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BOM DIA A TODOS, MEU NOME É LUISE MENDONÇA DE SOUZA

E SOU GRADUANDA DO NONO PERÍODO DO CURSO DE DIREITO.


AGRADEÇO A PELA DISPONIBILIDADE É UMA HONRA TER
VOCêS NA MINHA BANCA.

E MEU TCC TEM COMO TITULO: CONDENAÇÃO DA MÍDIA E A SUA


INFLUÊNCIA NAS DECISÕES ALUDIDAS PELO TRIBUNAL DO JURI:
UMA ANÁLISE DO CASO DA BOATE KISS
O objetivo deste trabalho é analisar o impacto da mídia nas decisões
do júri, em especial o caso Boate Kiss. Para isso, procurei
primeiramente descrever e conceituar o que é o Tribunal do Júri, bem
como demonstrar seus princípios norteadores e a forma como são
aplicados. Em seguida, aprofundou-se nos aspectos gerais da mídia e
no seu poder da construção da verdade relatando como a divulgação de
casos criminais, juntamente com o sensacionalismo exercido, pode
causar danos indevidos ao bom andamento do processo devido à
interferência no julgamento avaliativo de júris e juízes. Por fim,
ocorreu uma análise jurídica do caso denominado “Boate Kiss, que
discutiu os fatos e verificou como a mídia contribuiu para o desfecho
do julgamento do ponto de vista do senso crítico dos jurados.
A mídia é de grande importância na formação de opinião e na crítica social porque é
facilmente manipulada e acessível e pode transformar pessoas em heróis e vilões a qualquer
momento. Porém, quando esse poder de distorção é utilizado como forma de transformar o direito
penal em fenômeno, detalhando e enviesando casos reais, qualquer julgamento subsequente torna-se
tendencioso.
Isto porque, num caso declarado, ou seja, num caso perante um júri, o julgamento de um
jurado sobre um fato que causou enorme repercussão e causou sensação nacional, pode estar
contaminado e tende a responder ao ruído social que ofende diretamente garantias e
princípios constitucionais como a imparcialidade e a presunção de inocência.
Em relação a isso, busquei analisar as fragilidades na tomada de decisão. Julgamentos com júri
em casos de grande repercursão, como o caso da Boate Kiss.
Sobre o Tribunal do Júri, no Brasil, deu-se inicio no ano de 1822, por Dom João VI, com o
intuito de abordar crimes contra meios de comunicação social e crenças.
Este conselho era formando por 24 indivíduos nomeados pelo membro do judiciário e
ouvintes do crime, a qual possuia boas condiçoes e alto nível de inteligência.

A Constituição de 88, prevê julgamentos com o júri sobre crimes dolosos contra a vida. Os
julgamentos no tribunal consistem em um Juiz presidente e 25 jurados onde 7 são
escolhidos por sorteio para formar o conselho de condenação.

o corpo do júri é responsável por decidir se aceita ou nega a existência de um crime atribuível a
um réu. Os julgamentos são realizados com jurados amadores e presume-se que se baseiem não
apenas na lei, mas também na consciência e compreensão dos jurados dos fatos revelados.
Os princípios que orientam o tribunal do júri e eles são:

Da plenitude de defesa é aquela de quem é acusado de crime doloso contra a vida e, em


sessão plenária do júri, poderá dispor de todos os meios de defesa para convencimento do
Júri. Um exemplo desse principio é o método altamente controverso utilizado no julgamento
da boate kiss, foi feita a leitura de uma carta psicografada em nome de uma das vítimas do
incencio, onde dizia na carta para pararem de procurar o responsável pelo incidente.

O Sigilo das votações visa proteger os jurados de possíveis constrangimentos devido à pressão
do público ou dos réus e evitar a possibilidade de retaliação. É portanto essencial que os
jurados votem em segredo numa câmara especial para que as suas decisões individuais não
sejam tornadas públicas.

