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FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS-FIP


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO INFANTIL: aquisição da leitura

LINDETE SOARES FERREIRA

PATOS-PB
2016
LINDETE SOARES FERREIRA

EDUCAÇÃO INFANTIL: aquisição da leitura

Artigo apresentado ao Programa de Pós-


Graduação Lato Sensu do Curso de
Especialização em Educação Infantil das
Faculdades Integradas de Patos, em
cumprimento as exigências para obtenção do
título de especialista.

Orientadora: Ms. Maria do Socorro de Lucena Silva

PATOS-PB
2016
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------------06

1 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CONTEXTO SOCIOHISTÓRICO DA AQUISIÇÃO DA


LEITURA-------------------------------------------------------------------------------------------------------09

2 A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA


CRIANÇA-------------------------------------------------------------------------------------------------------11

3.A PRÁTICA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL : SOB DIVERSOS


OLHARES-----------------------------------------------------------------------------------------------13

CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------------------------------15

REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------------16
RESUMO

Esta pesquisa consiste em um estudo sobre aquisição da leitura na Educação


Infantil, ressaltando a importãncia que a leitura exerce sobre a modalidade de
ensino. Tendo como objetivo mostrar como a educação infantil trabalha na aquisição
da leitura, por meio da problemática de que a leitura, como prática social é sempre
um meio, nunca um fim, a leitura na escola tem sido fundamentalmente um objeto de
ensino. Observando que o processo de aquisição da leitura precisa ter resposta
eficaz no meio escolar, contando com a contribuição de todos que fazem parte da
educação. Aborda uma reflexão sobre a Educação Infantil com o objetivo de buscar
oferecer uma compreensão sobre o processo de leitura e procedimentos para inserir
na criança o gosto e o prazer de ler. Dando ênfase ás familiariedades com a lingua
materna e discutindo a preparação do educador, no que se refere à teoria e a prática
para desenvolver um trabalho significativo buscando valorizar variados momentos de
leitura e propiciar alguns aspectos que facilitem o contato da criança com a leitura e
com o mundo letrado. A escolha do título para realização dessa pesquisa emergiu
de uma vontade de contribuir para a melhoria da qualidade de leitura adequada,
proporcionando assim, um avanço significativo no desenvolvimento da educação
infantil, tendo como embasamento os teóricos: Silva( 2002), Ferreiro ( 2001), Freire
( 1997) , Brasil ( 1997) entre outros. Partindo desse pressuposto, buscam-se
situações que levem a criança a um processo de adaptação à Educação Infantil e de
socialização nesse ambiente como algo bom e prazeroso de se vivenciar todos os
dias, vinculando a afetividade como peça fundamental para essa integração.

Palavras-chave: Leitura. Aprendizagem. Educação Infantil. Criança . Aquisição.


ABSTRACT

This research consists of a study of reading acquisition in early childhood education,


emphasizing the importance that reading has on the teaching mode. Aiming to show
how early childhood education works in the acquisition of reading through the
problem that reading as a social practice is always a means, not an end, reading at
school has been primarily a teaching object. Noting that the process of acquisition of
reading need to have effective response at school, with the contribution of all who are
part of education. Addresses a reflection on childhood education with the objective of
seeking to offer an understanding of the reading process and procedures to enter the
child's taste and the pleasure of reading. Emphasizing ace familiariedades with the
mother tongue and discussing the preparation of the educator with regard to the
theory and practice to develop meaningful work seeking value varied moments of
reading and provide some ways to facilitate the child's contact with reading and the
literate world. The choice of title for this survey emerged from a desire to contribute
to improving the quality of proper reading, thus providing a significant advance in the
development of early childhood education, having as basis the theoretical Silva
(2002), Ferreiro (2001), Freire (2002), Brasil (1997) among others. Based on this
assumption, seek to situations that lead the child to a process of adaptation to
childhood education and socialization in this environment as something good and
pleasurable to live every day, linking affectivity as a key to this integration

Keywords: Reading. Learning. Child education. Child.Acquisition.


