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UNIVERSIDADE FAVENI

CARLA DOS ANJOS

Alfabetização e Letramento na Educação Infantil: Oferecendo um espaço


de acesso á leitura e escrita antes do ensino fundamental.

RIBAS DO RIO PARDO –MS


2023
UNISERSIDADE FAVENI

CARLA DOS ANJOS

Alfabetização e Letramento na Educação Infantil: Oferecendo um espaço


de acesso á leitura e escrita antes do ensino fundamental.

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Pós Graduação
Pedagodia Licenciatura.

RIBAS DO RIO PARDO –MS


2023
Alfabetização e Letramento na Educação Infantil: Oferecendo um espaço de
acesso á leitura e escrita antes do ensino fundamental.

RESUMO- O presente trabalho tem como tema central a alfabetização e o letramento na


Educação Infantil. Investiga como o professor que atua com crianças até os seis anos,
pode oferecer um espaço de leitura e escrita em sua sala de aula. Para elucidar essas
questões buscou-se o referencial teórico de Magda Soares e Regina Scarpa, entre
outras estudiosas da educação infantil e o letramento. Os principais objetivos da
pesquisa foram conhecer como acontece a alfabetização e o letramento, antes do
ensino fundamental e no que isto irá repercutir no desenvolvimento dos alunos. A
pesquisa apoiou-se na descrição de um diário de campo realizado em uma turma de
Jardim B com crianças de aproximadamente cinco a seis anos de idade em uma escola
de Educação Infantil pública municipal de Sapiranga. A partir dos dados observou-se a
importância de um espaço lúdico, onde o professor possa deixar que o aluno descubra
a sua visão do mundo escrito e apóia-lo nesta descoberta, afim de oferecer suporte
para suas curiosidades acerca desta questão.
Ao longo, da pesquisa é possível entender que a educação é uma base fundamental
para que o ser humano consiga exercer a cidadania. A pesquisa tem como intuito a
alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental, sendo este “o ciclo de
alfabetização infantil”

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Educação Infantil.


SUMÁRIO

1 . INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5
2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................6
3. OFERECENDO UM ESPAÇO DE LEITURA E ESCRITA........................... ..............7
4. DESCOBRINDO O MUNDO DA ESCRITA ................................................. ..............7
4.1 Escola e alunos.............................................................................. ..........................8
4.2 Atividades significativas de leitura e escrita............................... ..............................8
5. METODOLOGIAS DE ENSINO PARA ALFABETIZAÇÃO......................................................9
6. ATRIBUIÇÕES DO DOCENTE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO................................10
5. CONCLUSÃO............................................................................................................ 12
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO

A alfabetização na educação infantil, sempre foi um assunto no qual me interessei.


