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CONTESTAÇÃO C/ RECONVENÇÃO
II - PRELIMINAR DE MÉRITO
A reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no
Art. 49 da CLT contra os sócios da ré. Informa que foi obrigada a assinar um
documento autorizando a subtração mensal, contra a sua vontade, para aderir
ao desconto para plano de saúde.
Ocorre que, nos termos do Art. 114, IX, da CF/88, compete à Justiça do
Trabalho processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
não abrangendo penalidade criminal, sendo esta incompetente para tal.
Ademais, segundo o Art. 337, II, do CPC/15, cabe ao réu, antes de discutir o
mérito alegar a incompetência absoluta e relativa.
IV - MÉRITO
DO PLANO DE SAÚDE
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o
plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um
documento autorizando a subtração mensal.
Ocorre que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento
autorizando o desconto de plano de saúde (documento anexo).
Sustenta a Orientação Jurisprudencial 160 da SBDI-1 que é inválida a
presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregado
anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da
admissão. Vale ressaltar que é de se exigir demonstração concreta do vício
de vontade.
Contudo, a Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos
salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito
do empregado, para ser integrado em planos de assistência médico-
hospitalar, o que não afronta o disposto no Art. 462 da CLT, salvo se ficar
demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato
jurídico, não sendo este o caso.
Ademais, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem
que o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de
seu direito.
Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da
legalidade, sem qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é
válida a autorização de desconto feita no momento da admissão, cabendo a
Reclamante o ônus de provar qualquer ilegalidade nesse sentido, não
devendo prosperar a sua alegação.
DAS HORAS EXTRAS
A Reclamante alega que faz jus ao recebimento de horas extras com
adição de 50%, em razão da jornada de trabalho, laborava de segunda a
sexta-feira, das 10h às 20h, com intervalo de 2 horas para refeição, e aos
sábados, das 16h às 20h, sem intervalo, totalizando 44h semanais.
O Art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os
empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias e o
Art. 7º, XIII da CF/88 assenta que a duração do trabalho normal não será
superior às 8h diárias e 44h semanais. Vale destacar que o Art. 71, §
2º da CLT alinha que os intervalos não serão computados na duração do
trabalho.
Sendo assim, a Reclamante não faz jus ao recebimento das horas
extras pleiteadas, pois o módulo constitucional de 8h diárias e 44h semanais
não foi ultrapassado.
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