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Nós vamos estudar a ação desde que entra em tribunal, até à decisão final.
O exame fica entre um ou dois casos práticos, sendo normalmente dois, havendo uma
pergunta com maior dimensão teórica.
Há um caminho normal que a ação pode seguir, mas, também existem ações que têm
algumas vicissitudes.
Nós vamos estudar o regime normal, mas também, os casos em que a ação morre
prematuramente, os casos em que uma das partes desiste da ação.
Nós vamos apenas abordar as ações que seguem a forma de processo comum.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
O destinatário da prova é o juiz, que vai ter um juízo fundamentado sobre ele. Essa
fase, esses momentos, chamam-se de instrução do processo (ex: fase em que se
ouvem testemunhas; em que se fazem perícias).
A produção de prova pode começar logo no início do processo. Isto significa que as
partes, também, podem pedir uma antecipação da prova (ex: A que quer intentar uma
ação contra B, sabe que C, que seria sua testemunha, está gravemente doente). O
processo é submetido a juízo até à fase da audiência final.
A figura da absolvição da instância vai ser muito importante e está regulada antes do
art.410º CPC.
Ex: existe a petição, a contestação e a réplica. Mas, a réplica, hoje, não é um articulado
normal, é eventual, só existe em determinados casos. Vamos imaginar que temos um
caso em que não se admita réplica. Os nossos tribunais podem admitir um articulado
inominado, visto que não está tipificado, utilizando o princípio da adequação formal.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Dentro destas fases, falamos da instrução, que é querer produzir a matéria probatória.
A atividade probatória não está fechada numa fase, ela pode acontecer em qualquer
fase. Normalmente, falamos dela, após a fase intermédia.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Fase Intermédia
Fase em que, de facto, o juiz vai conhecer o processo. A primeira coisa que o juiz vai
fazer, quando olhar para o processo é perceber se se preenchem os pressupostos
processuais. Caso estes não se verifiquem, devem ser corrigidos e, se não o poderem
ser, temos que vai qual vai ser a consequência.
Também, nesta fase, o juiz até já tem elementos para conhecer o mérito da causa, ou,
estando verificados pressupostos insanáveis, o processo pode terminar o processo.
O despacho proferido pelo juiz, aqui, é o despacho saneador, no caso de estarem
verificadas vicissitudes nos pressupostos processuais que sejam sanáveis.
Fase da Sentença
Vamos explicar a fundamentação da sentença, chamando a atenção para as
presunções judiciais, quando seja difícil a prova direta.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
- A petição inicial é o primeiro articulado, e, como tal, serve para saber quais são os
três elementos essenciais da causa: sujeitos; causa de pedir; pedido.
A causa de pedir junta com o pedido, correspondem ao objeto da causa. Quando
dizemos relação material controvertida falamos da divergência entre autor e réu e o
objeto do processo.
O princípio aqui inerente é o princípio da dualidade das partes. Ex: alguém tem em seu
poder um testamento e há umas cláusulas neste que não percebem bem. Intenta uma
ação em tribunal e pede ao juiz para interpretar o testamento. O que falta nesta ação?
O réu.
Agora, se alguém concorrer contra este, já temos cumprido este princípio da dualidade
das partes.
Na petição inicial, têm que constar estes três elementos – os elementos essenciais de
uma causa.
Uma causa, para ser idêntica à outra, tem que ter os mesmos sujeitos, a mesma causa
de pedir e o mesmo pedido.
A exceção de caso julgado ocorre quando se repete uma causa. Até ao fim do
processo, os elementos essenciais têm que ser bem sabidos.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Existem muitas divergências, a partir de 2013, sobre a causa de pedir e o que a integra.
Existe causa de pedir quando, lendo a petição inicial, se consegue identificar os factos
concretos mínimos e essenciais, que fundamentam a pretensão. Ex: alguém intenta
contra o diretor de um jornal uma ação, dizendo que houve uma ofensa. Faltava dizer
qual a notícia, qual o direito de personalidade que foi lesado.
Caso falte a causa de pedir, existe um vício muito grave, a ineptidão da petição inicial.
Este vício da ineptidão é insanável, não pode ser corrigido, a ação vai terminar. Por
isso, é muito importante distinguir os casos em que haja falta de causa de pedir dos
casos em que existe uma insuficiência/ incompletude na causa de pedir.
Ex: alguém intenta uma ação de anulação do casamento. Quer destruir o casamento
com base num vicio contemporâneo à celebração do negócio. Tem que ser alegado o
vício, por exemplo, a coação. Nesta ação faltava, portanto, a causa de pedir.
Agora, vamos supor que estava lá o vicio da coação, mas não eram indicadas as
formas como tinha sido exercido. Neste caso, faltam os factos complementares. O juiz,
mais tarde, para trazer os factos complementares, pode proferir um despacho de
aperfeiçoamento. A causa de pedir existe, mas estava vaga e imprecisa.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Temos que entender se não existem obstáculos processuais. Daí remetermos para as
normas da coligação – art.37ºCPC.
Para que o juiz admita mais que um pedido, não podem existir obstáculos processuais,
e os pedidos têm que ser compatíveis substancialmente.