Como atuo nesta área há bastante tempo, vejo muitas crianças de cinco e seis anos de
idade querendo muito aprender a ler. Muito ouvi falar que não se alfabetiza de jeito nenhum
na educação infantil, pois é um tempo que as crianças devem brincar.
Porém, frente as minhas humildes experiências, pensei sempre ao contrário.
Acredito que devemos, já na educação infantil, oferecer um espaço de acesso à leitura e
escrita, para que os pequenos, também possam aprender o que é o mundo escrito.
O letramento está muito presente nos dias de hoje, até mesmo na educação
infantil. As crianças vivem em um mundo cheio de estímulos visuais, propagandas, ou seja,
desde muito pequenos estão imersos em um mundo letrado. Nada mais natural, estas
crianças interessarem-se em descobrir o que quer dizer as letras dos livros, as músicas que
escutam, entre outros.
O principal objetivo deste trabalho é mostrar como podemos oferecer um espaço de
acesso à leitura e escrita antes do Ensino Fundamental, sem que isso prejudique a
aprendizagem lúdica que as crianças pequenas devem ter.
Busco nesta pesquisa trazer pressupostos já determinados, os quais confrontam
com situações reais de aprendizagem. Nesse sentido, procurei embasamento teórico para
explicar que a alfabetização e o letramento, já ocorrem normalmente com as crianças de
educação infantil e que não é possível deter o conhecimento dos pequenos. Busquei o
referencial teórico de Magda Soares por ser uma autora com grande colaboração no tema
sobre a 9 alfabetização e letramento. Não desprezando os autores, que também têm muito a
acrescentar sobre o assunto.
Para buscar dados reais de aprendizagens, atuei em uma escola pública municipal
de educação infantil na cidade de Sapiranga, onde realizei o diário de campo com
observações em uma turma de Jardim B, com crianças de aproximadamente cinco e seis
anos de idade.
A pesquisa tem como objetivo demonstrar conhecimentos atrelados a alfabetização
na educação básica, tendo como foco, o estudo da aprendizagem nos anos iniciais do
ensino fundamental e como ocorre a construção de conhecimentos cognitivos nessa etapa
do ensino escolar. De tal forma, a pesquisa em questão, é de cunho bibliográfico e busca
analisar as implicações da alfabetização no desenvolvimento educacional do aluno,
discorrendo sobre assuntos atuais que abrangem á aprendizagem, na composição do
assunto determinado são utilizados dados de relevância encontrados em artigos, revistas
científicas, livros, documentos oficiais como a base nacional comum curricular, pacto
nacional para a alfabetização na idade certa, plano nacional de educação, conselho nacional
de educação e a constituição federal, para melhor compreender o ensino nessa fase
educacional. A trajetória que o docente percorre para fazer com que seus alunos aprendam
a ler e a escrever, no contexto do letramento é longa e complexa. Sendo assim, constatou-se
ao final do trabalho que a educação formal é uma fonte de conhecimento que garante que o
ser humano exerça a sua cidadania e é um meio que faz com que o mesmo se integre na
sociedade atual. Ao decorrer da pesquisa foi possível compreender o papel da alfabetização
e letramento na vida do indivíduo e então infereir que, a alfabetizão diz respeito á codificação
e decodificação do código escrito e o letramento está relacionado com a utilização da
linguagem em práticas sociais.
2 DESENVOLVIMENTO

Muito de fala sobre oferecer um espaço de acesso à leitura e escrita na escola,


antes mesmo do ensino fundamental. Existem diferentes opiniões quando a esta questão.
Regina Scarpa, em um artigo sobre alfabetização na educação infantil, à Revista Nova
Escola, nos fala que a polêmica sobre ensinar ou não as crianças a ler e escrever na
Educação Infantil tem origem em pressupostos diferentes a respeito do que é alfabetização.
Alguns educadores, segundo Scarpa (2006) receiam a antecipação de práticas pedagógicas
tradicionais e a perda do lúdico, em razão destes diferentes pressupostos.
A alfabetização e o letramento devem ter sua presença na educação infantil, de
acordo com Magda Soares (2009), os pequenos, antes mesmo do ensino fundamental
devem ter acesso tanto a atividades de introdução ao sistema alfabético e suas convenções,
a alfabetização, como também práticas sociais de uso da leitura e da escrita, o letramento. A
palavra letramento fez-se necessária, segundo Magda Soares (2001), por causa da
impossibilidade de dar um sentido mais amplo à palavra alfabetização. “Não basta aprender
a ler e a escrever.
As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e escrever, mas não necessariamente
incorporam a prática da leitura e da escrita.” Segundo a autora, o indíviduo, sem letramento
se alfabetiza, porém não adquiri competências para usar esta ferramenta que lhe foi
ensinada.
Se pudéssemos dar um sentido amplo à palavra alfabetização, tornaria
desnecessário o uso da palavra letramento, porém ainda não podemos juntalas, pois não é
isso que acontece em todos os processos alfabetizadores. Scarpa (2006) coloca que ainda
temos educadores que acreditam na simples decodificação de símbolos e, por ensinarem
desse modo, não podemos descartar a palavra letramento. Pode ser uma aprendizagem de
natureza perceptual e motora ou de natureza conceitual. O ensino, no primeiro caso, pode
estar baseado no reconhecimento e na cópia de letras, sílabas e palavras.
No segundo, no planejamento intencional de práticas sociais mediadas pela escrita,
para que as crianças delas participem e recebam informações
contextualizadas. (Scarpa, 2006, p.1).
Alfabetismo e letramento não é realizada, explicitamente, por todos os autores.”
Segundo ela, o conceito de alfabetização para Magda Soares é restrito, referese apenas ao
aprender/ensinar a ler e escrever. Já Emília Ferreiro coloca que não precisa usar outro termo
(no caso letramento) para designar algo que já deveria estar dentro do processo de
alfabetização.
Assim como Picoli em sua tese, neste trabalho, utilizarei os conceitos letramento e
alfabetização como processos distintos, porém que se complementam. Alfabetização como
processo de aquisição da leitura e da escrita e o letramento no que se refere às práticas
sociais.
Porém, temos outros estudiosos que percebem a alfabetização de outra forma:
reforço que “O acesso inicial a língua escrita, não se reduz ao aprender a ler e escrever no
sentido de grafar e decodificar e sim a aprender a fazer uso da leitura” (Soares, 2009, p.1)
Em seu trabalho de pesquisa, Picoli (2009), nos mostra que muitos educadores, desde a
década de 80 até hoje, vem fazendo uma leitura errada da alfabetização e do letramento.
Eles abandonaram os métodos sintéticos, de repetição, memorização e
decodificação de signos; para usarem somente as práticas de letramento, como se isso
bastasse. Deste modo podemos afirmar que “(...) a fusão entre alfabetização e o letramento
tem ocasionado um certo apagamento do primeiro conceito” e, assim, o letramento vem
prevalecendo sobre ela.
Outro aspecto muito importante que devemos levar em consideração quando
falamos de educação infantil é que nenhum adulto tem o poder de deter o conhecimento das
crianças. Alguns educadores têm receio de ensinar práticas de alfabetização ou letramento
por julgarem não ser a hora certa, porém nada pode garantir que o sujeito não aprenda por si
próprio.
Scarpa (2006), também coloca que alguns alunos estão imersos nesse contexto,
convivendo com adultos alfabetizados e com livros em casa e aprendendo as letras no
teclado do computador. Eles fazem parte de um mundo letrado, de um ambiente
alfabetizador. Além de estarem imersos neste ambiente, as crianças adquirem o gosto pela
leitura e escrita e querem poder ler os livros, escrever cartinhas para alguém, entre outros.

