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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL/DIREITO DA _ VARA

FEDERAL/CÍVEL DA COMARCA DE ********-**


LEI DO IDOSO.
Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador do RG sob nº ******** e
inscrito no CPF sob nº ***.***.***-**, residente e domiciliado na Rua *******, nº **, Bairro
*********, CEP: **.***-***, na cidade de **********************- **, por intermédio de sua
advogada e bastante procuradora, procuraçã o anexa, vem, mui, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO ORDINÁRIA DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL
Em face de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal, que
deverá ser citado por sua Procuradoria Regional, situada na ***********, nº ***, Bairro
**********, na cidade de **********-**, nos termos do artigo 7º, inciso XXIV da Constituiçã o
Federal e artigos 11, VII e 143 ambos das Lei 8213/1991, com amparo nos fatos e
fundamentos a seguir aduzidos:
• PREFERÊNCIA TRAMITAÇÃO- IDOSO
Requer a prioridade na tramitaçã o do processo, como assegurado no artigo 71 da Lei
10.741/03, Estatuto do Idoso, por tratar-se ora o Autor de pessoa com mais de 60 anos,
conforme se comprova pelos documentos juntados aos autos. Senã o vejamos:
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências
judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância.
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o
benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. (GRIFEI)

I- DOS FATOS
(Breve exposiçã o dos fatos )
II- DO DIREITO
O Autor e sua família, desde seus pais e avó s, sempre fizeram parte do grupo dos
trabalhadores da zona rural, exercendo atividade de economia familiar com o esforço em
conjunto de todos os membros da família para o cultivo de produtos necessá rio à pró pria
subsistência.
Assim, a prova material inclusa demonstra a verossimilhança dos fatos narrados, além de
serem documentos revestidos de fé pú blica, com presunçã o de veracidade intrínseca. É
certo que sã o provas descontinuas e, que nã o comprovam ano a ano o trabalho rural,
porém a necessidade é de se demonstrar que o Autor tem como meio de vida o trabalho
rural, o que já traz a ideia de continuidade.
Para fazer jus à sua aposentadoria rural por idade, acerca do tempo labutado na zona rural,
através do regime de economia familiar, mister apresentar o início de prova material para
que possa ser confirmado pelas testemunhas, caso este Nobre Julgador julgue necessá rio já
que a prova material é robusta.
Importante ressaltar que quando a jurisprudência se manifesta acerca da impossibilidade
de comprovaçã o de um início de prova material, nã o significa dizer que deve
imprescindivelmente, como quer a Ré, existir documentaçã o que comprove ano apó s ano
ininterrupto de labuto rural, visto que, quase por si só , in casu, o tempo rural está
compreendido em mais de 30 anos.
O Art. 201, § 7º, inciso II da CF orienta que é devida a aposentadoria aos trabalhadores
rurais e aos que exercem atividade rural em regime de economia familiar e completem a
idade de 60 anos se homem e de 55 anos se mulher, na forma estabelecida em lei, que in
casu é a Lei 8213/1991, que regulamentou a Previdência Social.
Ainda, o § 9 º do mesmo artigo assim dispõ e: “Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”.
Nã o obstante o art. 195, § 8º ainda da Carta Magna, assegura ao cô njuge dos trabalhadores
rurais os benefícios da seguridade social. Senã o vejamos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização
da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

Outrossim, a lei 8.213/91, em seu artigo 55 §§ 2º 3º, lhe concede o direito a se aposentar,
se provada a atividade na categoria de assegurado, mesmo que tenha perdido a qualidade
deste. Senã o vejamos:
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o artigo 11 desta Lei, mesmo
que anterior à perda da qualidade de segurado:
§ 2º. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência desta Lei, será
computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de
carência, conforme dispuser o Regulamento.
§ 3º. A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
ou judicial, conforme o disposto no artigo 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material,
não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso
fortuito, conforme disposto no Regulamento. (GRIFEI)

Assim, como subscreve os artigos acima, o Autor comprovou e baseou o seu pedido em
provas materiais que serã o corroboradas com depoimentos pessoais das testemunhas em
audiência a ser designada por este juízo.
Nã o obstante, a Lei 8213/91 dispõ e sobre os segurados obrigató rios da previdência, tendo
o Autor se enquadrado perfeitamente no rol taxativo, senã o vejamos:
ART. 11 – São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: [...]
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo
a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na
condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
arrendatário rurais, que explore atividade: (Grifei)
[...]
c) CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do
segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar
respectivo.