Quando o autor faz mais que um pedido, ele pretende que o juiz considere todos
procedentes.
Ex: um magistrado trabalha os pedidos autonomamente, em abstrato. Primeiro vê
qual o tribunal competente, em razão da matéria, hierarquia e competência
internacional. Depois chega à conclusão que o mesmo tribunal é compatível para
ambos os casos. Aí, não há obstáculo à cumulação de pedidos. Agora, se os tribunais
competentes forem distintos, já à obstáculo processual à cumulação de pedidos.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Ex: se o senhor do stand não entrega nada, A pode intentar uma ação em tribunal,
para condenar o dono do stand a entregar o carro daquela cilindrada. O tribunal pode
condenar em alternativo, pelo que o réu terá que cumprir a obrigação de entregar um
carro daquela cilindrada, sendo ele a gasóleo ou a gasolina.
Orais: pergunta-se a razão de ser desta norma – esta norma é o caso em que não se
exige uma violação atual, mas sim, previsível e futura. É como se não fosse preciso o
interesse em agir, em relação às relações futuras.
Ex: alguém dá um imóvel de comodato ao amigo. Ele ficaria durante algum tempo e,
depois, quando o dono precisasse, ele entregava. O comodatário, a determinada
altura, diz que não vai devolver tão depressa porque fez melhorias no imóvel. Este
artigo, permite que o dono peça uma condenação in futurum. No momento em que
este precisar do imóvel, já tem em sua posse uma sentença condenatória. Se ele não
cumprir a condenação voluntariamente, o dono pode recorrer, de imediato, à ação
executiva.
Os nossos tribunais para admitirem esta exceção, têm que se rodear de muitas
cautelas. O autor tem que se justificar na petição inicial, do porquê de que precisar
desta condenação in futurum. A lei tutela a mera ameaça da violação de um direito.
Isto é um exemplo de medida condenatória especial e com requisitos especiais.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Se a citação for feita por um funcionário do tribunal, pagam-se taxas muito elevadas.
Temos que recorrer ao art.219º e ao art.225ºCPC.
A citação pode ser feita por um agente de execução, uma figura que foi concebida e
delineada, para os processos executivos, uma vez que os funcionários judiciais não
conseguiam dar andamento aos processos. Esta foi pensada para aliviar os
funcionários do tribunal.
Agora, as declarações de parte são diferentes dos depoimentos de parte e podem ser
requeridas mais tarde, ao contrário dos últimos que só podem ser requeridos na
petição inicial – art.466º.
Ex2: quando está iminente a prescrição do direito em causa. Ver quais são os prazos de
caducidade e os prazos de prescrição.
Prazos de Caducidade - são prazos dentro dos quais deve ser exercido o direito.
Prazos de Prescrição – (ex: prazos de direito de crédito). Estes interrompem-se com o
ato da citação. Quando faltam menos de 5 dias para a divida prescrever, deve ser feita
citação urgente.
Art.561º - devemos remeter para o art.323º CC.
Se estiver a decorrer um prazo de prescrição, e a prescrição estiver iminente, o autor
deve solicitar citação urgente. Mas ele pode ser desonerado de requerer a citação
urgente, quando a prescrição não ocorre logo nos 5 dias seguintes, porque a lei
ficciona o prazo de prescrição, no 5º dia da entrada da prescrição (quando o atraso
não se dá por facto imputável ao autor).
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Requerimento Probatório: parte da petição inicial em que o autor requer a prova que
acha pertinente.
Existem casos em que a petição tem vícios em relação a dois elementos essenciais,
relativos ao objeto da causa. Nem sempre as petições iniciais estão bem feitas. Estes
são casos de ineptidão. Hoje, temos que considerar o dever de gestão por parte do
juiz, sendo que vícios que seriam insanáveis, podem ser, nos dias de hoje, sanados, à
luz dos novos princípios processuais.
Remeter do art.552º para o art.186º. A ineptidão da petição inicial gera a nulidade de
todo o processo, isto porque esta é a base. Como tal, existe uma exceção dilatórias
encontram-se no art.577º (remeter do art.186º/1/b)), porque não se aproveita nada
do processo.
Nota: quando falamos de absolvição ao nível da instância, as exceções dilatórias originam uma
decisão que põe fim ao processo – decisão de absolvição do réu da instância. Mas esta decisão
pressupõe que o réu já lá esteja. Quando este vício é descoberto numa fase inicial, em que o
réu ainda não lá está - há um despacho de indeferimento liminar.
Quanto há causa de pedir, se ela existir, mas for insuficiente, isso é sanável –
inintegibilidade do pedido e da causa de pedir. Muitas vezes, pela leitura da
contestação, o réu, mesmo alegando que não, sabe o que está em causa, e, por
isso, esta insuficiência é sanável.
Ex: caso de duas empresas que tinham muitos negócios entre elas. Uma fornecia à
outra bens materiais e houve uma falta de entrega de bens por parte do fornecedor.
Então, a outra intentou uma ação. Na contestação, o réu disse que não percebia o que
constava da petição inicial. Mas dessa, o réu percebeu, pelas exceções que invocou, o
que está em causa. Este vício seria, então, sanável, mas, claro, teria que ser ouvido o
autor.
