS DA ALFABETIZAÇÃO

os primeiros anos do Ensino Fundamental é importante porque se trata de um


período em que a exposição do ensino deve ser de maneira mais clara possível, é
quando a criança começa a desenvolver interesse por tudo que é novo e tem a
curiosidade de conhecer algo que nunca viu.
É uma fase na qual a criança tudo que ver é novidade e tendem a captar o
conhecimento e começa a processar seu interesse cada vez experimenta novos
sentimentos. É um momento de descobrimento, e a curiosidade ajuda a adquirir o
interesse de ter e ver muito mais. As ilustrações de um livro auxiliam no aprendizado,
quando ao observar os desenhos, as cores, um visual do novo, identifica que o
objeto é um livro e finge que o lê, finge que escreve, é um nível de letramento que
desperta o interesse e a curiosidade de continuar a ler pra sentir o final da história.
Segundo Manguel (2004, p.18) a leitura começa com os olhos. "O mais agudo
dos nossos sentidos é a visão", por isso as escolas precisam utilizar a leitura como
fontes de conhecimentos adquiridos em tempo real, assim as crianças desenvolvem
o hábito da leitura desde cedo.
Os livros auxiliam num extenso crescimento na formação do alfabetizando que
tem inúmeras dúvidas quanto as coisas ao seu redor, é nesse momento que os
professores precisam orquestrar seus alunos conduzindo-os ao modelo correto de
letramento, o que facilita o gosto pela leitura, além do mais a ajuda dos pais é de
suma importância.
Segundo Freire (1999), enfatiza que:

Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante [...] ler é
procurar ou buscar criar a compreensão do lido... Ler é engajar-se numa
experiência criativa em torno da compreensão. Da compreensão e da
comunicação. E a experiência da compreensão será tão mais profunda
quanto sejamos nela capaz de associar, jamais dicotomizar, os conceitos
emergentes na experiência escolar aos que resultam do mundo no cotidiano
(p.30).

Neste momento inicial de aprendizado, a criança busca de forma simples,


identificar e decodificar a imagem das letras que formam as palavras através das
ilustrações, a criança consegue as vezes copiar o que está visualizando naquela
imagem. Por outro lado, não consegue compreender ou fazer uso desse sistema
para se expressar, ela é alfabetizada, mas não letrada, a partir daí esta criança já se
tornou uma cidadã.
É importante observar nesta etapa a criança viveu tais experiências, as quais
foram decisivas para a eficácia de seu aprendizado. Por isso, a alfabetização e o
letramento da criança devem acontecer de forma lúdica e divertida, afinal, elas
aprendem muito mais dessa forma porque a ludicidade harmoniza momentos de
alegrias e auxiliam numa assimilação das coisas mais rápido, é uma forma de
aprender com prazer. 
3.3. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
COM A LINGUAGEM

A função social da escola é o alicerce da cidadania e cultura. As instituições


educativas precisam assegurar a realização de atividades que tenham relação com
todos os aspectos que envolvem a qualidade na educação, na inclusão social e na
preparação para a vida.
Na educação, não existe um método específico para alfabetizar e letrar, pois
cada aluno possui uma característica de aprendizagem diferente. No entanto, no
século XXI vem surgindo na educação maneiras diferentes para ensinar e estimular a
alfabetização e o letramento. Portanto, a escola e professores buscam promover
métodos de aprendizagem diversificados e inovadores, o que torna as aulas mais
eficazes e dinâmicas, estimulando o ato de aprender.

O educador deve oferecer formas didáticas diferenciadas como atividades


lúdicas, onde a criança sinta desejo de pensar. Isso significa que ela pode
não apresentar predisposição para gostar de uma disciplina e por isso não
se interessa por ela. Daí a necessidade de programar atividades lúdicas na
escola (SANTOS, 1999, p. 4).

