01. AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1802192 - MG (2019/0065146-5) RELATOR : MINISTRO
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA AGRAVANTE : AROLDO TEODORO CAMPOS AGRAVANTE : ROGERIA PASSOS CAMPOS AGRAVANTE : PASSOS CAMPOS COMERCIO S/A ADVOGADOS : VANESSA ELISA JACOB ANZOLIN - MG102646 LAURA SARTI MOZELLI - MG130793 ISABELA GUIMARÃES FRANCO - MG160136 JULIANA CORDEIRO DE FARIA - MG063427N AGRAVADO : PAULO MARCIO LUNARDI ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAISEMENTA AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. artigo 1.022, II, DO CPC. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA N. 284 DO STF. OFENSA AO artigo 492 DO CPC. JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. SÚMULA N. 7. DO STJ. DESNECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO. LIQUIDAÇÃO POR PROCEDIMENTO COMUM. PROCEDIMENTO ADEQUADO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 7. DO STJ. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a alegação de ofensa ao artigo 1.022, II, do CPC de 2015 é genérica, sem indicar, de forma clara e objetiva, o ponto em que, efetivamente, o acórdão impugnado foi omisso, o que atrai, por consequência, a incidência da Súmula n. 284 do STF. 2. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem com condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 3. Não há julgamento extra petita quando o órgão julgador não desrespeitou os limites objetivos da pretensão inicial nem concedeu providência jurisdicional diversa da que fora requerida, em atenção ao princípio da congruência ou adstrição. 4. Inexiste violação dos limites da causa quando o julgador reconhece os pedidos implícitos formulados na petição inicial, não estando restrito ao que está expresso no capítulo referente aos pedidos, sendo-lhe permitido extrair, mediante interpretação lógico-sistemática da petição inicial, aquilo que a parte pretende obter, aplicando o princípio da equidade. 5. Não é extra petita o julgado que decide questão que é reflexo de pedido deduzido na inicial, superando a ideia da absoluta congruência entre o pedido e a sentença para outorgar ao demandante a tutela jurisdicional adequada e efetiva. 6. Rever as conclusões do tribunal a quo acerca da inexistência de julgamento extra petita demandaria nova análise do contexto fático-probatório dos autos, procedimento vedado pela Súmula n. 7. do STJ. 7. A conclusão pela necessidade de liquidação de sentença com a produção de perícia técnica para determinar e individualizar a área usucapida de imóvel maior e indiviso outorga tutela jurisdicional adequada e efetiva à parte, na medida em que necessária para a expedição do mandado de registro da usucapião. 8. A sentença judicial que, ao reconhecer a usucapião, individualiza, de forma clara e precisa, a área usucapida, pode ser objeto de registro no cartório de registro de imóveis, sem a necessidade de pedido expresso na inicial a respeito da medida extrajudicial. 9. Para rever as conclusões do tribunal de origem acerca da imprescindibilidade da liquidação por arbitramento a fim de saber a localização exata da área cuja prescrição aquisitiva foi reconhecida, seria necessária a incursão no acervo fático-probatório dos autos, o que encontra óbice na Súmula n. 7. do STJ. 10. Aferir se a liquidação de sentença deve ser efetivada por meio de arbitramento ou de procedimento comum exige o revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, procedimento incabível em recurso especial, em razão da incidência do óbice da Súmula n. 7. do STJ. 11. Agravo interno desprovido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 06/12/2022 a 12/12/2022, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Raul Araújo.Brasília, 12 de dezembro de 2022. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Relator. QUESTÃO: É POSSÍVEL NO ÂMBITO DE AÇÃO DE USUCAPIÃO SER REALIZADA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA? SE SIM, NO ENTENDIMENTO DO GRUPO POR QUAL MEIO PREVISTO EM LEI?? 02. AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.329.139 - DF (2018/0173544-8) RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO AGRAVANTE : SIND TRAB EMP TELECOMUNICACOES OPER MESAS TELEFONICAS ADVOGADOS : MARIA EDITH FERREIRA DE MORAIS SOUZA E OUTRO(S) - DF004017 BRUNO DE MORAIS SOUZA - DF029262 AGRAVADO : FUNDAÇÃO SISTEL DE SEGURIDADE SOCIAL ADVOGADOS : TIAGO DE OLIVEIRA BRASILEIRO - MG085170 JOÃO JOAQUIM MARTINELLI - RJ139475 LUIZ EDUARDO COSTA LUCAS - DF034694 LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE E OUTRO(S) - DF045547 EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. AÇÃO DE COBRANÇA. PREVIDÊNCIA PRIVADA. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA. LIQUIDAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JULGAMENTO DEFINITIVO DO PROCESSO PRINCIPAL. PERDA DE OBJETO. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO. 1. O julgamento definitivo do processo principal, cujo pedido foi julgado improcedente, enseja a superveniente perda de objeto do recurso interposto contra o acórdão que decidiu agravo de instrumento manejado na fase de liquidação provisória da condenação. 2. Agravo interno julgado prejudicado. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quarta Turma, por unanimidade, julgar prejudicado o agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente), Marco Buzzi e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 19 de março de 2019 (Data do Julgamento) MINISTRO RAUL ARAÚJO Relator. QUESTÃO: NO CASO ACIMA É POSSÍVEL A CONDENAÇÃO DO EXEQUENTE EM VIRTUDE DE DANOS CAUSADOS AO EXECUTADO? EM QUAIS CIRCUNSTÂNCIAS?? ISSO SE RELACIONAL COM ALGUM DOS PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA?
03. RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 153.042 - RJ (2021/0279685-8) RELATOR : MINISTRO
RAUL ARAÚJO R.P/ACÓRDÃO : MINISTRO MARCO BUZZI RECORRENTE : N R N ADVOGADOS : RODRIGO VILLAÇA DUNSHEE DE ABRANCHES - RJ070914 MARLAN DE MORAES MARINHO JUNIOR - RJ064216 MATHEUS BARROS MARZANO - RJ125353 EDUARDA CORREIA ANDRADE - RJ218794 RECORRIDO : A B ADVOGADOS : MARCELO LAMEGO CARPENTER FERREIRA - RJ092518 FABIANO DE CASTRO ROBALINHO CAVALCANTI - RJ095237 FERNANDO PESSOA NOVIS - RJ172155 GABRIEL SANTOS ARAÚJO - RJ196819 RECORRIDO : B DE V DO R DE J ADVOGADOS : JOSÉ RICARDO PEREIRA LIRA E OUTRO(S) - RJ054128 DANIEL FERREIRA DA PONTE - RJ095368 ALESSANDRO TORRESI - RJ165666 EMENTA RECURSO EM HABEAS CORPUS - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - MEDIDAS ATÍPICAS EXECUTIVAS - APREENSÃO DE CARTÕES DE CRÉDITO E DE PASSAPORTE - PARCIAL CONHECIMENTO DO RECURSO PORQUANTO, NO TOCANTE À APREENSÃO DE CARTÕES DE CRÉDITOS, NÃO HÁ VIOLAÇÃO DE DIREITO DE LOCOMOÇÃO - DEVEDOR QUE OSTENTA PATRIMÔNIO E SE FURTA AO PAGAMENTO - MEDIDA SUBSIDIÁRIA - RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE VERIFICADAS NO CASO EM CONCRETO - LEGALIDADE – PRECEDENTES. 1. No que consiste à determinação judicial de cancelamento dos cartões de crédito, não merece ser conhecido, porquanto não há, para a viabilização do remédio constitucional, qualquer violação ao direito de locomoção do interessado, de modo que este tema deveria ter sido objeto de impugnação em recurso próprio e adequado. 2. A aplicação das medidas atípicas (artigo 139, IV, do CPC) é uma consequência lógica e fática do poder geral de efetivação das decisões judiciais, exercido pelos juízes, diante das circunstâncias fáticas de cada caso, por não se tratar de um enunciado apriorístico, objetivando realizar a efetividade do processo, pois, não é possível olvidar que todo feito, incluídas as fases de conhecimento e executiva, deve chegar a um fim factível, atingindo a satisfatividade da tutela executiva pleiteada. 