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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ANÁPOLIS,


GOIÁS,

JOSE MARIA RODRIGUES SANTIAGO, brasileiro, casado, trabalhador


rural empregado, inscrito no CPF 376.914.901-78, residente e domiciliado na Rua Rio
Negro com Tocantins, Chácara Nova Vila, Zona Rural, Anápolis, Goiás, CEP 75064-
573, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado infrafirmado, com endereço profissional, descrito ao rodapé, forte nas Leis
8.212/91, 8213/91 e Decreto 3.048/99 propor apresente,

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ / AUXÍLIO DOENÇA

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Agência-


Anápolis-Centro, Autarquia Federal situada à Rua 15 de Dezembro, Número 225, em
Anápolis-Goiás o que faz pelos seguintes fundamentos de fato e de direito a seguir
brandido:

1
1 – Dos Fatos

Da qualidade de segurado

O requerente é contribuinte da autarquia há vários anos e possuía qualidade de


segurado na data do requerimento administrativo, sendo que o INSS negou o benefício
sob os seguintes argumentos, vejamos:

Tendo em vista que a requerente é contribuinte do INSS desde a década de 80,


resta inconteste sua qualidade de segurado.

2
Da Enfermidade Incapacitante

O autor é portador de sérios problemas ortopédicos, sendo sua enfermidade


atestada por profissionais especializados contratados pelo SUS, destacando-se as
seguintes observações:

3
Diante dos exames e atestados médicos anexos e que serão juntados até a data
da perícia judicial, resta evidenciada a impossibilidade do requerente de exercer sua
atividade habitual.

Da Profissão da Autora

O requerente sempre exerceu atividade que exige extremo esforço físico, sendo
que atualmente labora como trabalhador rural empregado, desta forma é muito difícil
sua reabilitação, tendo em vista seu baixíssimo grau de instrução e que sempre
exerceu atividade que exige extremo esforço físico, como dito, ficando horas se
deslocando e carregando peso.

Assim, diante das provas anexas e que serão apresentadas no ato da perícia
médica judicial, restará demonstrado que o requerente não pode realizar sua atividade
habitual, sendo que vem passando por enormes privações por não conseguir receber o
que lhe é de direito.

4
Do Entendimento Legal e Jurisprudencial Aplicável

Da Análise das Condições Pessoais

O Superior Tribunal de Justiça possui o entendimento de que é necessária a


análise das condições pessoais do Segurado, com o intuito de se averiguar a
possibilidade da concessão do benefício:

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.264.574 - PE (2018/0062359-2)


RELATORA: MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES
AGRAVANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
AGRAVADO: ANTONIO FRANCISCO RIBEIRO
ADVOGADO: ANDRÉA KARLA V PAES DE BARROS - PE012957
Data da Publicação: 03/04/2018

DECISÃO

Trata-se de Agravo, interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL, em 22/11/2017, contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco,
que inadmitiu o Recurso Especial, de acórdão assim ementado:

(...)

Ainda que possível fosse ultrapassar os óbices supra, melhor sorte não assiste a
parte recorrente.

O Tribunal de origem, ao concluir pelo reconhecimento da incapacidade,


considerando as condições pessoais do segurado, não dissentiu dos precedentes desta Corte a
respeito da matéria, segundo os quais, "para a concessão da aposentadoria por invalidez, o
magistrado não está vinculado à prova pericial e pode concluir pela incapacidade laboral
levando em conta os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado" (STJ,
AgRg no AREsp 103.056/MG, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de
02/08/2013).

No mesmo sentido destaco:

"PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO


ART. 535 DO CPC. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE
PARCIAL. CONSIDERAÇÃO DOS ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS,
PROFISSIONAIS E CULTURAIS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O
Tribunal de origem deixou claro que, na hipótese dos autos, o autor não possui
condições de competir no mercado de trabalho, tampouco desempenhar a
profissão de operadora de microônibus. 2. Necessário consignar que o juiz não
fica adstrito aos fundamentos e à conclusão do perito oficial, podendo decidir a
controvérsia de acordo o princípio da livre apreciação da prova e do livre
convencimento motivado. 3. A concessão da aposentadoria por invalidez deve
considerar, além dos elementos previstos no art. 42 da Lei n. 8.213/91, os
aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado, ainda que o
laudo pericial apenas tenha concluído pela sua incapacidade parcial para o
trabalho. Precedentes das Turmas da Primeira e Terceira Seção. Incidência da
Súmula 83/STJ Agravo regimental improvido" (STJ, AgRg no AREsp
384.337/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de
09/10/2013).

5
"PROCESSUAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
ACÓRDÃO EMBASADO EM OUTROS ELEMENTOS ALÉM DO LAUDO
PERICIAL. POSSIBILIDADE. 1. A concessão da aposentadoria por invalidez
deve considerar, além dos elementos previstos no art. 42 da Lei nº 8.213/91, os
aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado, ainda que o
laudo pericial apenas tenha concluído pela sua incapacidade parcial para o
trabalho. Precedentes. 2. O Tribunal a quo entendeu existir comprovação de
que a ora agravada ficou incapacitada de maneira permanente e definitiva para
exercer suas atividades laborativas, nada obstante o laudo pericial ter concluído
pela incapacidade apenas parcial. Inteligência da Súmula 83/STJ. 3. A revisão
das premissas fáticas de julgamento esbarra na Súmula 7/STJ. 4. Agravo
regimental não provido" (STJ, AgRg no AREsp 318.761/PR, Rel. Ministro
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de 05/06/2013).

(...)

Ante o exposto, com fundamento no art. 253, II, a, do RISTJ, conheço do


Agravo, para não conhecer do Recurso Especial.

(...)

Brasília (DF), 26 de março de 2018.

MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES


Relatora

Do In Dúbio pro Mísero e da Interpretação Restritiva da Lei

O STJ tende a analisar o rol probatório em conjunto com as condições pessoais


da parte hipossuficiente, sempre em consonância com o princípio do In Dúbio pro
Misero, senão vejamos:

AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 900.658 - SP (2016/0089129-0)


RELATOR: MINISTRO OG FERNANDES
AGRAVANTE: LOURENÇO JOSÉ CARDOSO
ADVOGADO: ODENEY KLEFENS - SP021350
AGRAVADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
Trata-se de agravo interno manejado por Lourenço José Cardoso contra decisão
que conheceu do agravo para não conhecer de seu recurso especial ao fundamento de
incidência da Súmula 7/STJ (e-STJ, fls. 253-255).
Sustenta o agravante a necessidade de reconsideração da decisão combatida, na
medida em que a verificação de seu direito não demanda reanálise de provas, mas, somente,
sua revaloração.
É o relatório.
Assiste razão ao agravante.
O acórdão impugnado foi assim ementado (e-STJ, fl. 189, grifos acrescidos):

AGRAVO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS LEGAIS NÃO


PREENCHIDOS. DOENÇA PREEXISTENTE. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A r.
decisão ora agravada deve ser mantida, por seus próprios e jurídicos fundamentos,
a teor do disposto no art. 557, do CPC, inexistindo qualquer ilegalidade ou abuso
de poder. 2. Do cotejamento do laudo pericial, que informa impossibilidade de
fixação da incapacidade em época anterior à data da realização da perícia, de sua
CTPS (fis. 08/09) e das contribuições individuais realizadas (fls.10/13), torna-se
6
clara a preexistência da doença do autor à sua refiliação ao Regime Geral da
Previdência Social, haja visto o lapso temporal de dez anos do autor sem verter
contribuições, situação que configura o não preenchimento dos requisitos
necessários ao benefício em questão. 3. Agravo improvido.

