Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Duque de Caxias
2020
INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
OS DESAFIOS DO SERVIÇO SOCIAL NA INCLUSÃO DA PESSOA
COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais
e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação
aos direitos autorais.
1 DESENVOLVIMENTO
III - deficiência visual Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no
melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que
significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a
melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida
do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 o;
ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições
anteriores;
Embora haja uma legislação que avançou em leis que exigem uma
inserção no mercado de trabalho da PCD, existe uma discrepância entre o
cumprimento da legislação e a realidade. Para colocar em prática Políticas
Públicas realmente inclusivas são necessárias mudanças nos meios sociais,
nos recursos físicos, logísticos, arquitetônicos, de saúde física, psicológica e de
fiscalização, de forma a assegurar as Pessoas com deficiência acesso ao
mercado de trabalho, condição fundamental para sua independência e garantia
da dignidade e pleno exercício da cidadania. O maior desafio é a mudança de
atitude na perspectiva da existência do outro com suas particularidades
atribuindo-as tratamento digno.
A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a
construção de um novo tipo de sociedade através de transformações,
pequenas e grandes, nos ambientes físicos, espaços internos e
externos, equipamentos, aparelhos, utensílios mobiliário e meios de
transportes e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também
do próprio portador de necessidades especiais. (Sassaki,1999, p.42)
Consideramos que o trabalho produz grande impacto na vida de todos
os indivíduos, e na força do trabalho que buscamos nossa sustentação, e é
através da evolução profissional que construímos a nossa identidade,
integração social, autonomia, desse modo é fundamental medidas que
favoreçam a inclusão no mercado de trabalho de Pessoas com Deficiência. O
trabalho é definido por Karl Marx como a atividade sobre o qual o ser humano
emprega sua força para produzir meios para seu sustento, e vai além, Marx
definiu a força de trabalho como o bem “Inalienável” do ser humano, nesse
sentido podemos entender que alienar o trabalho a qualquer pessoa seria o
mesmo que alienar a própria vida do individuo. No cenário da nossa sociedade
atual percebemos mudanças significativas na busca de eliminar barreiras
atitudinais, de preconceitos perpetuados ao longo da história, que impedem o
acesso aos ambientes e a relacionamentos de convívio com a sociedade,
intencionais ou não, apoio necessário para inserção e acolhimento das
Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho. Transformações sociais com
práticas inclusivas ocorridas nos últimos anos refletem um debate recorrente
dessa população na busca de efetivação de direitos, entretanto entendemos
que um dos maiores desafios decorrentes para o desempenho profissional da
Pessoa com Deficiência caracteriza-se pela falta de informação e atitudes
preconceituosas, subestimando suas capacidades. Os processos de exclusão
da Pessoa com deficiência impostos pela sociedade estão relacionados
também ao ambiente e condições socioculturais, sendo assim outro desafio
para inserção no mercado de trabalho é a acessibilidade.
De acordo Romeu Kazumi Sassaki. Graduado em Serviço Social e
especializado em aconselhamento de reabilitação. Em mais de 50 anos de
experiência escritor, é pioneiro na luta pela inclusão da Pessoa com
Deficiência, analisa o desenho universal para deficientes físicos e também as
leis de integração inclusivas. Em seu livro “Inclusão Construindo uma
sociedade para todos” Sassak (1997), inicia seu texto afirmando que em um
futuro breve todas as pessoas acreditaram no programa da inclusão social
como caminho ideal para construção de uma sociedade para todos.
A acessibilidade é o processo pelo qual a Pessoa com deficiência tem
barreiras eliminadas e garantia de sua autonomia, sendo considerado um dos
direitos fundamentais para esses indivíduos, sem ela esse grupo não possui
condições de acesso aos demais direitos, como ao trabalho objeto de nosso
estudo, visto que com falta parcial ou inexistência de acessibilidade em
transportes públicos não será permitido chegar ao seu local de trabalho,
trazendo prejuízos na interação socioeconômica e igualdade de condições e
oportunidades com as demais pessoas.