Quando o pedido está em contradição com a causa de pedir – ex: alguém diz
que o contrato que celebrou com B está viciado e pede a condenação do réu, ao
cumprimento do contrato.
Para identificarmos este problema, temos que identificar, primeiro, a causa de
pedir e, depois o pedido.Isto é insanável.
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O despacho saneador é proferido na fase intermédia (aquela que se segue à fase dos
articulados) – o juiz deve reconhece a ineptidão no despacho saneador, se não o tiver
feito antes.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
- edital – ex: réu ausentou-se para férias para parte incerta. Esta
tem lugar quando o citando se encontra ausente em parte incerta ou se forem incertas
as pessoas a citar (ou seja, ações, normalmente, que envolvem herdeiros e não
sabemos quantos são). Na citação edital, a dilação já não é de 5 dias, mas sim de 30
dias, fora, os outros 30 dias de prazo perentório.
Por isso é que, nestes casos, a ação é mais demorada.
Esta citação edital é feita, de acordo com os arts.240º, 241º e 242º, pela fixação do
edital na porta, onde o réu foi visto pela última vez (publicidade). A cominação só
começa a decorrer depois do fim da dilação e depois desta última começa a decorrer o
prazo perentório.
Temos duas categorias. Os vícios mais graves são a falta de citação. Os vícios menos
graves são reconduzidos à categoria da nulidade da citação.
Existem muitos vícios da citação em que o ato é praticado, mas é tão grave, que a lei
considera que há falta de citação.
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Direito Processual Civil II 2022/2023
Então, primeiro temos que ver se está em causa ou não um vício mais grave.
Efeitos Processuais:
1. Modificações Subjetivas:
Art.564º/b) – a citação provoca a relativa estabilidade da instância, quanto aos
sujeitos, à causa de pedir e ao pedido – princípio da relativa estabilidade da
instância. Significa que a partir da citação, devem-se manter estáveis estes
elementos. Só pode haver alteração destes se a lei o permitir.
Temos que remeter para o art.260º.
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Os casos em que é mais normal a litisconsórcio necessário nos casos de haver preterição de
(?).
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O que é muito interessante na lei é que o assistente não pode contrariar a vontade do
assistido. Hoje em dia é muito comum haver partes acessórias na ação. ( consultar o
acórdão disponibilizado).
Art.321º - tudo o que for apurado nesta causa, pode ser usado na ação de regresso.
Esta ação serve para uma questão de economia processual. Se a parte principal
conduzir mal o processual, na futura ação de regresso, a parte acessória pode invocar
que o assistido conduziu mal a causa e que não fez valer meios de defesa que devia ter
feito valer.
Isto agora está no art.332º. A sentença proferida vale como caso julgado para o
assistente, exceto se este na ação de regresso mostrar que o assistido conduziu mal a
causa e que não fez valer meios de defesa que devia ter feito valer. O que aqui vincula
são os factos apurados, apesar da lei chamar de “caso julgado” – efeito intervencional.
As modificações subjetivas:
- casos de transmissão mortis causa;
- casos de transmissão inter vivos.
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Quanto aos poderes da parte acessória, se ela está subordinada à parte principal, são
menores.
SÍNTESE:
Existem três modalidades de intervenção de terceiros:
- intervenção principal – provocada ou espontânea;
- intervenção acessória - provocada ou espontânea;
- oposição - provocada ou espontânea.
Nos exames, a sair, ou sai um caso de intervenção principal ou de intervenção
acessória.
No exame devemos dizer que, a partir da citação, as partes devem estar estáveis –
princípio da relativa estabilidade da instância. Este princípio é relativo, porque podem
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existir modificações que são aquelas permitidas pela lei – por exemplo, as
modificações subjetivas.
2 Modificações Objetivas:
Remissão do art.260º, para os arts. 264º e 265º.
Nos exames é muito comum saírem modificações objetivas.
Art.264º - este artigo traduz uma situação raríssima, porque retrata uma situação em
que a modificação do objeto ocorre por acordo das partes.
Existe uma grande abertura à modificação objetiva da instância quando as partes estão
de acordo.
O juiz só pode rejeitar o acordo das partes, quando ele contrariar a instância, quando
alterar a situação dos sujeitos.
Art.265º - o nº1 deste artigo diz respeito à causa de pedir. Na falta de acordo, a causa
de pedir só pode ser alterada, em consequência de confissão feita pelo réu e aceite
pelo autor e se não for desfavorável ao réu.
Ex: ação de condenação a restituir quantia emprestada – o réu confessa que recebeu
uma doação. Aqui, o juiz permite que o autor altere a causa de pedir.
Com base na confissão do réu, o autor aproveita para alterar a causa de pedir, porque
este quer que lhe seja restituída a quantia.
O nº2 deste artigo diz respeito ao pedido. Este artigo diz-nos que pode haver redução
do pedido em qualquer altura. Reduzir o pedido pode ser feito com muita amplitude
temporal, pois não prejudica o réu.
Já a ampliação do pedido pode ser feita até ao encerramento da discussão em primeira
instância. Este encerramento da discussão ocorre na audiência final. Até esse
momento, é possível, dentro de determinados limites, o autor ampliar o pedido.
