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PROCESSO CIVIL Prof.

Juliano Colombo

DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Conceito:

Dá-se quando alguém ingressa, como parte ou coadjuvante da parte, em


processo pendente entre outras partes. O objetivo é de auxiliar ou excluir
os litigantes, defendendo um direito ou interesse próprio que possa ser
prejudicado pela sentença.

Classificação:

- Conforme o terceiro vise ampliar ou modificar a relação processual

Ad Coadjuvandum/Adiuvandum: quando o terceiro procura prestar


cooperação a uma partes primitivas, como na assistência;

Ad Excludendum: quando o terceiro procura excluir uma ou ambas as


partes primitivas, como na oposição e nomeação à autoria.

- Conforme a iniciativa da medida

Espontânea: quando a iniciativa é do terceiro, como ocorre na oposição


e assistência.

Provocada: quando, embora voluntária, a medida adotada pelo terceiro,


foi ela procedida pela citação da parte primitiva. Exemplos: nomeação à
autoria, denunciação da lide, chamamento ao processo.

Dos Casos de Intervenção de Terceiros

Da Nomeação à Autoria

Do Conceito de Nomeação à Autoria

Trata-se de intervenção de terceiros pelo qual o mero detentor,


quando demandado, indica aquele que é o proprietário ou possuidor
da coisa litigiosa, visando transferir-lhe para a posição de réu.
Exemplo: caseiro em sítio, empregados, etc.

Busca a correção do pólo passivo da demanda.

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Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe


demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o
proprietário ou o possuidor.

Detentor será aquele que exerce a posse em nome de outrem, sob


as ordens de outrem, é o chamado servidor da posse de outrem. O
art. 62 fala em detentor e não em possuidor imediato, este não
poderá se afastar da relação processual.

É forma de intervenção ad excludendum e provocada. Comum em


ações reivindicatória e possessórias. A nomeação à autoria é
obrigatória, busca a correção da legitimidade passiva, sob
pena de carência da ação. Provoca a sucessão processual.

Pressuposto da Nomeação à Autoria

É pressuposto do incidente, o ajuizamento da ação de demanda


contra detentor ou preposto, como se este fosse titular da posse da
coisa reivindicada ou o responsável pelos danos. Compensa a
dificuldade fática de se identificar o legítimo passivo para a ação.

Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à


ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular
de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos
prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em
cumprimento de instruções de terceiro.

Por exemplo, esbulho possessório provocado por empregado em


terras rurais, que colocou a cerca (demarcação) no território do
vizinho por ordens do seu empregador.

Ainda, pedreiro que causa dano no imóvel vizinho por ter derrubado
parede sob as ordens do empregador, entre outros. Verifica-se a
subordinação, a obediência do nomeante para o nomeado.

Do Procedimento

O demandado deve fazer a nomeação no prazo da defesa, nos


termos do artigo 64 do CPC. Nada impede a simultânea
apresentação da oposição e da contestação.

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Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no


prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o
processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias.

Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o processo e mandará ouvir


o autor no prazo de cinco dias, conforme artigo 64 do CPC. (O juiz
poderá indeferir liminarmente o pedido de nomeação, tratando-se
de decisão interlocutória atacável por agravo de instrumento)

O Autor poderá: aceitar expressamente a nomeação (promovendo


a citação), bem como abster-se de manifestar, caso em que se
pressupõe a aceitação.
Ainda, poderá recusar a nomeação, dado que ninguém é obrigado a
demandar contra quem não queira, sujeitando-se ao julgamento de
ilegitimidade passiva. Princípio dispositivo, o demandante decide
contra quem deve litigar.

O terceiro nomeado poderá recusar a nomeação, retornando o


processo à sua primitiva situação, correndo apenas entre Autor e
Réu.

Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe


a citação, recusando-o ficará sem efeito a nomeação.

Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe é


atribuída, contra ele correrá o processo; se a negar, o processo
continuará contra o nomeante.

Aceita a nomeação pelo nomeado e pelo Autor, o nomeante (réu


primitivo da ação) será excluído do feito (extromissão).

Em suma, por tratar-se de ato complexo, o incidente somente


terá efeito se “Nomeado” e “Autor da Ação”,
aceitarem/concordarem com a nomeação.

Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este


negar a qualidade que Ihe é atribuída, assinar-se-á ao
nomeante novo prazo para contestar.

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Por óbvio, em virtude disso, poderá o juiz reconhecer a ilegitimidade


do Réu, extinguindo o processo sem resolução do mérito, art. 267,
VI do CPC.

Arruda Alvim afirma “na hipótese de o nomeado não aceitar a


qualidade que lhe seja atribuída, ou, ainda, quando o próprio autor
recusar o nomeado (art. 67), assinar-se-á ao nomeante novo prazo
para contestar, vale dizer, devolve-se-lhe totalmente o prazo, sob
pena de nulidade”.

Ovídio Batista da Silva afirma em Comentários ao CPC, v.1: “a


redação deste artigo não é clara e pode induzir o intérprete em erro.
Sua leitura desatenta poderá sugerir que ao nomeado caberá a
faculdade de aceitar livremente a nomeação, ou recusá-la, caso em
que, havendo recusa, o autor ficaria obrigado a prosseguir na
demanda contra o réu originário. Dá-se aqui, porém, o resultado
inverso ao previsto quanto à faculdade de recusa que o art. 65
confere ao autor. A razão é obvia. Caberá sempre ao autor escolher
a pessoa contra quem dirigirá a ação, mas uma igual faculdade
jamais poderá ser concedida ao demandado, permitindo-lhe aceitar
a demanda ou livremente recusar-se a respondê-la como réu. Seria
na verdade estranho que o Código obrigasse ambas as partes a
continuar a litigar na causa para a qual ambas estejam convencidas
da ilegitimidade do demandado originário. A correta interpretação
deste artigo impõe, como única solução plausível, a outorga ao juiz
da faculdade de decidir sobre a questão da legitimidade passiva ad
causam”.

STJ – RESP 47.062 – “SEGUNDO A DOUTRINA, SE O AUTOR


RECUSA O NOMEADO, OU ESSE NEGA A QUALIDADE QUE
LHE E ATRIBUIDA, O PROCESSO CONTINUA COM O
NOMEANTE.”

Da decisão que aceita ou afasta o nomeado cabe agravo de


instrumento.

Art. 68. Presume-se aceita a nomeação se:


I - o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito,
Ihe competia manifestar-se;

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“Processual Civil. Nomeação à autoria. Silêncio do autor no


qüinqüídio que tem para se manifestar. Aceitação da nomeação.
Citação dos nomeados. Recurso provido. Ante o silêncio do autor
sobre o pedido de nomeação a autoria feito pelo réu, presume-se
aceita aquela, devendo os nomeados serem citados para
manifestar-se sobre o pedido, podendo, além de impugnar a
nomeação propriamente dita, discutir sobre possível ilegitimidade
passiva ad causam”(STJ, RESP 104206/SP, 4ª. Turma)

II - o nomeado não comparecer, ou, comparecendo, nada


alegar.

Art. 69. Responderá por perdas e danos aquele a quem


incumbia a nomeação:
I - deixando de nomear à autoria, quando Ihe competir;
II - nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome
detém a coisa demandada.

Da Denunciação da lide

Do Conceito de Denunciação da lide

Nas palavras de Marinoni e Arenhart, é instituto que se pretende


incluir no processo uma nova ação, subsidiária àquela
originariamente instaurada, a ser analisada caso o denunciante
venha a sucumbir na ação principal. Em regra, funda-se a figura no
direito de regresso, pelo qual aquele que vier a sofrer algum
prejuízo, pode, posteriormente, recuperá-lo de terceiro que por
alguma razão é o seu garante.

Nas palavras de Ovídio Baptista da Silva1: “Sempre que uma das


partes possa agir, em demanda regressiva, contra seu garante,
para reaver os prejuízos decorrentes de eventual sucumbência na
causa, estará autorizada a chamar para a ação esse terceiro a que
a mesma se liga”.

1
Ovídio Baptista da Silva, “Teoria Geral do Processo Civil”, ed. RT, p. 197.
5
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- é nova ação que pode ser utilizada tanto pelo autor como pelo
réu;
- funda-se no direito de regresso;
- será apreciada somente no caso de o denunciante sucumbir na
demanda principal;
- será resolvida na mesma sentença da ação principal.

Cabível, portanto, somente cabível no processo de conhecimento,


bem como não se admite no Juizado Especial Cível, a teor do artigo
10 da Lei 9.099/95, que não admite no processo qualquer forma de
intervenção de terceiro, nem de assistência. Admitindo, somente, o
litisconsórcio.

Hipóteses Legais de Denunciação da Lide

Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:

I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa,


cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa
exercer o direito que da evicção Ihe resulta;

II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por


força de obrigação ou direito, em casos como o do
usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado
em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada;

III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato,


a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a
demanda.

São três as hipóteses em que é admissível a litisdenunciação:

a) Evicção

Decorre da “responsabilidade que grava o alienante sempre que o


adquirente venha a perder a coisa adquirida em virtude de
sentença judicial que reconheça em favor de um terceiro algum
direito sobre a mesma”2.

2
Ovídio Baptista da Silva, “Teoria Geral do Processo Civil”, ed. RT, p. 198.
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Um exemplo comum de responsabilidade por evicção que dá lugar


à denunciação à lide, ocorre quando terceiro reivindica a coisa
perante o adquirente (denunciante). Com a denunciação ao
alienante, o réu assegura o direito de evicção perante estes, ou
seja, o direito a ser indenizado do prejuízo decorrente da perda da
coisa, forte nos arts. 450 e 456 do Código Civil.3

Pode acontecer, igualmente, em ação de usucapião, em ação


possessória, entre outros.

Busca instaurar uma atividade processual especialmente destinada


ao exame da pretensão indenizatória do adquirente da coisa, que é
demandado por alguém ou se depara com sua resistência, e, por
isso pode sofre os efeitos da evicção.

É secundária, porque surge exclusivamente em decorrência da


pretensão (ou resistência) de alguém estranho ao negócio jurídico.
É condicional, porque apenas é examinada na hipótese de a
pretensão (ou resistência) da pessoa estranha ao negócio jurídico
ser acolhida pelo Estado-Juiz.4

É hipótese de denunciação da lide obrigatória, sob pena de perder o


direito à evicção.

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o
adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos
anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do
processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide,


e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente
deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.

“A forma para exercer referido direito é o ajuizamento da ação de


denunciação da lide, permitida apenas no curso do processo e não
autonomamente, em processo futuro, salvo nas causa que se
processam pelo procedimento sumário, no qual é vedada
expressamente a denunciação (CPC 280)” – Nelson Nery Júnior –
Código de Processo Civil Comentado.

3
Ovídio Baptista da Silva
4
Allan Helber de Oliveira
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“Denunciação pelo autor. Deve ser feita na petição inicial, sob pena
de preclusão. O autor deverá fundamentar o seu pedido de
indenização em regresso, deduzido contra o denunciado na ação
secundária de denunciação da lide. Na verdade, está movendo
duas ações, cumuladas na mesma petição inicial, no mesmo
processo: a) uma, contra o réu; b) outra, contra o denunciado.
Exemplo: ao mover ação reivindicatória, o autor denuncia a lide ao
alienante para que, se eventualmente perder a demanda principal
(declarado que não é proprietário do imóvel), possa o alienante-
denunciado indenizá-lo pela evicção. Deixando de denunciar a lide
na petição inicial, ocorre a preclusão. Não há outro momento
processual para fazê-lo.” – Nelson Nery Júnior – Código de
Processo Civil Comentado.

Frise-se que nos demais casos de denunciação, previstos no art.


70, II e III, a obrigatoriedade diz respeito tão somente àquele
processo principal. Nada impede que outra ação seja deduzida em
juízo buscando o direito de regresso.

b)Posse indireta

“ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de


obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor
pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a
posse direta da coisa demandada;”

Supõe a existência de posse direta e posse indireta. A relação aqui


colocada é entre o possuidor direto e o possuidor indireto ou
proprietário. Não se deve confundir com a nomeação à autoria que
busca a exclusão do detentor.

No presente caso, somente o possuidor direto (locatário) é


demandado. Este instaura uma lide secundária por meio da
denunciação à lide. Não sendo respeitada a sua posse na processo
principal, garantirá uma indenização. Nestes casos, o terceiro
geralmente será o proprietário, o possuidor indireto, ou seja, aquele
que não garantiu a posse ao possuidor direto.

Isto porque, o possuidor indireto responde perante o possuidor


direto pela manutenção de sua posse durante o tempo em que

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durar a situação jurídica geradora dessa transferência da posse


direta.

É hipótese de denunciação à lide facultativa.

c) Direito de regresso

“àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar,


em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.”

Tem como objetivo salvaguardar o direito de regresso do


denunciante contra o denunciado que esteja obrigado a indenizá-lo
por força de lei ou de contrato. É o típico caso dos contratos de
seguro.

Aqui pode-se citar igualmente o caso do servidor público que possui


responsabilidade subsidiária perante o poder público que responde
objetivamente pelos danos causados na execução do serviço
público, conforme art. 37, parágrafo 6º da Constituição.

É caso de denunciação à lide facultativa, uma vez que poderá ser


ajuizada outra ação separada, garantido o direito de regresso, caso
não oferecida a denunciação à lide.

No procedimento sumário aplica-se o art. 280.

Procedimento e Legitimação

Tanto Autor como Réu, poderão denunciar à lide.

Art. 71. A citação do denunciado será requerida, juntamente


com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para
contestar, se o denunciante for o réu.

Art. 72. Ordenada a citação, ficará suspenso o processo.

§ 1o - A citação do alienante, do proprietário, do possuidor


indireto ou do responsável pela indenização far-se-á:

a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 (dez)


dias;
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b) quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto,


dentro de 30 (trinta) dias.

§ 2o Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação


prosseguirá unicamente em relação ao denunciante.

O juiz deferirá a citação apenas do denunciado, ficando a atividade


processual entre autor-denunciante e réu tempestivamente
suspensa.

Conforme §2º, não realizada a citação nos prazos legais, ficará sem
efeito a denunciação e o processo entre autor-denunciante e o réu
da ação principal.

Art. 73. Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado, por


sua vez, intimará do litígio o alienante, o proprietário, o
possuidor indireto ou o responsável pela indenização e, assim,
sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o
disposto no artigo antecedente. (denunciação sucessiva)

O art. 74 do CPC, ao tratar da denunciação pelo autor, inclusive


possibilita ao denunciado, a possibilidade de aditar a petição inicial.

Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado,


comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte do
denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se
em seguida à citação do réu.

Na hipótese do denunciado negar sua condição, formar-se-á duas


demandas autônomas, uma do autor em face do réu e outra do
autor em face do denunciado.

Art. 75. Feita a denunciação pelo réu:

I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o


processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro,
como litisconsortes, o denunciante e o denunciado;

Assim, estará formado o litisconsórcio passivo, inclusive com a


contagem do prazo diferenciado do art. 191 do CPC.

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II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para


negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao
denunciante prosseguir na defesa até final;

III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo


autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa.

Art. 76. A sentença, que julgar procedente a ação,


declarará, conforme o caso, o direito do evicto, ou a
responsabilidade por perdas e danos, valendo como título
executivo.

“A denunciação da lide, sempre que houver a citação do


denunciado no prazo legal, gera para o juiz o dever de analisar não
apenas a lide principal, mas também a lide secundária entre
denunciante e denunciado. Na denunciação feita pelo réu,
permanecendo revel o denunciado ou comparecendo apenas para
negar a qualidade que lhe foi atribuída, o denunciante prosseguirá
litigando com o autor, como impõe o art. 75, II. Mas a sentença
analisará o pedido do denunciante em desfavor do denunciado. Da
mesma forma, também na denunciação feita pelo réu, se o
denunciado comparecer pra confessar os fatos alegados pelo autor,
o denunciante prosseguirá com sua defesa contra o autor. Mas
igualmente a sentença analisará o pedido do denunciante em
desfavor do denunciado. Ou seja, a análise do pedido de
denunciação da lide independe da aceitação ou da recusa da
denunciação pelo denunciado. É claro que se trata de uma lide
secundária. Portanto, o pedido da denunciação apenas será
analisado se a sentença da lide principal for desfavorável ao
denunciante.” 5

Conforme entendimento do STJ, da decisão que indefere a


denunciação da lide cabe agravo de instrumento (REsp
297.802)

5
Allan Helber de Oliveira e Marcelo Dias Gonçalves Vilela
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PODERÁ OCORRER A DENUNCIAÇÃO DA LIDE DO ESTADO


AO FUNCIONÁRIO PÚBLICO?

Discute-se acerca da possibilidade do Estado, uma vez


demandado, denunciar à lide o funcionário público causador do
dano.

Isto porque, a responsabilidade do Estado é objetiva (teoria do


risco), nos termos do art. 37, §6º da CRFB/88, frente à vitima.
Entretanto, a relação do Estado com o seu funcionário público, no
que tange a responsabilidade é subjetiva.

Sendo subjetiva a responsabilidade do funcionário público perante o


Estado, o contexto probatório da denunciação será distinto da ação
principal.

Humberto Theodoro Junior afirma na sua obra Curso de Direito


Processual Civil Brasileiro, p. 112 “há quem, na doutrina e
jurisprudência, defenda a tese de que não pode haver denunciação
da lide nas ações de responsabilidade civil contra o Estado, porque
este responde objetivamente, e o direito regressivo contra o
funcionário depende do elemento subjetivo de culpa. A
denunciação, na hipótese, para que o Estado exercite a ação
regressiva contra o funcionário faltoso, realmente não é obrigatória.
Mas, uma vez exercitada, não pode ser recusada pelo juiz”.

Economia e celeridade processual x ampliação da causa de


pedir e do thema probandum

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DENUNCIAÇÃO DA
LIDE. 1. A "obrigatoriedade" de que trata o artigo 70 do Código de
Processo Civil, não se confunde com o cabimento da denunciação.
Aquela refere-se à perda do direito de regresso, já o cabimento liga-
se à admissibilidade do instituto. 2. O cabimento da denunciação
depende da ausência de violação dos princípios da celeridade e da
economia processual, o que implica na valoração a ser realizada
pelo magistrado em cada caso concreto. 3. No caso, o Tribunal de
Justiça entendeu cabível a denunciação. A revisão de tal
entendimento depende do revolvimento fático-probatório inviável no
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PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

recurso especial. Incidência do verbete sumular nº 07/STJ.


Precedente: REsp 770.590/BA, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ
03.04.2006. REsp 975799 / DF - RECURSO ESPECIAL -
2007/0182323-0 DJe 28/11/2008

"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO –


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - DENUNCIAÇÃO DA
LIDE - DIREITO DE REGRESSO - ART. 70, III, DO CPC. 1. A
denunciação da lide só é obrigatória em relação ao denunciante
que, não denunciando, perderá o direito de regresso, mas não está
obrigado o julgador a processá-la, se concluir que a tramitação de
duas ações em uma só onerará em demasia uma das partes,
ferindo os princípios da economia e da celeridade na prestação
jurisdicional. 2. A denunciação da lide ao agente do Estado em ação
fundada na responsabilidade prevista no art. 37, § 6º, da CF/88 não
é obrigatória, vez que a primeira relação jurídica funda-se na culpa
objetiva e a segunda na culpa subjetiva, fundamento novo não
constante da lide originária. 3. Não perde o Estado o direito de
regresso se não denuncia a lide ao seu preposto (precedentes
jurisprudenciais). 4. Embargos de divergência rejeitados". (EREsp
313.886/RN, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Seção, DJU de
22.03.04).

"PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.


DENUNCIAÇÃO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE. 1. 'A denunciação
da lide, como modalidade de intervenção de terceiros, busca aos
princípios da economia e da presteza na entrega da prestação
jurisdicional, não devendo ser prestigiada quando susceptível de
pôr em risco tais princípios' (REsp 43367/SP, 4ª Turma, Min. Sálvio
de Figueiredo Teixeira, DJ de 24.06.1996). 2. No caso, conforme
assentado pelas instâncias ordinárias, a denunciação da lide ao
agente público causador do dano implicaria prejuízo à celeridade e
à economia processual, o que impede sua admissão.
3. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 770.590/BA,
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 03.04.2006)".

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NA DENUNCIAÇÃO À LIDE, PODERÁ OCORRER


CONDENAÇÃO DIRETA DO DENUNCIADO FRENTE AO
AUTOR?

Inexistência de Relação de Direito Material X Princípio da


Efetividade, Resultado Prático da Demanda – Interpretação
Pragmática

Recurso Especial 7.594/SP em 1991 – Rel. Min. Barros Monteiro


“reconhecida a carência em relação aos réus-denunciantes, não se
afigura admissível condenar-se diretamente o litisdenunciado, nem
mesmo em homenagem ao princípio da economia processual. É
que a lide secundária se instaurou, in casu, somente entre réu-
denunciante e o denunciado. Ela não se confunde com o litígio
principal, estabelecido entre o autor e réu-denunciante”.

"PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS.


DENUNCIAÇÃO DA LIDE DO PREPOSTO E DA SEGURADORA.
CONDENAÇÃO DIRETA E SOLIDÁRIA DOS DENUNCIADOS.
POSSIBILIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIOLAÇÃO DO
ART. 535, I E II, DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. 1. Aceitando o
litisdenunciado, em sede de ação de reparação de danos, a
denunciação feita pelo réu – vale dizer, não contestando a lide
secundária –, desaparece a litisdenunciação e prossegue o
processo entre o autor de um lado e, de outro, como litisconsortes,
o denunciado e o denunciante, que poderão vir a ser condenados,
direta e solidariamente, ao pagamento da indenização.
Precedentes. 2. Inexistindo omissão, obscuridade ou contradição a
ser sanada no acórdão embargado, mostra-se inequívoco o julgado
que rejeita os embargos declaratórios. 3. Recurso especial não-
provido." (RESP nº 211.119/ES, Rel. Min. João Otávio de Noronha,
DJ de 20/06/2005).

"CIVIL E PROCESSO CIVIL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS


- DENUNCIAÇÃO DA LIDE - CONTESTAÇÃO - CONDENAÇÃO
DIRETA DA LITISDENUNCIADA - CPC, ART. 75, I -
INTERPRETAÇÃO PRAGMÁTICA. - A seguradora-litisdenunciada
ao oferecer contestação, assume posição de litisconsorte passiva
do denunciante. Pode assim, ser condenada em conjunto com este,
à indenização por acidente de trânsito. Esta é a interpretação

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correta e pragmática do Art. 75, I, do CPC." (REsp 275.453/RS, Rel.


Min.Humberto Gomes de Barros, DJ de 11/04/2005)”

"CIVIL E PROCESSUAL. COLISÃO DE VEÍCULOS. AÇÃO DE


REPARAÇÃO DE DANOS. DENUNCIAÇÃO DA LIDE FEITA PELO
RÉU. ACEITAÇÃO. CONTESTAÇÃO DO PEDIDO PRINCIPAL.
CONDENAÇÃO DIRETA DA DENUNCIADA (SEGURADORA) E
SOLIDÁRIA COM O RÉU. POSSIBILIDADE. 1 - Se a seguradora
comparece a Juízo aceitando a denunciação da lide feita pelo réu e
contestando o pedido principal, assume ela a condição de
litisconsorte passiva, formal e materialmente, podendo, em
conseqüência, ser condenada, direta e solidariamente, com o réu.
Precedentes do STJ. 2 - Recurso especial não conhecido." (RESP
188.158/RS, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJ de 01/07/2004)

“DENUNCIAÇÃO DA LIDE. Seguradora. Interesse da autora da


ação. A autora da ação de indenização tem interesse em ver
julgada procedente a denunciação da lide feita pela ré à sua
Seguradora, daí a legitimidade dela, autora, para recorrer da
sentença que julga improcedente a ação secundária. Recurso
conhecido e provido. DJ 19/05/2003 p. 233 REsp 197741 / DF”

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE RESISTÊNCIA À DENUNCIAÇÃO
DA LIDE. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS
DA LIDE SECUNDÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não tendo havido
resistência à denunciação da lide não cabe a condenação da
denunciada em honorários de advogado em face da sucumbência
do réu denunciante. Incidência da Súmula 83. 2. Agravo regimental
a que se nega provimento. (AgRg no Ag 1226809/MG, Rel. Ministra
MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
02/12/2010, DJe 01/02/2011)

Ementa: Apelação cível. Ação de indenização por danos morais e


materiais. Pedido julgado improcedente. Sentença confirmada pelos
seus fundamentos, não havendo nexo causal entre os fatos e o
contrato de transporte havido com a ré. Improcedente o pedido,
cabível a extinção da denunciação da lide, por perda do objeto. A
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denunciante deve arcar com os ônus de sucumbência da lide


secundária, por ser caso de denunciação facultativa. Honorários
que não ensejam redução, ante o expressivo patamar indenizatório
pleiteado. Recursos desprovidos. (Apelação Cível Nº 70010282531,
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ney
Wiedemann Neto, Julgado em 19/10/2006)

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.


SUPRIMENTO. 1. Não tendo havido manifestação do acórdão
embargado quanto à denunciação à lide e os ônus sucumbenciais,
devem ser acolhidos os embargos para que suprida a omissão
apontada. 2. Improcedente a pretensão, devem os autores arcar
com as custas processuais e honorários advocatícios ao procurador
da demandada/denunciante à lide. 3. Diante da improcedência da
ação principal, improcedente a denunciação à lide, devendo arcar o
denunciante com o pagamento dos honorários advocatícios ao
patrono da parte denunciada. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
ACOLHIDOS. UNÂNIME. (Embargos de Declaração Nº
70040806457, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Julgado em 26/01/2011)

Na lição de Athos Gusmão Carneiro6:


“Nos casos, no entanto, de mera garantia imprópria, ao
denunciante assistiria a opção entre:

a) de imediato agir regressivamente, propondo a denunciação da


lide na busca de breve obtenção de título executivo contra o terceiro; ou
b) aguardar o resultado da ação para, oportunamente e se fosse o
caso, agir regressivamente, em processo autônomo.

Em tais casos, aplicar-se-á a regra geral da sucumbência: o autor,


vencido na ação principal, pagará honorários ao réu denunciante. E o réu
denunciante, perdido o objeto da denunciação, indenizará o denunciado pela
verba honorária.”

6
Intervenção de Terceiros – 14ª ed. rev. E atual. – São Paulo : Saraiva, 2003, pg. 134.
16
PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

Do Chamamento ao Processo

O chamamento ao processo configura-se por ser o instituto por


meio do qual se permite que o devedor acionado em juízo convoque
para participar da atividade processual os demais coobrigados pelo
pagamento da dívida, garantido assim que todos também
respondam pela condenação.

Assim, no próprio direito material, existe relação entre os


“chamados” e o autor da ação.

Adequado nas demandas de carga condenatória.

Cria um litisconsórcio passivo por vontade do réu e não pela


iniciativa do autor.

Art. 77. É admissível o chamamento ao processo:

I - do devedor, na ação em que o fiador for réu;

II - dos outros fiadores, quando para a ação for citado


apenas um deles;

III - de todos os devedores solidários, quando o credor


exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida
comum.

Não instaura uma lide secundária e diversa, apenas os chamados


passam a integrar a lide entre autor e réu primitivos, na condição de
litisconsortes.

O terceiro convocado é o “chamado”, o réu que requer o


chamamento é o “promovente”.

Ocorre a ampliação dos limites subjetivos da coisa julgada.

O fiador poderá chamar o devedor originário (afiançado), entretanto


o devedor originário (afiançado) não poderá chamar o fiador, por
falta de interesse de agir – sua pretensão não é útil e necessária –
não há direito de reembolso.

Uma distinção fundamental entre denunciação da lide e


chamamento ao processo está no fato de que, no chamamento ao
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PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

processo todos os réus são obrigados perante o credor comum. Já


na denunciação da lide, há vínculo obrigacional apenas entre o
denunciante e o denunciado e nenhuma relação jurídica entre este
e o adversário do denunciante.

Luiz Guilherme Marinoni em sua obra Processo de Conhecimento


v.2, afirma “Poderão os chamados, então, aceitar a condição de
coobrigados ou não; se aceitarem, forma-se litisconsórcio passivo;
caso não aceitem, haverá mera cumulação subjetiva, passando a
haver uma ação proposta pelo autor em face do réu, e outra pelo
réu diante dos chamados”.

Art. 78. Para que o juiz declare, na mesma sentença, as


responsabilidades dos obrigados, a que se refere o artigo
antecedente, o réu requererá, no prazo para contestar, a
citação do chamado.

Art. 79. O juiz suspenderá o processo, mandando observar,


quanto à citação e aos prazos, o disposto nos arts. 72 e 74.

Art. 80. A sentença, que julgar procedente a ação, condenando


os devedores, valerá como título executivo, em favor do que
satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor
principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na
proporção que Ihes tocar.

Assim, a sentença analisará a lide também em relação aos


chamados. Ocorrendo condenação da parte passiva, todos os
chamados serão condenados solidariamente. O chamamento
poderá ser rejeitado pelo juiz, em caso de inexistência de situação
jurídica de solidariedade.

QUESTÕES

01 – ( ) O chamamento ao processo permite ao réu incluir no


pólo passivo todos os que devem responder solidariamente com ele
pela satisfação do direito pretendido pelo autor. No chamamento, o
réu e os chamados mantêm vínculo de direito material com o autor.

02 – ( ) Ocorre a denunciação da lide quando um terceiro


interessado requer sua intervenção no processo pendente entre as

18
PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

partes, visando excluir a pretensão do autor e auxiliar o réu em sua


defesa.

03 – ( ) - O terceiro que se sentir prejudicado ou que tiver seu


direito ameaçado em virtude de uma pretensão discutida em juízo
poderá ingressar na ação e nomear-se como legítimo detentor do
direito disputado pelo autor, por meio do incidente denominado
nomeação à autoria.

04 - ( ) A denunciação à lide constitui uma nova ação, ou seja, é


lide secundária em relação à ação principal, e, uma vez extinta a
ação principal, resta prejudicada, por falta de objeto, a lide
secundária.