INTRODUÇÃO

A leitura na Educação Infantil é uma prática social que envolve atitudes,


gestos e habilidades que são mobilizados pelo leitor, para isso é importante que a
criança perceba a leitura como um ato prazeroso e necessário. Essas atitudes e
comportamentos não se restringem a um momento específico, nem podem ser
consideradas capacidades relativas a uma idade ou ciclo. Há leituras que requerem
um enorme esforço intelectual e a despeito disso, se deseja lê sem parar.
A questão da leitura no processo de alfabetização tem sido para as crianças
um grande obstáculo na sua vida, é preciso oferecer as crianças inúmeras
oportunidades de aprendizagem. A leitura, como prática social é sempre um meio,
nunca um fim, a leitura na escola tem sido fundamentalmente um objeto de ensino.

O presente estudo tratará da leitura na Educação Infantil onde não se


restringe ao primeiro ano de vida escolar, pois é um processo que se desenvolve ao
longo de toda vivência escolar e no cotidiano, sendo um processo natural, específico
e permanente que se amplia gradativamente com novas habilidades através da
prática.
Atualmente, tanto os pesquisadores quanto os professores, de um modo
geral, estão seriamente envolvidos com projetos que visam um maior sucesso na
formação de leitores.
A leitura tem uma importância muito grande na formação do ser humano,
aprimorando sua capacidade intelectual de pensar e analisar o meio no qual está
inserido.
Percebemos que há por parte dos educadores, uma grande preocupação em
desenvolver técnicas, métodos ou propostas que auxiliem profissionais interessados
em motivar crianças a se tornarem futuros leitores.
A escolha da temática emergiu de uma vontade de contribuir para a melhoria
da qualidade de leitura adequada, proporcionando assim, um avanço significativo no
desenvolvimento da Educação Infantil. Mostrando como a Educação Infantil trabalha
a aquisição da leitura.
Com base nos objetivos propostos em relação à aquisição da leitura na
Educaçãp Infantil, a referida pesquisa realizada compreende a pesquisa descritiva
Gonsalves (2013, p.65).
Vale destacar que a pesquisa terá caráter teórico, devido ao fato de que todos
os conhecimentos construídos sobre o tema em questão serão buscados em
diversos estudiosos. Para realização da referida pesquisa, segundo a natureza dos
dados será feita abordagem qualitativa. Silva ( 2002), Ferreiro ( 2001), Freire ( 1997)
, Brasil ( 1997) entre outros.
Esta pesquisa procura abordar de modo sucinto a importância que os
estímulos propostos pela escola contribuem para o desenvolvimento infantil, na
aquisição da linguagem, de conhecimentos, e na interação com a imaginação e
criatividade da criança com o real e o imaginário. Assim ela esta separada em três
partes onde a primeira seção fala sobre as considerações a cerca da aquisição da
leitura entendendo que é de grande relevância a leitura desde primeiros anos de
vida nas crianças, na segunda seção vamos nos debruçar sobre a leitura na
educação infantil a partir do conhecimento prévio da criança buscando entender
metodologias e intervenções levando em consideração os conhecimentos prévios da
criança nosso principal alvo,e por último e não menos importante na terceira seção
iremos refletir sobre a prática da leitura na educação infantil onde vamos falar sobre
a necessidade de professores ,escola e comunidade escolar trabalhar junto para que
nossas crianças tenham uma aprendizagem significativa no que diz respeito a
leitura desde seus primeiros acessos a leitura.
1 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CONTEXTO SOCIOHISTÓRICO DA
AQUISIÇÃO DA LEITURA

A função primordial da leitura na Educação Infantil seria propiciar as crianças


caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os
mecanismos de apropriação do conhecimento, buscando favorecer as crianças com
momentos prazerosos de leitura, onde os alunos possam desenvolver sua
autonomia e continuarem seu percurso para se tornarem bons leitores, estimulando
a troca de opiniões sobre o que ouvem e o que se lê.
Se as crianças já estão habituadas às rodas de leitura e têm contato com os
livros, cabe aos professores começar a colocá-los em contato com textos
diversificados para ampliar a familiaridade com a literatura. É na Educação Infantil,
onde a criança está aberta a receber estímulos, que tem a curiosidade, ansiedade
de descobrir, de manusear, de perguntar demonstrando uma indagação sempre que
é colocada diante do novo.
De acordo com Vigotsk; Leova e Leontia (2001):

