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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS – UNIPAM

CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: PROJETO INTEGRADOR II
PROFESSORA: ME. SABRINA NUNES BORGES
ALUNA: IZABELLA SANT’ANNA BORGES

“QUESTÕES PRÁTICAS DO TRIBUNAL DO JURI: UMA ANÁLISE


HERMENÊUTICA”
PALESTRANTE: DR. TIAGO LENOIR
DATA: 20/10/2016

A Palestra ministrada pelo Dr. Tiago Lenoir tratou sobre “Questões práticas
do tribunal do júri: uma análise hermenêutica”. O palestrante no 2º período do curso de
Direito, com o estágio na defensoria pública, teve contato com o tribunal do júri. No 4º
período do curso de direito começou sua carreira jurídica, abrindo o seu escritório de
advocacia. O palestrante advogou no importante caso do goleiro Bruno, o qual a
namorada do suposto autor foi vítima de homicídio. O que realiza profissionalmente o
Dr. Tiago é ministrar aulas e a defender seu semelhante no tribunal do júri
Lenoir afirma que direito penal é diferente na prática, e juntamente com a
teoria facilita-se o trabalho da advocacia. O profissional do direito penal deve estar
ciente que a advocacia penal é uma vocação, deve-se conhecer como é, realmente, um
presídio para atuar nessa área.
O Tribunal do Júri tem previsão legal júri art. 5º, inciso XXXVIII, da
Constituição Federal de 1988, sendo um direito fundamental, portanto, clausula pétrea.
Têm como princípios:
Plenitude de defesa que diz que a defesa é plena diferenciando-se da plena
defesa, sendo possível, dentro dos limites legais, utilizar de qualquer meio para atingir
esse princípio (in dubio pro reo). Sigilo das votações, as votações são sigilosas,
ninguém tem conhecimento do que cada jurado voto. As decisões do tribunal do júri
são soberanas, ou seja, só pode ser alterada em caso de apelação ou revisão processual,
se tiver uma decisão manifestamente contrária a prova dos autos.
O Tribunal do Júri tem com finalidade ampliar o direito de defesa dos réus,
dos autores de crimes dolosos contra a vida, e permitir que no lugar do juiz togado
sejam eles julgados por seus pares. No judiciário a única possibilidade para a
participação da população democraticamente é no plenário do tribunal do júri quando 25
pessoas compõem o corpo de jurados e destes 7 serão escolhidos para atuar no
julgamento.
A escolha é feita pelas partes (MP e advogado de defesa) sendo que ambas
têm direito a 3 recusas. Para a escolha dos jurados, é importante realizar uma pesquisa
do perfil de cada pessoa que pode compor o conselho de sentença, podendo utilizar
como ferramentas a rede social, por exemplo. Deve-se tentar escolher uma pessoa que
não é fundamentalista no seu raciocínio.
A primeira fase se dá pelo Juiz sumariante, procedimento semelhante do rito
ordinário do processo penal: a partir do inquérito policial que incidia o sujeito, entrega-
se para o Ministério Público que oferece uma denúncia, e a partir disso o indiciado tem
10 dias para responder à acusação. Respondida a acusação começa-se o processo penal.
Após uma sentença de pronúncia, proferida pelo juiz, passa-se para o Plenário do
tribunal do Júri, o qual somente crimes dolosos contra a vida podem ser objeto de
processo (homicídio, suicídio, infanticídio e as formas de aborto).
O juiz, portanto, não decide se o réu é culpado ou não, apenas realiza um
juízo de admissibilidade, apontando que existem indícios de autoria e materialidade e se
houver dúvida (in dubio pro societate), entrega-se para a sociedade julgar. A partir
desse momento iniciam-se as questões práticas do tribunal do júri. O Juiz abre um prazo
(art. 422 do código de processo penal) o sujeito tem a oportunidade de arrolar
testemunhas e requerer diligências, que ajuda a provar o que o réu deseja. Com a
alteração do Código de Processo Penal as perguntas podem ser realizadas diretamente às
testemunhas, sendo ilícito coagi-las.
Quem decide são os 7 cidadãos escolhidos para compor o corpo de jurados.
O palestrante ainda ressalta que o bom advogado deve ter duas virtudes: coragem e
humildade, isso no tribunal do júri cabe perfeitamente, portanto deve-se procurar saber a
jurisprudência daquele conselho de sentença para avaliar suas teses. Um outro ponto,
que é de suma importância na pratica do tribunal do júri, é a separação do processo,
sendo interessante, para aprendizado, durante a formação, trabalhar em algum escritório,
na defensoria pública ou promotoria. O Dr. Tiago Lenoir afirma que muita coisa no
processo é inútil, “lixo processual”. No plenário o advogado tem apenas 2 horas e 30
minutos para realizar a defesa, então, deve-se separar as partes relevantes (inquérito
policial, boletim de ocorrência, depoimentos, comunicação de serviço, relatório de
investigação, diligências etc.) para que os jurados que muitas vezes não tem noção do
direito penal.

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