Segundo Kishimoto (1994), o lúdico é uma forma de desenvolver a linguagem


e o imaginário, sendo também um meio de expressão de qualidades espontâneas e,
tem como papel aprender valores importantes, socializar e a internalizar conceitos de
maneira significativa.
Além disso, Leal (2006) diz que os educadores podem adaptar as brincadeiras
para a sala de aula, de modo que os alunos possam aprender através da forma
lúdica porque as brincadeiras trazem valiosas oportunidades de desenvolver o
letramento, ou seja, ao mesmo tempo em que a criança está brincando ela está
adquirindo conhecimento sobre a língua portuguesa.
Os jogos é uma maneira que auxilia na alfabetização e no letramento, pois une
o divertimento com a aprendizagem, facilitam o ensino/aprendizagem fazendo com
que os alunos aprendam de forma mais prazerosa.
A criança constrói seu entendimento de mundo por meio do brincar, assim
desenvolvem diversas capacidades e habilidades através da influência mútua.
Entretanto, Santos (2000, p.12) assegura que “o desenvolvimento do aspecto lúdico
facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, [...] facilita os
processos de socialização, comunicação, expressão e construção do saber”.
Ainda, segundo Abramovich (1997), quando as crianças ouvem histórias,
passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo
e tem resultados positivos no procedimento da alfabetização e do letramento no
Ensino Fundamental.
Vale lembrar que um método aplicado em uma turma pode não ter o mesmo
resultado em outra, pois cada aluno aprende de uma forma diferente da outra.

3.4. ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Para compreender o que a criança tem como dificuldades de aprendizagem é


preciso apresentar diversos aspectos que estão presentes no comportamento dessa
criança. Possivelmente, tais aspectos tem uma grande influência no desenvolvimento
dela, que muitas vezes iniciam através da interface de acordo com meio em que vive,
tanto na escola como na família. Muitas vezes, tais dificuldades estão   associadas a
problemas, principalmente comportamentais e emocionais.
Segundo Ide (2002):

Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos


processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da
linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão
imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos
matemáticos (p. 57-63)

Para Antunes (1997), essas dificuldades podem ser percebidas nas crianças
que não tem um bom rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando
problemas na: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia
apropriada, desenvoltura básica de leitura, compreensão da leitura, cálculo
matemático.
Assim, é fundamental considerar o papel do professor neste processo porque
é de grande importância a sua identificação e a sua atuação junta a toda equipe
interdisciplinar no ambiente escolar. Pois, diante das dificuldades que a criança tem,
é necessário um olhar significante do Educador na busca por uma melhoria, mesmo
ela sendo capaz de superar tais dificuldades, mas para que isso aconteça deve
considerar, que algumas crianças tem uma forma diferenciada de aprender.
 Uma vez que, a criança quando inserida no ambiente escolar, ela adquire
conhecimentos e cria habilidades na aprendizagem, que é muito importante para seu
desenvolvimento, mas para que isso aconteça de forma positiva é fundamental que a
inclusão da família faça parte durante todo este período.
Mesmo com toda a colaboração da escola e da família, ainda é necessário
observar, se a criança apresenta dificuldades em sua aprendizagem na sala de aula,
e assim dessa forma, será mais fácil planejar e oferecer novos métodos para que a
criança desenvolva conhecimentos, podendo assim alfabetizá-la de maneira mais
qualitativa.
O professor deve compreender e respeitar o tempo da aprender e de
assimilação de cada aluno, porém algumas escolas optam em alegar que as
dificuldades de aprendizagem podem ser patológicas, as vezes até diagnosticar
como portador de alguma deficiência, ou pela interdisciplinaridade e educação
inclusiva.
Diante disso, é necessário o aperfeiçoamento dos profissionais envolvidos,
para que a equipe trabalhe de maneira adequada a lidar com a dificuldade do aluno.
Além do mais, para a realização do método de alfabetização será necessário em
caso de hipótese de dificuldade, encaminhar o caso para especialista para que possa
ser diagnosticado. 
Uma vez identificada dificuldades de aprendizagem, isso deve ser visto de
forma positiva e tratada com um olhar qualitativo, onde a Instituição juntamente com
toda equipe escolar trabalhe juntos com objetivos voltados para possibilidades de
superação e não com a exclusão dessas crianças e sendo o professor um mediador
e uma peça fundamental nesse processo.
Segundo Mol e Wechsler (2008, p. 392), essas crianças, na maioria das
vezes, são tratadas pelos professores na escola de forma preconceituosa e são
discriminadas sem que se investiguem suas reais habilidades e seus potenciais.
Assim, o ambiente escolar tornar-se importante, pois, fornece condições
adequadas para aprendizagem, além de ser favorável e facilitador, garante o acesso
ao conteúdo dentro das limitações impostas por estas dificuldades de aprendizagem.
Segundo a definição de Ciasca (2003):

dificuldades de aprendizagem em uma criança, correspondem a uma


categoria ampla de fenômenos que podem influenciar negativamente o
aprendizado. Abrangem os problemas em assimilar o conteúdo dado e os
problemas escolares, isto é, o modo como a escola lida com este processo
de ensino-aprendizagem. Enquanto os obstáculos para aprendizagem
concentram o peso da dificuldade do aluno, tais dificuldades incluem os
fatores externos ao aluno. No caso da escola, podem ser problemas de
origem pedagógica (CIASCA, 2003, p. 31 apud LEITE, 2012, p. 16).