A infância pré escolar é o período da vida em que o mundo da realidade


humana que acerca a criança abre-se cada vez mais para ela. Em toda sua
atividade e, sobretudo em seus jogos, que ultrapassam agora os estreitos
limites da manipulação dos objetos que a cercam, a criança penetra num
mundo mais amplo, assimilando de forma eficaz[...]

Acredita-se que quando a criança, desde os primeiros anos de vida escolar, é


estimulada a prática da leitura através da motivação, da afetividade dos pais e
professores, tendo a sua disposição livros interessante e de acordo com a faixa
etária, as possibilidades de se tornar um leitor apto a julgar o que lê ou vê na
televisão ou dos jornais, ou mesmo na escola, são muitos maiores.
Com esses subsídios, a criança poderá ter uma maior intimidade com o
material escrito e vai aprender a estabelecer previsões e realizar inferências, acionar
conhecimentos prévios, invocar atitudes muito importantes na prática da leitura.

Cabe, portanto, à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos


que circulam socialmente ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui
os textos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno defronta
sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim não conseguiu
manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade”. (BRASIL,
1997).
Para que a leitura seja uma prática social significativa e crítica é preciso que
comece a ser uma prática constante na escola. Sendo assim, as crianças que desde
a Educação Infantil possuir um processo de leitura bem acompanhado e estimulado
pelos pais, educadores e a Instituição Escolar, elas em estudos posteriores, terão
habilidades e gosto pela leitura. A criança pode e devem ser introduzida a diferentes
gêneros, diferentes portadores de textos.

2 A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DO


CONHECIMENTO PRÉVIO DA CRIANÇA

Para iniciar o processo de leitura na Educação Infantil, deve-se levar em


conta o fato de que as crianças, ao chegarem à sala de aula já têm algumas
familiaridades com a língua materna, pois a utilizam constantemente através da
comunicação verbal.
É preciso levar em consideração que a fala trazida pelas crianças está
carregada de variedades linguísticas, que acabam se tornando público em sala de
aula. Não podemos considerar o falar “certo” ou “errado”, mas ajudá-los a melhorar
sua maneira de falar e escrever-nos diversos usos da língua e em diversas
situações.
Em consonância com isso, Wallon e Galvão acrescentam (1995):

A linguagem ao substituir a coisa, oferece a representação mental, o meio


de evocar objetos ausentes e de confrontá-los entre si. Os objetos e
situações concretas passam a ter equivalentes em imagens e símbolos
podendo assim ser operados no plano mental de forma cada vez mis
desvinculada da experiência pessoal e imediata.

O educador, como um dos sujeitos envolvidos no processo de leitura das


crianças, precisa de uma preparação adequada, tanto na sua base teórica,
pedagógica quanto, e principalmente metodológica desde a preparação das aulas
até o espaço adequado e favorável a leitura.
O educando pode ainda não saber ler e escrever, mas seu conhecimento de
mundo, isto é, seus conhecimentos prévios levará a identificar alguns pontos que
impulsionem a uma primeira leitura de imagem e símbolos. A leitura deve começar
desde o primeiro dia de aula, mesmo que o aluno não conheça as letras. O que
importa é deixar o aluno ter contato com matérias de leitura, tente desvendá-lo,
mantendo seu próprio ritmo.
Nessa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997)
aborda o seguinte:

Para aprender a ler, portanto, é preciso interagir com a diversidade de


textos escritos, testemunharem a utilização que os já leitores fazem deles e
participar de atos de leitura de fato; é preciso negociar o conhecimento que
já se tem e o que é apresentado pelo texto, o que está atrás e diante dos
olhos, recebendo incentivo e ajuda dos leitores experientes.