Para um eficiente combate a discriminação e garantia da igualdade de
direito, preceito fundamental de nossa Constituição de 1988, é necessário
oportunizar o acesso à educação a esses cidadãos. No cenário atual nosso
país evoluiu em termos de Educação Inclusiva, no entanto os desafios e
obstáculos a serem superados para atender as demandas das Pessoas com
Deficiência ainda é grande.
A ONU afirmou que as pessoas com deficiência têm menor
probabilidade de frequentar a escola e concluir a Educação
Fundamental e maior probabilidade de serem analfabetas do que
pessoas sem deficiências: 54% das pessoas com deficiência são
alfabetizadas comparativamente a 77% das pessoas sem deficiência.
Estima-se que, em média, uma em cada três crianças com deficiência
no mundo, com idade para a Educação Fundamental, está fora da
escola, enquanto esse percentual é de uma em sete para crianças
sem deficiência.
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre
escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas.
Capacitar e qualificar profissionalmente um individuo é proporcionar o
desenvolvimento de habilidades e competências para o exercício do trabalho
profissional, promovendo ações criando condições e possibilidades de
autodesenvolvimento para exercer atividades compatíveis com sua formação.
Na realidade do mercado de trabalho na atualidade, exige profissionais com
suas habilidades e competência bem desenvolvidas, facilitando a
empregabilidade com benefícios para a empresa e para o trabalhador.
No âmbito legal, o Decreto de Lei n° 3.298/99 prevê que a habilitação
profissional é proporcionada por meio da formação que deve ser
oferecida nos níveis básicos, técnicos e tecnológicos, nas escolas
regulares, em instituições especializadas e nas empresas. Segundo o
referido Decreto, devem ser observadas as particularidades da
pessoa com deficiência e providos os meios para o seu aprendizado,
por intermédio dos recursos humanos, físicos e instrucionais.
Também houve a instituição do Plano Nacional de Formação
Profissional (PLANFOR) que estabeleceu a organização dos meios
de formação, para proporcionar condições de uma profissionalização
apropriada, além de entender como necessário o andamento dessa
formação em sintonia com as evoluções sociais e econômicas.
(BRASIL,1999)
Um ambiente de trabalho inclusivo implica tratar os colaboradores de
forma igualitária, com a mesma consideração, onde todos têm direitos e
deveres. Dessa forma a presença da pessoa com deficiência contribui na
criação de novos valores e conceitos, combatendo preconceitos e
reconhecendo a igualdade, inspirando os outros colaboradores, humanizando a
instituição e elevando a qualidade de vida, consequentemente a sua
performance dentro da empresa.
De acordo com a presente pesquisa o Serviço Social realiza seu
trabalho na questão social e suas competências previstas em leis.
Objetivando realizar reflexões e questionamentos, sobre a temática dos
desafios da inclusão da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho, e
estabelecer o papel do Assistente Social nesse processo. Abordamos o
contexto histórico e social com dados inerentes ao tema, conceituando
deficiência e tipos de deficiência, a relevância do assunto, nos proporcionaram
questionamentos sobre o papel da sociedade e de políticas públicas para o
enfrentamento da problemática que envolve a questão da inclusão, que é
oportunidades iguais. Enfatizamos a necessidade de qualificação em
consonância com o mercado de trabalho, para o atendimento das demandas
das atividades laborativas, com objetivo de identificar habilidades e
potencialidades para o desenvolvimento da PCD e uma efetiva colocação no
mercado, tendo em vista o caráter inclusivo, observando-os como sujeitos
produtivos.