05 – ( ) A denunciação à lide, forma de intervenção de terceiro,


consiste no ajuizamento, pelo denunciante, de lide paralela,
processada simultaneamente com a principal, envolvendo direito de
garantia, de regresso ou de indenização que o denunciante
pretende exercer contra o denunciado.

06 – ( ) Chamamento ao processo consiste no incidente pelo qual


o demandado, sob a alegação de não ter legitimidade para
responder à ação, chama ao processo o verdadeiro legitimado
passivo, objetivando transferir-lhe a posição de réu.

07 – ( ) No chamamento ao processo, o réu apresenta sua


defesa alegando ilegitimidade passiva por não ser titular da
pretensão resistida e requer a sua exclusão da ação.

08 – ( ) A denunciação da lide é meio pelo qual uma das partes


pode deduzir, em relação a terceiro, no mesmo processo, direito
regressivo de que se considera titular. Pela denunciação, verifica-se
a ampliação do objeto do processo, pois nova demanda entre
denunciante e denunciado, de natureza condenatória, é admitida na
relação processual em curso.

09 – ( ) A denunciação da lide é ato exclusivo do réu, que, por


meio dela, visa exonerar-se da demanda que lhe foi intentada ou,
caso vencido na demanda, visa exercer o direito de regresso contra
os demais obrigados pela dívida objeto da demanda.

19
PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

Promotor/RS

10 - Assinale a alternativa incorreta a respeito da denunciação à


lide:
(A) A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do
réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o
denunciante for o réu.
(B) A denunciação da lide é obrigatória ao alienante, na ação em
que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a
fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta.
(C) Mesmo se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor
originário, poderá o denunciante prosseguir na defesa.
(D) Se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo
prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como
litisconsortes, o denunciante e o denunciado.
(E) A decisão que indefere o requerimento de denunciação à lide é
irrecorrível, devendo o denunciante ingressar com ação autônoma
para salvaguardar seus direitos materiais ou deduzir mandado de
segurança como sucedâneo recursal.

TRF3 – JUIZ FEDERAL

11. Em se tratando de intervenção de terceiros, marque verdadeiro


ou falso:
( ) aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe
demandada em nome próprio, deverá denunciar à lide o proprietário
ou o possuidor.
( ) cabe denunciação da lide ao alienante, na ação em que
terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim
de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta;
( ) é admissível o chamamento ao processo do devedor, na
ação em que o fiador for réu, bem como dos outros fiadores,
quando para a ação for citado apenas um deles e, ainda, de todos
os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns
deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.

12. ( ) Se o réu, no prazo para apresentar a resposta,


apresentar incidente de nomeação à autoria, o juiz suspenderá o
processo e determinará a citação do nomeado para integrar a lide.

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PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

Magistratura de SP

13. Marque verdadeiro ou falso relativamente à intervenção de


terceiros
( ) Quando o autor nomear terceiro à autoria, incumbe-lhe
requerer sua citação juntamente com a do réu.
( ) Feita a denunciação da lide pelo autor, o denunciado poderá
aditar a inicial.
( ) Indeferida a denunciação da lide, será concedido ao réu
denunciante novo prazo para contestar a ação.

Questão discursiva:

Em ação de usucapião, Ciro, citado como proprietário do bem imóvel


que é objeto de pedido, em sua defesa, argüi nulidade do processo, pois
não foi designada audiência de justificação prévia. Também aduz sua
ilegitimidade passiva, juntando certidão do álbum imobiliário, onde
comprova ter alienado à Catarina o bem antes da citação na ação de
usucapião. Diz que em decorrência disso não possui efetivo interesse
nos termos da demanda. Ciro informa, outrossim, que é apenas detentor
do imóvel na condição de capataz contratado por Catarina.

Com base em tais dados, impondo-se respostas justificadas, pergunta-


se:

a) Deveria Ciro ter utilizado, na defesa, alguma forma de intervenção de


terceiros? Afirmativa a resposta a resposta à indagação anterior, qual a
modalidade correta? A não utilização dessa última pode acarretar
alguma responsabilidade para Ciro?

b) Ainda considerando-se afirmativa a resposta à primeira indagação do


item “a”, acima, ingressando Catarina na relação processual, qual a
atitude para que essa assegure seus direitos ameaçados com o
eventual sucesso da demanda de usucapião?

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