O ideal é que a rotina diária inclua momentos de leitura em sala de aula e que
essas crianças sejam incentivadas a escolher o que querem e o que gostam de ler
ou ver imagens, é importante que deixem que os mesmos escolham o espaço da
escola para praticarem a sua leitura. Sabe-se que não há leitor que só goste de ler
num único ambiente; na escola também tem que rever estes gostos e variar os
ambientes de ler ou ouvir uma leitura, deixando o ato de ler menos previsível,
aproveitando os espaços da escola e seus arredores, sombras de árvores torna a
leitura mais agradável.
Segundo Cury (2003):

Para contar histórias é necessário exercitar uma voz flutuante, teatralizada,


que muda de tom durante a exposição. É preciso produzir gestos e reações
capazes de expressar o que as informações lógicas não conseguem. Muitos
pais e professores são dotados de grande cultura acadêmica, mas são
engessados, rígidos, formais. Nem eles suportam.

A Educação Infantil deveria permitir a todas as crianças a liberdade de


experimentar os sinais escritas diversas, ou seja, escutar alguém lendo em voz alta
e ver os adultos escrevendo; tentar escrever, sem ser necessariamente copiando um
modelo, tentar ler tudo utilizando dados contextuais, assim brincar com a linguagem
para descobrir semelhanças e diferenças sonoras; desorganizar tudo que se parece
estar organizado para depois reaprender a organizar com uma habilidade a mais.
Vigotsk enfatiza que:

A diferença substancial no caso da criança é que esta pode imitar um


grande número de ações – senão um número ilimitado – que supera os
limites de sua capacidade atual. Com o auxílio da imitação na atividade
coletiva guiadas pelos adultos, a criança pode fazer muito independente. A
diferença entre o nível das tarefas realizáveis com o auxílio dos adultos e o
nível das tarefas que podem desenvolver com uma atividade independente
define a área de desenvolvimento potencial da criança. (2001).

Na Educação infantil, devem estar presentes tanto atividades de introdução


da criança ao sistema alfabético e suas convenções, quanto as práticas de uso
social da leitura e da escrita, ou seja, o letramento.
As atividades de leitura podem e devem ter presença freqüente na educação
infantil. A leitura freqüente de histórias para criança é, sem dúvida, uma tarefa
essencial e indispensável. Se adequadamente desenvolvida, essa atividade conduz
a criança, desde muito pequena, a conhecimentos e habilidades fundamentais para
sua inserção no mundo da escrita.
Naturalmente, para que a leitura oral de histórias atinja seu objetivo, não
basta que a história seja lida é necessário que sejam precedidas de perguntas de
previsão a partir do título e das ilustrações, que seja de propósito, interrompida em
pontos pré escolhidos, por perguntas e de inferência que seja acompanhada.
Conforme Silva (2002):

Compreender a mensagem compreender-se na mensagem, compreender-


se pela mensagem, eis aí os três propósitos fundamentais da leitura, que
em muito ultrapassam quaisquer aspectos utilitaristas, ou meramente
“livrescos” da comunicação leitor-texto. Ler é, em última instância, não só
uma tomada de consciência, mas também um modo de existir no qual o
indivíduo compreende e interpreta a expressão registrada pela escrita e
passa a compreender-se no mundo.

Se o objetivo da educação é formar cidadãos capazes de compreender os


diferentes textos com os quais se defronta, é preciso organizar o trabalho em sala de
aula para que experimentem e aprendam na escola. Principalmente quando os
alunos não têm contato com bons materiais de leitura e com adultos leitores, quando
não participam de práticas onde ler é indispensável, a escola deve oferecer
materiais de qualidade, modelos de leitores proficientes e práticas de leitura
eficazes.