Para realização da presente pesquisa foi compilado pesquisas
bibliográficas envolvendo algumas fontes, como livros, artigos de periódicos
acadêmicos e legislação. Foi realizado levantamento bibliográfico de fontes
relevantes sobre a inclusão da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho
e a contribuição do serviço social para essa problemática
No contexto histórico da Pessoa com Deficiência, que vai desde a
antiguidade até os dias atuais, percebemos que a questão da deficiência não é
um assunto apenas da atualidade, mais de uma história permeada em
preconceitos, discriminações e misticismos perpetuando uma cultura de
exclusão social.
A evolução humana permitiu que algumas concepções fossem
superadas, mas ainda vigora o preconceito e a desvalorização da Pessoa com
Deficiência, permanecendo o pressuposto da incapacidade laborativa desses
indivíduos, estabelecendo assim práticas assistencialistas para o seu sustento.
Diante da pesquisa realizada sobre Inclusão da Pessoa com Deficiência
no mercado de trabalho averiguamos que a temática não deve ficar
despercebidas de governo e sociedade, visto que a deficiência pode ser
apresentada de forma física, auditiva, mental e múltipla.
A Inclusão da PCD no mercado de trabalho não deve ser resolvida,
apenas na perspectiva do cumprimento da lei de cotas entre outras do
ordenamento jurídico. Estado e sociedade necessitam proverem a Pessoa com
Deficiência de acordo com suas condições pessoais, oportunidades iguais das
pessoas que não tem deficiência.
Reflexões sobre a construção de uma sociedade inclusiva necessitam
de elaboração e realização de políticas públicas, não somente em face da
Pessoa com Deficiência, mas para a sociedade como um todo, pois pressupõe
o respeito e a valorização das diferenças, e acima de tudo que todos são
cidadãos e tem direito a dignidade; portanto percebemos a importância sobre a
elaboração e implementação de políticas públicas que viabilizem soluções
específicas para as necessidades da sociedade.
Os dispositivos normativos pesquisados demostram que a lei de cotas
implantada no Brasil está em concordância com a Constituição e em sintonia
com as leis internacionais. Embora o numerário de leis seja vasto e com
fiscalização, as mudanças são lentas e dependem de transformações culturais
e atitudinais, perpetuados ao longo da história, relacionados de forma
contundente as condições sócios culturais. É necessário que as empresas
percebam que a contratação da Pessoa com Deficiência vai além da obrigação
legal.
O estado deve se responsabilizar pela politica social adotada, e gerir
recursos de forma a viabilizar a efetivação das leis, de forma a assegurar os
direitos fundamentais, como o direito a igualdade, a habilitação profissional, a
reabilitação, a saúde e a não discriminação, para que a pessoa com deficiência
possa ter independência e autonomia na escolha e desenvolvimento de sua
atividade profissional e alcançar a cidadania.
Tendo em vista o panorama apresentado, entendemos que a inclusão da
Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho, vai além do valor capital, mas
da promoção da dignidade humana, da reintegração e da possibilidade dessa
população ser atuante na sociedade.
A evolução profissional colabora de forma efetiva na construção da
nossa identidade, facilita a interação social.
Este trabalho não produz considerações conclusivas, em razão de o
assunto PCD ser complexo. Considerando que nos foi permitido ampliar a
compreensão acadêmica e profissional sobre o assunto, com o propósito de
promover debates e reflexões para a problemática com a intenção de auxiliar
na conscientização da sociedade como um todo. A fim de possibilitar
profissionalização da Pessoa com Deficiência e promover com o estudo,
atualização e reavaliação sobre as referências e concepções que
fundamentam os conceitos sobre as Pessoas com Deficiência, bem como
ampliar informações e esclarecimento, no sentido de modificar atitudes que
geram exclusão. Evidencia-se a importância dos empresários de oportunizar
trabalho as PCDs, pelo fato dessa população possuir capacidade de contribuir
no crescimento das empresas. Ressaltamos sobre a necessidade de novos
estudos como objetivo de ampliar a análise aqui realizada.
REFERÊNCIAS
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
1988. Presidência da República, 1988. Disponivel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>.
Acesso em: 30 ago 2019.