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AO JUÍZO DA __ VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA – GOIÁS

MARIA JOSÉ PEREIRA DA SILVA, brasileira, casada, auxiliar de administração


escolar, CPF de nº 787.022.083-34, RG de nº: 8162571-SSP/GO, CTPS:
88310/0014, PIS: 164.1931.642.2, residente e domiciliada Rua JC-101, Qd. 06,
Ap. 203D, Res. Jardins do Cerrado VII, CEP: 74491-617, Goiânia/GO, e-mail:
mary.josepe78@gmail.com, vem por meio do Núcleo de Prática Jurídica da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com endereço profissional na Av. Fued
José Sebba, Nº 1.184, Qd. 16-A, Lt. 01, Jardim Goiás, Goiânia – GO, CEP 74.805-
100, onde recebe as comunicações processuais, vem, respeitosamente, à presença
deste Juízo, com fundamento no art. 840, §1º, da CLT, propor á presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de ESCOLA PIET MONDRAN EIRELI, inscrita no CNPJ sob n°


34.460.581/0001-66, com sede na Rua 71, nº 60, Ap. 103, Res. Serra Dourada,
Jardim Goiás, CEP: 74810-360, Goiânia/GO, pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas:

I- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A reforma trabalhista inovou ao prever o benefício da justiça gratuita


àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, previsto no §
3º do artigo 790 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), havendo, nesse caso,
presunção legal de hipossuficiência, sem necessidade de comprovação.
Art. 790. §3º é facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de
ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da
Previdência Social.
§4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

Assim, o teto dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro


Social (INSS) atualmente é de R$ 7.087,00. Sendo que 40% correspondem a R$
2.834,80.

A reclamante afirma, sob pena da lei, neste ato, e nos termos da


declaração de hipossuficiência em anexo, que não pode demandar sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família. Além de que o art. 5º, LXXIV, da Constituição da
República preceitua que "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos".

Desse modo, considerando que, atualmente, o Reclamante encontra-se


desempregado pugna pela gratuidade da justiça.

II-DOS FATOS

O reclamante teve o contrato de trabalho por prazo indeterminado, á data


correta da Admissão sendo 06/04/2022, e a data do Registro 06/04/2022, e a data
da dispensa 16/12/2022, e o último dia trabalhado 16/12/2022.
A dispensa foi sem justa causa, houve aviso prévio comunicado em
16/12/2022, não foi dado o aviso prévio informado desta forma deverá ser
indenizada, a função exercida auxiliar escolar, a última contraprestação foi de R$
1.321,00, sendo este pagamento por transferência bancária, acompanhava os
alunos em intervalos, prestava apoio aos professores e monitorava o pátio da
escola.
O horário de trabalho contratado de 2ª feira à 6ª feira, das 09h ás 12:00 e
das 13:00h ás 18:00, trabalhava no horário contratado, falta deposito do FGTS do
mês de novembro de 2022 mais a multa de 40%, não houve acerto rescisório, não
aplicou a diferença salarial do piso as categoria e seus reflexos, a aplicação da
multa do 477 da CLT e a baia na CTPS, desta forma requer que estes pedidos
sejam todos deferidos.
II-DO MÉRITO

DA BAIXA DA CTPS

A reclamada não efetuou a baixa na CTPS da reclamante, desta forma o


empregador deverá ser condenada a proceder imediatamente a baixa na Carteira
de Trabalho e Previdência Social, é comunicar o desligamento aos órgãos
competentes, tudo na forma do caput do artigo 477 da CLT:

Art. 477.  Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá


proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das
verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.

Conforme o entendimento jurisprudencial acerca do assunto:


