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Esquema ResoluçÃO Casos PRÁ Ticos

Processo civil I (Universidade de Lisboa)

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PARTE GERAL
A TRAMITAÇÃO DO PROCESSO:
Em processo civil, temos sempre um autor e um réu. O autor propõe a ação, e
o réu é aquele contra quem a ação é proposta.

Sempre que existe uma pluralidade de partes estamos perante um


litisconsórcio. Se há mais de um autor, o litisconsórcio é ativo; se há mais de
um réu, o litisconsórcio é passivo.

Quando o autor propõe uma ação, pretende que o juiz resolva o


problema, ou seja, pretende obter uma decisão de mérito: aquela em que o
juiz se pronuncia acerca do problema material (se a pessoa tem ou não um
direito de indemnização, por exemplo).

Existem, no entanto, decisões que não podem ser de mérito, mas sim de
forma. Isto é, quer resolver o problema, mas há condições que precisam de
estar verificadas e não estão  pressupostos do processo

O autor deve sempre assegurar que todos os pressupostos processuais estão


verificados, senão o juiz não poderá tomar uma decisão de mérito.

FASE DOS ARTICULADOS

 PETIÇÃO INICIAL: O autor propõe uma ação em que formula um pedido


 Esta marca o inicio do processo assim que entra na secretaria.
 A secretaria recebe a petição inicial, dá conhecimento ao réu de que há
uma ação contra ele, através da citação oficiosa (avisa o réu).
o Nas providências cautelares, pode perguntar primeiro ao juiz
antes de citar o réu
 A petição inicial está dividida em duas partes: factos + direitos (581º/4 
visão restritiva da causa de pedir).
 MTS  visão restritiva, ou seja, de entre todos os factos só fazem parte
da causa de pedir aqueles que são suficientes para individualizar o
pedido
 LF  visão ampla, ou seja, faz parte da causa de pedir tudo aquilo que
permitiu ao direito surgir.
 RÉPLICA: só existe se houver pedido reconvencional
 CONTESTAÇÃO: réu tem 30 dias para reagir
 Réu convence juiz de que o autor não tem razão
 Contra-ataca formulando um pedido contra o autor  reconvenção ou
pedido reconvencional.
 DEFESA DO RÉU:
1. Impugnação – o que autor disse não é verdade (não tem de ser tudo
mentira, basta uma parte); muito frequente quando se estão a discutir
factos.
a. Regra: a petição inicial e a contestação têm de ser escritas por
números, cada um com um facto. Não pode ser em prosa, para
que quem impugna, possa fazê-lo mencionando apenas um

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numero, e para que o juiz possa saber do que se está a falar mais
rapidamente.
2. Exceção – quando o réu acrescenta uma coisa nova; podendo ser um
aspecto novo que tem a ver com o mérito ou com a forma.
a. Exceção perentória – quando apresenta coisa nova e o autor
perde (mérito) – não procede
b. Exceção dilatória – quando o juíz não pode tomar decisão de
mérito perante a coisa nova, dita pelo réu (forma) – procede

As exceções também podem ser invocadas pelo juiz e não só para que o réu
se defenda. Servem para o réu se socorrer.
Em regra, as exceções dilatórias são de conhecimento oficioso. As perentórias,
são ao contrário  decorrente da autonomia das partes (578º CPC).
Quando o réu invoca a exceção, é essencial que o autor possa responder. A
réplica só pode ser apresentada se o réu puder fazer um pedido
reconvencional, e aí o autor responde.
1. Articulado eventual – só acontece com o pedido reconvencional
SE HÁ PEDIDO RECONVENCIONAL, HÁ RÉPLICA, CASO
CONTRÁRIO, NÃO HÁ.

Fim da fase dos articulados


Processo vai concluso ao juiz

INÍCIO DA ATUAÇÃO DO JUÍZ


FASE DA GESTÃO DO PROCESSO
O juiz tem de decidir se a ação continua ou se falta algum pressuposto para
verificar se pode conhecer do mérito da causa.
PROCEDER: significa que o tribunal concordou e que o autor ganhou ou então
há absolvição do réu da instancia ou absolvição do réu no pedido.
PROSSEGUIR: continuar

DESPACHO SANEADOR
1. Conhecer as exceções dilatórias
2. Conhecer as nulidades processuais
3. Conhecer imediatamente do mérito
a. Apreciação total dos pedidos ou exceções
b. Apreciação parcial de algum dos pedidos ou de alguma das
exceções
Não esquecer que antes do despacho saneador, há o despacho pré-saneador:
 O juiz convida as partes a corrigir os problemas dos articulados (p.ex:
quando o autor não está acompanhado de advogado).
Entre o pré-saneador e o saneador também há a audiência prévia (591º CPC).

APÓS DESPACHO SANEADOR


Se ação prosseguir: despacho do artigo 596º  o juiz faz uma lista de todas as
coisas em que ficou em duvida porque só vale a pena trazer testemunhas
acerca disto.