A ampliação pode ser consequência ou desenvolvimento do pedido.
Ex: uma ação de reivindicação de um prédio rústico, que B tomou posse indevida. A
reivindica de B um bem. A só tinha feito o pedido inicial de restituição. A lei permite ao
A que exija ao B a restituição dos frutos ou do seu valor. Este é um novo pedido e é
uma ampliação, uma consequência do pedido primitivo.
SÍNTESE:
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A causa de pedir só pode ser alterada em casos restritos: quando haja confissão do réu
de um facto (reconhecimento de um facto desfavorável à parte confessa e favorável à
parte contrária).
Art.554º/c) – a partir da citação, o réu fica inibido de intentar a ação para obter o
mesmo efeito jurídico. Se estiverem duas ações com os mesmos sujeitos e o mesmo
objeto, temos uma litispendência – estão pendentes duas ações idênticas. Sabemos
que são idênticas, porque têm os mesmos sujeitos e o mesmo objeto.
Temos que ir pelo efeito da citação – alínea c). Haver ações idênticas pode levar a
decisões contraditórias. Por isso, a litispendência deve ocorrer na ação em que o réu
foi citado em primeiro lugar. A exceção dilatória de litispendência origina a absolvição
do réu da instância, o juiz não conhece do mérito da causa - Art.582º/2.
Ex: o réu foi citado e a partir desse momento, produzem-se todos os efeitos. E agora, é
citado, no prazo de 30 dias, para contestação, o réu não dá qualquer sinal de si nos
autos (ele não intervém de qualquer modo no processo) – casos de revelia absoluta.
Numa situação como esta, o art.566º, diz-nos que dá para desconfiar que ele tenha
tido conhecimento da causa. Então, o tribunal vai averiguar se a citação foi feita de
acordo com todas as conformidades. Se não tiver sido feita, manda repeti-la.
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Mas, realce-se que, não é porque o réu não contesta, que, sempre, o autor saia
vitorioso. Existem situações em que o réu é absolvido da instância. A sentença final,
não é sempre de procedência.
Ex: imaginemos que o juiz, antes de proferir a sentença, verifica que o réu é incapaz e
não está devidamente representado. Ele deve promover a sanação do vício.
Temos que coordenar o art.567º com as regas de boa gestão processual.
Se existirem vícios que possam ser corrigidos, o juiz deve promover a sua sanação.
Se existirem vícios processuais insanáveis, o juiz deve absolver o réu da instância.
Antes da sentença, o juiz vai ver se existem vícios sanáveis de conhecimento oficioso,
como a falta de pressupostos processuais que sejam suscetíveis de sanação. Ele só vai
passar à fase da sentença, quando estes vícios forem sanados. A sentença será ou de
improcedência ou procedência da ação ou de absolvição do réu da instância.
Alguns dos nossos juízes, ao abrigo da boa gestão processual, se a petição inicial não
for clara, não for suficiente, convidam o autor a aperfeiçoá-la. O juiz só profere a
sentença quando os vícios estiverem perfeitos, quando forem corrigidos, isto, de
forma, a haver uma boa decisão.
ex: imaginemos que A não tem capacidade judiciária, e, por alguma razão ela não é
sanada e o juiz decide conhecer do mérito. Mas entende que se o fizer, a decisão vai
ser, relativamente favorável a A, mesmo que falte um pressuposto processual. A não é
prejudicado, não obstante da não verificação do pressuposto processual.
É como se o juiz fechasse os olhos à falta de pressuposto processual, sabendo que não
vai prejudicar.
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Os pressupostos processuais aos quais isto pode acontecer são aqueles que forem
públicos.
Ex: B não constituiu advogado. O juiz diz já ter elementos para conhecer o mérito, mas
a decisão vai ser a condenação do pedido. Então, nesta situação, o dogma não quebra,
porque é prejudicial à parte, relativamente a quem não se verifica o pressuposto
processual.
Art.568º/a) – não se aplica o disposto no artigo anterior, quando houver vários réus
em coligação, e um deles contestar. Isto porque a contestação de um réu aproveita
aos demais. Tudo se passa como se não houvesse revelia, porque a contestação de um
vale para todos.
Depois, o tribunal vai averiguar se tem todos os elementos para conhecer do mérito da
causa.
A ação prossegue – quando há uma revelia inoperante das alíneas b) e c) – para a fase
subsequente (fase intermédia), na qual ocorre, normalmente, a audiência prévia. Mas,
nestes casos de revelia inoperante, não se realiza a audiência prévia. O juiz está, por
força da lei, dispensado de convocar a audiência prévia – remissão art.592º ex vi 568º.
Art.569º - prazo para contestar. O réu pode contestar no prazo de 30 dias a contar da
citação, começando a contar da dilação, se esta tiver lugar.
Facto controvertido – facto em que o juiz tem dúvida em torno da sua verificação.