Antes de analisarmos como a alfabetização e o letramento devem acontecer de fato,


no espaço oferecido na educação infantil, vemos então os objetivos principais que Soares
(2009) nos traz sobre o acesso inicial a leitura e a escrita. São eles:
 compreender o que é lido e escrever de forma que os outros compreendam o
que se escreve;
 conhecer diferentes gêneros e diferentes portadores de textos e fazer uso deles
para ler e para escrever;
 participar adequadamente dos eventos de várias naturezas de que fazem parte a
leitura ou a escrita;
 construir familiaridade com o mundo da escrita e adquirir competências básicas
de uso da leitura e da escrita;
 desenvolver atitudes positivas em relação à importância e ao valor da escrita na
vida social e individual.

3 OFERECENDO ESPAÇO DE LEITURA E ESCRITA

Na educação infantil podemos trabalhar de uma forma prazerosa, pois este espaço
necessita muito do lúdico para a aprendizagem ocorra. Como podemos, então, oferecer a
alfabetização e o letramento para os pequenos? Magda Soares coloca que as atividades
bastante comuns na educação infantil, os rabiscos, desenhos, os jogos e brincadeiras, não
são consideradas alfabetizadoras, porém elas já fazem parte deste processo.
Ou seja, quando a criança na educação infantil, atribui aos rabiscos, desenhos
representativos ou a objetos, como brinquedos de sucatas, a função de signos, ela já está
descobrindo sistemas de representação, que muito facilitam depois na compreensão do
sistema de representação de sons e signos que é a língua escrita.
Por consciência fonológica denomina-se a habilidade metalinguística de tomada de
consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois
níveis: no primeiro a consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades
distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em sílabas e as
sílabas, em fonemas. E no segundo, a consciência de que essas mesmas unidades
repetem-se em diferentes palavras faladas (rima, por exemplo).
Através dos livros, os alunos começam a se familiarizar com o texto escrito, ou seja,
com a materialidade da escrita. Em seu artigo sobre Leitura na Educação Infantil, Erica Paz,
Aurora Mariotti e Maira Knetsch, (2006) pesquisaram sobre o uso dos livros para a iniciação
das crianças ao uso da leitura e da escrita. As autoras comentam que muitas professoras
têm receio em deixar que os alunos pequenos manuseiem os livros, pois podem danificar os
mesmos. Porém, no mesmo trabalho destacam que
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (1998, vol 3)
ressalta a importância do manuseio de materiais, de textos
(livros, jornais, cartazes, revistas etc), pelas crianças,
uma vez que ao observar produções escritas a criança, vai conhecendo de forma
gradativa as características formais da linguagem. (Paz, Mariotti, Knestch, ano, p1.)