A soberania dos vereditos Este princípio constitucional baseia-se na ideia de que os vereditos
do júri são soberanos e não podem ser alterados por recurso de um tribunal, mas apenas por
outro conselho de condenação.
Segundo Alves Lopes, entende-se como mídia o conjunto dos meios de comunicação utilizados por uma sociedade para
a troca de informações .

É evidente que os meios de comunicação social devem desempenhar um papel de influência na sociedade, porque
os meios de comunicação social são a ferramenta mais rápida e eficiente para transmitir conteúdos informativos
importantes ao público, incluindo para garantir o desenvolvimento de uma democracia plena livre de censura. Mas o que
é notável é como o conteúdo publicado pode espalhar-se rapidamente, ser partilhado instantaneamente e ter um enorme
impacto, isto não é por acaso, pois por trás das mensagens enviadas existem diversas estratégias para gerar benefícios
económicos e lucros, portanto, você tem que ter lucro.
E neste contexto, o campo jurídico, especialmente seus aspectos criminais, é de grande interesse para as empresas
de mídia, pois é visto como uma rica fonte de notícias com enorme potencial de lucro. Então é exatamente esse aspecto
da cobertura o sensacionalismo surge porque os meios de comunicação não cumprem a sua missão original de transmitir
informação, embora violem as expectativas da sociedade e atuem de forma injusta, embora sejam estrategicamente
importantes para atingir o público. lucrar fazendo espetáculo noticioso. , é definitivamente prejudicial devido a vários
fatores.
A necessidade de divulgar notícias sobre o crime cresce a cada dia, e seja por causa de uma cultura de
medo ou porque vivemos numa sociedade punitiva, o interesse do público em reportagens
investigativas está aumentando, o fato é que o público está preocupado com o crime, especialmente
em seus resultados, você obterá resultados semelhantes aos anteriores. Tendo dito isto, a grande
mídia dedica-se à divulgação de informações sobre processos criminais, o que sem dúvida causa
sérios danos à condução ordenada dos processos criminais,
muitos dos quais são irreparáveis.

No entanto, quando os meios de comunicação social noticiam casos criminais, condenam socialmente os arguidos
sem o
devido processo e condenam os arguidos expondo de forma agravada todos os detalhes do crime, pelo que é
claro
que este não é o caso. Na verdade, é altamente provável que os jurados compareçam à sessão plenária com uma
decisão pré-concebida, a fim de avaliar adequadamente a convulsão social.

para além dos danos inegáveis ​no domínio jurídico, devido às críticas midiáticas e às observações de processos
criminais,
vários prejuízos são incorridos quer após a sentença, quer após a libertação, por exemplo durante o processo de
reintegração. pessoa. Na sociedade. Devido à enorme exposição e influência, a sociedade apaga completamente a
reputação, a credibilidade e a vida passada do acusado, passando a ser definida apenas pelos fatos que cercam a
pessoa.
Há 10 anos o País lidava com um dos incêndios mais trágicos da sua história, que ocorreu durante um show
Na Boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Foram 242 vítimas e outros 636 feridos que tiveram suas trajetórias marcadas ou finalizadas pelas chamas.

A investigação para determinar a responsabilidade começou imediatamente após o incidente os responsáveis


seriam elisandro e Mauro co proprietários da boate
Luciano assistente da banda e Marcelo vocalista da banda além dos órgãos públicos como Ministério público
corpo de bombeiros e prefeitura municipal pela omissão e concessão de alvará para regular o funcionamento
da boate onde não foram percebidas e irregularidades posteriormente apontadas.

O Ministério público como órgão acusatório acusou apenas os proprietários elisandro e Mauro além dos
integrantes da banda Luciano e Marcelo. O Ministério público classificou o ato como possível homicídio doloso.