Portanto, a aprendizagem é um desafio para muitas crianças, dificuldades,


todavia, isso não significa que os alunos tenham deficiência de aprendizagem, mas
sim pontos fortes e fracos, afinal cada educando possui uma habilidade diferenciada
em relação ao outro, assim a escola e o professor podem ter dificuldade de
identificar.
No entanto, tais problemas de aprendizagem podem ser superados com
paciência e dedicação por parte dos docentes, mas se identificada deficiências de
aprendizagem, aí exigem algo mais do que isso, apresentar o aluno a uma equipe
especializada psicopedagógica.

4. O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO


E DO LETRAMENTO

VIGOTSKY (1989) defende que a participação do professor é importante para


o desenvolvimento da língua escrita, pois, implica no domínio e no incremento das
funções mentais superiores, tais como a memória, a atenção, a percepção e a
própria linguagem.
Por isso, o papel do professor é muito importante, pois, além de ser mediador
do conhecimento ele ainda planeja, organiza e propõe desafios aos alunos, de modo
que se apropriem significativamente do conhecimento.
Segundo Monte (2004), este processo de alfabetização e do letramento,
alunos e professores são parceiros, já que ambos precisam desenvolver ações
coordenadas e compatíveis com o processo, para assim alcançarem resultados
produtivos.
Um dos desafios que os professores enfrentam hoje é, trabalhar na
perspectiva da alfabetização e do letramento, de forma a assegurar uma ação
pedagógica coerente e adequada à atualidade.
Para que possa produzir mudanças, o educador precisa buscar novos
conhecimentos e saber como aplicá-los na sala de aula, pois, é indispensável que ele
esteja familiarizado com as características e as implicações das etapas do
aprendizado de uma criança.
O professor, por sua vez, precisa estar qualificado em relação ao domínio dos
conceitos e métodos de aprendizagens em processo da construção da língua escrita,
assim como às estratégias de leitura. Dessa forma, deve-se elaborar um plano de
formação sobre alfabetização conforme segue.
  Ter concepção de como alfabetizar, quais os métodos de ensino e as teorias de
aprendizagem a serem utilizadas;
 A construção da escrita: hipóteses de escrita e de leitura;
 A análise de adequação das situações didáticas da alfabetização, nivelamento
com base no conhecimento dos alunos;
 A análise da produção escrita dos alunos, identificando o que ela revela sobre o
conhecimento linguístico de cada um deles.
Portanto, os educadores devem trazer práticas pedagógicas para a sala de
aula, as quais possa oportunizar a construção do saber. Por isso, o papel do
professor é aplicar as práticas do letramento como forma de alfabetizar a criança
dentro de um contexto didático adequado e prazeroso. Pois, será dessa forma que o
alfabetizador irá despertar no educando o gosto pela leitura.
Segundo Ferrero (2011, p. 32), explica que as reflexões cultivadas sobre esse
aspecto os levam a pensar que “através de determinadas práticas aplicadas como
atividades lúdicas a criança é introduzida na língua escrita”.
Portanto, para lidar com a alfabetização requer competência e compromisso
com o ensino, visa uma pura mudança social desses pequenos cidadãos que
possam interagir no seu dia a dia escolar. Por isso as redes de aprendizagem
constituem-se em ferramenta didático-pedagógica relevante nos programas de
formação inicial e continuada de profissionais da educação.
Como afirma Lemle (1998):

É claro que, além dos conhecimentos básicos, o alfabetizador precisa de


outros dons para se sair bem. Ele deve ter respeito pelos alunos, evitar o
papel de cúmplice de um sistema interessado em manter esmagada uma
grande parte do seu povo, confiar na capacidade de desenvolvimento dos
educandos e ter criatividade, inventividade, iniciativa, combatividade e fé em
sua capacidade de tornar este mundo melhor (LEMLE, 1988, p. 6).