Além de se familiarizar com a escrita propriamente dita, através das histórias o


aluno enriquece seu vocabulário e o desenvolvimento de habilidades de compreensão dos
textos. Quando o professor faz uma interpretação oral da história, com as crianças da
educação infantil, já está trabalhando as habilidades que mais tarde serão transferidas para
leitura independente, ou seja, este aluno estará mais apto em interpretar textos em séries
posteriores. Magda Soares (2009), acredita que esta leitura deva ser explorada.
São inúmeras as situações que a criança pode perceber a função da escrita para
fins diversos e que possibilite que ela utilize em práticas de interação social. Para Doris
Bolzan (2005), em seu artigo, refletindo sobre o que a criança pensa a respeito de ler e
escrever, destaca que “As atividades de leitura e escrita devem promover todo tipo de
discussão, tomando-se todos os elementos do ambiente como referência para a construção
e re-construção de hipóteses e concepções.”(p.2)
O acesso à leitura e escrita na educação infantil, nesta perspectiva então, deverão
ter de base o letramento, já que ler e escrever são fundamentalmente um meio de interação
e comunicação social, enquanto a alfabetização deve ser entendida pela criança como a
ferramenta que ela irá usar para envolver-se nas práticas sociais de leitura e escrita. Assim,
segundo Soares (2009), uma história que o professor conta pode trazer outras formas de
escrita, provocar inquietações, curiosidades que leve a busca de informações, pode fazer
com que as crianças interessem em saber como se escreve o título da história e também
ajudam as crianças a fazer relações entre os sons que se repetem em muitas palavras.

4 DESCOBRINDO O MUNDO DA ESCRITA

Este trabalho apoiou-se em uma pesquisa qualitativa, onde procurei explicar a


importância de se oferecer um espaço que pode contribuir para o desenvolvimento da escrita
e da leitura na educação infantil.
Para isso, utilizei como instrumento de registro de dados o relatório de estágio, o
qual fez papel do diário de campo, uma vez que conta com todos os registros dos fatos e
experiências que tive na turma de prática e observação. Seu conteúdo é descritivo e
reflexivo. O registro descritivo é feito de forma objetiva e acompanha o ponto de vista do
observador sobre os acontecimentos, idéias, preocupações e emoções a partir da
experiência. Conforme Ceres Gomes, 2000, (pág. 73)
O tempo de estágio durou nove semanas, ou cento e oitenta horas de efetiva
prática. Foram nestes dias que realizei meu relatório e fiz as observações a cerca do tema
da minha pesquisa. Aconteceu no período entre o dia doze de abril a doze de junho de 2010.
Nos relatos denominei as crianças pelo próprio nome e os pais assinaram um termo de
autorização (Apêndice).
Os dados coletados, então, foram sujeitos à análise e reflexão, contribuindo para o
entendimento da importância de se oferecer um espaço de leitura e escrita já na educação
infantil. Através de atividades lúdicas que trabalhem com letramento e alfabetização.

4.1 Escola e alunos

A pesquisa foi realizada em uma escola municipal de educação infantil de


Sapiranga. Atuo nesta escola como professora titular da turma de Jardim nível B do turno da
manhã, são onze alunos, sendo quatro meninas e sete meninos, não tive alunos portadores
de necessidades especiais. A idade das crianças é de cinco a seis anos.
Meu horário de trabalho é das 6h30 até 12h30 e aproveitei da minha prática e
período de estágio para realizar a coleta de dados da minha pesquisa.
As crianças podem se movimentar livremente pela sala, usufruindo de todo espaço
da mesma, na rodinha utilizamos o tapete e nos trabalhinhos as mesas que são para quatro
alunos cada. A sala é ampla, limpa e arejada, os alunos ajudam a manter a organização.
Na atividade dirigida, são feitos trabalhinhos de recorte, colagem, com revistas,
individual ou coletivo, história, pesquisa, conversa, ou seja, é o momento da atividade do
projeto. Quem termina suas atividades pode ir ao tapete ler livros, jogar jogos, brincar de
casinha, etc.
Logo o momento muito esperado, brincar na pracinha ou no ginásio: podem ser livre
com materiais diversificados, nas quartas e sextas, eles tem aula de educação física com
aquecimento, atividades e volta à calma. No momento da saída, podem brincar livremente,
até os pais chegarem.

