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Processo nº 0000367-09.2022.5.22.0101
Termos em que,
pede deferimento.
Cocal/PI, 25 de janeiro de 2023
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Eméritos julgadores!
DA TEMPESTIVIDADE
O recorrente teve ciência do recurso ordinário interposto em seu desfavor no dia
15/12/2022 (quinta-feira) por meio de publicação ID n.ºc1a9d84, passando a contar o
prazo a partir do dia 21/01/2022, em virtude da suspensão dos prazos
processuais ,conforme estabelece o art. 220 do CPC, e vem apresenta essas
contrarrazões em 26 de janeiro de 2023 (quinta-feira), dentro do prazo previsto no art.
900 da CLT, segundo o qual é o mesmo prazo previsto para apresentação do recurso que
visa a combater, ou seja, 8 (oito) dias, conforme o art. 997 do CPC.
DOS FATOS
Ao julgar o litígio, o Juízo “a quo” condenou o Recorrente ao PAGAMENTO DAS
PARCELAS REFERENTES A FGTS DO PERÍODO TRABALHADO
(COMPENSADOS EVENTUAIS DEPÓSITOS EFETUADOS EM CONTA
VINCULADA) E MULTA DE 40%, APLICAÇÃO DO ART. 467 DA CLT, com
acréscimo de juros e correção monetária, e honorários de advogado fixados em 15%
sobre o valor da condenação, nos termos da fundamentação supra. Insatisfeita a
reclamada interpôs Recurso Ordinário.
DO DIREITO
A) DAS PARCELAS REFERENTES A FGTS DO PERÍODO TRABALHADO ;
O Juízo de 1º grau condenou a Recorrente ao pagamento das parcelas
referentes a FGTS do período trabalhado (compensados eventuais depósitos efetuados
em conta vinculada) e multa de 40%, aplicação do art. 467 da CLT, com acréscimo de
juros e correção monetária, e honorários de advogado fixados em 15% sobre o valor da
condenação. Embora a reclamada, em seu recurso alega não ter razão a r. Sentença, o
entendimento dela não merece guarida, uma vez que o Magistrado julgou em
conformidade com o Direito, senão vejamos:
BASE DE CÁLCULO PARA O PAGAMENTO DO FGTS NÃO
DEPOSITADO. SENTENÇA DE ACORDO COM A LEI 8.036/90.
AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL DO RECLAMADO. NÃO
CONHECIMENTO. Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região TRT-
22 - RECURSO ORDINÁRIO: RO 0000179-90.2201.8.52.2010". É
dever do empregador, efetuar, na conta vinculada do empregado, os
depósitos mensais relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, no importe de 8% sobre a sua remuneração, até o dia 7 do
mês subsequente ao da prestação de serviços (Art. 15 da Lei
8.036/90). Em observância ao referido dispositivo, a sentença
condenou o reclamado a pagar o FGTS não recolhido, calculando-o
com base na evolução salarial do empregado, e não na sua
remuneração atual, como afirma o recorrente. Logo, na falta de
sucumbência, carece o recorrente de interesse recursal.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Na esteira do art. 6º da Instrução
Normativa 41/2018 do C. TST, é pertinente a condenação em honorários
advocatícios sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT. (TRT 22 –
RO 000017990220185220102, Relator: Giorgi Alan Machado Araujo,
Data de Julgamento: 11/06/2019, SEGUNDA TURMA). (grifo nosso).
C) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Os honorários advocatícios são devidos na ordem de 15% (quinze por
cento), com fulcro no art. 133 da Carta Magna, bem como no art. 791- A da CLT, que
concebe:
Art. 791-A. “Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco
por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa”. § 1º “Os
honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas
ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua
categoria”. (grifo nosso) § 2º “Ao fixar os honorários, o juízo observará”:
I – “o grau de zelo do profissional”; II – “o lugar de prestação do
serviço”; III – “a natureza e a importância da causa; IV – “o trabalho
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço”. (BRASIL,
2015).
Nesta mesma linha, citamos que o deferimento dos honorários pela parte
sucumbente foi matéria tratada e virou o Enunciado n.º 79, aprovado na 1º Jornada de
Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho ocorrida em 23/11/2007, in verbis:
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS DEVIDOS NA JUSTIÇA DO
TRABALHO. I – Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. As
partes, em reclamatória trabalhista e nas demais ações da competência da
Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito a demandar em juízo
através de procurador de sua livre escolha, forte no princípio da isonomia
(art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil) sendo,
em tal caso, devidos os honorários de sucumbência, exceto quando a parte
sucumbente estiver ao abrigo do benefício da justiça gratuita.
Termos em que,
Pede deferimento.