Neste contexto, o professor é muito mais do que mediador do conhecimento,


ele leva a construção de um saber mais expressivo, pois exigência da nova
sociedade é de um novo perfil de professor, que surja com uma nova identidade de
construtor e organizador da aprendizagem.
5. CONCLUSÃO

Este trabalho possibilitou concluir que a alfabetização e o letramento das


crianças vêm sendo trabalhada com a leitura em livros didáticos, no entanto, de uma
forma que eles não se fundam e nem se confundam, necessitam acontecer de
maneira inter-relacionada. Fazer uma aliança entre a alfabetização e o letramento
não faz esquecer da leitura física, além do lápis e do papel.
É importante saber que a alfabetização e o letramento são conceitos
distintos, e no mundo atual todos devem saber ler e escrever, pois, é preciso ser
alfabetizado e letrado porque é o mínimo que uma pessoa carece para ter
alguma autonomia em relação a sociedade contemporânea. Pois, na nossa
sociedade atual ler e escrever é um direito de todos indivíduos na sociedade, e
ser alfabetizado implica em saber identificar símbolos e associá-los ao som da
oralidade.
Portanto, falar de letramento é dizer que ao utilizar uma prática bem
ampla envolve a interpretação e aprofunda a linguagem em diferentes
contextos. O letramento depende da prática de leitura aos olhos daquele que
consegue ver para entender e sair da alienação, por isso o indivíduo precisa
ser alfabetizado. Sendo que para a criança o ideal é que a alfabetização e o
letramento sejam sempre trabalhados conjuntamente, pois, é assim que ela
adquire habilidade com a escrita e leitura.
Diante disso, evidencia-se a necessidade de um trabalho articulado do
docente alternando a alfabetização e o letramento através de atividades que
contemplem as diferenças de aprendizagem, como as atividades lúdicas que
trabalha a relação interpessoal, autoimagem e a autoestima as quais proporciona um
ensino expressivo para a língua escrita, como também as atividades recreativas que
trabalha a liberdade de expressão, criatividade, alegria, prazer de forma individual ou
coletiva envolvendo os jogos e brinquedos. Todas estas atividades contam-se com a
mediação do professor como é essencial para o desenvolvimento didático da criança.
Outrossim, fez-se necessário levantar conhecimentos sobre estas crianças
com dificuldades de aprendizado, procurando diferenciar o que é dificuldades e o que
é distúrbios. Isto é muito importante para o professor, pois, ele precisa compreender
e identificar as necessidades de desenvolvimento desses alunos, que o ajudará a
definir caminhos mais adequados para ensinar.
Foi visto que existem possibilidades de superar tais dificuldades, mediante um
acompanhamento pedagógico adicional através de especialistas do segmento
pedagógico, com a finalidade de contemplar necessidades específicas de
desenvolvimento do aluno, e ainda se observou qual a melhor forma de conduzir um
trabalho nesta perspectiva de alfabetizar e letrar, além de compreender os diferentes
ritmos de aprendizagem tão presentes na classe escolar.
Assim, foi visto também, que a necessidade da parceria entre a escola e a
família é imprescindível, pois, é importante a presença de mais um conhecimento
próximo do cotidiano desses alunos, para que contenham ações adequadas, com a
finalidade de atender as necessidades dos alunos. Tudo de uma forma para não
perder a especificidade de cada um desses processos, sempre fazendo relação entre
conteúdo e prática sendo fundamental para a melhor formação do aluno.
Vale salientar, que a escola é o lugar principal para o ser humano desenvolver
sua capacidade de linguagem, porém, no Brasil, ainda é uma prática social, e o
letramento e a escrita ainda continuam como um ensino mecânico, onde o educar é
um ato político, e com isso é preciso resgatar o verdadeiro sentido da Educação.
Diante disso, ao apresentar a atuação do professor como alfabetizador e como
sendo um agente de transformação, foi visto que o docente tem o papel de ajudar na
memorização das letras e mostrar como a língua escrita funciona. Assim, é dotado
de função social, o qual compartilha saberes com o educando e propõe atividade da
escrita como ferramenta de interação.
Além do mais, o papel do alfabetizador dá as informações necessárias para
que os alfabetizandos avancem no conhecimento da língua escrita, isto incentiva nas
descobertas indispensáveis para o avanço do domínio da escrita até o educando
chegar a um conhecimento próximo ao que está socialmente constituído.
Diante de tudo que foi exposto, vale concluir que este processo satisfaz, tanto
para o aluno quanto para o professor, pois empodera, oferece autonomia,
independência, é um fator fundamental na formação do cidadão. É muito prazeroso
estar dentro de uma sala de aula e sentir que o bom humor e a imaginação são
essenciais para o desenvolvimento do aprendizado do alfabetizando.
6. REFERÊNCIAS

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