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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1956972 - PB (2021/0274316-2)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AGRAVANTE : BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.
ADVOGADO : WILSON SALES BELCHIOR - PB017314A
AGRAVADO : MARIO BERNARDO FILHO
ADVOGADOS : GIZELLE ALVES DE MEDEIROS VASCONCELOS - PB014708
KEHILTON CRISTIANO GONDIM DE CARVALHO - PB022899

EMENTA

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO


DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS.
TARIFAS DECLARADAS ILEGAIS EM DEMANDA ANTERIOR.
PRETENSÃO DE PERCEPÇÃO DOS VALORES COBRADOS A
TÍTULO DE JUROS SOBRE TARIFAS. COISA JULGADA.
INOCORRÊNCIA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Para rever o entendimento do Tribunal de origem, no tocante à
configuração de ofensa à coisa julgada, na forma como posta,
necessitaria rever o acervo fático-probatório, provimento este vedado
pela Súmula 07/STJ.
2. Agravo interno não provido.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão
virtual de 19/04/2022 a 25/04/2022, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e
Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Luis Felipe Salomão.

Brasília, 25 de abril de 2022.

Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO


Relator
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1956972 - PB (2021/0274316-2)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AGRAVANTE : BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.
ADVOGADO : WILSON SALES BELCHIOR - PB017314A
AGRAVADO : MARIO BERNARDO FILHO
ADVOGADOS : GIZELLE ALVES DE MEDEIROS VASCONCELOS - PB014708
KEHILTON CRISTIANO GONDIM DE CARVALHO - PB022899

EMENTA

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO


DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS.
TARIFAS DECLARADAS ILEGAIS EM DEMANDA ANTERIOR.
PRETENSÃO DE PERCEPÇÃO DOS VALORES COBRADOS A
TÍTULO DE JUROS SOBRE TARIFAS. COISA JULGADA.
INOCORRÊNCIA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Para rever o entendimento do Tribunal de origem, no tocante à
configuração de ofensa à coisa julgada, na forma como posta,
necessitaria rever o acervo fático-probatório, provimento este vedado
pela Súmula 07/STJ.
2. Agravo interno não provido.

RELATÓRIO

1. Cuida-se de agravo interno interposto por BANCO SANTANDER


(BRASIL) S.A., sob a vigência do Novo Código de Processo Civil, contra decisão deste
relator, que negou provimento ao recurso especial.

Inconformada, a parte ora agravante, em apertada síntese, sustenta que "a


autora da demanda não se desincumbiu do dever de demonstrar a reserva de juros,
ônus que lhe competia. Uma vez declaradas nulas tarifas e exigida a repetição dos
valores pagos estão inclusos os juros remuneratórios, salvo se não for reserva em
relação aos juros, o que não é o caso em tela. Com isso, o recurso especial permite a
revaloração da interpretação dada pelo acórdão recorrido, atribuindo o devido valor
jurídico aos artigos pertinentes, prática francamente aceita no STJ" (fls. 366-375).

Não foram apresentadas contrarrazões ao agravo interno (fl. 378).

É o relatório.
VOTO

2. O agravo interno não merece acolhida.

O Tribunal de origem consignou que na ação que tramitou no Juizado


Especial foi pleiteado o reconhecimento da abusividade das cláusula contratuais
firmada entre as partes e na presente ação há pedido de devolução dos juros cobrados
sobre elas, sendo, portanto, diversos os pedidos. Confira-se (fl. 231):
Examino, a princípio, as preliminares ventiladas pelo recorrente. No que toca
à preliminar de coisa julgada, penso que não merece acolhida. Neste
particular, nossa melhor doutrina, representada por Nelson Nery Junior e
Rosa Maria de Andrade Nery, leciona que “ocorre a coisa julgada quando se
reproduz ação idêntica a outra que já foi julgada por sentença de mérito de
que não caiba mais recurso”.
Todavia, ocorre que, in concreto, a causa de pedir das demandas são
diversas, eis que na ação primeva o pleito referia-se à abusividade de
cláusulas contratuais firmadas entre as partes, ao passo em que na
demanda presente, o litígio versa acerca da cobrança de juros incidentes
sobre tais cláusulas reprovadas. Desse modo, não há que se falar em
igualdade do pedido e da causa de pedir. Isto posto, rejeito a preliminar de
mérito da coisa julgada.

