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Processo n. 0881369-83.2023.8.14.0301
I
Direito à licença-
prêmio indiscutivelmente adquirido e, por conseguinte, incorporado ao patrimônio
funcional do servidor; II Desnecessidade de comprovação de que as licenças-
prêmio não foram gozadas por necessidade de serviço; III Discussão acerca da
culpa pelo não gozo inócua. Indeferimento do pleito do servidor fere princípio
universal de direito, implicitamente inscrito na Declaração Universal dos Direitos
do Homem, de que a ninguém é lícito se locupletar do trabalho alheio; IV Natureza
jurídica indenizatória, visando tão- somente restabelecer integridade patrimonial
do servidor. Isenção de pagamento da Previdência e Imposto de Renda; V
Inexistência de regramento acerca do efetivo exercício do direito à licença-
prêmio. Sugestão de viabilização de estudos no sentido de implementar o gozo da
sanção premial, respeitado o direito do servidor de optar pelo modo e momento de
exercitá-la. ACÓRDÃO: Decide o Conselho da Magistratura do Tribunal de
Justiça do Estado do Pará, por maioria de votos, em conhecer do recurso e dar-lhe
provimento para reconhecer que o recorrente faz jus ao recebimento do valor em
pecúnia das licenças- prêmio não gozadas, com isenção de pagamento da
Previdência e do Imposto de Renda, devendo ser oficiado à Presidência da Corte
para que promova o pagamento dos valores devidos a serem apurados pela
Secretaria de Planejamento, com a sugestão consignada acerca da
regulamentação e controle do direito à licença-prêmio e viabilização de estudos
para seu efetivo implemento, nos termos do voto da Desembargadora Relatora que
passa a integrar o Acórdão. Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará. Julgamento presidido pelo Exmo Senhor Desembargador Rômulo
José Ferreira Nunes, em 10 de outubro do ano 2007. (TJ-PA - RECURSO
ADMINISTRATIVO : 200730033955 PA 2007300-33955).
E M E N TA : R E C U R S O A D M I N I S T R AT I V O . CONVERSÃO
DE LICENÇA PRÊMIO N Ã O GOZADA EM PECÚNIA. MAGISTRADO.
DIREITO ADQUIRIDO E RECONHECIDO PELO TJE/PA. INTERRUPÇÃO
POR CAUSA SUPERVENIENTE OCASIONADA PELA
ADMINISTRAÇÃO. 1- Do exame dos autos, verifica- se que o TJE/ PA
reconheceu o direito do recorrente ao gozo de licenças prêmio devidamente
averbadas conforme os d o c u m e n t o s j u n t a d o s e d e c i s ã o da
Administração (fls.13v), bem como é indubitável que o magistrado deixou de
usufruir de 41 (quarenta e um) dias, em razão da superveniência de sua
aposentadoria. 2- Em verdade, tendo sido reconhecido administrativamente o
direito ao benefício pelo Tribunal de Justiça do Estado, o qual integrava o
Juiz de Direito (fls.9- 10) e estando em pleno gozo dos dias concedidos através de
decisão da Presidência em 15 de abril de 2015, não há que se falar em
desconsideração da referida licença. 3- Também é inegável que o não
pagamento do valor p le i teado a t í tu lo de indenização fere explicitamente
o direito adquirido do recorrente seja pela impossibilidade de revisão das licenças
concedias em data pretérita (no ano de 1998) ou pelo simples fato de o
recorrente ter in i c iado o gozo e não ter provocado sua interrupção. 4-
Ademais, considerando o direito a d q u i r i d o do r e c o r r e n t e , b e m c
o m o a impossibilidade de gozo, a qual não deu causa, a Administração deve
converter a licença prêmio ou saldo remanescente em justa indenização, sob pena
de incorrer em enriquecimento sem causa, conforme vasto acervo de precedentes
do Superior Tribunal de Justiça. 5- Recurso conhecido e provido.
(2016.05110050-81, 169.409, Rel. LUIZ GONZAGA DA COSTA
NETO, Órgão Julgador CONSELHO DA MAGISTRATURA, Julgado em 2016-
12-14, Publicado em 2016-12-19).
(...)
9) em todo caso, o ARE 721001 RG/RJ tem norteado decisões do STF que
concedem indenização em pecúnia tanto de licença-prêmio quanto de licença
especial que não possam mais ser usufruídas, independentemente de previsão legal
especifica, com exclusivo amparo no princípio da vedação ao enriquecimento
ilícito da Administração;
11. A priori, insta consignar que a Licença Especial se trata de ato vinculado, por
meio do qual, a Administração confere ao policial militar estadual, para que este
goze 6 meses de licença remunerada, sem que o mesmo exerça suas funções.
Direito este que se adquire após 10 (dez) anos ininterruptos de efetiva atividade
e cumpridos alguns requisitos, nos termos da Lei Estadual nº 5.251/85 (Estatuto
dos Militares):