3 A PRÁTICA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL : SOB DIVERSOS


OLHARES
A escola precisa viabilizar o acesso às leituras diversificadas, mas antes da
ação da escola, de modo geral, pode-se dizer que é na sala de aula que os
professores e alunos interagem, na troca de experiências, ações e diálogos. É na
observação que o professor faz na sala de aula que o mesmo consegue atuar nas
dificuldades de aprendizagem dos alunos. Cabe ao professor favorecer um diálogo
motivador para estimular o aluno a ler. A prática de leitura deve partir do professor, o
mesmo precisa encontrar os alunos com sua leitura, suas ações, expressões,
métodos de leitura, enfim, propiciar momentos prazerosos de leituras e diálogos em
sala de aula.
De acordo com Silva (2002):

A leitura (ou resultante do ato de se atribuir um significado ao discurso


escrito), passa a ser então uma via de acesso à participação do homem nas
sociedades na medida em que permite a entrada e a participação no mundo
da escrita; a experiência dos produtos culturais que fazem parte desse
mundo só é possível pela existência de leitores. Daí ser a escola uma
instituição formal que objetiva facilitar a aprendizagem não só do falar e
ouvir, mas principalmente de escrever e ler.

Pode-se afirmar que os obstáculos que precisam ser superados na sala de


aula no momento de ensinar a ler e escrever são infinitamente maiores e que,
portanto, os esforços dos educadores devem ser maiores, mas as conquistas
realizadas possuem maior transcendência. Assegurar-se de que as crianças tenham
toda a experiência possível para lhe mostrar como podem contar algo que está
escrito, que dizem e escutam. As propostas são tão simples como eficazes e quando
as crianças não encontram em casa a elaboração necessária, a escola é obrigada a
ajudá-las a compreender que a língua é flexível.
Ferreiro (2001), diz que:

A pré-escola deveria cumprir a função primordial de permitir às crianças que


não tiveram convivência com os adultos alfabetizados – ou que pertencem
a meios rurais isolados – obter essa informação básica sobre a qual o
ensino cobra um sentido social, a informação que resulta da participação em
atos sociais, onde o ato de ler e escrever têm proposições explícitas.

Torna-se necessário, portanto, se repensar a conduta do professor


fundamentada na solidariedade e colaboração entre os demais educadores, vendo a
criança como ser em formação que está sempre se reestruturando e procurando
acomodar novos conceitos. Assim, o processo ensino-aprendizagem não consiste
apenas em uma simples transmissão de conteúdos; vai além e envolve não só o
aspecto intelectual, mas também o físico e o mental, pois as crianças que têm
necessidades acabam transformando os professores em pais, assistente social,
confidente, dentista, médico, amigo.

Para Wallon (1995):

O estudo da criança contextualizado possibilita, que se percebe que entre


os seus recursos e os de seu meio, instala-se uma dinâmica de
determinações recíprocas; a cada idade estabelece-se um tipo particular de
interações entre o sujeito e seu ambiente. Os aspectos físicos do espaço, as
pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura
formam o contexto do desenvolvimento [...].

A Escola, e principalmente o professor em sala de aula de aula tem uma


grande oportunidade de facilitar o desenvolvimento da leitura e escrita das crianças,
mas não pode se esquecer do papel da família na aprendizagem das crianças, os
mesmos desempenham um papel crucial no desenvolvimento da criança como um
todo; os pais devem ser incentivados a dar continuidade em casa aos estímulos
disponibilizados pela escola.
Segundo Libâneo (1994):

O incentivo à aprendizagem é o conjunto de estímulos que despertam nos


alunos a sua motivação para aprender de forma que as suas necessidade
interesses, desejos sejam canalizados para as tarefas de estudo. Todas as
nossas ações ao orientadas para atingir objetivos, que satisfaçam as nossas
necessidades fisiológicas, emocionais, sociais e de auto-realização.

A leitura envolve um saber desvendar e elaborar as possibilidades de


sentidos de um texto. No propiciar-se do texto há sua descontextualização, parece
possível propor que no ato de ler acontece uma interação dos leitores com o texto.
Nessa interação é necessário deixar que o texto também nos toque e nos fale. Há
necessariamente a existência de diálogo.
A magia da leitura proporciona a criança dá asas a sua imaginação, possibilita
ao professor e crianças a compartilharem novas emoções, fantasias e proporciona á
alegria ,a viagem pelo mundo de sonhos, fazendo com que essa criança relacione
as histórias com sua vida,pois quando as escutam,aprende que é possivel vencer
sempre,principalmente,quando o herói da historinha vence o mal,assim ela se
sentirá estimulada a ler,fazendo da leitura uma aprendizagem prazerosa e dessa
forma, adquire o prazer pela prática da leitura.
A leitura do mundo precede a leitura de palavra, daí que a posterior
leitura dessa não possa prescindir da continuidade da leitura daquela
Linguagem e realidades se prendem dinamicamente. A compreenção
do texto a ser alcançada por sua leitura critica implica a percepção
das relações entre o texto e o contexto. (FREIRE, 1989).