Assim, para rever o entendimento do Tribunal de origem no tocante à


ausência de ofensa à coisa julgada, como pretendido pelo recorrente, seria necessário
rever o acervo fático-probatório, providência vedada nesta fase de recurso.

Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes:


AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DECISÃO QUE
REJEITOU A IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NO CORRÊNCIA.
ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL NO LAUDO
HOMOLOGADO EM FASE DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.
INEXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL ANTE A PRESUNÇÃO DE
VERACIDADE DAS ALEGAÇÕES DOS AGRAVADOS. VIOLAÇÃO À COISA
JULGADA MATERIAL NÃO RECONHECIDA PELA CORTE DE ORIGEM.
REVISÃO DESTES ENTENDIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO
DA SÚMULA Nº 7/STJ.ADEQUAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. DECISÃO
QUE SEGUE MANTIDA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (AgInt no
AREsp 1752650/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 01/06/2021, DJe 08/06/2021)
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO
DECLARATÓRIA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO
AO RECLAMO. INSURGÊNCIA RECURSAL DA REQUERIDA.
1. As questões postas em discussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem
de forma suficiente, fundamentada e sem omissões, devendo ser afastada a
alegada violação ao artigo 1022 do CPC/15. Consoante entendimento desta
Corte, não importa negativa de prestação jurisdicional o acórdão que adota,
para a resolução da causa, fundamentação suficiente, porém diversa da
pretendida pela recorrente, decidindo de modo integral a controvérsia posta.
Precedentes.
2. Para rever o entendimento do Tribunal de origem, no tocante à
configuração de ofensa à coisa julgada, na forma como posta, necessitaria
rever o acervo fático-probatório, provimento este vedado pela Súmula
07/STJ.
3. O aresto impugnado decidiu em conformidade com a orientação desta
Corte, ao aplicar o prazo decenal previsto inadimplemento contratual,
incidindo, no ponto, a Súmula 83/STJ.
4. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 1741326/PB, Rel. Ministro
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 24/05/2021, DJe 28/05/2021)

Incide, quanto ao ponto, o óbice da Súmula 7 do STJ.

3. Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno.

É como voto.
TERMO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no REsp 1.956.972 / PB
Número Registro: 2021/0274316-2 PROCESSO ELETRÔNICO

Número de Origem:
08242399620168152001

Sessão Virtual de 19/04/2022 a 25/04/2022

Relator do AgInt
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.


ADVOGADO : WILSON SALES BELCHIOR - PB017314A
RECORRIDO : MARIO BERNARDO FILHO
ADVOGADOS : GIZELLE ALVES DE MEDEIROS VASCONCELOS - PB014708
KEHILTON CRISTIANO GONDIM DE CARVALHO - PB022899

ASSUNTO : DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES - ESPÉCIES DE CONTRATOS - CONTRATOS


BANCÁRIOS

AGRAVO INTERNO

AGRAVANTE : BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.


ADVOGADO : WILSON SALES BELCHIOR - PB017314A
AGRAVADO : MARIO BERNARDO FILHO
ADVOGADOS : GIZELLE ALVES DE MEDEIROS VASCONCELOS - PB014708
KEHILTON CRISTIANO GONDIM DE CARVALHO - PB022899

TERMO

A QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 19/04/2022 a 25/04


/2022, por unanimidade, decidiu negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Luis Felipe Salomão.

Brasília, 26 de abril de 2022

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