4. 2 Atividades significativas de leitura e escrita


Um dos primeiros pressupostos que trago para minha reflexão é de que se as
atividades de letramento e alfabetização entram por uma porta na educação infantil, e o
lúdico sai pela outra. Ou seja, muitos professores não acreditam que possa haver ludicidade
na alfabetização. Mostro neste trecho, que podemos oferecer um espaço de leitura e escrita
com brincadeiras, afinal esta é a base da educação infantil.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê ainda como meta de
alfabetização que os educandos sejam alfabetizados até o segundo ano do Ensino
Fundamental (BRASIL, 2017). Desde 2012, é possível encontrar programas que focam na
alfabetização dos alunos até o terceiro ano do Ensino Fundamental.
A alfabetização é um processo de construção que relaciona a linguagem oral e
escrita, para atingir os objetivos baseados em metodologias pedagógicas. Nesse sentido, é
importante que a família incentive e oportunize o acesso a leitura e escrita em casa, para
que no momento que as crianças sejam inseridas no ambiente escolar, consigam aprender
mais facilmente, e já tenham adquirido o gosto pelo sistema alfabético no âmbito da leitura e
escrita (ALMEIDA; FARAGO, 2014).
O foco na alfabetização nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental é ampliar o
potencial cognitivo nas crianças e por elas já estarem alfabetizadas no início do 3° ano do
Ensino Fundamental possivelmente terão mais autonomia na sua vida social. Assim, para
que tudo isso aconteça á peçachave é uma boa construção inicial das habilidades que
envolvem a consciência fonológica, sendo essas indispensáveis para que a criança possa
aprender a ler e escrever.

5. METODOLOGIAS DE ENSINO PARA ALFABETIZAÇÃO

A concepção do mundo atual sobre a alfabetização não é a mesma de anos atrás que
enxergava a alfabetização como o simples fato de decodificar os códigos atrelados as letras,
juntar sílabas e formar palavras. A alfabetização atual procura não utilizar mais o método de
repetição de sons que estão associados ao modelo sintético, pautado na fonação e soletração
(ALMEIDA; CIPOLA; JÚNIOR, 2018). O sistema escrito é um processo geral e, é um trabalho
contínuo de elaboração cognitiva que inseri o aluno no mundo da escrita a partir de interações
sociais.
O educador deve fazer uso da leitura e da escrita, utilizando diversos gêneros textuais
como anúncios, revistas, jornais, realizações de bilhetes, cartas, entre outros, que faça com que
a criança interaja com o mundo letrado no começo da trajetória escolar (ALMEIDA; FARAGO,
2014).
A alfabetização é a aprendizagem de uma habilidade complexa que faz parte de uma
aprendizagem muito mais ampla, que é o letramento. No momento atual é necessário que a
metodologia de ensino tenha foco no alfabetizar letrando, pois a inutilidade social da leitura e
escrita é vista como analfabetismo funcional
O método de soletração ou alfabético: consiste na memorização do alfabeto, partindo do
reconhecimento da letra e em seguida as sílabas. O aluno começa soletrando as letras e após
faz a junção para formar as sílabas e formar a palavra que foi proposta (RUSSO, 2021).
O método fônico: o reconhecimento das letras parte do fonema, ou seja, dos sons;
começando dos mais simples e evoluindo para os mais complexos, iniciando pelas vogais,
depois pelas consoantes, evoluindo para as sílabas das mais simples as mais complexas
(RUSSO, 2021).
O método silábico: começa pelo reconhecimento das sílabas formadas por uma
consoante e vogal e vai evoluindo até as sílabas mais complicadas, assim, é ensinado ás
famílias silábicas podendo ser associadas a desenhos ou palavras-chave (RUSSO, 2021).
Já o método global de contos ou historietas: O aluno é estimulado a observar um texto
por um tempo determinado período de tempo e entender o sentido no contexto geral, e a, partir
disso sucessivamente, o texto é decomposto e analisado em sentença, palavra, até chegar á
sílaba (RUSSO, 2021).
Diante disto, nota-se que o percurso intelectual da criança para compreender o sistema
alfabético, e se tornar um sujeito alfabetizado, ao longo da trajetória de aprendizagem passa
por várias fases, e é importante que as práticas de ensino utilizadas pelo professor
alfabetizador estejam alinhadas com o período de desenvolvimento que a criança se encontra
no processo de aprendizagem.
Desse modo, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1985) procuraram por meio de um
estudo compreender e identificar como a criança se apropria do sistema escrita e a partir desse
estudo foi possível notar que as crianças passam por um percurso evolutivo, podendo ser
denominado como construtivismo uma vez que através da pesquisa notou-se que os erros das
crianças acerca das grafias na verdade pode ser entendido como o ato de tentar entender o
código (GONÇALVES, 2016). Nesse sentido, é possível notar que as crianças passam por três
períodos distintos no momento da apropriação da escrita:
1. Diferença entre icônico e não icônico: É a distinção entre o desenho e a escrita. O
desenho representa o modo icônico. Já, a escrita representa o modo não-icônico,
que é a forma dos grafismos, aqui a criança compreende que as letras não
representam os modelos dos objetos dispostos na sociedade (FERREIRO, 2011,
p.22).
2. Formas de diferenciação no “eixo qualitativo e quantitativo”: A criança começa a
tentar entender como funciona o sistema escrito e seus modos de diferenciação.
Sendo assim, no eixo qualitativo em uma escrita a criança altera a posição da letra,
variando as posições e construindo novos significados, e no eixo quantitativo a
criança acrescenta mais letras e consegue obter escritas diferentes, nesse nível de
alfabetização esse momento é complexo para a compreensão cognitiva infantil
(FERREIRO, 2011, p.22).
3. Fonetização da escrita: Esse período de evolução é marcado pelas propriedades
sonoras do significante, ou seja, a criança começa a descobrir que as letras
representam as sílabas, e após essa compreensão a mesma passa a construir a sua
consciência sonora, iniciando pela fase de escrita silábica e culminando na fase de
escrita alfabética (FERREIRO, 2011, pg. 22).
Por fim, sabendo que a alfabetização é complexa e é adquirida de forma construtiva é
necessário que as práticas e as estratégias de ensino sejam planejadas ainda visando que o
discente seja alfabetizado letrando para que o mesmo consiga utilizar também ao longo da sua
trajetória a língua materna no contexto socia.