Se houver contestação, o que é que o réu pode colocar na contestação? O réu pode
adotar vários tipos de defesa:
- defesa por impugnação: art.571º/2, 1º parte – o réu defende-se por
impugnação. Pode ser uma impugnação de:
- facto: A impugnação de facto, é quando o réu contradiz os
factos alegados pelo autor. Quando ele ataca os factos, ou negando-os diretamente ou
indiretamente. Esta impugnação de facto pode ser ainda uma negação direta ou
indireta ou motivada (esta última ocorre quando o réu aceita alguns dos factos
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alegados pelo autor, mas dá uma versão totalmente oposta. Ele dá uma nova versão
aos factos.) a negação motivada é uma das formas de exercer a impugnação de facto.
Há um ónus de impugnar os factos. A consequência é que os factos se entendem como
aceites por acordo. Há casos em que essas sanções não se aplicam.
Art.354º/b) CC- há determinados factos que versam sobre o estado civil das pessoas –
direitos indisponíveis.
Como é que o réu pode dizer na contestação que desconhece os factos alegados pelo
autor? Se o réu declarar este desconhecimento do facto, e se o facto, for um facto
pessoal de que ele tenha participado ou deva ter conhecimento, essa atitude do réu
equivale a confissão.
Ex: um senhor disse que travou o carro e não ia e excesso de velocidade e que na
revisão, os travões estavam totalmente operacionais. O réu dizer que desconhecia o
facto do veículo do autor ter estado na revisão é normal, ele pode ignorar esse facto.
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As exceções perentórias são alegações de factos novos que têm efeitos, impeditivos,
modificativos ou extintivos dos factos alegados pelo autor.
Ex2: A intenta uma ação de anulação com base em coação. A coação, aqui, não
é um facto impeditivo, mas sim a causa de pedir. O pedido é uma ação de
anulação – é a anulabilidade do contrato.
Por isso, o mesmo vício pode ser, nuns casos, causa de pedir, e, noutro casos,
defesa.
Em cada caso, temos que ver o que o autor pede e o que o réu alega. Temos
que ter sempre esta atenção.
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Este princípio significa que, em regra, o réu tem o ónus de deduzir toda a defesa na
contestação, sob pena de toda a alegação posterior ficar precludida (ou seja, não pode
voltar a ser alegada). Claro que esta regra, como tal, tem exceções:
- factos supervenientes, que sejam defensivos. A superveniência pode
ser de dois tipos: objetiva ou subjetiva. É objetiva quando um facto for extintivo e que
ocorre depois do prazo de apresentação da contestação. É subjetiva quando o facto já
existia, ao tempo da contestação, mas o réu só teve conhecimento dele
posteriormente à contestação.
Então, devemos remeter do art.572º/2 para o art.588º.
Se no exame isto sair, temos que falar do princípio, e depois das exceções, se se tratar
de um facto superveniente.
1.7. Reconvenção
Como se costuma dizer, é uma outra forma de contestação.
Na reconvenção, quem é autor passa a réu, porque nesta, o réu deduz um pedido
contra o autor.
Passam a existir, na ação, dois pedidos – o pedido principal e o pedido reconvencional.
Nada obsta a que o réu formule este pedido e ao autor se associem outros sujeitos, em
regime de litisconsórcio.
Art.266º remeter para o art.93º. A lei exige, para que seja reconhecido o pedido
reconvencional, que o mesmo tribunal seja competente para os dois pedidos.
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- a incompetência absoluta;
- a forma de processo manifestamente incompatível.
Art.266º/2:
Alínea a) – quando o réu faz assentar o pedido reconvencional numa exceção
perentória que alegou.
No exame temos que identificar a causa de pedir e o pedido.
Nas orais, o que vai ser exigido qual o tratamento processual das compensações de
créditos – que tem o tratamento de reconvenção e não de exceção perentória, apesar
de ser uma forma de extinção do direito dos credores. No final, cada um deles fica
satisfeito na sua pretensão.
A reconvenção tem obstáculos processuais, já sabemos, mas a lei, ainda exige que haja
uma conexão substantiva entre os pedidos – as alíneas faladas acima.
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Para ser admissível réplica precisamos de ver se existe reconvenção ou uma ação de
simples apreciação negativa. As espécies das ações estão no art.10º (remete para este
do art.584º).
Se no exame sair onde é que o autor vai responder às exceções (defesa alegada pelo
réu), temos que ir ao art.4º/3. Responde na audiência prévia e se esta não existir,
responde na audiência final. O que os nossos tribunais têm admitido, ao abrigo do
princípio da adequação formal, é que, quando as exceções adquirem alguma
complexidade, o autor apresente um articulado inominado – o autor vai ao tribunal
para responder às exceções, em vez de ir logo à audiência prévia.
Síntese:
O autor pode aproveitar a réplica para responder à reconvenção ou às ações de
simples apreciação negativa.
FACTOS SUPERVENIENTES
Podem aproveitar tanto ao autor como ao réu.
Art.588º - articulados supervenientes.
Pode acontecer que depois de submeter a petição inicial a juízo, o autor tenha
conhecimento de um facto, que já existia, mas ele só teve conhecimento desse facto,
depois de apresentar a petição inicial (superveniência subjetiva).
Também pode ser um facto que tenha surgido posteriormente à apresentação da
petição inicial (superveniência objetiva).
