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EXCELENTÍSSIMO JÚIZO FEDERAL DA 2ª VARA DA COMARCA

DE (NOME DA CIDADE) COM JURISDIÇÃO PREVIDENCIÁRIA


DELEGADA DO ESTADO DE (NOME DO ESTADO).

ORLANDO SANT, brasileiro, solteiro, inválido, portador da carteira


de identidade nº _____, e do CPF nº ______, residente e domiciliado
na Localidade Rural de ______, nº_____, Bairro ____, no município
de ____, CEP ____-___, vem respeitosamente à Vossa Excelência,
por seus procuradores infra-firmados, conforme procuração anexa e
endereço ao rodapé indicado, propor a presente:

AÇÃO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE


PENSÃO POR MORTE AO FILHO MAIOR INVÁLIDO

Em desfavor do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,


Autarquia Federal com CNPJ nº 29.979.036/0314-53, situada na Rua
____, nº ___, CEP ___-__, Bairro ____, Município de ____, pelos
fatos e fundamentos de direito aduzidos:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

A parte autora é pessoa humilde que sobrevive dos rendimentos de


sua aposentadoria por incapacidade permanente em valor mínimo (cf.
extrato de benefício em anexo).

Nos termos exigidos pela legislação aplicável à espécie, a parte


autora firmou declaração de hipossuficiência econômica, fatos que
somados legitimam a concessão dos benefícios legais da justiça
gratuita conforme adiante pleiteado pela parte, em especial pela
aplicação ao caso do IRDR n. 25 do E. TRF 4ª Região.

II – DOS FATOS

1. O autor é filho maior inválido da segurada ALZIRA, entretanto,


em 30 de setembro de 2011, a mesma veio a falecer por
causas naturais decorrente de doença (Cf. certidão de óbito
anexa).
2. Tendo em vista a morte de sua mãe a qual era segurada da
previdência social (benefício NB-001 –DER 23/10/2008 – Cf.
INFBEM anexo), o autor maior inválido, requereu o benefício de
pensão por morte ao INSS (DER 03.10.2011), protocolado sob
o NB-002 – invalidez do requerente fixada após maioridade civil
(21 anos) (Cf. integra do processo administrativo do INSS em
anexo).

3. Vejamos que o autor é portador de “deficiência mental grave e


irreversível, recebendo aposentadoria por invalidez desde 1987,
com data de início do benefício fixada em 18.10.1976 (cf. NB-
003” tendo suas atividades habituais totalmente
comprometidas, ademais, este ingerem remédios diários e é
acompanhado pelo CAP’s onde os relatos em prontuário médico
detalham a precariedade da saúde e da moradia do autor (Cf.
prontuário médico e fotos da casa do autor em anexos).

4. Excelência, inúmera é os atestados, exames e prontuários


médicos, onde TODOS os profissionais que os subscreveram
atestaram a incapacidade total e permanente do autor, estando
este notoriamente INCAPACITADO para o trabalho desde 1976,
vejamos abaixo conclusão médica do próprio PERITO DO INSS:
“transtorno de personalidade/psiquiátrico/agressividade – CID F
31.7” (Cf. LAUDO MÉDICO anexo ao processo administrativo).

5. Ademais, os atestados, exames e prontuários médicos anexos a


presente lide, destacam com clareza a existência de doença
desde os 14 anos, e de incapacidade total e permanente desde
1976, onde o diagnóstico desde 2004 é: “Esquizofrenia
paranoide – F 20.0 com alucinações auditivas, delírios
paranoide persecutórios, agitação psicomotora, embotamento
afetivo e empobrecimento cognitivo”.

6. Ainda, a dependência econômica do autor para com sua mãe


falecida foi atestada por Justificação Administrativa realizada
pelo próprio INSS, que após coleta da prova testemunhal de 3
testemunhas concluiu: “Portanto, baseando-se nos
depoimentos das testemunhas acima, as informações prestadas
levaram a convicção que o justificante dependia
financeiramente da mãe” (Cf. processo administrativo anexo).
7. Enfim, a SIMPLES análise do autor comprova que este é
totalmente inválido e merecedor da manutenção do benefício
de pensão por morte de sua finada mãe.

III – FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

a) No tocante a dependência econômica do autor para com a


Segurada falecida,
A Lei n. 8.213, em seu art. 74, estabelece (redação vigente à
época do óbito):

Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I – do óbito, quando requerida até
30 dias depois deste; II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto
no inciso anterior.

De outro lado, o art. 16 do mesmo diploma legal assim dispõe:


art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de
dependentes do segurado: I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; [...] §4º A
dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I, é presumida e a das
demais deve ser comprovada.

O filho INVÁLIDO, conforme o disposto no inciso I do aludido art.


16, são presumidamente dependentes economicamente do segurado.

Deste modo, o autor FILHO INVÁLIDO da segurada falecida em


30.09.2011, é presumidamente dependente econômico desta,
conforme comprova os documentos em anexo, ademais, se dúvidas
persistisse a justificação administrativa realizada pelo INSS
reconheceu que o autor viva conjuntamente e dependia
financeiramente da mãe.

b) Da condição de segurada de sua finada mãe ALZIRA

Conforme robusta prova documental anexa, esta resta


incontroversa, diante do benefício previdenciário que esta percebia
até seu óbito (Cf. benefício NB-001-DER 23.10.2008).

c) Da desnecessidade de comprovação de existência de invalidez


em momento anterior a maioridade civil do autor.