6.ATRIBUIÇÕES DO DOCENTE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

A alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental é o momento que o docente


deve conciliar a teoria com a prática, fundamentando os planos de aula com embasamento
metodológico (DIONIZIO; SOUZA, 2016). Com isso, para que esse processo seja efetivo é
necessário levar em consideração os diferentes comportamentos, que cada aluno traz consigo,
sua singularidade e inserir também a família nesse processo, porque tem fundamental
importância no desenvolvimento do aluno, durante o ciclo de alfabetização (SILVA, et. al. 2018).
O professor utiliza o método mais eficaz para a sua turma, ou seja, o mesmo tem sua
própria metodologia de ensino, para a sala de aula e é imprescindível que a leitura seja feita
todos os dias no cotidiano escolar e que seja realizada de acordo com a realidade do aluno
(SILVA, et. al. 2018).
O primeiro diz respeito á consciência simbólica, sendo necessário que o aluno relacione os sons
da fala com as letras do alfabeto; o segundo requisito para iniciar a alfabetização é que o aluno consiga
identificar as letras do alfabeto uma vez que existem letras com sons e grafias parecidos é preciso que o
professor mostre para criança que os símbolos alfabéticos não estão no nosso dia a dia em forma de
objetos (DIONIZIO; SOUZA, 2016).
Como os educandos, possuem níveis diferentes de aprendizagem e necessidades, o
professor possui mais um desafio que é atender todas as demandas que a turma possui e
adaptar o método de forma que todos educandos aprendam. Então, o professor precisa
também encarar os desafios linguísticos desenvolvendo a habilidade fonológica uma vez que é
relevante construir a consciência dos sons da fala (DIONIZIO; SOUZA, 2016).
A estratégia utilizada para este estudo foi feito de forma explicativa com intuito
qualitativo e tem o objetivo de compreender e explicar como funciona o desenvolvimento da
aprendizagem nos primeiros anos do ensino fundamental e suas peculiaridades tendo como
intenção gerar conhecimentos para aplicação e reflexão das práticas de alfabetização e
entender problemas específicos do objeto de estudo.
Além disso, há ainda a necessidade que se trabalhe também a organização espacial,
isto é, a criança precisa ser orientada a inferir que se escreve da esquerda para a direita e de
cima para baixo (DIONIZIO; SOUZA, 2016). Nesse sentido, o professor pode gerar esse
conhecimento colocando pequenos textos na lousa e ir apontando, à medida que a recitação for
prosseguindo, também é necessário que o aluno tente escrever antes que a alfabetização se
inicie de fato, pois, essas tentativas de escrita faz com que o mesmo elabore hipóteses e
aprenda como funciona o sistema escrito (DIONIZIO; SOUZA, 2016).
5 CONCLUSÃO