EMENTA: AGRAVO EM RECURSO DE REVISTA.
ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467 /2017. MULTA DO ART. 477 , § 8º , DA CLT .
DIFERENÇAS
DE VERBAS RESCISÓRIAS RECONHECIDAS EM
JUÍZO. AUSÊNCIA DE TRANSCENDÊNCIA . O e. TRT
manteve a sentença de origem que indeferiu a
condenação da reclamada ao pagamento da multa do
art. 477 , § 8º , da CLT , registrando que a multa em
questão "não é devida quando as verbas
rescisórias são objeto de discussão fundada nos autos
e posteriormente reconhecidas em sentença". A decisão
regional, tal como proferida, encontra-se em
conformidade com a jurisprudência desta Corte, segundo
a qual a multa do art. 477 , § 8º , da CLT , incide quando
o pagamento das verbas trabalhistas for efetuado fora
do prazo legal, não sendo devida pelo mero
reconhecimento de diferenças em juízo, como na
hipótese. Precedentes. Incide a Súmula nº 333 do TST
como obstáculo à extraordinária intervenção deste
Tribunal Superior no feito. A existência de obstáculo
processual apto a inviabilizar o exame da matéria de
fundo veiculada, como no caso , acaba por evidenciar,
em última análise, a própria ausência de transcendência
do recurso de revista, em qualquer das suas
modalidades. Precedentes. Agravo provido para,
reformando a decisão agravada, não conhecer do
recurso de revista da reclamante quanto ao tema
"Multa do art. 477 , § 8º , da CLT ". Agravo provido.

DO RECOLHIMENTO PREVIDENCIÁRIO INSS

O extrato fornecido pela Caixa Econômica Federal, que é vinculada a


conta da reclamante, constatou que o FGTS não foi depositado sob o mês de
novembro de 2022, conforme prevê a Lei n° 8.212/91 previsto no artigo 10°, trata
sobre o assunto:

Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras


importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas:
(Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93).

O recolhimento do FGTS é obrigatório na rescisão contratual sem justa


causa, conforme determina o artigo 15, caput, da Lei n.º 8.036/90.

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas
na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal a que se refere a Lei no 4.090, de 13 de julho de 1962,
com as modificações da Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965.

A Reclamante pleiteia a condenação da Reclamada, para que proceda o


recolhimento do FGTS, bem como proceda as informações nos órgãos competentes,
previstos no artigo 477 da CLT, com o fornecimento das guias necessárias para o
saque, sob pena de indenização substitutiva, cujos valores devidos encontram-se
abaixo calculados no valor de R$ 127, 15 (cento e vinte sete reais e quinze
centavos).

DO FGTS E MULTA DE 40%

Conforme o extrato anexado fornecido pela Caixa Econômica Federal,


que é vinculada a conta da reclamante, constatou que o FGTS não foi depositado,
devendo haver o recolhimento do FGTS é obrigatório na rescisão contratual sem
justa causa, conforme determina o artigo 15, caput, e 18 da Lei n.º 8.036/90.

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas
na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal a que se refere a Lei no 4.090, de 13 de julho de 1962,
com as modificações da Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965.

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do


empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do
trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês
da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais. (Redação dada pela Lei nº
9.491, de 1997).

A Reclamante pleiteia a condenação da Reclamada, para que proceda ao


recolhimento do FGTS, bem como proceda as informações nos órgãos competentes,
previstos no artigo 477 da CLT, com o fornecimento das guias necessárias para o
saque, sob pena de indenização substitutiva, desta forma requer que a Reclamada
condenada ao recolhimento do FGTS mais a multa 40%, é a soma do montante é
de R$ 1.331,57 ( mil e trinta e um reais e cinquenta e sete centavos).

DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO PROPORCIONAL

Como previsto na Lei 4.090/62 e a Lei 4.749/65,  dispõe em seu Art. 1º e


§ 1° :
No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo
empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração
a que fizer jus.

§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em


dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.

Desta forma pelo período de R$ 990,75 ( novecentos e noventa reais e

setenta e cinco centavos) requer o recebimento.

DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS

Conforme a fundamentação descrita, sobre o recebimento de férias


vencidas, tem o direito de acordo com a legislação acostada:

Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua


causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro,
conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha
adquirido. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977.

Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze)


meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa
causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias,
de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de
serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
1.535, de 13.4.1977).
Súmula 328 TST, dispõe o pagamento das férias, integrais ou proporcionais,
gozadas ou não, na vigência da CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço
previsto no respectivo art. 7º, XVII.

Requer o recebimento pelo período de R$ 880,67 (oitocentos e oitenta

reais e sessenta e sete centavos) requer o recebimento.

1/3 SOB FÉRIAS PROPORCIONAL

De acordo com a fundamentação descrita, sobre o recebimento de férias


vencidas, tem o direito de acordo com a legislação acostada:

Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua


causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro,
conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha
adquirido. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977.

Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze)


meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa
causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias,
de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de
serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período


de férias, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
1.535, de 13.4.1977).
Súmula 328 TST, dispõe o pagamento das férias, integrais ou proporcionais,
gozadas ou não, na vigência da CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço
previsto no respectivo art. 7º, XVII.

Requer o recebimento com relação às 1/3 férias no valor de R$ 293, 56

( duzentos e noventa e três reais e cinquenta e seis centavos) requer o

recebimento.

SALDO DE SALÁRIO

O reclamante foi dispensada sem justa causa em 16/12/2022, sem


receber nenhuma verba a que faz jus o valor de R$ 704,53 (setecentos e quatro
reais e cinquenta e três centavos).

DA MULTA DO ARTIGOS 477 CLT


De acordo com a previsão dos artigos 477 da CTL, preveem as multas,
considerando que o Reclamante não recebeu no prazo legal as verbas a que faz jus,
resta configurada a multa do art. 477 § 6° e 8° da CLT.

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá


proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das
verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à


multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a
favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente
corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente,
o trabalhador der causa à mora. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
.
Requer o recebimento referente a esta multa no valor R$ 1.321,00 ( mil e
trezentos e vinte um reais) requer o recebimento.

IV- HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Em conformidade com o artigo 791-A da CLT, os honorários


sucumbenciais são devidos ao advogado ainda que atue em causa própria, no
importe de no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento)
sobre o valor sobre o valor atualizado da causa.

Conforme o exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento


dos honorários advocatícios sucumbenciais no valor de R$ 809,24 ( oitocentos e
nove reais e vinte quatro centavos) reais nos moldes do dispositivo citado.

V- DOS CÁLCULOS

Conforme os cálculos abaixo requer que sejam julgados totalmente


procedentes os pedidos formulados na exordial:

Dispensa Sem Justa Causa


Admissão 06/04/2022
Dispensa e Últ. Dia Trab. 16/12/2022
Aviso Prévio 16/12/2022
Última Contraprestação R$ 1.321,00
Saldo de Salário R$ 704,53
INSS -R$ 52,84
13° Prop. R$ 990,75
INSS -R$ 74,31
Férias Proporcionais R$ 880,67
1/3 sobre Férias Prop. R$ 293,56
FGTS R$ 951,12
40% s. FGTS R$ 380,45
Multa do Art. 477, CLT R$ 1.321,00
Total da Rescisão R$ 5.394,93
Honor. ADV. (15%) R$ 809,24
TOTAL DA CAUSA R$ 6.204,17

VI- DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer:

a) sejam concedidos os benefícios da gratuidade da justiça, conforme


prevê o art. 790, § 3º da CLT;
b) seja anotada na CTPS a data de admissão e baixa contratual,
conforme prevê o art. 29 da CLT;
c) seja aplicada a multa prevista no art. 477 da CLT, onde couber;
d) seja a reclamada compelida a comprovar nos autos os recolhimentos
devidos ao Regime Geral da Previdência Social – INSS;
e) seja aplicada a multa dos 40% sob o FGTS.
f) seja recebido os valores referentes ao 13º proporcional.
g) seja recebido as férias proporcionais, de acordo com cálculo referente.
h) seja recebido o valor sob 1/3 sob as férias.
i) seja recebido o saldo salário de acordo com valor acostado.
j) seja a Reclamada notificada para apresentar resposta a esta
reclamação trabalhista, sob pena de revelia, conforme prevê o art. 844 da CLT;
k) sejam enviados ofícios ao INSS e CEF, para adotarem as medidas
cabíveis à espécie, bem como ao MP para fins da Lei n. 9.983/00;
l) seja a Reclamada condenada, ainda, ao pagamento dos honorários de
sucumbência, fixando-os em 15% (quinze por cento), totalizando no presente caso,
conforme prevê artigo 791-A, CLT;
m) seja a Reclamada condenada ao pagamento das custas judiciais em
conformidade com o artigo 789 da CLT;
n) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, em
especial a oitiva de testemunhas, prova pericial, juntada de novos documentos e o
depoimento pessoal do representante legal da reclamada sob pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ 6.204,17 ( seis mil e duzentos e quatro reais


e dezessete centavos).

Nestes Termos,
Pede-se e aguarda deferimento.

Goiânia, 19 de Abril de 2023.

LUCAS DE OLIVEIRA BARROS


OAB/GO
XXXXX

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