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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................... 09
2 TRIBUNAL DO JÚRI: FORMAÇÃO SOB A ÓTICA DO ORDENAMENTO
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JURÍDICO BRASILEIRO.
2.1 Conceito: o que é o tribunal do jurí?
2.2 Origem e evolução histórica do tribunal do jurí no Brasil
2.3 Função, Composição e funcionamento do Tribunal do Júri
2.4 Princípios Constitucionais no Processo Penal e no Júri
3 QUAL O PAPEL MIDIÁTICO NO TRIBUNAL DO JÚRI?

3.1 Garantias constitucionais: direito à informação e liberdade de imprensa

3.2 Influência da mídia no processo penal: Mídia x devido processo


3.3 (im)parcialidade dos jurados diante a influência midiatica
3.3 Criminologia midiatica e seus reflexos no processo penal brasileiro
4 CASOS DE GRANDE REPERCUSSÃO COM INFLUENCIA MIDIATICA NO
TRIBUNAL DO JURI
4.1
4.2
5 METODOLOGIA ................................................................................................
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................
REFERÊNCIAS...................................................................................................
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2.2 CONTEXTO HISTÓRICO: ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO JÚRI


NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO.

A origem e evolução histórica do Júri no ordenamento jurídico brasileiro têm


raízes profundas que remontam à época colonial, passando por períodos de
influência portuguesa e francesa, até a configuração atual. Aqui está um resumo
desse contexto histórico:

Origens Coloniais: O Tribunal do Júri teve suas origens na época colonial,


quando o Brasil estava sob domínio português. Os primeiros registros do Júri datam
do século XVII. Nessa época, ele já era usado para resolver questões de direito
penal.

Código de Processo Criminal de 1832: A instituição do Júri foi formalizada no


Brasil com o Código de Processo Criminal de 1832, durante o Império. Este código
estabeleceu as regras básicas para a organização do Júri, estabelecendo a
participação de cidadãos como jurados em julgamentos criminais.

República e Primeira Constituição (1889): Com a proclamação da República,


o Júri foi mantido e reforçado como uma instituição democrática importante. A
Constituição de 1889 estabeleceu o Júri como um direito fundamental do cidadão.

Código de Processo Penal de 1941: Durante o governo de Getúlio Vargas, o


Brasil promulgou o Código de Processo Penal de 1941, que trouxe importantes
reformas ao sistema jurídico e ao Tribunal do Júri. Este código consolidou muitas
das regras e procedimentos que ainda estão em vigor hoje.

Constituição de 1988: A Constituição Federal de 1988 manteve o Júri como


um direito fundamental e estabeleceu as bases para sua organização e
funcionamento. Ela também garantiu a imparcialidade dos jurados e a publicidade
dos julgamentos.

Evolução Jurisprudencial: Ao longo dos anos, a jurisprudência brasileira tem


desempenhado um papel significativo na interpretação das regras relacionadas ao
Júri, incluindo questões como a competência, a composição do Conselho de
Sentença e os recursos disponíveis após o julgamento.
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Reformas Legislativas: O Júri brasileiro passou por diversas reformas


legislativas ao longo dos anos, com o objetivo de aprimorar o sistema de julgamento
por júri popular e adaptá-lo às mudanças sociais e legais.

No geral, o Tribunal do Júri no Brasil tem uma história rica e complexa que
reflete o compromisso do país com a democracia e a participação cidadã no sistema
de justiça criminal. Ao longo do tempo, o sistema tem evoluído para garantir um
julgamento mais justo e imparcial para os acusados.

2.3 FUNÇÃO, COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI.

O Tribunal do Júri é uma instituição fundamental do sistema de justiça criminal,


sendo responsável por julgar crimes dolosos contra a vida, como homicídios e outros
crimes relacionados. Abaixo, descrevo a função, composição e funcionamento do
Tribunal do Júri:

Função:

O Tribunal do Júri tem como função principal decidir se o acusado é culpado ou


inocente de um crime contra a vida. Diferentemente de outros tribunais, como os
juízes togados, os jurados são cidadãos comuns selecionados aleatoriamente para
atuar como juízes temporários, representando a comunidade na tomada de decisões
sobre a responsabilidade penal.

Composição:

O Tribunal do Júri é composto por:

Juiz de Direito ou Juiz Federal: Este magistrado preside a sessão do júri, garantindo
que o processo ocorra de acordo com a lei, instruindo o júri e controlando os
procedimentos.

Jurados: O júri é formado por um grupo de cidadãos chamados de jurados,


geralmente vinte e cinco no total, dos quais sete são escolhidos aleatoriamente para
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formar o Conselho de Sentença. Os jurados são selecionados a partir de uma lista


de eleitores e cidadãos aptos, e devem ser imparciais e imunes a influências
externas.

Funcionamento:

O funcionamento do Tribunal do Júri segue um processo estruturado:

Seleção dos Jurados: Os jurados são selecionados por sorteio a partir de uma lista
prévia. Durante o processo de seleção, as partes (acusação e defesa) podem fazer
questionamentos para garantir que os jurados sejam imparciais.

Apresentação das Provas: A acusação e a defesa apresentam suas evidências,


depoimentos de testemunhas e argumentos perante o júri.

Instrução pelo Juiz: O juiz instrui o júri sobre as leis aplicáveis e os critérios que
devem ser usados para determinar a culpabilidade ou inocência do acusado.