Após cerca de 10 dias de duração e a oitiva dos acusados defesa acusação e testemunha foi dado o veredito
onde houve a configuração do crime de homicídio simples praticado com dolo eventual e foram condenados os 4 réus

A defesa dos réus recorreram alegando diversas invalidades nas solenidade e no julgamento argumentaram também
que o veredito do juiz era claramente inconsistente com as provas do caso e pediram que redimensionar se a
Sentença. Apesar do Ministério público ter ocorrido da decisão de anulação o embargo foi parcialmente aceito mas
apenas os erros graves foram corrigidos portanto o resultado da ação judicial considerada nula não muda.
Quando falamos de tipificação penal nesse caso, analizamos se houve dolo eventual ou culpa consciente.
Conforme Capez (2013), no que diz respeito ao dolo eventual, o agente não busca o
resultado de forma direta, contudo, concorda que possivelmente ele possa acabar sendo produzido como consequência
de uma ação ou omissão.

Já a culpa consciente surge quando o sujeito consegue prever o resultado, mas não acredita no seu resultado; ele confia
que suas ações levarão apenas aos resultados esperados, que não ocorrem por erros de cálculo ou de execução.

, a tragédia ocorreu devido a uma série de violações, incluindo negligência, descuido e incompetência do réu. Portanto,
isso caracteriza a forma penal do crime. A absolvição foi inadequada, mas pelo menos seria de esperar uma descrição
precisa

apesar da doutrina ser massiva contra a existência de dolo eventual, alegando que o caso não passa de uma culpa
consciência, as cortes superiores, por força da mídia que jogavam holofotes sobre o caso, entrevistando parentes das
vítimas, com características apelativas, decidiram reverter a decisão do TJRS que desclassificava o caso de crime,
levando novamente os réus a júri popular, sem que nenhuma das cortes tenha apresentado argumentos plausíveis para a
decisão, tanto é que na decisão o ministro relator entende que não seria caso de dolo eventual
Portanto, podemos afirmar que a mídia e o clamor público contribuíram diretamente para o veredicto
concluímos que pode-se afirmar que a mídia contribui ativamente para a formação do pensamento crítico na sociedade,
de forma que toda a população possa ser facilmente manipulada para acreditar em uma versão da verdade contada e
veiculada de forma tendenciosa pela imprensa.
O perigo nestas situações, contudo, é que a justiça eficaz, respeitando as disposições constitucionais e o devido
processo legal, não seja a justiça que a sociedade espera. Contudo, muitas vezes é a justiça esperada pela sociedade,
influenciada pelos meios de comunicação social, que prevalece. E é aqui que a lei entra em conflito com os limites que
impõe, pois a imprensa não pode ser censurada, mas também o arguido também não pode ser privado da presunção de
inocência.
Assim, para o caso em análise, pode-se afirmar definitivamente que houve influência de todas as formas e desde o
início. Na verdade, é importante lembrar que a denúncia aborda apenas o lado mais fraco da história. É fácil culpar os
músicos e os proprietários, é fácil afirmar, contar, contar e transmitir a versão de que são os únicos culpados, que
pouco se importam com os resultados. Mesmo que, no fundo, mesmo A própria acusação também sabe que esse
propósito não é razoável. Mas também sabem que é a única alternativa para atender às demandas da sociedade e fazer
justiça às famílias das vítimas, como elas exigem.
Neste caso, vemos uma série de erros graves, tanto na prática como na implementação. Alguns assumem
responsabilidades excessivas, outros ficam fora do banco dos réus, tomando decisões descabidas, confirmando uma
intenção que pode não existir, mas é necessária para a realização do desejo.
A realidade é que não há vitória neste desafio, apenas dor e perda. A vingança que acontece com a ajuda da mídia
não trará de volta as vítimas, fazer a tragédia desaparecer.
No entanto, os meios de comunicação social cumpriram certamente a função a que se propuseram. Eles
certamente atraíram muito público e, como resultado, ganharam muito dinheiro. No entanto, como resultado, grande
parte deste direito foi perdido.

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