A negativa do benefício em seara administrativa pautou-se pela


alegação de necessidade de comprovação de existência d
incapacidade laborativa total em momento anterior a maioridade
civil do postulante, ou em data anterior a 05.01.1976 ( autor
nascido em 05.01.1955).

Como adiante trabalhado, a legislação previdenciária exige que a


incapacidade laborativa seja anterior ao óbito do instituidor, e no
nosso caso, em data anterior à 30.09.2011, entretanto,
destacamos que; o autor recebe aposentadoria por invalidez do
próprio INSS com DIB ANT: 18.10.1976, ou seja, somente 9
meses após sua maioridade civil, situação que reafirma o
ATESTADO E O PRONTUÁRIO MÉDICO (em anexos) que atestam o
início da doença do autor quando este tinha 14 anos.

Mesmo existindo prova documental da incapacidade do autor em


momento anterior a sua maioridade civil (21 anos), importante
fixar que, o requisito para concessão do benefício é a comprovação
da existência de incapacidade laborativa em momento anterior ao
óbito da instituída, conforme jurisprudência pacífica do Egrégio
Tribunal Regional Federal da 4ª Região vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FILHO MENOR INCAPACIDADE.
DEPENDÊNCIA. PRESUNÇÃO RELATIVA. BENEFÍCIO DEVIDO. JUROS MORATÓRIOS E
CORREÇÃO MONETÁRIA. DEFERIDOS. 1. A concessão do benefício de pensão por
morte depende da ocorrência do evento morte, da demonstração da qualidade de
segurado do de cujus e da condição de dependente de quem objetiva a pensão. 2.
Maior de idade com incapacidade comprovada. A incapacidade já era existente
quando da morte do genitor. 3. A presunção acerca da dependência econômica
(art.16, I e §4º da Lei n. 8.213/91) de requerente maior incapaz é relativa (júris
tantum) e deve ser comprovada, sendo tal ônus do INSS. 4. Estabelecida a
incapacidade e constatada a dependência econômica, deve ser restabelecido o
benefício indevidamente suspenso, cancelando-se a dívida cobrada para a fase de
cumprimento de sentença, a iniciar-se com a observância dos critérios da Lei n.
11.960/2009, de modo a racionalizar o andamento do processo, permitindo-se a
expedição de precatório pelo valor incontroverso, enquanto pendente no Supremo
Tribunal Federal, decisão sobre o tema com caráter geral e vinculante. Precedentes
do STJ e do TRF da 4ª Região.

Enfim, comprovado pela própria justificação administrativa do INSS


a dependência econômica (júris tantum), e a existência de
incapacidade total e permanente em momento anterior ao óbito de
30/09/2011, inexiste impedimento legal para concessão do benefício
de pensão por morte ao autor da presente lide.

IV – DOS PEDIDOS

Ex positis, requerer:

a) A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA com a


isenção de custas processuais e honorários advocatícios, nos
termos do art. 4º, II, da Lei n. 9.289/96, na Lei n. 1.060/50 e
no art. 98 do CPC, visto que existe prova documental de que o
autor é pessoa carente (vide relatos em prontuário médico e
fotos anexas);

b) Nos termos do art. 319, VII, do CPC, a parte autora informa


que, não tem interesse na designação de audiência de
conciliação ou mediação;

c) A citação do réu, na pessoa de seu procurador, para querendo,


contestar o feito, sob pena de serem reputados como
verdadeiros os fatos aqui alegados nos termos do art. 344, do
CPC;

d) Requer a produção das provas necessárias à comprovação do


direito da parte autora, em especial a prova pericial médica, e a
prova documental acostada em arquivos digitais anexos, e por
fim, por todos os meios de prova admitidos em direito, nos
termos dos arts. 319, VI, 355 e 369 do CPC;

e) Após a produção das provas, seja julgada a presente ação


procedente e através de sentença declarar a certeza da
existência de relação jurídica: de efetiva existência de
incapacidade laborativa total e permanente por grave doença
no autor da presente lide, em momento anterior a data de óbito
da Instituidora, ou seja, 30.09.2011, para fins de aplicação do
art. 16, inciso, I, e §4º da Lei n. 8.213/1991 ao presente caso:

f) Por fim, requer-se; a condenação da Autarquia Federal –INSS a


implantar o benefício pleiteado pelo autor desde a data do óbito
de 30.09.2011, e pagar na integralidade as parcelas vencidas
referentes à pensão por morte, (NB-21/002) desde referida
data, sem incidência de prescrição qüinqüenal (art.79 da Lei n.
8.213/91) todos pedidos com a devida correção monetária,
juros moratórios mensais e honorários advocatícios de
sucumbência em patamar de 20% nos termos do art. 85, §3º,
I, do CPC.

V – QUESITOS À PERICIA MÉDICA

a) O periciado possui diagnóstico de esquizofrenia desde que data


aproximada?
b) É possível estabelecer que os sintomas da doença acima
destacada se iniciaram na adolescência do periciado, ou
próximo dos seus 14 anos?
c) Com base em relatos em prontuário médicos anexos a presente
lide, é possível fixar início da incapacidade omniprofissional
(total e permanente) na data de início do benefício de
aposentadoria por invalidez recebido pelo periciado, ou seja,
em 18.10.1976?

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor provisório de R$ 107.850,30 (Cento e sete


mil oitocentos e cinqüenta reais e trinta centavos).

Pede Deferimento.

Cidade M, 31 de Janeiro de 2022.

Advogado (A)

OAB, nº

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