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FACULDADE DO SUL MANTIDA PELA UNIC EDUCACIONAL UNIME/ITABUNA


COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

TRIBUNAL DO JÚRI: A INFLUÊNCIA DA MÍDIA PARA AS


DECISÕES DOS JURADOS NO CONSELHO DE
SENTENÇA

Orientando: Rui Cezar de Carvalho Souza Júnior

Orientador: Prof. Dr. José Ricardo Chagas


JUSTIFICATIVA

 Área de estudo ao qual me identifico bastante;

 Experiência como jurado antes e durante o curso de


Direito;

 Por se tratar de crimes dolosos contra a vida;

 Fragilidade do Tribunal do júri perante a forte


influência midiática.
PROBLEMATIZAÇÃO

De que maneira a exposição midiática pode influenciar
as decisões dos jurados no Conselho de Sentença?
OBJETIVO GERAL

Analisar as diversas possibilidades positivas e
negativas em que a mídia pode interferir nas decisões
dos jurados, devido a grande relevância na gravidade
da conduta imposta ao acusado perante os crimes
cometidos na sociedade brasileira.
METODOLOGIA

 Pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e
exploratória baseado em artigos científicos, livros, nas
previsões legais das Constituições Federais, do Código
Penal e Código de Processo Penal brasileiros.

 A presente obra estruturou-se em cinco capítulos


principais.
TRIBUNAL DO JÚRI

O Tribunal do Júri é uma forma de exercício popular
do poder judicial, daí derivando sua legitimidade,
constituindo-se um mecanismo efetivo de participação
popular, ou seja, o exercício do poder emana
diretamente do povo, que tem como similar os
institutos previstos na Constituição Federal.

(LOPES, 2008, p. 253)



 O surgimento do Tribunal do Júri no mundo é uma incógnita,
pois é difícil determiná-lo, devido ao fato de que os locais, as
épocas e os motivos para seu surgimento são diversos, não
existindo um consenso entres os doutrinadores sobre tal
origem;

 Surgiu o Tribunal do Júri no Brasil através do Decreto Imperial


0-031 em 18 de junho de 1822, formado por juízes leigos que
eram escolhidos dentre cidadãos bons, honrados, inteligentes
e patriotas, para julgar os crimes da liberdade de imprensa.
PROCEDIMENTO DO JÚRI, LEI 11.689/08

 A lei 11.689/08 trouxe diversas mudanças de
extrema importância para o procedimento do tribunal
do júri, dando-lhe mais celeridade, eficiência,
simplicidade e segurança;
 Reduziu para duas fases;
 Alteração na Instrução do plenário;
 Tempo dos debates.

IN DUBIO PRO SOCIETIATE X IN DUBIO PRO REO

Se o juiz, por exemplo, absolveria o acusado de um latrocínio, por


que pode o júri condená-lo se acusado por homicídio? Como pode
ficar a consciência de um magistrado que pensa: “Se o crime
fosse de latrocínio, segundo os princípios de apreciação do faro e
do direito, eu absolveria, mas sendo homicídio e a sociedade
deseja vingar-se eu remeto a júri onde poderá ser condenado.

(NUCCI, 2013, p. 187)


DECISÕES ESPECÍFICAS DO TRIBUNAL DO JÚRI

Finda a instrução do processo relacionado ao Tribunal do Júri (judicium
accusationis), cuidando de crimes dolosos contra a vida e infrações
conexas, o magistrado possui quatro opções: a) pronunciar o réu,
quando julga admissível, remetendo o caso para a apreciação do
Tribunal Popular; b) impronunciá-lo, quando julga inadmissível a
acusação por falta de provas; c) absolvê-lo sumariamente, quando
considerada inexistente a prova do fato, quando não estiver provada a
autoria ou a participação em relação ao acusado, quando o fato não
constituir infração penal ou quando ficar demonstrada uma causa de
exclusão da ilicitude ou da culpabilidade; d) desclassificar a infração
penal, quando se julga incompetente para cuidar do feito assim como o
Tribunal do Júri, remetendo a apreciação do caso a outro juízo.
(NUCCI, 2012, p. 803)
 Sentença de pronúncia; 
 Autos do processo remetidos ao Juiz Presidente do
Tribunal do Júri;

 Constituição do Conselho de Sentença;

 Sessão de julgamento.
RÉUS E JURADOS NO TRIBUNAL DO JÚRI

 Não se podem julgar as pessoas por questões biológicas,
psicológicas, econômicas e sociológicas dentre outras
características do homem, pois só existe justiça no júri
popular se os jurados ficarem restritos apenas nas provas
colhidas nos autos processuais;

 Perfil dos réus;

 Perfil dos jurados.


A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO TRIBUNAL DO JÚRI

A mídia é um veículo de comunicação em massa que
tem uma forte influência na vida social do homem. O
poder que a mídia tem sobre o homem, pode trazer
importantes conseqüências no cotidiano da
sociedade, seja para decisões de grandes
relevâncias ou para interferir na capacidade
emocional do cidadão, com isso fazendo com que as
pessoas fiquem alienadas a temas que são de seus
interesses, formando nos cidadãos a chamada
“opinião pública”.

