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DECISÃO
Vistos.
Trata-se de Recurso Especial interposto pelo BANCO DO BRASIL contra
acórdão prolatado, por unanimidade, pela 2ª Turma do Distrito Federal e dos Territórios
no julgamento de apelação, assim ementado (fls. 651/652e):
Edição nº 0 - Brasília,
Documento eletrônico VDA25763845 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): REGINA HELENA COSTA Assinado em: 12/06/2020 20:42:11
Publicação no DJe/STJ nº 2929 de 16/06/2020. Código de Controle do Documento: d98f6518-0e2b-411c-8b61-6bcc221a868b
dignidade do recorrente, a ponto de diminuir-lhe a noção de pessoa, razão
pela qual, afastando-se, pois, a pretensão de indenização por possíveis
danos morais.
6. Tendo sido invertida a sucumbência, os ônus que lhes são
correspondentes devem ser transferidos ao requerido. Constata-se,
entretanto, que o caso particular atrai a incidência do artigo 85, § 8º, do
Código de Processo Civil, pois os honorários foram inicialmente fixados
em descompasso com os critérios previstos no §2º do referido dispositivo.
7. Recurso conhecido e parcialmente provido
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presentes na conta PASEP de titularidade do autor, mas sim a própria
quantia sobre o qual devem incidir tais acréscimos. Assim, conquanto
firmada pelo Superior Tribunal de Justiça aplicação do prazo prescricional
de cinco anos, previsto no Decreto-Lei n.º 20.910/1932, a atenta leitura do
mencionado entendimento revela que a situação fática ora examinada não
reflete a hipótese debatida naquele julgado (REsp n.º 1.205.277). Eis o
enunciado da aludida tese: “É de cinco anos o prazo prescricional da ação
promovida contra a União Federal por titulares de contas vinculadas ao
PIS/PASEP visando à cobrança de diferenças de correção monetária
incidente sobre o, nos termos do art. 1º do Decreto-Lei 20.910/32.”saldo
das referidas contas Também representa circunstância relevante ao
afastamento do prazo previsto no Decreto-Lei n.º20.910/1932 o fato de a
presente demanda ter sido proposta em desfavor do Banco do Brasil S/A,
sociedade de economia mista, entidade de direito privado, que não se
equipara ao conceito de “Fazenda Pública”. Em casos similares, este
Tribunal já se manifestou pela adoção do prazo decenal – regra residual
inserta no artigo 205 do Código Civil, aplicável sempre que ausente
disposição legal específica estabelecendo prazo menor. A propósito:
(...)
Com efeito, embora exista debate jurisprudencial acerca do prazo
prescricional incidente em situações como a descrita nestes autos (há,
ainda, teses pela adoção do quinquênio previsto na legislação
consumerista e pelo prazo vintenário, ante a necessidade de observância
da regra de transição do artigo2.028 do Código Civil), a identificação do
termo inicial – no caso concreto – revela que a pretensão autoral não seria
fulminada por quaisquer dos prazos possíveis. Para a teoria denominada
actio nata, que orienta a interpretação do artigo 189 do diploma material
privado, a pretensão surge no momento em que verificada a ciência
inequívoca da violação ao direito subjetivo, em conteúdo e extensão. Ou
seja, são irrelevantes quaisquer atos anteriores – quando não era possível
atestar satisfatoriamente o malferimento – ou posteriores, restritos à
ratificação. No caso particular, a pretensão deduzida refere-se a uma
diferença de saldo somente conhecida quando obtido pelo demandante o
extrato completo de sua conta PASEP, em junho de 2019. Note-se que,
mesmo se adotada a data do saque (22/11/2017), não se observa o
decurso de qualquer dos prazos prescricionais possíveis, porquanto
ajuizada a presente demanda em 07/08/2019.
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DE LEI LOCAL. SÚMULA N. 280 DO STF. ACÓRDÃO A QUO QUE
CONCLUI, COM BASE NOS FATOS E PROVAS DOS AUTOS, PELA
IRREGULARIDADE DA EDIFICAÇÃO. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA N. 7 DO STJ. FUNDAMENTO AUTÔNOMO INATACADO.
SÚMULA N. 283 DO STF. ALEGADA VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL.
DISPOSITIVOS NÃO INDICADOS. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE.
SÚMULA N. 284 DO STF.
(...)
4. A argumentação do recurso especial não atacou o fundamento
autônomo e suficiente empregado pelo acórdão recorrido para decidir que
o Código de Edificações do Distrito Federal autoriza à Administração
Pública, no exercício regular do poder de polícia, determinar a demolição
de obra irregular, inserida em área pública e de preservação permanente.
Incide, no ponto, a Súmula 283/STF.
5. Revelam-se deficientes as razões do recurso especial quando o
recorrente limita-se a tecer alegações genéricas, sem, contudo, apontar
especificamente qual dispositivo de lei federal foi contrariado pelo Tribunal
a quo, fazendo incidir a Súmula 284 do STF.
6. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 438.526/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2014, DJe 08/08/2014);
Por sua vez, esta Corte possui orientação jurisprudencial, segundo a qual
o curso do prazo prescricional do direito de reparação inicia-se somente quando o
titular do direito subjetivo violado passa a conhecer o fato e a extensão de suas
consequências, conforme o princípio da actio nata.
Nessa linha:
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AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.FUNASA.