Os articulados posteriores são aqueles que estão estipulados no CPC. O autor vai
alegar o facto superveniente na réplica, um articulado posterior. Mas, se o processo
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não admitir réplica ou não existir já, articulado posterior, será num novo articulado,
nos termos do art.588º/3CPC.
Ex: vamos imaginar que o autor só teve conhecimento do facto superveniente depois
da réplica, ele vai ser apresentado num novo articulado.
Se for um facto superveniente que aproveite ao réu, temos que falar do princípio da
concentração de toda a defesa na contestação, porque isto é um desvio –
art.573º/2CPC.
Atualmente, o juiz é um juiz gestor e se ele olhar para os articulares e entender que a
causa de pedir é insuficiente, ele deve solicitar ao autor para completar a petição
inicial.
O mesmo acontece com o réu, quanto às exceções.
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Síntese:
É um despacho proferido uma vez terminados os articulados. Se existirem
irregularidades sanáveis, o juiz deve mandar corrigi-las.
O juiz ou profere este despacho ou então, entende que está tudo perfeito e manda
seguir o processo. Após isso, ocorre a audiência prévia – que é o primeiro contacto que
o juiz pode ter com as partes, na ideia de um modelo cooperativo.
2. AUDIÊNCIA PRÉVIA
O art.593º fala-nos da dispensa da audiência previa – casos em que a lei permite que o
juiz, em despacho, dispense a audiência prévia. Normalmente, ocorre nos casos em
que o juiz entende que a matéria é muito simples.
As partes podem reagir, dizendo que querem audiência prévia, quando o juiz proferir
despacho sozinho no seu gabinete. Isto pode acontecer nos casos em que o juiz
dispense a audiência prévia, por despacho. As partes reclamam dos despachos
proferidos, e dizem que querem fazê-lo em audiência prévia.
Por isso, atualmente, o juiz tem muito cuidado com os casos em que dispensa a
audiência prévia.
Isto porque existem casos em que é a lei que estabelece a dispensa de audiência
prévia. Mas existem outros casos em que é o juiz que decide, face ao facto de
entender que a matéria é muito simples.
A audiência prévia é bom existir, por isso, a nossa lei a privilegia, porque constitui um
momento de cooperação entre o juiz e as partes.
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Os meios de prova traduzidos na audição das partes e das testemunhas é que vão
permitir ao juiz verificar se o que foi controvertido se verificou o não.
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No despacho pré-saneador, o juiz conhecia das exceções dilatórias que deveriam ser
corrigidas.
Agora, é no despacho saneador que ele sabe se elas foram corrigidas ou não.
Quando o juiz põe termo à causa nesta fase, costuma-se designar esse julgamento por
julgamento antecipado da lide, porque o julgamento do mérito só ocorre, em regra, na
sentença final.
Por isso, o juiz se já tiver elementos suficientes para conhecer total e parcialmente do
mérito, profere esta sentença, que é proferida na fase intermédia.
O juiz conhece do mérito tanto quando conhece do pedido do autor, como quando
conhece das exceções perentórias – deve proferir o despacho de absolvição do réu do
pedido ao abrigo do art.591º/1/b)CPC.
Se no exame sair que o juiz tem elementos suficientes para conhecer do pedido do
autor, deve proferir que despacho, subsequente aos articulados? Deve pronunciar-se
sobre o mérito, através de um despacho de absolvição do réu do pedido ao abrigo do
art.591º/1/b)CPC. Este despacho tem valor de sentença.
Na última aula estivemos à volta da fase intermédia. A seguir vem a fase da audiência
final e a fase da sentença.
Já falamos da importância da audiência previa para prevenir decisões surpresa e os
seus fins.
O juiz deve programar a audiência final – despacho de programação – para definir as
sessões de testemunhas, os dias e as horas, por exemplo.
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Agora temos que falar do despacho saneador que ou é proferido dentro da audiência
prévia (faz parte dela), ou, se esta não for convocado ou dispensada pela lei, o fim do
despacho saneador – art.595ºCPC – é verificar se estão verificados todos os
pressupostos processuais.
Se o juiz chegar a esta fase e se aperceber de uma exceção dilatória insanável e de
uma sanável, não deve mandar corrigir a sanável, porque o processo vai terminar pela
insanável. Ou seja, deve prescindir do despacho saneador.
Nota:
Há determinados casos em que juiz pode conhecer do mérito, não obstante de não
estarem verificados todos os pressupostos processuais. Então, ainda assim, pode
conhecer do mérito.
SÍNTESE: No despacho saneador o juiz vai averiguar se não existem exceções dilatórias
que ditem o fim do processo. O juiz ou põe termo ao processo ou conhece do mérito
se tiver elementos suficientes.
Também pode conhecer do mérito, nos casos especiais de não se verificarem todos os
pressupostos processuais.
Quando o juiz conhece do mérito da causa nesta altura, o despacho saneador tem
valor de sentença. Essa decisão, uma vez transitada em julgado, forma caso julgado
material – a questão jurídica que se discutiu torna-se indiscutível, entre os mesmos
sujeitos, dentro e fora do processo. ex: um sujeito intentou uma ação de cobrança de
divida e o reu na contestação, invocou a prescrição. O réu decidiu absolver o réu da
instância, fundada na prescrição da dívida. Se, posteriormente, o autor intentar a
mesma ação de cobrança de dívida, o réu pode invocar a exceção de caso julgado
material. O caso julgado material tem força dentro e fora do processo.
