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AO JUÍZO DA 80ª VARA DO TRABALHO DA

COMARCA DE CUIABÁ – ESTADO DE MATO GROSSO

Processo: 1000/2018.

TECELAGEM FIO DE OURO S.A, pessoa jurídica de direito público, inscrita


no CNPJ sob o nº, sediada no endereço completo com CEP, vem a presente
deste juízo, por seus advogados que assinam a presente, com fulcro nos
artigos 336 e seguidos do CPC, por força do artigo 769 da CLT, combinado
com o artigo 847 da CLT, apresentar sua

CONTESTAÇÃO

As alegações formuladas por JOANA DA SILVA, já devidamente qualificada


nos autos da reclamação trabalhista, pelos fatos e direito a seguir expostos.

1. Preliminarmente.

1.1. Inépcia da inicial – Ausência de causa de pedir – Adicional de


periculosidade.

Na petição inicial, a reclamante postula pedido de adicional de periculosidade,


sem, contudo, articular os fundamentos de fato e de direito que amparam sua
pretensão. Resta, pois, ausente a causa de pedir.

INÉPCIA DA INICIAL. AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR.

Nos termos do art. 840, § 1º, da CLT, um dos requisitos da petição inicial é


uma breve exposição dos fatos de que resulte o litígio, sendo vedada a
formulação de pedido desprovido de causa de pedir. Nesse caso, a inicial
será declarada inepta, consoante o disposto no art. 330, § 1º, inc. I, do CPC,
aplicável por força do art. 769 da CLT.

Logo, requer a extinção do processo sem resolução do mérito quanto a este


pedido, com fundamento nos artigos, 485, inciso I, 337, inciso IV e art. 330, §
1º, inciso I, ambos do CPC.

2. Prejudicial de Mérito

2.1. Prescrição Quinquenal Parcial


A reclamante iniciou seu contrato no dia 10/05/2008 até a data de 29/09/2018,
entretanto a reclamação trabalhista foi ajuizada na data de 15/10/2018,
totalizando mais de 10 (dez) anos, ou seja, ultrapassando o período
prescricional de 5 (cinco) anos, isto é, ocorreu a prescrição quinquenal parcial
no dia 15/10/2013.

Ante o exposto, requer o acolhimento da prescrição quinquenal parcial, para


todos os pedidos anteriores a data de 15/10/2013, com base no
art. 7º, XXIX, CF, art. 11, CLT e Súmula 308, I, TST.

3. Do Mérito

3.1. Da Inexistência De Dano Moral / Doença Profissional.


Na petição inicial a reclamante alega ser vítima de doença profissional, além
do mais, juntou os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com
o diagnóstico de doença degenerativa.

A luz do artigo 20, § 1º, a, da Lei 8.213/91, está cristalino do que diz a


respeito das doenças degenerativas, essas doenças provenientes de lesões
nas células, não serão caracterizadas como doença de trabalho.
Desta forma, requer seja julgado improcedente o pedido de indenização por
dano moral, proveniente de doença profissional, com base no dispositivo
supracitado.

3.2. Da não integração do plano odontológico


Na peça exordial a reclamante requer a integração do plano odontológico
como salário utilidade, porém o benefício disponibilizado não está
caracterizado como possível prestação ou assistência que poderia ser
incluída no salário utilidade, conforme art. 458, caput, da CLT.

Entretanto esse pedido está vedado legalmente, pois o art. 458, § 2º, IV, e §
5º da CLT, não permite que o plano odontológico ou assistência odontológica
seja considerada salário do empregado.

Logo, requer seja julgado improcedente o pedido da Reclamante, com fulcro


no art. 458, § 2º, IV, e § 5º da CLT.

3.3. Do não cabimento do pagamento de cesta básica.


A reclamante requer o pagamento das cestas básicas referentes aos meses
de agosto e setembro de 2018, direito esse adquirido pela convenção
coletiva. Ademais juntou cópia da convenção coletiva que teve seu período de
vigência entre 1º de julho de 2016 a 1º de julho de 2018, embora não
houvesse nova convenção coletiva que preside o pagamento de cesta básica
aos colaboradores, sustenta o pedido com base em prorrogação automática
da convenção.