SERVIDOR QUE UTILIZAVA INSETICIDA EM CAMPANHAS DE
COMBATE A ENDEMIAS. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
PRESCRIÇÃO AFASTADA. RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM PARA
EXAME DO MÉRITO.
1. A jurisprudência deste Superior Tribunal assenta entendimento de que
no ordenamento jurídico pátrio, o termo inicial da prescrição surge com o
nascimento da pretensão (actio nata), assim considerada a data a partir
da qual a ação poderia ter sido ajuizada"(REsp 1.355.636/PE, Rel. o
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em
11/12/2012, DJe 17/12/2012).
2. Nessa linha de raciocínio, o julgado proferido no REsp 1.236.863/ES,
de relatoria do Ministro Herman Benjamin, DJe 27/02/2012, firmou
orientação segundo a qual, no caso da responsabilidade civil sanitário-
ambiental, "o dano somente se perfaz, em tese, com o surgimento e
identificação das lesões ou patologias alegadas. Antes disso, inexiste
pretensão indenizatória propriamente dita e, via de consequência,
descabe falar em prescrição, uma vez que a aplicação de inseticida ou
utilização de substância tóxica não caracteriza, quando vista
isoladamente, o evento danoso.
3. O fundamento exarado pelas instâncias originárias no sentido de que
suposta doença posterior à aposentadoria não altera o termo de
prescrição, pois os fatos que ensejariam a indenização já eram de
conhecimento do autor quando da prestação do serviço e decorreriam
dessa prestação conforme os próprios termos da inicial, contraria,
frontalmente, a jurisprudência do STJ, a qual considera, em situações
análogas, que a pretensão indenizatória surge apenas com a identificação
das lesões ou patologias.
4. Afastado o decreto prescricional, devem ser remetidos os autos à de
origem, a fim de que proceda o exame do mérito.
5. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp 1192556/RS, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 15/05/2018, DJe 18/05/2018)
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III. Não há falar, na hipótese, em violação ao art. 535 do CPC/73,
porquanto a prestação jurisdicional foi dada na medida da pretensão
deduzida, de vez que os votos condutores do acórdão recorrido e do
acórdão proferido em sede de Embargos de Declaração apreciaram
fundamentadamente, de modo coerente e completo, as questões
necessárias à solução da controvérsia, dando-lhes, contudo, solução
jurídica diversa da pretendida.
IV. Na forma da jurisprudência do STJ, conforme o princípio da actio nata,
o curso do prazo prescricional do direito de reclamar inicia-se somente
quando o titular do direito violado passa a conhecer o fato e a extensão de
suas conseqüências. Nesse sentido: STJ, EDcl no REsp 1.443.365/SC,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe
de 16/05/2016; AgRg no AREsp 790.522/SP, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/02/2016.
V. O entendimento firmado pelo Tribunal a quo, em face das provas dos
autos - no sentido da não ocorrência da decadência para a impetração e
da prescrição do direito de ação -, não pode ser revisto, pelo Superior
Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Especial, sob pena de ofensa ao
comando inscrito na Súmula 7 desta Corte. Precedentes do STJ.
VI. Agravo interno improvido.
(AgInt no AREsp 1145012/GO, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe 22/03/2018)
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contrário à pretensão da parte recorrente.
2. O STJ possui firme o entendimento no sentido de que, com base na
teoria da actio nata, o início do prazo não se dá necessariamente no
momento em que ocorre a lesão ao direito, mas sim quando o titular do
direito subjetivo violado obtém plena ciência da lesão e de toda a sua
extensão. Precedentes.
3. O Tribunal de origem, amparado no acervo fático - probatório dos
autos, concluiu que: "Considerando que a parte autora tinha um crédito
definido, lastreado no trânsito em julgado do processo de conhecimento,
cujo critério de indenização fundado no VPA apurado no balanço
patrimonial anterior à data da subscrição foi mantido pelo STJ, o acordo
entabulado caracteriza verdadeira renúncia de direitos, o que, por
conseguinte, contrariou os interesses do mandante e extrapolou os
poderes ordinários de mera transigência que lhe foram conferidos....O
próprio requerido, ao prestar contas, omitiu valores,contrariando os mais
basilares princípios éticos da advocacia e a boa-fé contratual, e deu como
certa a quantia paga a título de honorários contratuais.". Nesse contexto,
verifico que o acolhimento da pretensão recursal exigiria a alteração das
premissas fático-probatórias estabelecidas pelo acórdão recorrido, com o
revolvimento das provas carreadas aos autos, atraindo o óbice da Súmula
7 do STJ.
4. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1239244/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 10/04/2018, DJe 19/04/2018)
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qual paira interpretação divergente configura deficiência de
fundamentação do recurso especial, atraindo a incidência da Súmula
284/STF.
2. Reconhecido pela Corte de origem que o fato ensejador da indenização
pleiteada ocorreu em 17/8/95, a alteração dessa conclusão, tal como
colocada a questão nas razões recursais, demandaria, necessariamente,
novo exame do acervo fático-probatório constante dos autos, providência
vedada em recurso especial, conforme o óbice previsto na Súmula 7/STJ.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no REsp 1368784/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 16/03/2017, DJe 27/03/2017)
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revelando-se vedada aquela quando esta não houver sido imposta.
Posto isso, com fundamento nos arts. 932, III, do Código de Processo
Civil de 2015 e 34, XVIII, a, e 255, I, ambos do RISTJ, NÃO CONHEÇO do Recurso
Especial.
Publique-se e intimem-se.
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