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A) REINTEGRAÇÃO DE POSSE:
A reintegração de posse é utilizada para restituir da posse aquele indivíduo
que a tenha perdido por ato de esbulho, ou seja, foi privado do poder físico sobre a
coisa) Esta ação tem por finalidade repor ao possuidor o status quo ante ao ato de
exclusão da posse (recuperar o poder fático sobre a coisa). Para que essa ação seja
utilizada é necessário que a agressão provoque a perda de controle e atuação material no
bem antes possuído.
O esbulho pode ser parcial ou total, bastando que o possuidor perca
qualquer parcela de seu poder de fato sobre a coisa, mesmo que pequena se comparada a
fração total do bem. Vale frisar que o esbulho pode ocorrer por qualquer vício objetivo
elencado no art. 1.200, CC (violência, precariedade e clandestinidade).
Para que ocorra o esbulho é necessário que o possuidor demonstre a
atualidade da posse no momento da agressão sob pena de falta de interesse processual
ao possuidor que não demonstre sua posse.
B) MANUTENÇÃO DE POSSE
A manutenção de posse é utilizada para interromper a prática dos atos de
turbação, ou seja, cessar a perturbação ou o severo incomodo no exercício da posse,
sendo que tal agressão não pode ser suficiente para excluir o possuidor do poder físico
sobre o bem. Essa agressão deve ser atual, concreta e efetiva, criando embaraços ao
exercício da posse e dificultando a atividade do possuidor. Essa ação visa obrigar o
causador da agressão a abster-se dos atos de turbação garantindo ao possuidor a
permanência do estado de fato de sua posse.
C) INTERDITO PROIBITÓRIO
O interdito proibitório é utilizado como uma defesa preventiva da posse que
visa impedir a consumação de uma ameaça iminente de atos de esbulho ou turbação. O
possuidor pleiteia a concessão de uma liminar que impeça o réu de concretizar a ameaça
de lesão a posse, com a cominação de uma pena pecuniária em caso de descumprimento
do preceito proibitório.
A) ASPECTOS GERAIS
O art. 554, CPC, dispõe acerca do princípio da fungibilidade das ações
possessórias em sentido estrito, ou seja, se uma ação possessória for proposta, mas essa
não se adeque ao caso, o juiz conhecerá o pedido, mas determinará a expedição do
mandado adequado aos requisitos provados.
O art. 555, CPC, permite a cumulação de pedidos de ações possessórias
que é facultativa e pode ocorrer sem prejuízo do rito especial. A cumulação ocorre
entre: condenação em perdas e danos, indenização dos frutos, podendo requerer ainda
medida que evite nova turbação ou esbulho e que cumpra a tutela provisória ou final.
O art. 556, CPC, garante às ações possessórias um caráter dúplice, uma vez
que não há necessidade que haja um pedido reconvencional caso o réu se julgue
ofendido em sua posse, formulando na própria contestação os pedidos que tiver contra o
autor.
O art. 557, CPC, veda a discussão de domínio no âmbito de discussão das
ações possessórias quando houver identidade das partes em ambas ações, sendo
permitida apenas quando a ação de reconhecimento de domínio for intentada em face de
terceira pessoa.
O art. 558, CPC, estabelece um procedimento especial que prevê medida
liminar se a ação for intentada dentro de ano e dia da turbação ou esbulho, passado esse
prazo a ação será comum, mas não perderá o caráter possessório.
O art. 559, CPC, prescreve que no caso de concessão de liminar
reintegrando ou mantendo a posse ao autor da ação, se o réu provar que aquele não
possui idoneidade financeira no caso de sucumbência para responder por perdas e
danos, o juiz poderá designar que o autor requeira caução (real ou fidejussória) no prazo
de 5 dias, sob pena de depositar-se a coisa litigiosa.
O art. 564, CPC, preceitua que após a decisão que concede ou não a
medida liminar o autor deve promover nos 5 dias subsequentes a citação do réu para que
ofereça a contestação sob pena de perda da eficácia da liminar. No caso de realizada
justificação prévia com citação do réu o prazo para contestar se inicia da intimação da
decisão que deferir ou não a medida liminar.
O art. 565, CPC, regulamenta a hipótese de litígio coletivo de posse de
bem imóvel. No caso em que a turbação ou esbulho tenha ocorrido há mais de ano e dia
na afirmação da petição inicial, o juiz deverá antes de apreciar a medida liminar,
designar audiência de mediação a se realizar em até 30 dias. O MP e a Defensoria
Pública sempre que houver parte beneficiária da gratuidade da justiça deverão ser
intimados a comparecer na audiência de mediação. É faculdade do juiz intimar os
órgãos públicos responsáveis pela política urbana ou agrária onde se situe a área objeto
do litígio para que se manifestem a cerca do seu interesse no processo e sobre existência
de possibilidade de solução de conflito possessório.
Vale ressaltar que a audiência de mediação deverá ser realizada se não for
executada a liminar no prazo de 1 ano da data de distribuição. O juiz poderá comparecer
à área do objeto do litígio se for necessária à sua presença a efetivação da tutela
jurisdicional.
C) INTERDITO PROIBITÓRIO
A ação de interdito proibitório segundo o art. 567, CPC, pressupõe três
requisitos:
a) Posse atual do autor: a posse pode ser direta ou indireta
b) Ameaça de turbação ou esbulho por parte do réu
c) Justo receio de que seja concretizada a ameaça: temor justificado,
embasado em fatos exteriores, dados objetivos.
Por fim o art. 568, CPC, dispõe que são aplicadas a essa ação o disposto
quanto a manutenção de posse e reintegração de posse.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Coisas. 12.ed. São Paulo: Saraiva, 2017.