(MELO, 2010, p. 232)



MÍDIA

 Instrumento mais poderoso de influência da


sociedade;

 Forte atração por crimes dolosos contra a vida;

 Envolve sentimentalismo da sociedade.



MÍDIA

 Construir uma realidade de acordo com os seus


interesses;
 Notícias não passam por um processo de seleção;
 Velocidade e não qualidade da informação;
 Lucro como objetivo principal;
 Altos índices de audiência.

Os crimes de competência do instituto do tribunal do júri são os que mais
despertam interesse da mídia sensacionalista, chamada de “jornalismo
investigativo”. O jornalismo investigativo apresentado por alguns órgãos
de comunicação pode ocasionar concepções inadequadas sobre o
indivíduo que está sendo acusado ou até indiciado, induzindo à
população a criar um perfil criminal do indivíduo. Com esse tipo de
jornalismo, as pessoas que ditas como “suspeitas”, ficam encurralados
às notícias expostas pelas mídias, donde na maioria das vezes já o
coloca como “culpado”, tendo sua vida privada totalmente modificada,
passando por situações constrangedoras, mesmo que assegurado pelo
princípio constitucional da presunção da inocência.

(SANTOLINI, 2013, p. 112)



JURADOS

 Assegurados por lei e pela Constituição Federal de


1988;

 Princípio da íntima convicção;

 As decisões dos jurados devem ser formadas na


Sessão do Tribunal do júri.

JURADOS

 Conclusões precipitadas;

 Pressão psicológica;

 Ameaças.

Art. 472.  Formado o Conselho de Sentença, o
presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: 
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo
com a vossa consciência e os ditames da justiça. Os
jurados, nominalmente chamados pelo presidente,
responderão:
     Assim o prometo.
(BRASIL, 2008)
RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se contribuir de maneira significativa
para os leitores, e com o intuito maior de expandir os
conhecimentos para o presente e futuro jurado, sobre a
importância da decisão no Conselho de Sentença do
Tribunal do Júri. Compreendendo que a finalidade de
um julgamento justo e imparcial é que os jurados
fiquem isentos deste forte poder de influência da mídia,
aguardando para formar seus conceitos apenas no
momento da sessão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O que para a imprensa tem níveis diferenciados de importância,
para a justiça, todos são de grande valor e devem ser sanados
rigorosamente com base nas leis e amparado pela Constituição
Federal de 1988;

 Todos os meios de veiculação atrapalham na decisão dos juízes


leigos, não devendo levar em consideração se as informações são
verdadeiras ou falsas, já que a intenção do Tribunal do Júri é que
os jurados formem sua íntima convicção e sejam convencidos
apenas na sessão do júri.

Por fim, como maneira de evitar tais influências
explanadas no desenvolver desta obra, que o corpo do
conselho de sentença fosse formado por cidadãos
com conhecimentos na área jurídica, sendo no mínimo
estudantes de direito; também seria importante uma
maior divulgação das fases procedimentais dos casos
relacionados a este Tribunal; e a criação de lei com
penalidades ou punições aos abusos cometidos pela
mídia em relação a este Instituto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LOPES FILHO, Mário Rocha. O tribunal do júri e algumas variáveis
potenciais de influência. Porto Alegre: Núria Fabris, 2008. p. 15.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal


cometando. 11. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2012.
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. v. 1, 3. ed. São
Paulo: Revistas dos Tribunais, 2013.

MELLO, Carla Gomes de. Mídia e Crime: Liberdade de Informação
Jornalística e Presunção de Inocência. Revista de Direito Público,
Londrina, v. 5, n. 2, p. 106-122, ago. 2010. Disponível
em:<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/view/
7381/6511>. Acesso em: 13 set. 2014.

SANTOLINI, Ricardo Benevenuti. A influência da mídia como fator


determinante para condenação de réus no plenário do júri. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n.113, jun 2013. Disponível
em:<http://ambitojuridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1293>. Acesso em 12 out.
2014.

PRATES, Flávio Cruz; TAVARES, Neusa Felipim dos Anjos. A influência
da mídia nas decisões do conselho de sentença. Direito & Justiça,
Porto Alegre, v. 34, n. 2, p. 34, jul./dez. 2008. Disponível em:
<http://verum.pucrs.br/F/
JSQ4PEMN6HVE7KCYJHB8GS8FUR81FEN1HCNXX41GKETDVK5L4B
37826?
func=fullsetset&set_number=004325&set_entry=000002&format=999>.
Acesso em: 25 mar. 2011.

TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. A imprensa e o judiciário. Revista do


Instituto de Pesquisas e Estudos, Bauru, n. 15, p. 15-20, ago./nov.
1996. Disponível em:
<http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/20397/imprensa_judici
ario.pdf?sequence=3>. Acesso em: 20 mar. 2011.

Muito Obrigado!

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