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I – DOS FATOS
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1 - REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO
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Em atenção ao seu pedido de Pensão por Morte apresentado em (data), informamos que após
análise da documentação apresentada e entrevista/pesquisa realizada de acordo com o art. 357,
do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, combinado com o
art. 9 da Pt/MPAS nº 4.273, de 12/12/97, não foi reconhecido o direito ao benefício por não ter
sido comprovada a qualidade de segurado especial.
Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita, alternativamente, por meio
de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; (Redação dada
pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
2008)
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III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o
caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –
INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar; (Redação dada pela Lei nº
11.718, de 2008)
V – bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do
segurado como vendedor; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto
de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante; (Incluído pela
Lei nº 11.718, de 2008)
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da
comercialização da produção; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da
comercialização de produção rural; ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
2008)
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1. Para fins de concessão de aposentadoria rural por idade, a lei não exige que o início de prova
material se refira precisamente ao período de carência do art. 143 da Lei n.º 8.213/91, desde que
robusta prova testemunhal amplie sua eficácia probatória, como ocorre na hipótese em apreço.
2. Este Tribunal Superior, entendendo que o rol de documentos descrito no art. 106 da Lei n.º
8.213/91 é meramente exemplificativo, e não taxativo, aceita como início de prova material do
tempo de serviço rural as Certidões de óbito e de casamento, qualificando como lavrador o
cônjuge da requerente de benefício previdenciário.
3. In casu, a Corte de origem considerou que o labor rural da Autora restou comprovado pela
certidão de casamento corroborada por prova testemunhal coerente e robusta, embasando-se na
jurisprudência deste Tribunal Superior, o que faz incidir sobre a hipótese a Súmula n.º 83/STJ.
4. Agravo regimental desprovido (AgRg no Ag 1.399.389/GO, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta
Turma, julgado em 21/6/2011, DJe 28/6/2011)
Vale lembrar que não se mostra razoável exigir que a prova da atividade
rural siga sempre a forma prescrita em lei, ou seja, exigência de início razoável de prova
material. Quanto ao trabalhador rural boia-fria, diante da informalidade inerente ao seu labor,
deve ser considerado válido outras provas quando atingido a finalidade de comprovar o exercício
da atividade rural, consoante disposto no art. 244 do Código de Processo Civil - CPC.
(...) o Poder Judiciário só se justifica se visar à verdade real. Corolário do princípio moderno de
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acesso ao Judiciário, qualquer meio de prova é útil, salvo se receber o repúdio do Direito. A
prova testemunhal é admitida. Não pode, por isso, ainda que a lei o faça, ser excluída,
notadamente quando for a única hábil a evidenciar o fato. Os negócios de vulto, de regra, são
reduzidos a escrito. Outra, porém, a regra geral quando os contratantes são pessoas simples, não
afeitas às formalidades do Direito. Tal acontece com os chamados "bóia-frias", muitas vezes
impossibilitados, dada à situação econômica, de impor o registro em carteira. Impor outro meio
de prova, quando a única for a testemunhal, restringir-se-á a busca da verdade real, o que não é
inerente do Direito Justo (...).
Não se pode deixar de mencionar, parte do voto proferido pelo Exmo. Sr.
Ministro Edson Vidigal, no REsp n.º 237.378, publicado no DJU, Seção I, de 08-03-2000, que
com muita propriedade analisou a questão proposta:
(...). A realidade no campo é bem diversa da que vivemos aqui na cidade. A imensidão de nosso
país esconde por trás da civilização, pessoas alheias à realidade concreta, que sequer possuem
meios suficientes à autosubsistência digna ou de seus familiares. Somos bombardeados todos os
dias com notícias veiculadas na televisão ou em revistas da existência de "escravidão" nos
campos, em pleno século XX, "boias-frias" que se desgastam dia e noite em troca de pão e água.
E quando chega a ancianidade, ainda têm de lutar para conseguir um mínimo à sua
sobrevivência. É nesse sentido que se deve buscar uma interpretação teleológica da regra contida
na Lei n.º 8.213/91, Art. 55, § 3º. Ao contrário do que tenta fazer crer o INSS, quando o
dispositivo se refere à expressão "início de prova material", essencial para a comprovação de
tempo de serviço, busca se reportar a qualquer documento escrito que demonstre
inequivocamente o exercício da atividade referida, ainda que não corresponda integralmente ao
período exigido em lei, desde que complementado, é claro, por qualquer outro meio de prova
idôneo, como os depoimentos testemunhais. Não fosse assim, seria praticamente inócua a
disposição legal. (...).
e interprestado de forma sui generis, uma vez que a jurisprudência tem se manifestado no sentido
de acolher em tal situação, a prova exclusivamente testemunhal. Com efeito, essa prova
testemunhal tem o intuito de comprovar o labor rural do falecido anterior ao óbito e a forma
como a atividade era desempenhada.
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não, a contar da data:
I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II - do requerimento, quando
requerida após o prazo previsto no inciso anterior;
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a
concessão:
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de
pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural,
ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido.
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Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente.
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Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes
do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o
torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei
nº 12.470, de 2011)
[...]
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais
deve ser comprovada. Grifei
.
Quanto ao terceiro requisito - qualidade de segurado do falecido à época
do óbito - conforme entendimento jurisprudencial de nossos tribunais, não se faz necessário a
abrangência dessa prova a todo o período que se pretende comprovar, servindo apenas para
complementar a prova testemunhal. No caso em debate, é de se ressaltar que a prova testemunhal
que será produzida oportunamente para corroborar a comprovação da qualidade de segurado
especial do falecido.
depoimentos testemunhais que confirmam o fato, haja vista a sentença de fls. 107/110 (e-STJ). 3.
Há de ser mantido o entendimento exarado pelo Tribunal de origem, ante a existência de
documentos que possuem força de início de prova material aptos, em conjunto com a prova
testemunhal, a demonstrar o exercício da atividade rurícola. 4. Reconhecer a alegada contradição
entre as provas testemunhais e a certidão de casamento, como pretende o agravante, demandaria
reexame das provas dos autos, mormente dos depoimentos testemunhais, o que é inviável nesta
Corte em razão do óbice da Súmula 7/STJ. Agravo regimental improvido. AgRg no AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL Nº 273.436 – PB (2012/0268536-4) Rel: Ministro Humberto
Martins.
III – DO PEDIDO
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j) Requer-se, com base no art. 22, § 4º da Lei n.º 8.906/94, que, ao final
da presente demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor da parte autora, quando da
expedição da RPV ou do precatório, os valores referentes aos honorários contratuais (contrato de
honorário em anexo) sejam expedidos em nome do presente procurador, assim como os
eventuais honorários de sucumbência;
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Pede deferimento.
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ROL DE TESTEMUNHAS:
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