Percebe-se, portanto, que é necessário rever as estratégias de trabalhar a leitura e


produção textual, deixando de lado a utilização de palavras e sílabas
vazias ,abraçando o uso de texto da realidade do mundo em que cada um se
encontra.Estabelecendo a criança ,textos que tenham sentido,que estejam
interligados de alguma forma com a realidade do mundo atual,contribuindo assim
para formação como leitores competentes.
Para Goes:
“A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio de evasão ou
apenas compensação. É um modo de representação do real. Através de um
"fingimento", o leitor re-age, re-avalia, experimenta as próprias emoções e
reações”. (GOES, 1990).

O professor nesse contexto também deve ser um bom leitor, passar para o aluno o
prazer que sente ao ter contato com os livros e a importância que o mesmo tem para
a aprendizagem, mesmo que seja no principio da escolarização.
Ler, no entanto é uma atividade que implica não somente a decodificação de
símbolos, ela envolve uma série de estratégias que permite o indivíduo
compreenderem o que lê. Neste sentido, relata os PCN’s (2001.): Um leitor
competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os
trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade
sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma
a atender a essa necessidade.
Assim, pode-se observar que a capacidade para aprender está ligada ao contexto
pessoal do indivíduo. O ato de ler então, não representa apenas a decodificação, já
que esta não está imediatamente ligada a uma experiência, fantasia ou necessidade
do indivíduo. Algumas crianças não têm ambiente favorável à leitura em
casa, mas há outras que ouvem histórias lidas pela família. “Se for criado um
ambiente de leitura nas escolas, as crianças levarão a prática para suas casas. E
vice-versa, haverá crianças que trarão leitura para a escola”.
Salienta-se que, ao promover experiências significativas de leitura e escrita, levam--
se em consideração as ações que serão desenvolvidas nesse processo. Portanto,
situações de aprendizagem devem ser desafiadoras e problematizadoras para uma
aprendizagem significativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando a relevância da leitura na Educação Infantil atualmente busca-se


constantemente adequar instrumentos que venham de forma direta para a
concretização destas habilidades e isso vêm se tornando cada vez mais satisfatório.
Evidenciando o redirecionamento das atividades de leitura que envolva o aluno
como agente ativo do processo de ensino aprendizagem mesmo com crianças muito
pequenas, isso é de extrema importãncia. Sabe-se que hoje, crianças que vivem em
ambientes ricos em experiências de leitura, não só motivam pra ler e escrever, mas
começam, desde cedo, a refletir sobre as caracteristicas dos textos que circulam ao
seu redor, com diferentes estilos, usos e finalidades.
Precisa-se saber em que direção caminhar e também quais as transformações
necessárias para ensinar efetivamente todos os alunos a ler com proficiência e isso
se inicia desde a Educação Infantil. Espera-se que possa-se contribuir como
subsidio no processo da aquisição da leitura na Educação Infantil ,onde é o nosso
foco neste estudo.
A aquisição da leitura na Educação Infantil motiva as crianças a serem bons
leitores.
REFERÊNCIAS

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Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília,
1997.

_______. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC,


SEB, DICEI, 1998.

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FERREIRO, Emília. Reflexões sobre a alfabetização. 24. Ed. São Paulo. Cortez,
2001.

FREIRE, Paulo, Macedo, Donaldo. Alfabetização: Leitura do mundo leitura da


palavra. 3. Ed. São Paulo: Paz e terra, 2002.

GÓES, L. P. A aventura da Literatura para crianças. São Paulo: Melhoramentos,


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LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez. 1994.

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