O despacho saneador que põe termo ao processo por uma decisão de absolvição do
réu da instância, forma julgado formal – a decisão tornou-se indiscutível, só naquele
processo. Ex: o juiz absolve o réu da instância com base na sua ilegitimidade. Esta
decisão quando transitar em julgado, forma caso julgado formal. Se o autor mais
tarde, intentar uma nova ação, o juiz de 2ºinstancia não está vinculado a esta decisão.
A figura da exceção e caso julgado material está prevista nos arts.580º e 581ºCPC.
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Nota: só forma caso julgado formal quando o juiz se pronuncia concretamente sobre
as questões.
3. FASE DA INSTRUÇÃO
Que meios de prova as partes podem apresentar – fase da instrução? Art.411º e ss.CPC
até ao art.526ºCPC.
Tirando esses casos, em todos os demais, pode-se recorre a qualquer meio de proa,
para demonstrar a realidade de um facto.
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Nota: em regra, o juiz vai apreciar, salvo em casos excecionais, os meios de prova,
livremente. Ao escrever a sentença final, vai ponderar todos os meios de prova e dizer
porque dá mais valor a um e menos a outro – princípio da livre apreciação da prova.
A prova não tem um valor estabelecido na lei, exceto em casos excecionais.
Nota: Os documentos e a prova por confissão são os únicos que têm o seu valor
definido pela lei.
- prova por confissão: art.462º e ss.CPC, remissão para os arts.352º, 354º e 356ºCC .
parece que nos artigos estão em causa figuras distintas, mas não. Quanto a parte,
autor ou réu, é ouvida em juízo, pretende-se que eles confessem factos, sejam eles
desfavoráveis ou favoráveis.
Umas vezes, conseguimos obter a confissão (reconhecimento de factos favoráveis) e
outras vezes não conseguimos. Em tudo o que não seja confissão o juiz vai apreciar
livremente.
Tanto o juiz, como a parte podem pedir o requerimento da parte contrária. E o juiz
pode pedir esclarecimentos da parte contrária, durante todo o processo, do qual pode
resultar a confissão de factos.
Não pode haver confissão sobre factos que versem sobre factos indisponíveis –
art.354ºCC. Ex: numa ação de investigação de disponibilidade se o sujeito diz que é pai,
isso não interessa. A verdade tem que ser apurada e demonstrada.
Nota: pode resultar confissão seja ao abrigo das declarações de parte, seja ao abrigo
dos depoimentos de parte.
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Nota: art.484ºCPC - como é que o perito faz chegar ao tribunal os resultados da sua
perícia? Através de um relatório pericial, um documento escrito. Os peritos podem
também prestar depoimentos testemunhais.
- prova direta por excelência: na qual o juiz está em contacto direito com a prova e vai
apurar se é verdade o que o autor ou o réu disseram.
O juiz pode indicar alguém (pode ser um funcionário do tribunal) que vai averiguar os
factos.
Se o juiz entender que é melhor ir ao local, então ele poderá fazê-lo.
O juiz sempre que vai ao local, tem que notificar os advogados das partes, para que
estes o acompanhem, em nome do princípio da audiência contraditória.
- prova testemunhal: é a prova mais comum e que pode suscitar algumas dificuldades
no convencimento do juiz, que pode ouvir versões muito contraditórias.
A prova testemunhal está regulada no art.495º e ss.CPC e nos arts.392º a 396ºCC.
Uma parte nunca pode depor como testemunha.
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Incidente de ... – este visa pôr em causa a credibilidade de uma testemunha, através
da alegação de que a testemunha é inimiga do sujeito da parte contrária. Esta é muito
comum.
- prova por presunções: não são verdadeiramente um meio de prova, mas sim um
método probatório. As presunções podem ser:
- judiciais: ex: pelos danos provocados no veículo. O juiz, de um facto
conhecido, tira a elação de um facto desconhecido.
Ex2: no âmbito das ações de indemnização em que se solicita o pagamento pelo
réu, dos danos morais. Como se provam os danos morais? As presunções
ajudam a aferir a realidade dos danos morais. Imaginemos uma pessoa muito
alegre e que depois isolou-se e deixou de conviver – é provável que tenha o
sofrimento que alegou.
- legais: ex: presunções legais de paternidade, em que pode ser muito difícil
provar o vínculo biológico. Permitem uma maior facilidade de prova. Estas
estão fixadas pelo legislador.
(Na próxima aula vamos falar de princípios que regem a atividade probatória. E vamos
falar dos princípios que regem a audiência final. E vamos falar da sentença.)
Onde é que são fixados os temas da prova? Na fase intermédia, por um despacho.
Então do art.410º CPC, devemos remeter para o art.596ºCPC.
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Ao longo do CPC este princípio está previsto. O juiz pode investigar ele próprio, trazer
meios de prova ao processo, dentro do objeto delineado pelo autor, na causa de pedir.
A inspeção judicial pressupõe que o juiz vá ao local, mas acompanhado dos respetivos
advogados das partes – art.491ºCPC. Mas o juiz deve, para tal, notificar as partes,
acerca da hora e local no qual se vai realizar a perícia. Caso não sejam notificados, isso
dá lugar a um vício formal.
Toda a atividade não colaborativa das partes, que lhe seja exigível, tem consequências.
Aqueles que recusem a colaboração são condenados a multa. Mas existem situações
onde podem ser exercidos meios coercitivos – ex: o juiz pode fazer apreender, através
das autoridades competentes, um documento; nas ações de investigação da
paternidade; depoimento sob custódia.
Se o recusante for parte, fica condenado a uma multa e, além disso, esta considera-se
um litigante de má-fé (daí ser punido com pena de multa). Esta é uma forma de
responsabilidade processual – responsabilidade por omissões praticados no âmbito do
processo.
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O juiz vai, ainda, tirar elações probatórias dessa conduta de não colaboração. Só nos
casos previstos no art.344º/2 é que o juiz inverte o ónus da prova. A inversão do ónus
da prova só ocorre em situações limite – art.417º/2 que remete para o art.344º/2:
- quando a parte contrária tiver, culposamente, tornado difícil ou impossível a
prova onerada. Ex: os documentos estão no poder do réu e eram a única forma
de demonstrar a celebração do contrato, pois não haviam testemunhas e
ninguém se ofereceu para prestar declarações. O réu destruiu os documentos. O
juiz aplica-lhe uma multa e, como a sua atitude tornou impossível a prova dos
factos, o ónus da prova é invertido.
Se a parte não colaborar com a justiça no apuramento da verdade e, pela sua conduta,
tornar difícil ou impossível a prova, então, inverte-se o ónus da prova.
Qual é a prova que está excluída? A prova documental, porque já existe antes do
processo. E a inspeção judicial, que é feita pelo juiz – as suas apreciações não podem
vincular o juiz noutro processo. O juízo de um juiz não pode vincular a livre apreciação
de outro juiz.
Se o primeiro processo, apresentar menor valor que no segundo – ex: perícia singular
no primeiro processo e perícia colegial no segundo – esta segunda vale como princípio
de prova, não pode valer por si só para fundamentar a realidade de um facto, tem que
ser corroborada por outros meios de prova.
Quando a prova oferecida no primeiro processo, oferecer garantias inferiores, só
funciona como princípio de prova.
5. Audiência Final
Arts.599º; 604º, 605º, 606º CPC
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O meio de prova que pode ser requerido até a início das alegações orais, são as
declarações de parte.
As declarações de parte estão previstas no art.466º, o qual devemos remeter para o
art.604º/3CPC.
Sentença
O juiz vai, desde logo, após a audiência final, identificar as partes e o objeto do litígio –
relatório da sentença, previsto no art.607ºCPC.
O juiz tem que fundamentar (fundamentação)como vai chegar à decisão. Se vai
declarar a ação procedente ou improcedente – dispositivo.
Então:
1- Relatório.
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3- Dispositivo.
Ónus da Prova
Na fundamentação de facto – última parte da fundamentação – o juiz vai analisar toda
a prova que consta do processo e que ele assistiu ou a prova que foi transferida.
Depois vai circunscrever-se à matéria controvertida. Depois, vai fazer uso, se for o
caso, das presunções legais e judiciais e isso também tem que constar da
fundamentação de facto.
Se o juiz tiver dúvidas sobre a verificação de um facto constitutivo, pode resolver essa
dúvida recorrendo à regra do ónus da prova – a regra geral, nos factos constitutivos, é
que o juiz decide desfavoravelmente ao autor.
Por isso, isto é um critério de decisão, mas o juiz só recorrer a estas regras, quando em
dúvidas sobre a prova. Aplicam-se quando o estado de dúvida não conseguiu ser
superado pela atividade probatória.
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Art.608ºCPC – na sentença final, o juiz vai conhecer das questões que lhe suscitarem
ou das que possa conhecer oficiosamente (ex. incompetências absolutas; falta de
patrocínio judiciário).
O juiz tem que estar vinculado ao pedido do autor.
Mas, e se ele conhecer de questões que não podia conhecer. Isto é um vício da
sentença, chamado de excesso de pronúncia.
Alínea e) – se o juiz não respeitar o pedido, há uma violação do pedido que gera a
nulidade da sentença.
CASO JULGADO
Já falamos de caso julgado formal e material. Uma sentença quando transita em
julgado diz que se forma caso julgado, que pode ser:
- formal;
- material.
Ex: o juiz considerou provada a prescrição alegada pelo réu e proferiu uma decisão de
improcedência do pedido.
Ex2: falta de interesse em agir, o juiz absolveu o réu da instância – caso julgado formal
(quando o juiz não conhece do mérito. Isto significa que o caso julgado formal só tem
força dentro daquele processo.)
Forma-se caso julgado material quando o juiz decide do mérito. Esta decisão tem força
dentro e fora do processo, ela torna-se indiscutível, perante os mesmos sujeitos. Só
excecionalmente, o caso julgado material tem eficácia perante terceiros.
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