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ÚLTIMA FASE – DECISÃO


Sentença:
1. Absolvição do réu do pedido
2. Absolvição do réu da instância
3. Condenação do réu no pedido

TUDO O QUE ESTÁ ESCRITO ACIMA É A FORMA DE PROCESSO COMUM

PRINCÍPIOS DO DTO PROCESSUAL


a) Princípio do inquisitório: 411º CPC
b) Princípio do contraditório: relativamente às partes entre si, todo o
pedido, requerimento, afirmação ou prova apresentada por uma das
partes pode ser contestada ou impugnada pela contra-parte (3º+517º/1)
Quando não se observa este principio, redunda nulidade inominada
(201º/1)
c) Princípio do dispositivo: quando as partes propõem a ação limitam o
juíz. O principio da oficiosidade opõe-se a este.
d) Princípio da cooperação: 7º+417º  o juiz deve ajudar as partes sem
violar o princípio do dispositivo.
e) Princípio da igualdade: 3º/4  as partes são iguais em direitos,
deveres, poderes e ónus. Cumpre ser assegurada a plena igualdade
formal às partes, relativamente ao exercício de faculdades e ao uso de
meios de defesa; tal como superar factores de desigualdade substancial
através do apoio judiciário. Assim, o juiz deve tratar de igual modo
situações semelhantes.
f) Princípio da oficialidade ou adequação formal: hoje em dia é o
principio da oficiosidade na gestão processual (6º). Consiste em fixar
prazos para manter o processo a decorrer em tempo útil. Se não for
respeitado, pode ser utilizado com o princípio da preclusão.
g) Princípio da eficiência
h) Princípio da autossuficiência: permite que um tribunal incompetente
tenha competência para apreciar a sua própria competência.
i) Princípio da instrumentalidade: o processo civil é um direito adjetivo,
por isso, acaba por ser instrumental perante o direito substantivo. Assim,
não pode alcançar efeitos que aquele direito material não permite.
j) Principio do dispositivo:
a. Impulso processual: pratica de atos pelas partes que
determinam a pendencia da causa e o andamento do processo,
através do ónus do impulso processual inicial e sucessivo (3º/1 e
264º).
b. Disponibilidade do objeto: determina que incumbe às partes o
ónus da definição do objeto do processo (467º/2) e o ónus de
realização da prova dos factos alegados (342º CC)  opõe-se ao
principio do inquisitório e ao principio da oficiosidade.
k) Princípio da legalidade do processo: a tramitação do processo e os
atos processuais têm uma forma legalmente prescrita, que se impõe às
partes e ao tribunal.

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FORMA DE PROCESSO
A forma de processo são os modelos de sequencias ordenadas de atos
dirigidos a um determinado fim, em função de providencia judiciaria requerida
pelo autor, do valor atribuído aos interesses em conflito ou da natureza da
relação subjetiva subjacente à pretensão.

O processo declarativo pode ser comum ou especial.

269/98  2 formas especiais:


1. Processo de injunção
2. AECOPS
a. 3 requisitos:
i. obrigação pecuniária
ii. tem de ser igual ou inferior a 15k€
iii. tem de emergir de um contrato -> tem de ser a prestação
pecuniária acordada pelas partes
TODAS AS INDEMNIZAÇÕES ETC, ESTÃO FORA DO DL 269/98

Se estivermos perante cumulação de pedidos. Utiliza-se a cumulação aparente


sempre que os dois pedidos não têm utilidade económica distinta.
297º/2  quando a cumulação é importante para autor
302º  regra geral
193º  erro na forma de processo  nulidade processual  é necessário
repetir tudo a partir daqui

É a partir, depois, do valor da causa que se sabe se há direito a recurso.

1º INSTÂNCIA  3000€
RELAÇÃO  23000€
STJ  33000€
Causa de pedir  factos (coisa que aconteceu na vida). NÃO É UMA
QUALIFICAÇÃO JURÍDICA

TIPOS DE AÇÃO
a) Ação declarativa
a. Ação de simples apreciação: quando o autor pede ao tribunal que
declare a existência ou inexistência de um direito ou facto jurídico
b. Ação de condenação: quando pede que condene o réu na
prestação de uma coisa ou de um facto a que tem direito
c. Ação constitutiva: quando pede que se alterem situações jurídicas
das partes em conformidade com um direito potestativo do autor
b) Ação executiva
a. É executiva quando visa a reparação material de um direito
violado, no pressuposto da sua existência
b. É necessária a posse de titulo executivo através do tribunal
judicial

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COMPETÊNCIA
1º -

O conflito é plurilocalizado, logo temos de averiguar a competência


internacional, tendo em conta que o direito europeu tem primado sobre o direito
português de acordo com o artigo 8º CRP. Havendo esta prevalência vamos
verificar se o regulamento 1215/2012 se aplica.
1. âmbito material – artigo 1º, dizer se se aplica ou não conforme se
trate de matéria cível e/ou comercial, e se tal acontecer, mencionar
que não está excluído pelo artigo 2º.
2. Âmbito temporal – se for após 10 de janeiro de 2015, o regulamento
aplica-se. Caso contrário, não se aplica. Se no caso nada for dito,
poderá deduzir-se que este âmbito está verificado. 76º
3. Âmbito espacial – ver se se verifica com base no artigo 6º. Caso o
requerido tenha domicilio ou sede num estado membro, aplicar-se-á
o regulamento. Caso contrário não será aplicável.
O referido que não tiver domicilio ou sede (63º) num estado-membro, deixa de
ser competência do mesmo conhecer do mérito da causa. Caso contrário será
aplicado o Código de Processo Civil.

Aplicar o artigo 6º em conjunto com o 24º ou o 18º/1.

