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AO JUÍZO DA 99° VARA DO TRABALHO DE MACEIO -AL

Processo n°: 0001234-56.2021.5.19.0099.

ALVORADA LTDA, já qualificado nos autos em epígrafe vem,


respeitosamente, perante esse Juízo, por intermédio de seu advogado infra-
assinado, com endereço profissional, onde recebe intimações (procuração
anexa), com fulcro no artigo 847 da CLT, oferecer

CONTESTAÇÃO C/ RECONVENÇÃO

à Reclamatória Trabalhista que lhe move CARLA ANTUNES, já


qualificado nos autos do processo em epígrafe, pelas razões de fato e de
direito que passa a expor.

I – BREVE RESUMO DA DEMANDA


A reclamante foi contratada para trabalhar na empresa da reclamada
como diretora comercial, tendo trabalhado na empresa de 25/03/2015 a
28/12/2020 e ganhava o valor de R$ 5.800,00 (cinco mil e oitocentos
reais).Após pedir demissão entrou com uma reclamação trabalhista
requerendo o pagamento de horas extras, usando a alegação que cumpria
extensa jornada de trabalho e aos sábados não tirava intervalo, e sempre
estava com o telefone ligado a disposição da empresa. Na reclamação
trabalhista requereu que se fosse devolvido os R$150,00 que era descontado
por causa do convenio medico, que por mais tenha assinado a permissão do
desconto, não achava certo.
Desse modo foi detectado que a reclamada desviou da empresa para
sua conta bancaria pessoal o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais),
enquanto estava cumprido o seu aviso prévio.

II - PRELIMINAR DE MÉRITO
A reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no
Art. 49 da CLT contra os sócios da ré. Informa que foi obrigada a assinar um
documento autorizando a subtração mensal, contra a sua vontade, para aderir
ao desconto para plano de saúde.
Ocorre que, nos termos do Art. 114, IX, da CF/88, compete à Justiça do
Trabalho processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
não abrangendo penalidade criminal, sendo esta incompetente para tal.
Ademais, segundo o Art. 337, II, do CPC/15, cabe ao réu, antes de discutir o
mérito alegar a incompetência absoluta e relativa.

III – PREJUDICIAL DE MÉRITO


A reclamante trabalhou de 25/03/2015 à 28/12/2020 na reclamada e
ajuizou a reclamação trabalhista em 20/05/2021.
Preceitua o Art. 7º, XXIX, da CF/88 e Art. 11, da CLT que a pretensão
quanto a créditos trabalhistas prescreve em cinco anos após a extinção do
contrato de trabalho e a Súmula 308, I, do TST dispõe que respeitado o biênio
subsequente à cessação contratual, a prescrição quinquenal conta-se da data
do ajuizamento da reclamação trabalhista.

IV - MÉRITO
DO PLANO DE SAÚDE
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o
plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um
documento autorizando a subtração mensal.
Ocorre que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento
autorizando o desconto de plano de saúde (documento anexo).
Sustenta a Orientação Jurisprudencial 160 da SBDI-1 que é inválida a
presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregado
anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da
admissão. Vale ressaltar que é de se exigir demonstração concreta do vício
de vontade.
Contudo, a Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos
salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito
do empregado, para ser integrado em planos de assistência médico-
hospitalar, o que não afronta o disposto no Art. 462 da CLT, salvo se ficar
demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato
jurídico, não sendo este o caso.
Ademais, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem
que o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de
seu direito.
Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da
legalidade, sem qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é
válida a autorização de desconto feita no momento da admissão, cabendo a
Reclamante o ônus de provar qualquer ilegalidade nesse sentido, não
devendo prosperar a sua alegação.
DAS HORAS EXTRAS
A Reclamante alega que faz jus ao recebimento de horas extras com
adição de 50%, em razão da jornada de trabalho, laborava de segunda a
sexta-feira, das 10h às 20h, com intervalo de 2 horas para refeição, e aos
sábados, das 16h às 20h, sem intervalo, totalizando 44h semanais.
O Art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os
empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias e o
Art. 7º, XIII da CF/88 assenta que a duração do trabalho normal não será
superior às 8h diárias e 44h semanais. Vale destacar que o Art. 71, §
2º da CLT alinha que os intervalos não serão computados na duração do
trabalho.
Sendo assim, a Reclamante não faz jus ao recebimento das horas
extras pleiteadas, pois o módulo constitucional de 8h diárias e 44h semanais
não foi ultrapassado.

IV – DA RECONVENÇÃO – DOS DANOS CAUSADOS


A reclamada aduz que quando informou a reclamante da demissão, ela
dolosamente causou dano para o empregador, consistente no desvio do valor
de R$ 5.800,00 (cinco mil e oitocentos reais).
Assim, em razão do prejuízo causando, propõe a presente reconvenção,
nos termos do art. 343 do CPC, requerendo a condenação da reclamante ao
pagamento R$ 5.800,00 (cinco mil e oitocentos reais) para a reclamada, já que
quem causa dano fica obrigado a reparar, nos termos dos arts. 186 e 927 do
CC e art. 462, §1o da CLT.

V- DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA


A reclamante deve ser condenada ao pagamento de honorários de
sucumbência na reconvenção, nos termos do §5o do art. 791-A da CLT.

VI - DOS PEDIDOS DA CONTESTAÇÃO


Diante do exposto, requer:
a) Seja acolhida a preliminar, extinguindo-se o feito sem resolução de mérito;
b) Seja acolhida a prejudicial de mérito quienal
c) No mérito, sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos da
reclamante, pelas razões apresentadas;
d) A condenação da reclamante ao pagamento de honorários de sucumbência;
e) produção de todas as provas em direito admitidas.

VI - DOS PEDIDOS DA RECONVENÇÃO


Diante do exposto requer:
A) a procedência da reconvenção, para que a reclamante seja condenada ao
pagamento de R$ 5.800,00 (cinco mil e oitocentos reais) para a reclamada;
B) a intimação da reclamante para responder aos termos da reconvenção,
querendo;
C) a condenação da reclamante, ora reconvinda, ao pagamento de honorários
de sucumbência;
D) a produção de todas as provas em direito admitidas.

Atribui-se o valor da causa da reconvenção: R$ 5.800,00 (cinco mil e oitocentos


reais).

Nestes termos, pede deferimento.

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