Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE

MARINGÁ/ PR

Processo nº XXX

Bom Negócio LTDA, inscrita no Cadastro Nacional Pessoas Jurídicas sob o n.º xxx,
com sede na xxx, n.º xxx, bairro xxx, Maringá PR, por seu advogado, (procuração
anexa com endereço profissional), nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que
lhe move o Sr. Afonso Pena, já qualificado na exordial em curso perante esse
ínclito juízo, com fundamento nos artigos 847 da Consolidação Leis do Trabalho;
336 e subsequentes do Código de Processo Civil, aplicados subsidiariamente ao
processo trabalhista, vem apresentar CONTESTAÇÃO pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos.

SÍNTESE DO PROCESSO

A reclamante trabalhou no período de 16-11-2010 a 31-5-2018 para o reclamado.


Após sua dispensa sem justa causa, a mesma propôs reclamação trabalhista
(Processo n. 0032145-19.2018.5.09.0003), distribuída para esta vara em,
12-7-2018, alegando em síntese que; apesar de trabalhar em funções externas,
visitando clientes da empresa, cumpria jornada de 10h diárias, sem nunca ter
recebido horas extras; que a reclamada efetuava, mensalmente, desconto em seu
salário, pela adesão a plano de saúde em sistema de coparticipação, desconto com
o qual o empregado nunca concorda; que o valor do veículo fornecido pela empresa
para que Afonso efetuasse as visitas aos clientes nunca foi integrado a seu salário.
Dessa forma, baseado nestas alegações, a reclamante pleiteou em sua reclamação
trabalhista: a) 2 horas extras diárias, acrescidas do adicional constitucional de 50%;
b) devolução dos descontos indevidos, em decorrência do plano de saúde; c)
integração do valor do veículo ao salário; e d) pagamento de participação nos lucros
ou resultados.
Todavia, tais argumentos lançados na inicial, por serem infundados, não expressam
a realidade dos fatos, como ficará provado, motivo pelo qual os pedidos insertos na
presente reclamatória deverão ser julgados improcedentes.

PRELIMINARMENTE

I. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA

O reclamante pleiteou na inicial, o pagamento de participação nos lucros ou


resultados, sem fundamentar em que se apoia o pedido em comento. Deste modo
se configura a hipótese de inépcia da petição inicial, uma vez que trata de pedido
sem respectiva causa de pedir, conforme o art.330, I,§ 1º, I, do CPC.

Sendo assim, é justo o deferimento de inépcia da petição inicial, na forma do


art.337, IV, do CPC, extinguindo o pedido sem resolução de mérito, estabelecido no
art.485, I e IV, do CPC.

II. DAS PREJUDICIAIS

A prescrição trabalhista, conforme disposto no art. 7º, XXIX, da Constituição


Federal/88, art. 11 da CLT e ainda a Súmula 308 do TST, é bienal e quinquenal,
ocorre dois anos após o término do contrato de trabalho, incidindo sobre verbas
anteriores a cinco anos do ajuizamento da ação.

No caso em questão, o reclamante foi contratado em 16-11-2010 e ajuizou a ação


em 12-7-20 18, desta forma se mostram prescritas eventuais verbas devidas
anteriormente a 12-7-2013, e cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação.

Assim, requer a pronúncia da prescrição conforme fundamentação mencionada,


com resolução de mérito, art. 487, II, do CPC.
DO MÉRITO

A. Das horas extras:

O Reclamante, durante todo o seu contrato, trabalhou como vendedor externo da


Reclamada, conforme atesta a cópia de sua Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS), anexa. Nesta função, cumpria jornada o qual era incompatível com o
controle, nos termos anotados na própria carteira de trabalho.

Assim, o Reclamante enquadra-se na exceção ao controle de jornada prevista no


art. 62, I, da CLT, razão pela qual não lhe são devidas as horas extras pleiteadas
pelo mesmo. Desta forma então, requer a improcedência do referido pedido.

B. Dos descontos salariais:

No evento de sua contratação o reclamante assinou termo em que autorizava


descontos em seu salário para adquirir o plano de saúde, conforme documento
anexo aos autos.

Nesse sentido, na forma da Súmula 342 do TST, é possível efetuar descontos no


salário do empregado para concessão de benefícios, desde que autorizados
previamente e por escrito, como foi feito.

Portanto, é improcedente também o pedido de devolução dos descontos, uma vez


que estes foram expressamente autorizados pelo reclamante.

C. Da integração do veículo ao salário:

Conforme o Reclamante argumentou na petição inicial, o veículo fornecido pela


reclamada, assim sendo, insere-se na categoria de bens indispensáveis ao trabalho,
não tendo natureza salarial, conforme o estabelecido na Súmula 367, I, do TST.
Encontra-se novamente improcedente o pedido do autor.
III. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Não há que se falar em condenação da reclamada em honorários sucumbenciais. A


reclamada requer a condenação da reclamante aos honorários sucumbenciais no
importe mínimo de 5% e máximo de 15% sobre os pedidos julgados improcedentes,
nos termos do art. 791-A da CLT.

IV. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer:

a) o acolhimento da preliminar de inépcia, para declarar


extinto, sem resolução de mérito, o pedido de
participação nos lucros ou resultados, na forma do art.
485, IV, do CPC;

b) A pronúncia da prescrição em relação aos créditos


anteriores a 12-7-2013, com resolução do mérito, na
forma do art. 487, II, do CPC;

c) No mérito, a improcedência dos pedidos.Nos termos do


art. 791-A da CLT, requer a condenação do reclamante
ao pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência. Desde já, ante a proibição ao
enriquecimento sem causa, a reclamada requer a
dedução das parcelas já pagas sob a mesma rubrica.
Protesta pela produção de todos os meios de prova
admitidos.

d) Requer, que sejam julgados TOTALMENTE


IMPROCEDENTES os pedidos do Autor.
Por fim, requer sejam todas as intimações publicadas em
nome de NOME DO ADVOGADO XXX, devidamente inscrito na OAB/XXX nº
XXX.XXX, sob pena de nulidade.

Pede Deferimento.
DATA XXX
NOME DO ADVOGADO XXX
OAB/XXX nº XXX.XXX

Você também pode gostar