Deliberação do Júri: O júri se retira para deliberar em sigilo. Eles discutem o caso e,
após alcançar um veredicto, retornam ao tribunal para anunciá-lo.

Veredicto: O veredicto pode ser de "culpado" ou "inocente". Em casos de


condenação, o juiz posteriormente determina a pena.

Recursos: Ambas as partes têm o direito de recorrer da decisão do júri em instâncias


superiores.

É importante notar que o julgamento no Tribunal do Júri enfatiza a participação de


cidadãos comuns e busca garantir um processo justo e imparcial. A decisão final
cabe ao júri, refletindo o princípio da soberania do povo no sistema jurídico.
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2.4 PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL

Os princípios constitucionais do processo penal são fundamentais para


garantir um julgamento justo e equitativo no sistema jurídico. Abaixo, descrevo os
quatro princípios constitucionais do processo penal mencionados:

Devido Processo Legal: Esse princípio, também conhecido como "due


process of law", assegura que ninguém pode ser privado de sua vida, liberdade ou
propriedade sem o devido processo legal. Isso significa que todo indivíduo tem o
direito a um processo justo, imparcial e equitativo, onde seus direitos e garantias
fundamentais são respeitados. O devido processo legal impede a arbitrariedade e
garante que as regras e procedimentos legais sejam seguidos rigorosamente.

Presunção de Inocência:A presunção de inocência é um princípio que


estabelece que toda pessoa acusada de um crime é considerada inocente até que
sua culpa seja comprovada além de qualquer dúvida razoável em um julgamento
justo. Isso coloca o ônus da prova sobre a acusação, que deve demonstrar a culpa
do acusado de forma convincente. O acusado não é obrigado a provar sua
inocência.

Contraditório:O princípio do contraditório assegura que todas as partes


envolvidas em um processo penal tenham a oportunidade de apresentar suas
alegações, argumentos e evidências e de contestar as alegações e evidências
apresentadas pela outra parte. Isso contribui para um julgamento equilibrado e
imparcial, onde todos os lados têm a chance de ser ouvidos.

Ampla Defesa:A ampla defesa está relacionada ao direito do acusado de se


defender de forma eficaz e completa durante o processo penal. Isso inclui o direito
de ser representado por um advogado, de apresentar provas, de interrogar
testemunhas e de se manifestar em sua própria defesa. A ampla defesa é essencial
para garantir que o acusado tenha uma oportunidade justa de contestar as
acusações e proteger seus direitos.

Esses princípios constituem a base do sistema de justiça criminal e são


essenciais para garantir que os direitos individuais sejam protegidos e que o
processo penal seja conduzido de maneira justa e equitativa. Eles são parte
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integrante das constituições de muitos países, incluindo o Brasil, onde são


fundamentais para o funcionamento do sistema de justiça.
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2.5 PRINCIPIOS NORTEADORES DO TRIBUNAL DO JÚRI:

Princípio da Soberania dos Veredictos: Este princípio estabelece que as decisões do


júri, uma vez proferidas, são soberanas e definitivas. Isso significa que os veredictos
do júri não podem ser revistos ou modificados pelo juiz, garantindo a independência
dos jurados no julgamento.

Princípio da Plenitude de Defesa: O Tribunal do Júri deve permitir a plena defesa do


acusado, garantindo que todas as teses e argumentos defensivos sejam
devidamente apresentados e considerados pelos jurados.

Princípio do Sigilo das Votações: As votações dos jurados devem ser realizadas em
sigilo, garantindo que eles possam tomar suas decisões de forma independente,
sem pressões externas.

Princípio da Competência para o Julgamento: O Tribunal do Júri é competente


apenas para julgar crimes dolosos contra a vida. Esse princípio assegura que casos
adequados à natureza do júri sejam encaminhados para esse tribunal.

Princípio da Oralidade: Os julgamentos no Tribunal do Júri são marcados pela


oralidade, o que significa que grande parte das provas é apresentada oralmente por
meio de depoimentos de testemunhas, interrogatórios e argumentações.

Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa: Assegura que todas as partes


envolvidas no processo, incluindo a acusação e a defesa, tenham a oportunidade de
apresentar suas alegações, questionar testemunhas e evidências, e participar
ativamente do julgamento.

Princípio da Publicidade dos Julgamentos: Os julgamentos do Tribunal do Júri


devem ser públicos, a menos que haja razões específicas para mantê-los em sigilo.
Isso contribui para a transparência do processo.
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Princípio da Motivação das Decisões: Os jurados devem motivar suas decisões,


explicando as razões pelas quais consideram o acusado culpado ou inocente. Essa
motivação ajuda a garantir a transparência e a responsabilidade nas decisões do
júri.

Esses princípios são fundamentais para o funcionamento do Tribunal do Júri,


assegurando que os julgamentos sejam justos, imparciais e em conformidade com
as garantias constitucionais dos envolvidos.

O Tribunal do Júri, cláusula pétrea de origens históricas e com fundamentos constitucionais, tem por
finalidade o julgamento do réu por seus pares. Com peculiar procedimento processual, o júri é
dividido em duas fases, porém, não atende a princípios essenciais das decisões, e em casos especiais
os próprios princípios que o regem não são respeitados. Os jurados estão sujeitos às influências
externas que tornam as decisões vulneráveis, as convicções pessoais criadas por pré-julgamentos e
informações divulgadas pela mídia, normalmente relacionados a crimes que geram comoção social,
ferindo, assim, o princípio da presunção da inocência.

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