Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO/DOUTO JUÍZO DO TRABALHO DA 50º

VARA DO TRABALHO DE JOÃO PESSOA/PB

PROCESSO Nº xxxxx

FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA, já qualificada nos autos, vem por meio de seu
advogado abaixo assinado, com procuração em anexo e endereço profissional onde
recebe notificação ou intimação apresentar CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO, com
fulcro no art. 847 da CLT, art. 847 parágrafo único da CLT, art. 343 do CPC, em face da
reclamatória trabalhista movida por Estela, também já qualificada nos autos e o faz
nas razões seguintes.

1. DAS PRELIMINARES
1.1 INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA MATERIA CRIMINAL

A reclamante pleiteia a aplicação da penalidade criminal cominada com o art.


49 da CLT contra os sócios da ré.
Tal pleito não merece prosperar, pois a justiça do trabalho é absolutamente
incapaz para apreciar e julgar matéria criminal, conforme art. 337, II do CPC, aet. 114,
CF/88, art. 114, IX da CF/88, art. 114, I da CF/88, ADIN 3684-0.
Isto posto, requer que seja acatada a preliminar de incompetência absoluta em
razão de matéria criminal, extinguindo o processo sem resolução do mérito, conforme
art. 485, I e IV, CPC ou caso Vossa Excelência assim não entenda, que remeta o
processo para o juízo competente.

1.2 DA INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL ER RELAÇÃO AO PLEITO DE PLANO DE SAÚDE

A reclamante alega que foi impelida a aderir ao desconto do plano de saúde,


tendo assinado na sua admissão um documento contra sua vontade.
Documento este referente à autorização a subtração mensal, mas não pleiteia a
devolução de valores.
Sabe-se que quando existe pedido sem causa de pedir, identifica-se o pedido
com inepto, estando presente a inépcia da inicial, conforme art. 330, I do CPC, do art.
330 § 1º, I do CPC, art. 337, IV do CPC.
Dessa forma, requer que seja acatada a preliminar de inépcia da inicial referente
a este tópico, extinguindo o processo sem resolução do mérito, conforme art. 485, I e
IV do CPC.
2. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
2.1 DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

A reclamante foi admitida em 25.10.2012, despedida em 29.12.2017 e ajuizou a


reclamação trabalhista em 27.02.2018.
Sabe-se que na justiça do trabalho estão prescritas todas as verbas trabalhistas
anteriores aos últimos cinco anos da data do ajuizamento da ação, conforme art. 7º
XXIX da CF/88 e art. 11 da CLT, Súmula 308, I do TST, estando assim prescritos todos os
créditos anteriores a 27.02.2013.
Dessa forma, requer que seja acatada a preliminar de inépcia da inicial referente
a este tópico, extinguindo o processo com resolução do mérito, conforme art. 487, II
do CPC.

3. DO MÉRITO
3.1 DO ADICIONAL DE PENOSIDADE

A reclamante pleiteia o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30%


sobre salário-base, por manusear constantemente hastes de flores cortantes,
enquanto realizava seu trabalho.
Tal pleito não deve prosperar, pois o adicional de penosiddae trata-se de norma
jurídica de eficácia limitada, apesar da previsão no artigo 7º, XXIII da CF/88 não existe
regulamentação legal. Logo não há respaldo para pretensão da reclamante.
Dessa forma, requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

3.2 DAS HORAS EXTRAS


A reclamante pleiteia o pagamento de horas extras com adição de 50%,
afirmando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta, das 10h às 20h, com
intervalo de 2 horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo,
totalizando 44h semanais.
Segundo o Art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os
empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias e o Art. 7º, XIII
da CF/88 dispõe que a duração do trabalho normal não será superior às 8h diárias e
44h semanais. Vale destacar que o Art. 71, § 2º da CLT alinha que os intervalos não
serão computados na duração do trabalho.

Sendo assim, a Reclamante não faz jus ao recebimento das horas extras pleiteadas,
pois não houve o descumprimento de 8h diárias e 44h semanais. Dessa forma, requer
que seja julgado improcedente o referido pleito.
3.3 DO PLANO DE SAÚDE
A reclamante pleiteia a devolução do desconto do plano de saúde, afirmando
que assinou na admissão, contra sua vontade, um documento autorizando a subtração
mensal.
Tal pleito não merece prosperar, pois é válida a autorização expressa referente
ao desconto do plano de saúde, conforme OJ 160 da SDI-1 do TST, Súmula 342 do TST,
não ferindo o 462 da CLT, sendo inválida a presunção de vicio de consentimento.
Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da legalidade,
sem padecer de qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é válida a
autorização de desconto feita no momento da admissão, cabendo a Reclamante o
ônus de provar demonstrando qualquer ilegalidade nesse sentido, não devendo
prosperar a sua alegação.

Dessa forma, requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

4. DA RECONVENÇÃO
4.1 DO DANO MATERIAL
A Reclamante ao ser cientificada do aviso prévio teve uma reação violenta,
gritando e dizendo-se injustiçada, além de arremessar contra o prédio da empresa
uma pedra e quebrando a vidraça, causando um dano à reclamada no valor de R$
300,00 (trezentos reais), conforme nota fiscal anexada aos autos.
Sabe-se que a reclamante causou danos à reclamada, cometendo um claro ato
ilícito, gerando responsabilidade civil e o dever de indenizar o empregador conforme
artigos 186, 187 e 927 do CC, art. 5º, V e X da CF/88, art. 223, A, B e C da CLT, o que
vem a requere por intermédio da reconvenção conforme art. 343 do CPC.
Dessa forma requer que seja julgado procedente o pleito da reconvenção,
devendo a empregada a ser condenada ao pagamento a titulo indenização por dano
material, no valor de R$ 300,00.

4.2 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Conforme disciplinado no Art. 791-A, da CLT, ao advogado serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o
valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

O teor do § 5º, do Art. 791-A da CLT, são devidos honorários de sucumbência na


reconvenção. Desse modo, requer honorários de sucumbência na ação principal e na
reconvenção, nos termos supra.
5. DOS REQUERIMENTOS FINAIS
O recebimento das razões da reconvenção com seu devido processamento, de acordo
com o Art. 343, do CPC/15, e a procedência da reconvenção para receber o valor de R$
300,00, relativo ao vidro quebrado pela Autora, nos termos do Art. 186 e Art. 927,
ambos do CC/02;

a) A intimação da Reclamante para apresentar resposta, nos termos do Art. 341, § 1º,
do CPC/15;

b) Honorários de sucumbência na ação principal e na reconvenção, nos termos do Art.


791-A, § 5º da CLT;

c) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos, em


especial, a testemunhal, documental e depoimento da reclamada, e o que mais for
necessário à elucidação dos fatos;

Dá-se à causa, na Reconvenção, o valor de R$ 300,00 (trezentos reais).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Você também pode gostar