Se tivermos um problema de pactos de competência, a competência passa a


ser interna. Caso seja um problema de pacto de jurisdição, a competência é
internacional.

Estando perante ambos


Pacto de jurisdição – 25º
Pacto de competência – 95º CPC

Ver requisitos do artigo 25º + 25º/4

Aqui o artigo 24º é aplicável, por via do artigo 25º/4, já que o artigo 25º não
pode afetar o artigo 24º.
O pacto só vai contra o artigo 24º se escolher outro país que não o deduzível
pelo mesmo.

QUANDO SE APLICA O CPC

Competência em razão da jurisdição – são competentes os tribunais judiciais


porque não cabe nem na competência dos administrativos nem fiscais – 4º
ETAV + 64º CPC + 40º/1 LOSJ

Competência em razão da hierarquia – são competentes os tribunais de


primeira instância, porque a ação não cabe na competência do STJ, nem nos
tribunais da relação – 52º, 53º, 55º, 72º, 73º LOSJ e 67º-69º CPC

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Competência em razão do território – Aplicar 80º/3 se o 70º, ss forem


afastados; caso haja pacto de jurisdição ou competência aplicar o artigo
correspondente, e de seguida utilizar o 104º para saber se é de conhecimento
oficioso. Caso seja, então o pacto não serve para nada.
Mencionar SEMPRE onde deve ser proposta a ação.
(VER AQUI AS INCOMPETÊNCIAS!)

Competência em razão da matéria – afastar os tribunais de competência


alargada, logo é do tribunal da comarca.
Afastar os outros tipos e juízos LOSJ
Falar dos juízos cível central e local
Ver os requisitos das AECOPS se for mais de 15mil euros + tipo de ação e
forma de processo
Ver qual dos juízos é competente a partir daí.

NÃO ESQUECER QUE O ARTIGO 7º TEM DUPLA FUNCIONALIDADE PARA


O PROFESSOR MTS.

Competência internacional:
1. Só interessa no caso determinar a competência internacional se os
factos da historia que está a ser contada no caso pratico tiver conexão
com mais de uma ordem jurídica.
a. VERIFICAR se o conflito é plurilocalizado, e se sim determinar a
competência internacional – ‘’o conflito é plurilocalizado logo
tenho de determinar a competência internacional’’
b. Caso contrario não se tem de verificar a competência
internacional, verificando apenas a competência nacional.
c. MUNDO PERFEITO: onde todos os países se entendem
d. Todos os países são unidos e dizem: sempre que houver
problemas com conexão com vários países, quando uma das
partes quiser propor uma ação essa parte propõe sempre a ação
no país do seu domicilio. Nunca iriam haver conflitos positivos de
jurisdição (quando mais de um tribunal se acha competente, é
bom para o autor porque tem muitos para escolher e qualquer um
deles serve); nem conflitos negativos de jurisdição (quando
nenhum tribunal se considera competente e o autor não tem onde
defender o seu direito). Também podia dizer que faziam critérios
por matérias, ou seja, se for relacionado com contratos, o país
relevante é onde foi celebrado o contrato; caso fosse RC, então
era no país onde aconteceu o dolo, etc...
e. MUNDO HORRIVEL: cada um decide unilateralmente o que vai
fazer
f. Portugal a dizer ‘’os meus tribunais são competentes para isto’’;
Espanha fazia o mesmo; Brasil, também... Se cada país fizesse a
sua lista unilateralmente, tínhamos muitos conflitos positivos, no
entanto, também podiam existir conflitos negativos... imagine-se

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que Portugal e Espanha só conheciam de acidentes feitos pelos


seus cidadãos no seu país, não podiam arranjar ninguém que
decidisse o seu litigio – conflito negativo de jurisdição
g. 62º + 63º - regras unilaterais fixadas pelo legislador português
que fixam quais os tribunais competentes. Todos os países têm
na sua lei processual civil regras destas.
h. PROBLEMA: situação de amizades mistas, porque para uns
temos tratados e para outros não, além de que também fazemos
parte da união europeia.
i. Regras unilateriais + tratados + regulamentos – todos a tratar o
mesmo problema jurídico temos uma panóplia de leis aplicáveis e
em cada caso temos de escolher que lei, regulamento ou tratado
é utilizado naquele em concreto. O maior problema é que eles se
contradizem. Ver 71º/1 + artigo 7º do regulamento email.
2. De entre os vários instrumentos normativos que regulam a competência
internacional dos tribunais portugueses, temos de ver qual se aplica
àquele caso concreto: CPC E 1215/2012
a. ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO CPC: os tribunais portugueses
usam o 62 e o 63 sempre que uma ação vem parar a Portugal, ou
seja, se for proposta em Portugal. Se o juiz for incompetente há
absolvição do réu da instância.
b. A lei comunitária prevalece, assim se se aplicar o 1215/2012 não
se aplica o CPC  REGRA!: ver sempre primeiro o 1215/2012 –
primado da união europeia
c. AMBITO DE APLICAÇÃO DO REGULAMENTO:
i. Material  1º 1215/2012 – matéria civil ou comercial
(posso dizer isso e não dizer qual deles é). Não pode ser
utilizado se não for comercial ou civil (ver artigo 2º para ver
quais as limitações e se é excluído ou não).
ii. Temporal  conjugação do 66º com o 76º? – não é a
ocorrência dos factos mas sim a propositura dos factos. Se
o âmbito temporal não se preencher não se aplica o
1215/2012. ESTÁ SEMPRE PREENCHIDO NOS CASOS
PRÁTICOS
iii. Espacial  6º 1215/2012 ~ o sexto não diz o mesmo que o
quarto, a prof diz que basta aplicar o 6º!!!!!! TEM DE SE
FALAR SEMPRE NO 6º!!!! Diz a que ações é que este
regulamento não se aplica, ou seja, fala pela negativa
dizendo que se verificar isto, isto, e isto utilizam os estados
membros a lei dos seus países. O REGULAMENTO
APLICA-SE SEMPRE QUE O RÉU TIVER DOMICILIO NO
ESTADO MEMBRO. Ver exceções do artigo (esses entre
virgulas). Ou seja só se aplica se tiver residência num dos
estados membros ou caso estejamos presentes num dos