3. (…) 4. Diante dessa nova forma de compreender o sistema processual, não é mais correto afirmar que a atividade satisfativa, sobretudo a tutela executiva, somente poderá ser obtida mediante a aplicação de regras herméticas, pois o legislador notoriamente conferiu ao magistrado (artigos 1º e 4º do CPC/2015) um poder geral de efetivação, desde que, é claro, fundamente adequadamente sua decisão a partir de critérios de ponderação, de modo a conformar, concretamente, os valores incidentes ao caso em análise. 5. A decisão judicial restou fundamentada na existência de indícios patrimoniais e na conduta renitente do devedor de obstar a efetividade da prestação jurisdicional executiva. Nada impede que o juízo processante revise a efetividade do ato judicial com o decurso do tempo. 6. Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça após o voto-vista do Ministro Marco Buzzi conhecendo parcialmente e, nessa parte, negando provimento ao recurso ordinário em habeas corpus, divergindo do relator, e os votos da Ministra Maria Isabel Gallotti e dos Ministros Antonio Carlos Ferreira e Luis Felipe Salomão, no mesmo sentido, por maioria, conhecer parcialmente e, nessa parte, negar provimento ao recurso ordinário em habeas corpus, nos termos do voto divergente do Ministro Marco Buzzi, que lavrará o acórdão. Vencido o relator. Votaram com o Sr. Ministro Marco Buzzi os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Luis Felipe Salomão (Presidente). Brasília (DF), 14 de junho de 2022(Data do Julgamento) MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO Presidente MINISTRO MARCO BUZZI Relator p/ Acórdão. QUESTÃO: É POSSÍVEL AO JUIZ VALER-SE DE MEIOS ATÍPICOS PARA CONCRETIZAR SUA DECISÃO? SE SIM, QUAIS OS REQUISITOS PARA TANTO? HÁ ALGUMA RELAÇÃO COM OS PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA?
04. AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1935931 - SC (2021/0236743-1) RELATOR :
MINISTRO RAUL ARAÚJO AGRAVANTE : FGP EMPREENDIMENTOS LTDA AGRAVANTE : JOSÉ FRANCISCO PEREIRA FILHO AGRAVANTE : MARIA DE LOURDES ANTUNES ADVOGADOS : RICARDO ANTONIO ERN - SC009324 JULIANO GOMES GARCIA - SC017252 AGRAVADO : ALDIR AMADORI AGRAVADO : PANAYOTA JOÃO KOUTSOUKOS AMADORI ADVOGADOS : EDUARDO DE MELLO E SOUZA - SC011073 DIORDAN PASSARIN CANONICA - SC047382EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTOS INATACADOS. SÚMULAS 283 E 284 DO STF. LEVANTAMENTO DOS VALORES INCONTROVERSOS. DESNECESSIDADE DE CAUÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A falta de impugnação dos fundamentos do acórdão recorrido denota a deficiência da fundamentação recursal, atraindo, na hipótese, a incidência, por analogia, das Súmulas 283 e 284 do Supremo Tribunal Federal. 2. "A jurisprudência desta Corte já assentou que não é necessária caução para levantamento de valores incontroversos, mesmo em sede de execução provisória" (AgInt no AREsp 1.245.609/SP, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES - DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO -, QUARTA TURMA, julgado em 16/08/2018, DJe de 24/08/2018). 3. Estando a decisão de acordo com a jurisprudência desta Corte, o recurso encontra óbice na Súmula 83/STJ. 4. Agravo interno desprovido.ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Luis Felipe Salomão, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Luis Felipe Salomão.Brasília, 14 de fevereiro de 2022. Ministro RAUL ARAÚJO Relator. QUESTÃO: É POSSÍVEL QUE A PARTE SEJA ISENTADA DA PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO PARA O CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA? EM QUAIS HIPÓTESES? O ITEM ACIMA DESTACADO ESTÁ EM CONSONÂNCIA COM ALGUM PRINCÍPIO DA EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA?