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Ação Possessória
O art. 1228 do Código Civil elucida que é reconhecido legalmente como dono de um patrimônio, a pessoa
que tem direito de uso, gozo e disposição da coisa, além de reavê-la em caso de uso ou posse indevida.
Dessa forma, pode-se entender como proprietário aquele que está inserido na matrícula do bem.
A propriedade implica não apenas o controle físico, mas também os direitos legais associados a esse
controle, assim, entende-se que, todo proprietário é possuidor, mas, nem todo possuidor é proprietário.
Posse
Teoria da Posse: Segundo a Teoria Objetivista de Rudolf von Ihering, a constituição da posse se
da pela mera disposição física da coisa, assim, não sendo necessário a condição de dono.
Adotando essa corrente, o Código Civil de 2002, por meio de de seu art. 1.196, conceitua o
possuidor como “...todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade.”
Assim sendo, podemos dizer que a posse é uma situação de fato e independe da propriedade,
pois ela é apenas o exercício de alguns poderes sobre alguma coisa que pode ser móvel ou
imóvel, como, por exemplo, morar em uma casa alugada, o possuidor tem a posse da casa, mas
não é proprietário da mesma. Dessa forma, entende-se que nem todo possuidor é proprietário.
POSSE NOVA X POSSE VELHA
A distinção entre posse nova e posse velha é utilizada para diferenciar o momento temporal em que as
partes envolvidas em uma ação possessória se encontram.
Posse nova: aquela na qual a ofensa a posse ocorreu a menos de 01 ano e 01 dia = procedimento
especial.
Posse velha: aquela na qual a ofensa a posse ocorreu a mais de 01 ano e 01 dia = procedimento
comum.
A posse nova é considerada mais grave, pressupondo maior dificuldade em sua recuperação, o que
leva o juiz a deferir a medida liminar de forma mais pronta. Por outro lado, na posse velha, presume-se
que o possuidor teve mais tempo para buscar a proteção judicial, o que torna a concessão da medida
liminar um processo mais criterioso. Essa distinção está prevista no artigo 561 do CPC.
O que é ação possessória?
CONCEITO E TIPOS
Turbação
Ameaça
Esbulho
Esbulho é a perda total da posse, é a situação na qual a coisa sai integralmente da
esfera de disponibilidade do possuidor, quando ele deixa de ter contato com ela, por
ato injusto do molestador.
Tipos de Esbulho
Invasão de propriedade;
Ocupação de imóvel de maneira indevida;
Obstrução de passagem de moradores;
Obstrução da locomoção de pessoas que estejam
trabalhando;
Desapropriação indireta;
Recusa na devolução de imóvel alugado ou emprestado.
sendo provado pelo autor os requesitos do art. 561 e o resto da petição inicial estiver devidamente instruída,
o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de REINTEGRAÇÃO, caso contrário,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que
for designada.(art.562, cpc/15)
o artigo 564, cpc/15, garante que Concedido ou não o mandado liminar de reintegração, o autor promoverá,
nos 5 dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 dias.
TURBAÇÃO
A turbação é o esbulho parcial, ou seja, é a perda de algum dos
poderes fáticos sobre a coisa, mas não a totalidade da posse.
A turbação pode ser de fato, como num caso de ameaça de invasão, por
exemplo; ou de direito, como no ajuizamento de uma ação possessória
por outrem.
Art. 567 CPC. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse
poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado
proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Art. 568 CPC. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo.
INTERDITO PROIBITÓRIO
O QUE É?:
É um mecanismo processual de defesa da posse em caso de risco iminente
da mesma ser molestada, ou estar ameaçada de forma implícita ou expressa.
Assim, sendo uma ação de caráter preventivo.
REQUISITOS:
O direito da posse deve estar sobre violência iminente (turbação ou esbulho)
Deve haver probabilidade que venha a se efetivar
Art. 567 CPC. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado
na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária
caso transgrida o preceito.
Art. 1.210 CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.
Procedimento Especial das Ações Possessórias
Legitimado Passivo: Deve ser apontado como tal, aquele que perpetrou os atos de agressão
contra a posse do autor, por meio de qualquer espécie de moléstia, por iniciativa própria;
O procedimento especial das ações possessórias comporta atos voltados ao conhecimento de situação fática que
possibilita ao juiz expedir ordem liminar de defesa da posse, uma vez demonstrados os requisitos exigidos à sua
concessão, indicados no art. 561, do Código de Processo Civil, quais sejam:
- a posse (ainda que perdida por ato do réu);
- a violência praticada (esbulho/turbação/ameaça);
- a data da concretização da violência (que deve ser inferior a ano e dia).
Deferida ou não a liminar possessória, após os atos voltados ao julgamento do requerimento de sua concessão, o
procedimento das ações possessórias passa a ser o comum, com o início do prazo para o réu oferecer contestação,
seja a partir da intimação da decisão do pedido de liminar, após a audiência de justificação (art. 564, parágrafo único,
do Código de Processo Civil), seja a partir da citação (art. 564, caput, do Código de Processo Civil).
AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO
Art. 562 CPC. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que
for designada.
O juiz designa a audiência de justificação para que o autor prove sua posse e o privo por parte do
réu, uma vez que a petição inicial e os documentos que a acompanham não foram suficientes.
Postura do Réu: O objetivo da audiência é que o AUTOR justifique a necessidade de que sua ação
possessória seja procedente, não sendo permitida a produção de prova testemunhal e a
apresentação de contestação.
CPC/15 x CPC/73
Art. 557. CPC/15. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade
ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 923. CPC/73. Na pendência do processo possessório é defeso assim ao autor como ao réu
intentar a ação de reconhecimento do domínio. Não obsta, porém, à manutenção ou à reintegração
na posse a alegação de domínio ou de outro direito sobre a coisa; caso em que a posse será
julgada em favor daquele a quem evidentemente pertencer o domínio.
Art. 1.210. CPC/15. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no
de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. (Menção ao
instituto da Ameaça)
Art. 926. CPC/73. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado no de esbulho.
DUPLICIDADE DE AÇÕES POSSESSÓRIAS
Princípio da fungibilidade:
Fala-se em fungibilidade das ações possessórias, pois o juíz detém o poder de deferir um pedido
diferente daquele realizado na propositura da ação. Porém, é necessário que seus pressupostos
estejam presentes no caso concreto, a fim de assegurar a melhor prestação jurisdicional e a plena
fruição da posse.
Tal princípio tem base legal no artigo 554 do novo CPC: A propositura de uma ação possessória
em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal
correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Grupo
Arthur Pinto Costa Furtado Machado
Carlos Abrahão Maia Gomes de Moura
Lis Braga Normande
Daniel Cavalcante Moura Torres
Luiz Fernando de Barros Ferreira
Gabriel Fragoso Malta Costa
Liz Malta Peixoto
Larissa Raposo Brandão
Saulo Emmanuel Peixoto Cavalcante
Lívia de Farias Peixoto
Marco Antônio Vilela Magalhães de Azevedo
João Pedro Lima Xavier Pereira
Fontes
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/qual-a-diferenca-entre-posse-e-propriedade/433685165
https:/www.jusbrasil.com.br/artigos/direito-civil-posse-conceito-e-classificacao/1578525209
https:/enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/168/edicao-2/acoes-possessorias
https:/www.aurum.com.br/blog/acoes-possessorias/
https:/www.projuris.com.br/blog/acoes-possessorias/
https://www.migalhas.com.br/depeso/361638/esbulho-quando-ocorre-tipos-e-requisitos