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ACÓRDÃO
Documento: 1339614 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/09/2014 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgRg nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 396.902 - ES
(2013/0312560-0)
RELATÓRIO
É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
AgRg nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 396.902 - ES
(2013/0312560-0)
VOTO
O agravante sustenta, em síntese, violação aos arts. 293; 460; 524, II;
535; 473; 474 e 741, II, do Código de Processo Civil. Argumenta que
o recurso de agravo de instrumento possui devolutividade restrita, não
podendo o seu julgador conhecer de matérias de ordem pública não
suscitadas. Alega, por fim, que "... a questão da inexigibilidade do
título executivo possa ser considerada questão de ordem pública,
também não poderia o E. TJ/ES analisar essa questão" (e-STJ, fl. 556)
É o relatório. Passo a decidir.
Inicialmente, não se vislumbra ofensa ao artigo 535, II, do Código de
Processo Civil, porquanto, a Corte de origem dirimiu,
fundamentadamente, as questões levantadas nos embargos de
declaração, concluindo que inexiste qualquer omissão, contradição ou
obscuridade no aresto recorrido, porquanto o Tribunal local,
malgrado não ter acolhido os argumentos arguidos pela recorrente,
manifestou-se expressamente acerca dos temas necessários à integral
solução da lide. Ressalta-se que não se pode confundir julgamento
desfavorável, como no caso, com negativa de prestação jurisdicional,
ou ausência de fundamentação.
Impende ressaltar que "se os fundamentos do acórdão recorrido não
se mostram suficientes ou corretos na opinião do recorrente, não quer
dizer que eles não existam. Não se pode confundir ausência de
motivação com fundamentação contrária aos interesses da parte"
(AgRg no Ag 56.745/SP, Relator o eminente Ministro CESAR ASFOR
ROCHA, DJ de 12.12.1994). Nesse sentido, confiram-se os seguintes
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julgados: REsp 209.345/SC, Relator o eminente Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 16.05.2005; REsp 685.168/RS,
Relator o eminente Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 02.05.2005.
Ademais, conforme a jurisprudência do Superior Tribunal, o
magistrado não está obrigado a se pronunciar sobre todos os pontos
abordados pelas partes, mormente quando já tiver decidido a
controvérsia sob outros fundamentos (EDcl no Resp 202.056/SP, 3ª
Turma, Rel. Min. CASTRO FILHO, DJ de 21.10.2001).
No tocante a alegação de violação aos arts. 293, 460 e 524, II, todos
do Código de Processo Civil, tem-se que a orientação firmada por esta
Corte de Justiça entende ser plenamente possível a apreciação de
matéria de ordem pública em sede de agravo de instrumento, vejamos:
"PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXCEÇÃO DE
PRÉ-EXECUTIVIDADE. PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO
INDEFERIDO. DECISÃO IMPUGNADA MEDIANTE AGRAVO DE
INSTRUMENTO, NO QUAL SE FORMULA PEDIDO DE REFORMA
PARA O FIM DE CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO À
EXCEÇÃO E DE PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO.
APLICAÇÃO, PELO TRIBUNAL, DO EFEITO TRANSLATIVO DOS
RECURSOS, COM A EXTINÇÃO DIRETA DA AÇÃO DE
EXECUÇÃO NO JULGAMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO,
INDEPENDENTEMENTE DE PEDIDO. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTE. JULGAMENTO POR MAIORIA. DESNECESSIDADE
(...)
- No processo sob julgamento, em que pese o fundamento principal que
orientou o TJ/PR para extinguir a execução tenha sido o de que não
haveria mora do devedor, o dispositivo legal em que o TJ/PR sustentou
sua decisão é o do art. 267, §3º, do CPC. A decisão, portanto, não pode
ser considerada de mérito, para fins de definição do recurso cabível. A
hipótese se diferencia do precedente da Corte Especial e não é de se
exigir a interposição prévia de embargos infringentes.
- É possível a aplicação, pelo Tribunal, do efeito translativo dos
recursos em sede de agravo de instrumento, extinguindo diretamente a
ação independentemente de pedido, se verificar a ocorrência de uma das
causas referidas no art. 267, §3º, do CPC. Precedente.
- Não é possível, em sede de recurso especial, promover a revisão da
matéria fática decidida. Súmula 7/STJ.
Recurso especial a que se nega provimento." (REsp 736966/PR, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
14/04/2009, DJe 06/05/2009)
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instâncias ordinárias podem extinguir o processo sem resolução de
mérito, conhecendo de ofício de matéria de ordem pública, capaz de
gerar a rescindibilidade do julgado caso não detectada a tempo, em
respeito ao efeito translativo dos recursos ordinários e ao princípio da
economia processual.
(...)
4. Recurso especial parcialmente provido, para que o Tribunal de
origem promova novo julgamento do agravo de instrumento." (REsp
1293721/PR, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,
julgado em 04/04/2013, DJe 10/04/2013, grifou-se)
Outrossim, melhor sorte não colhe a alegada violação aos arts. 741,
II, 473 e 474, todos do Código de Processo Civil, porquanto a
orientação do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de ser
possível averiguar a liquidez e a certeza do título executivo em
qualquer grau de jurisdição já que, por serem matérias de ordem
pública, são insuscetíveis de preclusão.
A propósito:
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HUGO GUEIROS BERNARDES FILHO
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : BANCO SANTOS NEVES S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : JERRY EDWIN RICALDI ROCHA - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : BRUNO DE PINHO E SILVA E OUTRO(S)
AGRAVADO : TELEMAR NORTE LESTE S/A INCORPORADOR DO
ADVOGADOS : HUMBERTO THEODORO NETO E OUTRO(S)
MARCELO PAGANI DEVENS
NATALIA LIMA NOGUEIRA
_ : TELECOMUNICACOES DO ESPIRITO SANTO S/A
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : BANCO SANTOS NEVES S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : JERRY EDWIN RICALDI ROCHA - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : BRUNO DE PINHO E SILVA E OUTRO(S)
AGRAVADO : TELEMAR NORTE LESTE S/A INCORPORADOR DO
ADVOGADOS : HUMBERTO THEODORO NETO E OUTRO(S)
MARCELO PAGANI DEVENS
NATALIA LIMA NOGUEIRA
_ : TELECOMUNICACOES DO ESPIRITO SANTO S/A
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Marco Buzzi e Luis
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Felipe Salomão votaram com o Sr. Ministro Relator.
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