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casos do 18º/1, 21º/2, 24º e 25º mesmo que ele não tenha
residência num dos estados membros.

EXEMPLO: uma ação de responsabilidade civil contratual, proposta em 2018 e


o gajo tinha domicilio no estado membro. MATERIAL, aplica-se materia civil;
TEMPORAL, 2018, é depois de 2015; ESPACIAL, aplica-se porque o gajo tem
residência em frança que é um estado membro.
NUNCA VOU USAR O CPC PQ SÓ O REGULAMENTO DIZ QUEM É
COMPETENTE! NESTE CASO A FRANÇA! Caso a ação fosse proposta em
Portugal havia incompetência!!!! NUNCA APLICAR O CPC ISSO É ESTUPIDO
NÃO SEJAS BURRA!!!!!

EXCEÇÕES DO ÂMBITO ESPACIAL :


ARTIGO 24º 1215/2012 – independentemente do domicilio do reu
As regras de competência são regras que funcionam como uma seta. Dizendo
que tribunal é competente  ver artigo 6º em conjunto com o 24º porque se o
reu não tiver domicilio podemos ir ao 24º ver se o imóvel era num estado
membro. DEPOIS VER ESTE!!!!
ARTIGO 25º - PACTOS DE JURISDIÇÃO  acordos a que as partes chegam
no sentido de determinarem qual o tribunal competente a nível internacional.
25º + 6º  ver os requisitos de validade do pacto e esse pacto tem de escolher
um pais da união europeia, aplicando o regulamento mesmo que o réu não
tenha domicilio num dos estados membros. 1º VER ESTE!!
Só se utiliza o 18º/1 ou o 21º/2 em situações de consumo e trabalho (não
costuma sair nos casos práticos)

Concluindo que o regulamento se aplica:


1. Ver as regras sobre competência do regulamento

COMPETENCIA TERRITORIAL
(já vimos)

ARTIGO 80º/3 – regra especial que serve para quando nós já sabemos q os tribunais
portugueses são competentes, mas todas as regras de competência territorial apontam
para um país estrangeiro, se mais nada der o tribunal de lisboa é competente. NUNCA
UTILIZAR O 62º/A COM O 80º/3, porque o 62º/A é utilizado para definir a competência
internacional dos tribunais portugueses. O 80º/3 é uma regra para nos salvar quando
sabemos que os tribunais portugueses são competentes, mas a competência territorial
nos aponta para outro sitio.

T1ªINSTANCIA

T. Comarca Tribunais comp territorial alargada


111º, ss

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(em regra ñ se aplica)

1º dizer ‘’Não é da competência do tribunal com competência territorial alargada,


conforme os artigos 111º,ss LOSJ’’

Dentro das comarcas:


Juízos de proximidade – existem dentro das comarcas, servem para se houver uma
audiência em vez de serem as pessoas a se deslocarem a tribunal, é o juiz que se
desloca até lá – não interessa para o caso pratico uma vez que é meramente
burocrático e administrativo. Não há ações propostas aqui.

2º falar dos juízos de competência especializada que não são nem o juízo cível central
nem o juízo cível local – artigo 81º/3 LOSJ, dizendo que não é da competência dos
tribunais: família, comercio, crime, trabalho, execução. Depois, vejo o juízo central –
artigo 117º LOSJ - processo comum, superior o valor da causa a 50mil€ (somando se
houver mais de um pedido).
Fora isto, se for processo especial e/ou valor inferior a 50mil€ vou para o juízo cível
local. O local tem competência residual ficando com tudo o que não é dos outros.

Juízos de competência genérica –

FINGIR QUE EM TODAS AS COMARCAS EXISTEM ESTES JUIZOS, NUNCA CHEGANDO À


COMPETENCIA GENERICA – todos os juízos do 81º/3 existem!

O CPC foi feito e só depois alteraram a LOSJ. Quando o problema tem que ver com a
forma de processo é sempre incompetência relativa – 102º

Havendo uma incompetência é preciso ver onde é que a ação foi proposta! (nem
sempre diz nos casos práticos)

1. Ver competência em razão de que? Qual a norma violada e a partir daí dizer se
é competência absoluta ou relativa. (regulamento pode ter violação das regras
de comp internacional e territorial nos artigos em que há dupla funcionalidade)
pode haver mais de uma incompetência num caso pratico e se uma levar a
absolvição e outra a remessa, o fim será sempre a absolvição.
2. É ou não de conhecimento oficioso? Se é de conhecimento oficioso passa-se
para o terceiro ponto
3. Dentro de que o juiz pode fazer + dizer até quando o juiz pode conhecer
oficiosamente
a. Continuar com a ação e conhecer do mérito da causa, se o
conhecimento não for oficioso e as partes não alegarem
b. Pode absolver o reu da instancia
c. Pode haver remessa para o tribunal competente - A NORMA NÃO DÁ
REMESSA PARA OUTROS TRIBUNAIS INTERNACIONAIS. APENAS ENTRE
TRIBUNAIS PORTUGUESES.