Neste trabalho, vimos que através de um ambiente lúdico e alfabetizador as


crianças da educação infantil podem aprender com entusiasmo. Eles devem encontrar um
espaço para aquisição da leitura e da escrita, dentro da sala de aula.
O principal objetivo desta pesquisa foi mostrar que na educação infantil, o professor
pode oferecer práticas de alfabetização e letramento.
Pude perceber, através de minhas observações, como os alunos aprendem com a
vivência e que a educação infantil, é sim um momento muito rico de aprendizagem, onde
aprender é um prazer, que eles buscam suas curiosidades e com isso se desenvolvem.
Também, pode-se perceber que práticas de letramento, devem acontecer,
juntamente com atividades de alfabetização, já na educação infantil, uma vez que estes
conceitos se complementam, para oferecermos um espaço de acesso à leitura e escrita
completo. Pois, se trabalhado de uma forma dissociada, pode ser prejudicial à aquisição da
visão do mundo escrito para a criança
Logo, vemos que podemos oferecer um espaço onde os alunos podem aprender
sobre leitura e escrita, antes do ensino fundamental. E que este espaço torna-se
fundamental no contexto em que vivemos hoje. Não trabalhar com alfabetização e
letramento, já na educação infantil, seria privar algo inevitável para as crianças. Porém,
nunca esquecendo da forma lúdica de ensinar aos pequenos.
Em síntese, é; exposto ao longo da pesquisa as dificuldades que existem para o
professor no momento da alfabetização e demonstra características importantes que devem ser
levadas em consideração e ensinadas no momento de se alfabetizar, além de destacar as fases
de alfabetização do aluno no processo de aprendizagem.
Com isso, conclui-se que a alfabetização e letramento são interdependentes e são
essenciais no desenvolvimento do ser humano enquanto cidadão que vive em sociedade e é
preciso que durante o desenvolvimento da aprendizagem do aluno o professor se utilize dos
métodos de ensino apropriados para cada fase da aprendizagem e busque desenvolver a
habilidades previstas na BNCC e outros documentos que facilitem o planejamento de ensino do
docente.
Ao decorrer da pesquisa foi possível compreender o papel da alfabetização e letramento
na vida do indivíduo e entender que um diz respeito á codificação e decodificação do código
escrito e o outro está relacionado com a utilização da linguagem em práticas sociais.

4. REFERÊNCIAS
SCARPA, Regina. Alfabetizar na Educação Infantil. Pode? Revista Nova
Escola. Ed. 189. Fev. 2006. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/alfabetizareduca
cao-infantil-pode-422868.shtml Acesso em: 8 set. 2010.
SOARES, Magda. Letramento: Um Tema de Três Gêneros- 2 ed, Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.128 p. SOARES, Magda. Oralidade, alfabetização
e letramento. Revista Pátio Educação Infantil -Ano VII-N°20. Jul/Out. 2009.
Disponível em:
http://falandodospequenos.blogspot.com/2010/04/alfabetizacao-e-
letramentona-educacao.html Acesso em: 8 set. 2010.
BRASIL. Base Nacional Curricular Comum. BNCC. 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaof
in al_site.pdf Acesso em: 27set. 2022.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto
Alegre: Artes Médicas,1985.
ALMEIDA, Simara Solene Copettide. CIPOLA, Eva Sandra Monteiro.
JÚNIOR, Ademir Pinto Adomo de Oliveira. Ciclo de Alfabetização: Desafio
Entre O Processo Cognitivo E O Ensino Aprendizagem. São Paulo, 2018.
Disponível em: Acesso em: 20 de fevereiro de 2022.

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