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1. PRELIMINARMENTE
Com base no art. 334, §5°, do Código de Processo Civil, a parte autora manifesta
seu desinteresse na autocomposição.
1.2 DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A parte autora requer prioridade no trâmite processual, nos termos do art. 1.048,
I, do Código de Processo Civil, por ser pessoa maior de 60 anos / portadora de doença
grave, conforme documentos anexos, constando-se tal benefício na capa dos autos.
2. DOS FATOS
(ADAPTAR)
A Sr.ª ______ recebia o benefício de pensão por morte deixada pelo Sr. ______
(benefício nº _________).
Por indicações médicas, a autora decidiu cursar uma faculdade. Em ______ mudou-
se para ______ para cursar _________ na _________, oportunidade em que morou com
familiares. Colou grau em ______, quando voltou a residir com seus pais. Infelizmente, o
curso não ajudou a autora com seus problemas de saúde.
Desde então, a autora vinha morando na casa de seus pais e recebendo deles ajuda
financeira e, em contrapartida, cuidava de ambos como podia, principalmente de sua mãe,
que exigia muita atenção.
Após o falecimento de sua mãe, a autora dirigiu-se ao INSS para requerer que a
pensão por morte gerada por seu pai fosse transferida para ela (Doc. nº __ – DER
_______). Porém, seu pedido foi indeferido em processo administrativo sob o fundamento
de falta de qualidade de dependente, tendo em vista a emancipação da requerente
(diplomou-se em curso superior em ________).
No entanto, os argumentos mencionados pelo requerido em processo administrativo
não devem prosperar, conforme será demonstrado a seguir.
3. DO DIREITO
Preceitua o art. 74 da Lei 8.213/91 que “a pensão por morte será devida ao conjunto
dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não (…)”.
O art. 16 desta mesma lei diz, no inciso I, que o filho inválido possui a condição de
dependente do segurado.
Não resta a menor dúvida que o indeferimento do benefício de pensão por morte da
Parte Autora foi injusto, ilegal e arbitrário, visto que trata-se de filha inválida e que seu
genitor possuía, na data do óbito, qualidade e segurado.
ADMINISTRATIVO. PENSÃO. LEI 8.112/90, ART. 217, II, “A”. FILHO MAIOR
INVÁLIDO. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA – INEXIGÊNCIA LEGAL.
CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –
POSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. INCAPACIDADE
CONTEMPORÂNEA AO ÓBITO DO INSTITUIDOR – COMPROVADA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 20, §§ 3º e 4º, DO CPC.
1. A teor do artigo 217, II, da Lei 8.112/90, inexiste qualquer menção
quanto à necessidade do filho inválido comprovar a dependência
econômica para fazer jus à concessão da pensão, bem como quanto à
impossibilidade de acumulação desse benefício com o de
aposentadoria por invalidez.
2. Consoante jurisprudência do STJ, é perfeitamente possível
acumulação de pensão por morte com aposentadoria por invalidez, por
possuírem naturezas distintas, com fatos geradores diversos (STJ, Edcl
no AgRg no REsp 731249, DJ 17/11/08).
3. O contexto fático-probatório evidencia que a condição de invalidez é
contemporânea ao óbito da servidora, ocorrido em 2008. A certidão de fls. 44
atesta que o autor é beneficiário de aposentadoria por invalidez, paga pelo
INSS, desde 1997, o que corrobora o laudo médico neurológico, às fls. 131,
conclusivo no sentido de “ser o autor portador de hemiparesia esquerda
faciobranquiocrural e epilepsia convulsiva generalizada, seqüelas de
acidente vascular encefálico isquêmico ocorrido em 24/06/1993, estando
incapaz definitivamente para exercer qualquer atividade laborativa”, bem
como a perícia administrativa (fls. 58) que é expressa tanto quanto à
invalidez quanto à data de sua constatação em 24/06/1997.
4. Verba honorária fixada em R$ 1.500,00, a teor do art. 20, § 4º, do CPC,
atento aos parâmetros ínsitos nas “a”, “b” e “c” do § 3º do citado artigo,
máxime a natureza da causa e o trabalho realizado pelo causídico.
5. Recurso desprovido e remessa necessária provida parcialmente.
(TRF-2 – APELREEX: 200951510134684 RJ 2009.51.51.013468-4, Relator:
Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUND, Data de Julgamento:
05/10/2011, OITAVA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-
DJF2R – Data::17/10/2011 – Página::202/203)
Além disso, não incidirá, no caso, a redução do segundo benefício, nos termos do
art. 24 da EC 103/2019. Esta norma trata da diminuição do benefício acumulado de menor
valor nos casos de pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro. No caso em
análise, temos uma pensão por morte deixada pelo genitor.
O art. 16 da Lei 8.213/91 diz, no inciso I, que o filho inválido possui a condição de
dependente do segurado.
Dessa forma, estando provado que a Parte Autora que é filha, está inválida e que tal
invalidez ocorreu antes do falecimento do genitor gerador da pensão, faz jus ao benefício de
pensão por morte.
De acordo com o art. 16, § 4º da Lei 8.213, a dependência econômica das pessoas
indicadas em seu inciso I, como é o caso do filho inválido, é presumida. Tal presunção é
absoluta e não admite prova em contrário. Nesse sentido:
Probabilidade do direito
4. DO PEDIDO
[Obs.: para aprender a determinar o valor da causa, leia: Como calcular o valor da causa
em ações previdenciárias?]
Termos em que, pede deferimento.
Local, Data.
____[assinatura do advogado]_______
NOME
OAB n.
QUESITOS
(ADAPTAR)