O voto condutor de referida decisão fundamentou suas conclusões nos seguintes


termos (e-STJ, fl. 187, grifos acrescidos):

Quanto à questão principal, reitere-se que, no caso dos autos, o laudo médico
pericial (fls.77/92), realizado em 22.11.2010, concluiu pela incapacidade total e
permanente do autor, afirmando ser impossível determinar o início das doenças e
consequentemente a incapacidade laborativa, atestando que:

"A incapacidade encontrada é a partir da data da perícia médica. Assim,


quando muito poderia se admitir, data máxima vénia, que o autor também se
apresentava com a incapacidade laborativa encontrada por este Perito
Judicial na data do ajuizamento da presente ação, visto que as patologias
incapacitantes alegadas na inicial do feito são as mesmas

Da leitura dos excertos acima, verifica-se, portanto, que o laudo afirma que "a
incapacidade encontrada é a partir da data da perícia", ao contrário do entendido pelo acórdão
recorrido. Nada respalda a afirmação de ser preexistente a doença. Além disso, a mera
preexistência da doença não veda a concessão do benefício; é necessário que a incapacidade
dela decorrente seja antecedente. É o que dispõe a parte final do parágrafo 2º do art. 42 da Lei
n. 8.213/1991:
(...)
Delineado esse contexto fático e evidente o erro de julgamento, faz-se necessária a
aplicação do princípio in dubio pro misero, informador do Direito Previdenciário, para
prevalecer a interpretação que melhor favorece o direito da parte mais frágil. A partir da
própria lógica do acórdão, não estando provada a incapacidade em período anterior à filiação
e sendo essa a única razão a fundamentar a negativa ao benefício, impõe-se a revisão do
julgado.
(...)
Ante o exposto, com fulcro no art. 1.021, § 2º, do CPC/2015, c/c o art. 259 do RISTJ,
conheço do agravo interno para, em juízo de retratação, reconsiderar a decisão agravada, a
fim de dar provimento ao recurso especial.
Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 17 de outubro de 2017.

MINISTRO OG FERNANDES
Relator

Do Benefício mais Benéfico

Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, deve-se conceder


ao Requerente o benefício mais benéfico, portanto, caso não seja concedido o
benefício da Aposentadoria por Invalidez, e, se verificada a possibilidade da
concessão do benefício do Auxílio Acidente, requer desde já a concessão deste,
conforme a Decisão proferida recentemente pela Corte Superior e abaixo replicada:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.771.330 - MS (2018/0016989-1)


RELATORA: MINISTRA REGINA HELENA COSTA
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RECORRENTE: CONCEICAO MARIA DE SOUZA
ADVOGADO: JOSÉ ANTONIO SOARES NETO - MS008984
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

DECISÃO

Vistos. Trata-se de Recurso Especial interposto por CONCEICAO MARIA DE


SOUZA, contra acórdão prolatado, por unanimidade, pela 10ª Turma do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região no julgamento de apelação, assim ementado (fl. 303e):

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO


DOENÇA. LAUDO. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE. BENEFÍCIO
ASSISTENCIAL. 1. O benefício de auxílio doença é devido ao segurado
incapacitado por moléstia que inviabilize temporariamente o exercício de sua
profissão. 2. Não se pode confundir o fato do perito reconhecer os males sofridos,
mas não a inaptidão para o trabalho, pois nem toda patologia apresenta-se como
incapacitante. 3. Conquanto o sistema da livre persuasão racional permita ao
julgador não se vincular às conclusões periciais, não se divisa do feito nenhum
elemento que tenha o condão de desconstituir o laudo apresentado. 4. A Lei n°
8.742, de 07.12.93, que regulamenta o Art. 203, inciso V, da Constituição federal,
estabelece em seu Art. 20 os requisitos para a concessão do benefício assistencial.
5. O benefício assistencial requer o preenchimento de dois pressupostos para a sua
concessão, de um lado, sob o aspecto subjetivo, a idade ou a deficiência, e de outro
lado, sob o aspecto objetivo, a hipossuficiência. 6. A autora não satisfaz a idade
mínima, um dos requisitos para a concessão, e não houve constatação de
incapacidade laborativa. 7. Apelação desprovida.(grifei)
(...)
A Recorrente sustenta a existência de omissão no acórdão recorrido, não sanada no
julgamento dos embargos de declaração, porquanto a decisão recorrida foi omissa quanto ao
implemento da idade para concessão de aposentadoria por idade. (grifei)
(...)

No caso, verifico que o acórdão recorrido adotou entendimento contrário ao


pacificado nesta Corte segundo o qual não incorre em julgamento extra ou ultra petita a
decisão que considera de forma ampla o pedido constante da petição inicial, para efeito de
concessão de benefício.
Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes, assim ementados:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO REQUERENDO
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO. ACÓRDÃO QUE CONCEDE APOSENTADORIA POR IDADE.
GARANTIA DE MELHOR BENEFÍCIO AO SEGURADO. INOCORRÊNCIA DE
JULGAMENTO EXTRA PETITA. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS
DESPROVIDO.
1. O Direito Previdenciário não deverá ser interpretado como uma relação de
Direito Civil ou Direito Administrativo no rigor dos termos, mas sim como fórmula
ou tutela ao hipossuficiente, ao carecido, ao excluído. Este deve, também, ser um
dos nortes da jurisisdição previdenciária.
2. É firme a orientação desta Corte de que não constitui julgamento extra ou ultra
petita a decisão que, verificando a inobservância dos pressupostos para concessão
do benefício pleiteado na inicial, concede benefício diverso por entender
preenchidos seus requisitos, tendo em vista a relevância da questão social que
envolve a matéria. Precedentes:

8
3. Agravo Regimental do INSS desprovido. (AgRg no REsp 1320249/RJ, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
07/11/2013, DJe 02/12/2013, destaque meu).

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO


DE APOSENTADORIA ESPECIAL EM PENSÃO POR MORTE. ATO DE
CONVERSÃO DEFERIDO NO PROCESSO DE EXECUÇÃO. ÓBITO DO
SEGURADO APÓS PROLAÇÃO DA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.
JULGAMENTO EXTRA OU ULTRA PETITA. NÃO CONFIGURAÇÃO.
PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
1. O STJ tem entendimento consolidado de que, em matéria previdenciária, deve
flexibilizar-se a análise do pedido contido na petição inicial, não entendendo como
julgamento extra ou ultra petita a concessão de benefício diverso do requerido na
inicial, desde que o autor preencha os requisitos legais do benefício deferido.
2. Reconhecido o direito à aposentadoria especial ao segurado do INSS, que vem a
falecer no curso do processo, mostra-se viável a conversão do benefício em pensão
por morte, a ser paga a dependente do de cujus, na fase de cumprimento de
sentença. Assim, não está caracterizada a violação dos artigos 128 e 468 do CPC.
3. Recurso especial conhecido e não provido. (REsp 1426034/AL, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/06/2014,
DJe 11/06/2014, destaque meu).

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. INCOERÊNCIA Documento:


88800695 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 29/10/2018 Página 8 de 11
Superior Tribunal de Justiça ENTRE O FUNDAMENTO E O DISPOSITIVO DO
JULGADO. OCORRÊNCIA. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA
LEI N. 9.494/97. APLICAÇÃO IMEDIATA. ART. 5º DA LEI N. 11.960/09.
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR
ARRASTAMENTO (ADIN 4.357/DF). ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA
APLICÁVEL: IPCA.
1. Procede a afirmação do agravante quanto à incoerência entre os fundamentos da
decisão e seu dispositivo, pois ao reconhecer a aplicação imediata do art. 1º- F da
Lei n. 9.494/97, com a redação dada pela Lei n. 11.960/09 em relação aos juros de
mora, a decisão reformou o acórdão recorrido, que se negou aplicar referido
dispositivo à presente demanda, porquanto ajuizada após o início de sua vigência.
2. Em matéria previdenciária, é possível a flexibilização da análise da petição
inicial. Não é considerado julgamento extra ou ultra petita a concessão de
benefício diverso do requerido na inicial nos casos em que o autor preencha os
requisitos legais do benefício deferido. Logo, não se sustenta a pretensão de
reconhecimento de reformatio in pejus. Precedentes. Agravo regimental provido
em parte para conhecer em parte do recurso especial do INSS e dar-lhe parcial
provimento. (AgRg no REsp 1388959/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 25/10/2013, destaque meu).

