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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA XXXXX

FEDERAL DE XXXXX – SEÇÃO JUDICIÁRIA XXXXX.

AUTORA: MARIANA SOUZA


RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

JUIZADO/PREVIDENCIÁRIA

MARIANA SOUZA, brasileira, solteira, nascida no dia 10/02/1963, natural de


XXXXX, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG
XXXXXXXXXXX, residente e domiciliada no endereço XXXXXXXXXX, CEP
XXXXXXXXX, Telefone: (XX) XXXXX-XXXX. E-mail: XXXXXXXXX, por
intermédio de sua advogada infra-assinada, telefone: (XX) XXXXX-XXXX, e-
mail: adv_XXXXXXX@hotmail.com, endereço que indica para efeitos do artigo
77, inciso V do CPC, com fundamento no Artigo 77, § 2º, V, C, 6 da Lei 8.213/91
e demais que regem a espécie, vem à presença de Vossa Excelência propor a
presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PENSÃO


POR MORTE

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pessoa


jurídica de direito público, sob a forma de Autarquia Federal, com
Superintendência neste Estado e sede administrativa situada em
XXXXXXXXXXXXX, o que faz pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

PRELIMINARMENTE
1 - DO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A Autora necessita dos benefícios da gratuidade de justiça disposto na Lei
1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, por não ter
condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento.
MERITORIAMENTE
1 - DOS FATOS
A Autora era companheira do Senhor PEDRO SOUZA desde o ano de 1985,
conforme se pode constatar na certidão de casamento realizado pelo casal que
conta com reconhecimento de firmas pelo Cartório de Registro Civil e
Tabelionato. Ocorre que, infelizmente, no dia 05/10/2022, o companheiro da
Autora faleceu. Por esse motivo, a Autora em 12/10/2022 realizou requerimento
administrativo de pensão por morte junto a Autarquia Ré. O benefício foi
indeferido em 05/01/2023, sob o argumento de que o falecido não possuía
qualidade de segurado.

2 - DO DIREITO E FUNDAMENTO JURÍDICO AO BENEFÍCIO PLEITEADO –


DA COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO
No processo administrativo verifica-se os seguintes documentos de prova da
união estável e do tempo dessa união:
- CTPS assinada demonstrando que o falecido tinha anotado o período de
02/01/1984 a 05/10/2022;
- Contratos de trabalho do período de 02/01/1984 a 05/10/2022;
- Exames demissionais e admissionais;
Diante desses documentos entende a Autora que a R. Decisão Administrativa
não acompanhou o que determina a norma legal.
A matéria em tela foi objeto de alteração legislativa através da Medida Provisória
n. 1.596-14, de 10.11.1997, posteriormente convertida na Lei n. 9.528, de
10.12.1997, que trouxe nova redação ao art. 102 da supracitada lei, in verbis:
Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade
dos direitos inerentes a essa qualidade.

§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à


aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os
requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes
requisitos foram atendidos.

§ 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes do


segurado que falecer após a perda desta qualidade, nos termos do art.
15 desta Lei, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da
aposentadoria na forma do parágrafo anterior.

Nesse contexto, a partir de 10.11.1997, para que os dependentes tenham direito


ao benefício, tornou-se indispensável a demonstração da qualidade de segurado
do de cujus antes do óbito, uma vez que essa indica a existência de vínculo entre
o trabalhador e a Previdência Social, pressupondo o recolhimento de
contribuições.

Nesse sentido é a orientação do c. Superior Tribunal de Justiça:

"PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENSÃO
POR MORTE INDEVIDA AOS DEPENDENTES DO FALECIDO
QUE À DATA DO ÓBITO PERDEU A CONDIÇÃO DE SEGURADO
E NÃO HAVIA IMPLEMENTADO OS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA.
IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. AGRAVO REGIMENTAL
DOS PARTICULARES A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. No julgamento do REsp. 1.110.565/SE, representativo de


controvérsia, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o
entendimento de que tendo o falecido à data do óbito perdido a
condição de segurado e não tendo implementado os requisitos
necessários para o recebimento de aposentadoria, como no caso
dos autos, seus dependentes não fazem jus à concessão de pensão
por morte.

