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I- DOS FATOS
(Breve exposiçã o dos fatos )
II- DO DIREITO
O Autor e sua família, desde seus pais e avó s, sempre fizeram parte do grupo dos
trabalhadores da zona rural, exercendo atividade de economia familiar com o esforço em
conjunto de todos os membros da família para o cultivo de produtos necessá rio à pró pria
subsistência.
Assim, a prova material inclusa demonstra a verossimilhança dos fatos narrados, além de
serem documentos revestidos de fé pú blica, com presunçã o de veracidade intrínseca. É
certo que sã o provas descontinuas e, que nã o comprovam ano a ano o trabalho rural,
porém a necessidade é de se demonstrar que o Autor tem como meio de vida o trabalho
rural, o que já traz a ideia de continuidade.
Para fazer jus à sua aposentadoria rural por idade, acerca do tempo labutado na zona rural,
através do regime de economia familiar, mister apresentar o início de prova material para
que possa ser confirmado pelas testemunhas, caso este Nobre Julgador julgue necessá rio já
que a prova material é robusta.
Importante ressaltar que quando a jurisprudência se manifesta acerca da impossibilidade
de comprovaçã o de um início de prova material, nã o significa dizer que deve
imprescindivelmente, como quer a Ré, existir documentaçã o que comprove ano apó s ano
ininterrupto de labuto rural, visto que, quase por si só , in casu, o tempo rural está
compreendido em mais de 30 anos.
O Art. 201, § 7º, inciso II da CF orienta que é devida a aposentadoria aos trabalhadores
rurais e aos que exercem atividade rural em regime de economia familiar e completem a
idade de 60 anos se homem e de 55 anos se mulher, na forma estabelecida em lei, que in
casu é a Lei 8213/1991, que regulamentou a Previdência Social.
Ainda, o § 9 º do mesmo artigo assim dispõ e: “Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”.
Nã o obstante o art. 195, § 8º ainda da Carta Magna, assegura ao cô njuge dos trabalhadores
rurais os benefícios da seguridade social. Senã o vejamos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização
da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
Outrossim, a lei 8.213/91, em seu artigo 55 §§ 2º 3º, lhe concede o direito a se aposentar,
se provada a atividade na categoria de assegurado, mesmo que tenha perdido a qualidade
deste. Senã o vejamos:
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o artigo 11 desta Lei, mesmo
que anterior à perda da qualidade de segurado:
§ 2º. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência desta Lei, será
computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de
carência, conforme dispuser o Regulamento.
§ 3º. A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
ou judicial, conforme o disposto no artigo 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material,
não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso
fortuito, conforme disposto no Regulamento. (GRIFEI)
Assim, como subscreve os artigos acima, o Autor comprovou e baseou o seu pedido em
provas materiais que serã o corroboradas com depoimentos pessoais das testemunhas em
audiência a ser designada por este juízo.
Nã o obstante, a Lei 8213/91 dispõ e sobre os segurados obrigató rios da previdência, tendo
o Autor se enquadrado perfeitamente no rol taxativo, senã o vejamos:
ART. 11 – São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: [...]
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo
a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na
condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
arrendatário rurais, que explore atividade: (Grifei)
[...]
c) CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do
segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar
respectivo.
Desse modo, devemos entender como regime de economia familiar a atividade em que
trabalha os membros da família, sendo indispensá vel à pró pria subsistência e a mutua
dependência de colaboraçã o, sendo que o Autor, através de provas materiais deixou claro a
sua qualidade de Segurado Especial desde 1973.
Nesse sentido, o artigo 39, inciso I, ainda do mesmo dispositivo complementa:
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão
I-de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1
(um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; ou (Grifei)