Pois bem, a reclamada cumpriu com o pagamento durante toda vigência da


convenção coletiva, há não continuação do pagamento do benefício aos
colaboradores está amplamente amparado por lei, o artigo 614, § 3º, CLT,
incluído pela reforma trabalhista com a Lei 13.467/2017, dispõe a proibição de
convenção ou acordo coletivo por mais de 2 (dois) anos, sendo vedada a
ultratividade.
Desta forma, requer seja julgado improcedente o pedido da Reclamante, com
base no artigo 614, § 3º, CLT, tendo em vista que a reclamada agiu conforme
a lei.

3.4. Do não cabimento de horas extras.


Relata a reclamante no pedido da inicial o direito ao pagamento de 2 (duas)
horas extras, provenientes de participação em cultos ecumênicos por 2 (duas)
vezes na semana, com duração de 1h (uma) hora cada.

Além do mais, juntou a circular da empresa que informava a todos os


empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que
ocorreria todos os dias ao fim do expediente.

Como demonstrado na circular a empresa não obrigava a participação da


funcionária, ficando a sua única e exclusiva escolha participar de tal evento
fora do horário de trabalho.

Pelo fato de a participação ser facultativa pela parte do empregado não se


caracteriza como tempo à disposição do empregador, nos termos do art. 4º, §
2º, I, CLT.

Deste modo, requer seja julgado improcedente o pedido da Reclamante, com


fulcro no artigo 4º, § 2º, I, CLT.

3.5. Da inexistência de coação.


A reclamante pugna pela anulação do pedido de demissão, pois alega ter sido
coagida pela Reclamada, caso não fizesse seria demitida por justa causa.

Entretanto conforme pedido de demissão escrito de próprio punho (anexo)


pela reclamante, e o documento com a quitação dos direitos da ruptura
considerando um pedido de demissão, não há o que se falar em coação.
Subsidiariamente, incumbe à trabalhadora comprovar que sofreu coação
moral, o que teria motivado seu pedido de demissão, sendo que ela não
comprovou qualquer fato neste sentido art. 818, I, CLT e art. 373, I, CPC.

Ante o exposto, requer seja julgado improcedente o pedido da Reclamante,


com fulcro no art. 818, I, CLT e art. 373, I, CPC.

3.6. Da inexistência de acúmulo de função.


A reclamante alega acúmulo de função, pois fora contratada para o cargo de
cozinheira, mas era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os
alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5
empregados do setor, sendo caracterizado como outra função, a de garçom.

Entretanto a suposta segunda função apresentada pela reclamante, é de


compatibilidade com o cargo profissional e sua condição pessoal, ou seja,
não havendo o que se falar em acúmulo de função.

O artigo 456, parágrafo único, da CLT, dispõe que a inexistência de cláusula


expressa ou falta de prova, será compreendido como serviço compatível com
a condição pessoal do empregado.

Desta forma, pugna pela pelo julgamento improcedente do pedido da


Reclamante, com base no art. O artigo 456, parágrafo único, da CLT.

4. Dos Pedidos
Assim, diante do exposto, vem mui respeitosamente perante à Vossa
Excelência, para requerer:

a) Acolhimento da preliminar de inépcia;

b) Pronúncia da prescrição;

c) Improcedência dos demais pedidos;


d) Honorários advocatícios sucumbenciais (art. 791-A, CLT).

DAS PROVAS

Requer ainda, a produção de todos os meios de prova, em especial


depoimento da reclamante, documental, pericial e testemunhal e a
improcedência total dos pedidos arguidos pela reclamante, a dedução, a
compensação pelas verbas já pagas, caso Vossa Excelência condene o réu em
algum pedido.

Nestes termos,

Pede deferimento

Local ..., Data ...

ADVOGADO…

OAB ...

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