(...)
Isto posto, com fundamento nos arts. 932, III e V, do Código de Processo Civil de
2015 e 34, XVIII, a e c, e 255, I e III, do RISTJ, CONHEÇO EM PARTE do Recurso Especial
e DOU-LHE PROVIMENTO, determinando o retorno dos autos à origem, para que se
proceda à análise do pedido de aposentadoria por idade.
Publique-se e intimem-se.
Brasília (DF), 15 de outubro de 2018.
MINISTRA REGINA HELENA COSTA
Relatora

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Requer ainda a requerente, que todos os dispositivos e entendimentos
apontados na presente peça sejam observados e caso não acolhido, que seja então
apresentada justificativa da superação destes, conforme dispõe o CPC:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,


sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus
elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

Por fim, cito versículo bíblico de grande relevância ao tema:

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”. Tiago 1:27

Que Deus nos dê, operadores do direito, a sabedoria para que possamos operar
a verdadeira justiça!

3 – Do Pedido

3.1) A citação do requerido para que, querendo, apresente defesa em prazo


hábil, sob pena de revelia;

3.2) Requer a implantação do benefício da aposentadoria por invalidez


(benefício por incapacidade permanente) por ser irreversível a enfermidade do autor;

a) Caso o pedido anterior não seja concedido, que seja então concedido o
benefício do auxílio doença (benefício por incapacidade temporária);

b) Alternativamente, se verificada o cumprimento dos requisitos para a


concessão do benefício do Auxílio Acidente, que seja então este concedido,
porém, em todo caso, que seja concedido o benefício mais benéfico nos moldes
da jurisprudência pacífica.
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3.3) Que sejam pagas todas as parcelas vencidas e vincendas desde a data do
primeiro requerimento administrativo, acrescidas de juros legais moratórios incidentes
até a data do efetivo pagamento;

3.4) Que seja intimado o INSS para juntar o processo administrativo e a


decisão administrativa aos autos;

3.5) Requer, outrossim, o uso de todas as provas permitidas em direito,


mormente documental e testemunhal, esta última para dirimir qualquer dúvida que, por
ventura, possa existir em relação aos fatos, seja pela qualidade de segurado, situação de
desemprego involuntário, progressão da enfermidade ou, qualquer outra divergência nos
termos da Questão de Ordem 20 da Turma Nacional de Uniformização, requerendo
desde já que a perícia médica judicial seja realizada por médico (a) (s) especialista
(s) na doença do autor, qual seja, ortopedista e, ou, neurologista;

3.6) Que todas as provas e fatos sejam analisadas à luz do Princípio do In


Dúbio pro Mísero, e, no caso de dúvida, que seja realizada a interpretação mais
favorável ao Hipossuficiente, conforme entendimento Jurisprudencial;

3.7) Caso seja averiguada a Incapacidade Parcial da parte Requerente, que


sejam analisadas suas condições pessoais, analisando a possibilidade da concessão do
benefício definitivo;

3.8) Seja a requerida condenada aos honorários advocatícios no importe de


20% (vinte por cento), do valor da condenação;

3.9) Que seja concedido ao requerente os benefícios da assistência judiciária


gratuita, por ser pessoa pobre na forma da lei.

Dando-se à causa o valor de R$ 18.356,00 (dezoito mil trezentos e cinquenta e


seis reais).

Termos em que pede deferimento.

Anápolis, 15 de março de 2024.

__________________________
Dogimar Gomes dos Santos
OAB/GO 17.792

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