2. As instâncias ordinárias, com base no acervo fático-probatório


dos autos, reconheceram a perda da qualidade de Segurado do de
cujus à data do óbito. Assim, é de ser mantida a conclusão,
porquanto o revolvimento de tal premissa em sede de
recorribilidade extraordinária demandaria o reexame da matéria
fático-probatória.

3. Agravo Regimental dos Particulares a que se nega provimento.

(AgRg no AgRg no AREsp 534.652/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO


NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
13/06/2017, DJe 23/06/2017);

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS


DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR
MORTE. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO DO
INSTITUIDOR DA PENSÃO. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO
DE APOSENTADORIA. NÃO PREENCHIMENTO, EM VIDA, PELO
INSTITUIDOR DA PENSÃO. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO
REGIMENTAL IMPROVIDO.

I. Consoante pacífica jurisprudência do STJ, "a condição de


segurado do de cujus é requisito necessário ao deferimento do
benefício de pensão por morte ao(s) seu(s) dependente(s).
Excepciona-se essa regra, porém, na hipótese de o falecido ter
preenchido, ainda em vida, os requisitos necessários à concessão
de uma das espécies de aposentadoria do Regime Geral de
Previdência Social - RGPS. In casu, não detendo a de cujus, quando
do evento morte, a condição de segurada, nem tendo preenchido
em vida os requisitos necessários à sua aposentação, incabível o
deferimento do benefício de pensão por morte aos seus
dependentes" (STJ, REsp 1.110.565/SE, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, DJe de 03/08/2009, feito
submetido ao procedimento previsto no art. 543-C do CPC).

II. No caso, tendo o de cujus falecido em 29/06/2003, sem recolher


contribuições desde 1998, e sem ter preenchido, em vida, os
requisitos necessários à aposentação, impossível deferir pensão
por morte aos seus dependentes.

III. Agravo Regimental improvido.

(AgRg nos EDcl no REsp 1474558/SP, Rel. Ministra ASSUSETE


MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe
26/10/2015);

AÇÃO RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE.


QUALIDADE DE SEGURADO DO FALECIDO. AUSÊNCIA.
PREENCHIMENTO, EM VIDA, DOS REQUISITOS PARA A
APOSENTADORIA. NÃO OCORRÊNCIA.

1. A condição de segurado do de cujus é requisito necessário ao


deferimento do benefício de pensão por morte ao(s) seu(s)
dependente(s). Excepciona-se essa regra, porém, na hipótese de o
falecido ter preenchido, ainda em vida, os requisitos necessários à
concessão de uma das espécies de aposentadoria do Regime Geral
de Previdência Social - RGPS. Precedentes (REsp n.
1.110.565/SE,Ministro Felix Fischer, Terceira Seção, DJe
3/8/2009).

2. Ação rescisória improcedente.

(S3 - TERCEIRA SEÇÃO, AÇÃO RESCISÓRIA2009/0149231-2,


relator Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data do julgamento
13/11/2013, DJe 12/12/2013)".

3 - DOS PEDIDOS:
Ante o exposto,
Requer:
a) Receba Vossa Excelência a presente ação nos termos em que se encontra e
determine a citação da Autarquia Ré para que, querendo, apresente
contestação, sob pena de confissão, para ao final, julgar procedente o pedido de
concessão do benefício pensão por morte, desde a data do óbito, 05/10/2022,
nos termos desta inicial;
b) Determine a implantação e início do pagamento mensal do benefício
pleiteado, e o pagamento dos valores atrasados, com juros e correção
monetária;

4 - DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à causa o valor de R$30.631,86 (trinta mil seiscentos e trinta e um


reais e oitenta e seis centavos), para fins de alçada e efeitos fiscais, conforme
determina o CPC.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro/RJ, XX de XXX de 2023.

MARIA ISABEL LIMA CAMPOS


OAB XX.XXX

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