Desse modo, devemos entender como regime de economia familiar a atividade em que
trabalha os membros da família, sendo indispensá vel à pró pria subsistência e a mutua
dependência de colaboraçã o, sendo que o Autor, através de provas materiais deixou claro a
sua qualidade de Segurado Especial desde 1973.
Nesse sentido, o artigo 39, inciso I, ainda do mesmo dispositivo complementa:
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão
I-de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1
(um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; ou (Grifei)

Assim, tendo o Autor se enquadrado perfeitamente no rol de segurados especiais do inciso


VII do artigo 11 da Lei 8213/91, lhe será garantido o direito de se aposentar, desde que,
comprove o exercício de atividade rural ainda que de forma descontinua.
Logo, resta claro o tempo de serviço, conforme dita o artigo 55 §§ 2º e 3º da Lei 8213/91,
trabalhado pelo Autor, o qual se baseia em provas e documentos revestidos de fé pú blica.
Todavia, como o Autor, é pessoa bastante simples e com pouco estudo, nã o se preocupou
em documentar os seus afazeres, ano apó s anos, porém juntou aos Autos documentos
necessá rios para comprovar o seu exercício na atividade rural.
É sabido que, no meio Rural, em especial no regime de economia familiar, é difícil obter
nota de quem apenas faz o trabalho braçal.
Assim, na avaliaçã o da atividade rural em regime de economia familiar o intérprete deve
atentar para a importâ ncia de todos os elementos probató rios, considerando ainda o fim
social da referida legislaçã o.
Isto porque é do senso comum que a comprovaçã o de períodos parciais da atividade rural
leva à deduçã o de que nos anos nã o documentalmente comprovados continuou o segurado
a exercer a agricultura em regime de economia familiar, como acontece no caso em aná lise.
Nesse sentido o entendimento doutriná rio e jurisprudencial entende da forma seguinte: A
qualificação de agricultor em atos de registro civil constitui início de prova material do
exercício de atividade rural. A DESCONTINUIDADE DA PROVA DOCUMENTAL NÃO IMPEDE O
RECONHECIMENTO DE TODO PERÍODO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL POSTULADO, UMA
VEZ QUE A DECLARAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO RURAL ENVOLVE MAIS DO QUE O
RECONHECIMENTO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE AGRÍCOLA, O RECONHECIMENTO DA
CONDIÇÃO DE LAVRADOR, NA QUAL ESTÁ INTRÍNSECA A IDÉIA DE CONTINUIDADE E NÃO A
DE EVENTUALIDADE.
Nã o há necessidade de comprovaçã o do trabalho rural mês a mês, ou ano a ano, bastando
que o conjunto probató rio permita ao Julgador formar convicçã o acerca da efetiva
prestaçã o laboral rurícola.
Desse modo, comprovadas as provas materiais, pelos depoimentos a serem colhidos em
juízo, nã o há motivo para negar o período requerido pelo requerente em sua totalidade.
III- DO INICIO DE PROVA MATERIAL
Tais fatos e documentos comprovam a atividade rurícola em regime de segurado especial.
Assim, segue anexo os seguinte documentos:
Rol exemplificativo de documentos a juntar:
1-Documentos oficiais da terra expedida;Contrato de Arrendamento; Contrato de Compra e
venda;
2- Certidã o/cartã o de associaçã o ao sindicato rural;
3-Certidã o de casamento/ó bito/ nascimento com qualificaçã o rural expedida;
4-Ficha escolar/Prontuá rio ambulatorial com qualificaçã o rural expedida;
5-Comprovante de endereço rural;
6- Comunicado de decisã o do indeferimento da aposentadoria rural por idade requerido
perante a Autarquia Federal – INSS (Obrigatório)
Ressalta-se, mais uma vez, que, o Autor, é pessoa bastante simples e com pouco estudo, nã o
se preocupou em documentar os seus afazeres, porém, juntou aos Autos documentos
necessá rios para comprovar o seu exercício na atividade rural. Sã o provas mínimas, mas
que propicia ao Juiz uma segurança no sentido de que o Autor em alguma época em sua
vida já foi campesino, a fim de dar alguma garantia material ao Magistrado.
IV – DO PEDIDO
Pelas razõ es de fato e de direito acima expostas, requer que:
1- Sejam julgados procedentes os pedidos entabulados na presente açã o;
2- Seja a Autarquia Federal citada no endereço sito ******, nº***, Bairro *******, CEP: **.***-
***, na cidade de *********-**, na pessoa de seu representante legal, para que, querendo,
conteste a presente açã o sob pena de revelia e confissã o, bem como compareça à audiência
de conciliaçã o e de instruçã o e julgamento que for designada por esse juízo;
3- Seja concedido ao Autor a benesse da Justiça Gratuita, por ser hipossuficiente conforme
declaraçã o de pobreza anexo;
4- Seja a Ré, in fine, condenado a pagar definitivamente a aposentadoria Rural por idade ao
Autor e também as parcelas atrasadas desde a data do indeferimento do requerimento
administrativo, anexo, com base nos fundamentos supracitados;
5- Seja a Ré condenada ao pagamento dos honorá rios advocatícios no percentual de 20%
sobre o valor da condenaçã o, sem incidência sobre as prestaçõ es vencidas apó s a sentença,
consoante disposiçã o da Sú mula 111 do STJ;
Protesta provar o alegado por todos os tipos de provas em direito admitidos, tais como
testemunhal, pericial, e outras mais que se fizerem necessá rias que desde já ficam
requeridas.
Por fim, requer mais uma vez a prioridade na tramitaçã o do processo e procedimentos na
execuçã o dos atos e diligências judiciais, como assegurado no Estatuto do Idoso, por tratar-
se a Autora de pessoa com mais de 60 anos.
Dar-se à causa o valor de R$ 954,00 (Novecentos cinquenta e quatro reais) para efeitos
fiscais.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local, data.
Nome do Advogado - OAB

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