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d. Indeferimento liminar da petição inicial = ABSOLVIÇÃO DO RÉU DA


INSTÂNCIA (simplesmente não podemos usar esta definição jurídica
porque não há réu, ainda não foi citado).

PETIÇÃO INICIAL (2 sujeitos – autor e tribunal)  citação  CONTESTAÇÃO (+réu)

Geralmente, o juiz só tem contacto com o processo a partir do saneador. Antes disso
não costuma ter em 99% dos casos. No entanto, há 1% de casos em que a secretaria
pergunta ao juiz se deve citar o réu.
Providencias cautelares – o juiz tem de decretar a sentença antes de citar o réu – HÁ
SEMPRE ABSOLVIÇÃO DO RÉU DA INSTÂNCIA PORQUE NUNCA HÁ PROVIDENCIAS
CAUTELARES NO CASO, LOGO NUNCA HÁ INDEFERIMENTO LIMINAR DA PETIÇÃO
INICIAL.

LEGITIMIDADE

Há dois motivos para alguém ser parte ilegítima:

1) Aquela pessoa não ter relação com o objeto da ação: aqui,


legitimidade é usado num sentido semelhante a legitimidade de TGDC. A
única solução do juiz é tirar aquela pessoa do processo. Falta a esta
pessoa legitimidade singular, que não é sanável;

2) Aquela pessoa, para estar na ação, tinha de estar acompanhado:


foi preterido (=respeitado) um litisconsórcio necessário. A pessoa
acompanhada teria legitimidade, mas se não estivesse acompanhada não
teria. Esta ilegitimidade é fácil de sanar: chama-se a partem em falta. Se
o autor se apercebe de que falta um outro autor ou um outro réu e pede
ao juiz para chamar, quando ele chamar a pessoa não pode dizer que não
vai: a partir da citação, essa pessoa está na ação, quer queira, quer não,
sendo abrangido pela sentença. Provoca-se a intervenção da pessoa que
falta, estando abrangida, independentemente das circunstâncias, pela
decisão. Não pode ser o juiz a chamar a pessoa: de acordo com o
princípio da cooperação e o princípio da gestão processual, como a
ilegitimidade é sempre de conhecimento oficioso (598.º CPC), quando o
juiz percebe, diz às partes que há um problema. O melhor momento para
o juiz dizer isto, é no despacho pré-saneador.

*NUNCA PODEMOS DEIXAR NAS MÃOS DO RÉU SANAR OU NÃO


SANAR UM PRESSUPOSTO PROCESSUAL, POIS ELE ESCOLHERÁ
SEMPRE NÃO SANAR. ISTO IMPEDIRIA O AUTOR DE ACEDER À
JUSTIÇA. O RÉU NUNCA BLOQUEIA O PREENCHIMENTO DE UM
PRESSUPOSTO PROCESSUAL.*

Alguém não tem legitimidade singular quando se olha para o histórico da


petição inicial (conjugação do 30.º/1 e do 30.º/3 CPC). MIGUEL TEIXEIRA DE
SOUSA diz que a legitimidade está só nos n.ºs 1 e 3, e o interesse processual
no n.º 2.

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Há litisconsórcio necessário:

i) Natural: a intervenção de todos é necessária para que a decisão


produza o seu efeito útil normal, regulando em definitivo as situações
das partes. Geralmente são também legais.

ii) Legal (34.º CPC): quando a própria lei diz que todos têm de estar
presentes (419ºCC por exemplo).

Litisconsórcio voluntário: por exclusão de partes ou quando nada na lei


exige, e por isso entram na ação se assim quiserem. Por exemplo, obrigações
conjuntas – redução à quota parte; legitimidade singular no caso de pluralidade
de titulares – obrigações solidarias e reivindicação de bens na compropriedade.

Só existe quando a repartição dos vários interessados por ações distintas


impediria uma composição definitiva entre as partes da causa.

Litisconsórcio conveniente: se proposta a ação houver mais alguma


vantagem além de ser mais vantajoso propor contra todos os devedores, por
exemplo. Caso contrário é litisconsórcio comum.

Litisconsórcio convencional: é aquele que é imposto pela estipulação das


partes de um negócio jurídico.

ARTIGO 34º: quando de ambos os lados existem cônjuges (lado passivo – 3 +


lado ativo – 1; se há dois lados 3+1)

 Ação de perda de um bem;


 Casa de morada de família;
 Ato praticado por um cônjuge;
 Ato praticado pelos dois cônjuges;
 Ato que implica a perda de um direito que possa ser exercido por ambos
(direito de crédito, por exemplo).

 Três motivos para estarem os dois na ação


 34º/1
o 34º/1/1ª parte  implica a perda de um bem (nunca é dinheiro).
Perceber se a ação implica a perda ou oneração de um bem. Por
exemplo: ação de reivindicação + direito de propriedade. Tenho
de me colocar na perspetiva do autor, mesmo que esteja na
dúvida se o bem é meu ou não. Se o tribunal disser que não o
autor sente que perdeu o bem, mesmo que não fosse de facto
dele.

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o 34º/1/1ª parte  têm de estar ambos presentes!!! Litisconsórcio


necessário legal – 34º/1 + 1682º, ss CC
 quando é casa de morada de família têm de lá estar os
dois. Basta que um deles more lá.
o 34º/1/2ª parte  igual à primeira parte, só que com direitos.
Esses direitos têm de ser por ambos exercidos (raro!)
 34º/3
o 34º/3/1º parte  qualquer coisa que ambos tenham causado ou
feito
o 34º/3/2ª parte  passo para aqui se o facto foi praticado apenas
por um!! (APLICAR QUANDO O CASAL TEM DIVIDAS)
 Primeiro, olhar para o caso e saber quem praticou o ato
 Verificar se aquela decisão é suscetível de ser executada
sobre os bens próprios do outro (código civil)
 1611º, 1692º e 1693º  1695º (divida comunicável) +1696º
(‘’ incomunicável).

Que tipo de sentenças podem ser executadas?

 Verificação da propriedade? NUNCA!


 Tem de levar à execução  ação de condenação.
 Esta segunda parte do 34º/3 aplica-se quando o casal tem dívidas.

MTS  34º/3/2ª parte é um litisconsórcio necessário legal, comunhão de bens


+ divida comunicável (1695º/1)

1695º/2  litisconsórcio voluntário conveniente.

1696º/1  dividas incomunicáveis não entram no 34º/3

QUANDO UM LITISCONSÓRCIO É PRETERIDO ESTAMOS PERANTE UMA


EXCEÇÃO DILATÓRIA QUE LEVA À SANAÇÃO DO PROCESSO E ASSIM À
INTERVENÇÃO FORÇADA (316º).

Substituição processual  quando a parte não é titular do objeto do


processo, mas possui interesse indireto na apreciação de certo objeto. Também
chamada de legitimidade indireta.

Representação  toda a parte age em nome próprio, pelo que não é parte
aquele que age em nome alheio. Assim, o representante, legal ou voluntário,
não é parte, sendo apenas parte o representado.

Intervenção acessória 

 Provocada – tem por finalidade permitir que possa intervir no processo


como auxiliar, a chamamento do réu, um terceiro, que embora careça de
legitimidade para intervir como parte principal, tenha um interesse
reflexo ou indireto na decisão da causa.

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 Espontânea – intervenção espontânea de um terceiro que tenha


interesse jurídico em que a causa seja favorável a uma das partes, com
o objetivo de a auxiliar.

Oposição  a oposição tem por finalidade trazer à ação um terceiro que vem
fazer valer um direito próprio, incompatível com a pretensão deduzida pelo
autor ou pelo reconvinte. Pode ser espontânea, ou provocada pelo réu.

NA LEGITIMIDADE NÃO HÁ INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA OU


VOLUNTÁRIA.

PERSONALIDADE JUDICIÁRIA

Artigos 11º, 12º, 13º e 14º:

Noção: a personalidade judiciária é a suscetibilidade de ser parte processual


(artigo 11º/1). Só é parte, quem tem personalidade judiciária.

Artigo 11º  generalidades

 Nº 1: noção
 Nº 2: quem tem personalidade jurídica, também tem personalidade
judiciária (remeter para o artigo 66º em caso de pessoa coletiva e 5º da
lei das sociedades comerciais).

Artigo 12º  exceção

 Cuidado com a alínea d)  são suscetíveis de personalidade judiciária


sociedades comerciais, até à data do registo definitivo do contrato pelo
qual de constituem; ou seja, também têm personalidade judiciária, as
sociedades comerciais que praticam atos antes de estarem registadas.
 Cuidado com a alínea a)  neste caso, só utilizo esta alínea se não
souber quem é o titular. Não interessa se ele é determinável, só
interessa se eu não sei quem é. Ex: fundos de investimento imobiliário
(há uma instituição que gere um fundo de investimento com milhões de
subscritores e acionistas. Neste caso, como são muitos, não sei quem é
o verdadeiro titular).

Artigo 13º  exceção

 Nº 1: quando podem ser autor e réu as sucursais, etc


 Nº 2: Não é muito útil, porque se concluímos pelo 13º que esta mini
sociedade não tem personalidade judiciária, vou propor a ação por, ou
contra, a sociedade-mãe.
 DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA:
o MTS  se o autor quiser, e isso lhe trouxer vantagens, pode
propor a ação contra a sucursal e a sociedade-mãe.
o Vantagens  se a sucursal tiver bens próprios posso executar
mais bens. Além disso, posso ainda propor contra a sucursal por
razões de proximidade, isto é, caso a sucursal tenha residência

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em Lisboa e a sociedade-mãe tiver em Faro. Tem haver com


competência territorial.
 Critérios do 13º:
o 1º  facto praticado por uma sucursal, etc (em portugal)
o 2º  facto não praticado pela sucursal, mas pela sociedade-mãe
(estrangeira)
o 3º  obrigação
o 4º  obrigação contraída por um português ou por um
estrangeiro residente em Portugal

Para o professor Miguel Teixeira de Sousa, estamos perante um litisconsórcio


voluntário se a ação for proposta contra a sucursal e a sociedade-mãe (13º/1).
Neste artigo, estamos perante um problema de substituição processual. Trata-
se de personalidade judiciária que alteram as regras de competência, no
sentido em que se o ato é praticado pela sociedade-mãe no estrangeiro, mas a
sucursal é em Portugal, estamos perante um conflito plurilocalizado.
ATENÇÃO  o CPC não pode alterar o regulamento, ou seja, se for a
sociedade a praticar o facto, não podemos utilizar o 13º/2. Sempre que o
regulamento se aplica, o 13º/2 não pode ser utilizado. A NÃO SER QUE o
próprio regulamento revele preocupação com a proximidade da própria
sucursal (7º/5)  além do domicilio do réu que resulta do artigo 4º, também é
competente o lugar onde se encontra a sucursal.

Em resumo, só aplico o 13º/2 se conseguir aplicar o 7º/5. Caso contrário,


aplicarei o regulamento e a ação terá de ser proposta contra a sociedade-mãe.

Artigo 14º  sanação da falta de personalidade judiciária

 Quando a ação foi indevidamente instaurada pela sucursal, agência, filial


ou delegação, a falta da sua personalidade judiciária é sanável,
igualmente por aplicação analógica do art 14º, mediante a ratificação ou
repetição pela administração principal dos atos praticados por aquelas
entidades (Antunes Varela). A falta de personalidade judiciaria cessa
com a superveniente aquisição da mesma.
 Chamar + intervenção/citação
 Ratificar  aceitar uma antiga réplica
 Repetir  fazer uma nova petição inicial

ATENÇÃO  o réu NUNCA pode sanar!

DO LADO PASSIVO, para se sanar a falta de personalidade judiciária, basta a


intervenção.

Se não ratificar nem repetir  não há contestação, ficando o réu em revelia, ou


seja, a contestação não produz efeitos.

DO LADO ATIVO, o autor, desde que tenha feito a petição inicial, pode
continuar a ação. Pode até nem haver réplica ou contestação, desde que haja
petição inicial, há ação.

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Se não houver repetição ou ratificação da réplica, esta não produz efeitos; só


tem de ratificar ou repetir a petição inicial.

NA PERSONALIDADE JUDICIÁRIA HÁ UMA INTERVENÇÃO ATÍPICA.

A capacidade judiciaria, a personalidade jurídica e a personalidade judiciaria,


além de pressupostos processuais, são pressupostos de atos processuais.
Têm de estar preenchidos para um ato processual produzir efeitos.

Artigo 15º/2 –

Artigo 145º/2CC – tipos de regime de suprimento daquela incapacidade em


concreto. Exceto quando são menores, há 3 hipoteses (SÃO TODAS
EXCEÇÕES DILATÓRIAS 577º)
1. O incapaz sujeito a representação – não pode praticar os atos,
praticando esses atos o representante.
a. Representação geral – 143ºCC
b. Representação especial – 143ºCC (o juiz diz os tipos de atos para
que é necessária representação)
2. O incapaz sujeito a administração de todos ou alguns bens por um
acompanhante (administração por terceiro com representação no
sentido em que os atos praticados pelo representante repercutem-se na
esfera do representado)
3. O incapaz fica sujeito a autorização para alguns atos, dizendo o tribunal
na sentença, qual os atos que precisa dessa autorização.

Agora é o juiz que diz na sentença, qual destes é adequado a cada incapaz.
Exceto os incapazes que estejam sujeitos a representação geral, todos os
outros, há algumas coisas que têm capacidade de exercício para fazer
(comparável ao regime da menoridade do artigo 127º).
A resposta depende, nos termos do 15º/2, de ver quais os efeitos possíveis
naquela ação + regime material do código civil, vendo se estes efeitos são algo
que o incapaz pode fazer sozinho.

O artigo 16º diz que se se concluir que os efeitos possíveis da ação, são algo
que o incapaz não tem capacidade para fazer, dentro da ação temos de suprir
a ação.
Acrescentar maiores sujeitos a administração ao artigo 16º; aqui é citado o
representante.

Em processo terá de estar representado, de acordo com o artigo 16º.

REGIME DOS MAIORES SUJEITOS A AUTORIZAÇÃO


19º/1 – o incapaz quando é reu deve ser citado na sua própria pessoa.

Se temos um ato de administração, quem o pratica fora do processo é o


administrador/acompanhante; quem pratica os atos dentro do processo, deverá
ser o incapaz com autorização, no entanto isto não existe, então não utilizamos
o artigo 19º mas sim o 16º, porque há representação.

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ARTIGO 27º, 28º, 29º


Quando o autor ao propor a ação, já era incapaz e não tinha nem
representação nem autorização
Ou então quando o autor propõe ação contra um reu incapaz, e não avisa na
petição inicial que ele é incapaz.

3 vícios diferentes da incapacidade judiciária:


1. Incapacidade judiciaria stricto sensu ou falta de representação (27º+28º)
 aparece sem estar representado por alguém
2. Irregularidade de representação (27º + 28º)  pessoa que o representa,
mas que não é a certa. Não tem poderes de representação. Tem o
mesmo regime que a falta de representação.
a. Menoridade quando o menor para estar bem representado, tem
de estar representado pelos dois pais, mas está só por um. Tem
um regime de sanação próprio no 27º/3.
b. As sociedades têm um regime que diz que devem haver sempre
dois gerentes a assinar atos. Assim, há quem defenda que
quando há uma ação contra a sociedade, os dois gerentes devem
estar presentes. Se não estiverem, há irregularidade conforme o
27º/3.
3. Falta de autorização ou deliberação (29º) – a autorização que o gerente
tem de pedir para poder propor ação contra o réu pela sociedade.

As pessoas coletivas, precisam de representação não por serem incapazes,


mas sim por ser uma representação orgânica, já que não são uma pessoa
singular. TUDO O QUE DIGA INCAPAZ NÃO SE APLICA. Não pode haver falta
de representação, mas pode haver irregularidade de representação ou falta de
autorização.

FALTA DE AUTORIZAÇÃO 1: o incapaz é que precisa de autorização para ser


acompanhado na ação, não é o acompanhante
FALTA DE AUTORIZAÇÃO 2: o representante é que precisa de autorização
para ser parte da ação (artigo 29º é para este, e só pode ser aplicado na
situação do maior acompanhado sem autorização através de analogia).

Caso prático
1. REPRESENTAÇÃO GERAL! Não tem capacidade de exercício de fazer
nada e não tem capacidade judiciaria para estar em qualquer ação.
15º/2 + 16º/1 +223º/1  este maior acompanhado sujeito a
representação tem de estar representado em ação.
2. O juiz deveria ter citado o legitimo representante no despacho pré-
saneador. Na legitimidade, o juiz não pode provocar a intervenção. No
entanto, na capacidade judiciaria, segundo o artigo 28º, o juiz pode
mandar citar o representante legitimo, sem autorizações, nem pedidos...
É oficioso. Ver o artigo 27º.

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Incapacidade stricto sensu. Isto é uma exceção dilatória.


27º/1
O artigo 21º tem uma forma de ajudar o incapaz – se o reu apresenta
contestação e os representantes não repetem nem ratificam, não há
efeitos. Se não apresentou uma contestação, o réu fica em revelia, aqui
os representantes agem mal, porque deveriam ajudar o réu e há
negligência. Sempre que do lado passivo, há incapaz e ele não contesta,
vamos chamar o ministério público, para ele ver se é uma boa estratégia
processual ou se é uma negligência por parte do representante
3. 21º/3 – o subsuprimento só faz sentido enquanto o incapaz não tiver
constituído advogado.
O ministério publico só intervém se não houver advogado. Se houver
não intervém, e caso constitua a meio, então o ministério publico vai
embora.
4. Passa a ser incapaz para apenas alguns atos. Tinha de mudar o pedido,
para podermos saber o que é que ele podia ou não podia fazer.

O réu nunca pode decidir se quer ratificar ou repetir a contestação,


senão há uma exceção dilatória, e isso leva à absolvição do réu da
instancia. Do lado passivo, a única coisa a fazer é citar, para sanar a
incapacidade.
Do lado ativo é preciso ratificar ou repetir a petição inicial.
O REU NUNCA PODE BLOQUEAR A SANAÇÃO DE UMA EXCEÇÃO
DILATÓRIA.

A FALTA DE AUTORIZAÇÃO DO LADO PASSIVO NÃO É UMA


EXCEÇÃO DILATÓRIA. Por isso é insanável.
A falta de representação e irregularidade são um pressuposto
processual do lado ativo e passivo.
A falta de autorização só é um pressuposto processual do lato ativo.

Do lado passivo do réu, um truque é ver quem foi citado.


16º REMETE PARA O 223º/1
Ou ver quem assinou a contestação
Do lado do autor, temos de ver quem assinou a P.I. Se o autor era
incapacitado, quem tem de assinar a petição inicial é o representante.

Se houver uma situação com constituição de advogado, temos de ver


quem passou a procuração forense. Se foi o incapaz, não pode, se for o
representante, está correto.

PATROCÍNIO JUDICIÁRIO

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Em algumas circunstâncias o patrocínio judiciário é obrigatório; nestes casos, quando é


obrigatório é um pressuposto processual do lado ativo. Do lado passivo, se o juiz disser
ao réu que tem 30 dias para constituir advogado, caso contrário, é absolvido da
instância. Assim, é apenas um pressuposto de ato processual, porque dali em diante irá
sempre faltar um pressuposto a todos os atos praticados pelo réu.

Quando é que é obrigatório? Art 40º/1 (apenas do lado ativo, nunca do passivo)
a) Para se preencher esta alínea, tem de ser analisado se é admissível recurso
ordinário. Nos termos do artigo 629º/1 + 44º LOSJ + 297º ou 301º ou 300º
b) Ações que admitem sempre recurso, 629º/3 a)
c) Recursos, ações que estão a correr em tribunais superiores (NÃO INTERESSA)

Vícios possíveis:
1. Patrocínio obrigatório e eu apresento-me sem ninguém, assinando peças por
mim mesma. Estas não valem nada  art 41º
2. Eu olho para o processo, e vejo as peças todas assinadas por um advogado, mas
não há procuração forense da constituição de advogado  48º juiz manda
juntar a procuração forense à P.I  insuficiência do mandato
3. Mandato mal feito 48º
Notifica-se a parte e o mandatário para regularizarem a situação e depois a parte tem
de notificar o advogado da falta de procuração
O advogado pode agir sem procuração forense no caso da gestão de negócios  49º
Poderes gerais –> 45º
Poderes especiais –> 46º

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