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c) – Princípio da Concentração (art. 366.° CPP). Por força, deste princípio, os actos processuais
devem decorrer concentradamente, sem grandes intervalos ou soluções de continuidade, quer no
que se refere ao local (espaço) quer ao tempo. Assim, o julgamento deve decorrer em princípio
num sítio determinado e apropriado (sala de audiências). E, por outro lado, a audiência deverá ser
contínua, só podendo o juíz interrompê-la, quando for absolutamente necessário.
O princípio da concentração ou continuidade está estreitamente relacionado com os princípios da
oralidade e da imediação das provas e baseia-se na ideia de que o juiz atingirá melhor a verdade e
proferirá sentença mais justa, se puder decidir questão, enquanto mantiver vias as impressões que lhe
causaram as provas produzidas em audiência.
d) – Princípio da suficiência do processo penal (art. 6.° CPP). De harmonia com este princípio, no
processo penal resolver-se-ão todas as questões que interessam à decisão da causa, qualquer que
seja a sua natureza.
EXCEPÇÕES: O juiz pode discricionariamente entender que não é conveniente resolver questões
de natureza civil, administrativa, fiscal, etc., no processo penal. Outras vezes, essa inconveniência é
presumida pela lei. Nesse caso, o juiz é obrigado a suspender o processo penal, para que se intente e
se julgue a respectiva acção no tribunal compentente.
❖ OS PRINCÍPIOS RELATIVOS À PROVA
a) - Princípio da verdade material (art. 145.° e ss CPP). A verdade material é aquela que se opõe à
chamada verdade formal (jurídica ou processual), estreitamente ligada esta última ao princípio ou
sistema de provas formais ou legais do velho processo inquistório e essencialmente obtida a partir de
atitudes processuais dos respectivos sujeitos, em especial, do arguido ou réu, da confissão ou da forma
que ela revestia, do valor de presunções previamente estabelecidas, de ónus probatórios não
cumpridos, etc.
No fundo, porém, a verdade não é nem material nem formal. A forma ou método de chegar à verdade
é que pode assentar num critério material ou num critério formal.
b) - O Principio da verdade formal, parte do princípio de que as partes processuais são as senhoras
da relação jurídica em discussão, podendo dispor do objecto do processo, confessar o pedido, de
desistir inclusivamente dele, sem que o juiz possa, por qualquer forma, opor-se; que é às partes só as
partes que compete trazer ao processo os factos que tenham interesse para a discussão da causa e as
provas que queiram utilizar para fazer os seus pontos de vista.
EXCEPÇÕES: Quando estamos diante de documentos probatórios (art. 190.° CPP).
c) - Princípio da livre apreciação da Prova (art. 147.° CPP). Significa este princípio que o Juiz, na
aprecição (valoração) da prova produzida não está sujeito a regras predeterminanadas. Aprecia a
prova e forma a sua convicção livremente, de harmonia comas circunstâncias concretas do caso.
Modernamente, o juiz é livre, mas não incondicionalmente livre de apreciar a prova e decidir como
entender. O juiz tem a faculdade de decidir, dando ou não dando os factos como provados, de acordo
com a sua livre convicção, mas a convicção pessoal do juiz terá de obrigatoriamente formar-se a partir
prova produzida no processo (é só dela) e na condição, naturalmente, de, na produção da prova, se
terem respeitado as regras aplicáveis de direito probatório.
O princípio da livre apreciação da prova não significa, pois, que o juiz actue de forma arbitrária,
subjectiva e voluntarista. Significa, isso que, o juiz deve dar os factos como provados ou não
provados, de harmonia com o convencimento pessoal que formar a partir das provas produzidas no
processo.
e) - Princípio “In dubio pro reo”. Sempre que a prova produzida seja insuficiente e não conduza à
fromação de um juizo de certeza sobre a existência da infração ou de que foi o arguido que a cometeu,
deve ser a favor do réu.
Deste princípio, decorre o princípio da presunção da inocência.
Assim, entre uma testemunha que viu e uma que ouviu dizer deve preferir-se a primeira. Só na
impossibilidade de recolha directa, será admissível a recolha indirecta da prova.
O princípio imediação está estreitamente relacionado com o princípio da concentração ou da
continuidade.
17 – O QUE ENTENDES POR RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL?
R: A relação jurídica processual penal, é a existência de interesses contraditórios entre as partes e
uma absoluta igualdade entre estas face ao tribunal.
❖ O Ministério Público, que é o titular da acção processual penal (art. 48.° CPP);
❖ Arguido, que é o titular do direito à defesa (art. 63.°, e 67.° da CRA; 66.° e 67.° CPP);
❖ Acusador Particular ou Assistente; que o titular da acusação (art. 330.°, 331.° e 58.° CPP).
❖ Actos processuais praticados pelo Juiz (arts. 12.°, 352.°, 412.°, 413.° e 414.° todos do CPP).
a) – Despacho de pronúncia;
b) – Sentença;
c) – Acórdão;
d) – Mandado de captura;
e) – Mandado de detenção;
f) – Prisão preventiva e;
g) – Soltura.
❖ Actos processuais praticados Ministério Público (art. 48.°, 328.°, 329.° todos do CPP).
a) – Acusão;
b) – Promoção;
c) – Mandado de detenção;
d) – Mandado de captura;
e) – Pedido de indemnização.
❖ Actos processuais praticados Acusador Particular ou Assistente (arts. 51.°, 330.°, 331.°, 62°,
todos do CPP).
a) – Acusação;
b) – Pedido de indemnização,
c) – Requerimentos.
❖ Actos processuais praticados pelo Arguido (arts. 63.°, 66.° da CRA, 67.° do CPP).
a) – Direito à defesa.
❖ Actos processuais praticados Defensor (arts. 69.°, 70.°, 71.°, 73.° todos do CPP).
a) – Contestação (direito à defesa).
Verifica-se quando recai sobre o arguido - no fim do interrogatório feito pelo Magistrado
do MP ou Judicial, e o processo tiver que continuar - à obrigação de fazer prova da sua
identidade pela exibição de bilhete de identidade ou documento de igual força ou por
intermédio de pessoa idónea que declare conhecer o arguido; e declara a sua residência, o seu
local de trabalho ou outro domicílio à sua escolha, onde possa ser notificado devendo constar
do termo que foi dado conhecimento ao arguido:
Todavia, se o arguido residir fora ou for residir para fora da circunscrição judicial onde
decorram os trâmites do processo, deve indicar pessoa residente nesta última para que na
respectiva residência possa receber as notificações que lhe são destinadas.
No prazo de dez (10) dias a contar da sua verificação a entidade a quem o arguido ficar
com a obrigação de se apresentar (judiciária ou criminal), comunicará ao Magistrado do MP
as faltas de apresentação que o arguido não justificar.
Esta obrigação é cumulável com qualquer outra medida de coacção com ela compatível
(excepto com as medidas de proibição ou obrigação de permanência e proibição de contactos;
interdição de saída do país; prisão domiciliar a de prisão preventiva), e extingue-se decorrido
os prazos de prisão preventiva.
35. FALE DA PROIBIÇÃO OU OBRIGAÇÃO DE PERMANÊNCIA E PROIBIÇÃO
DE CONTACTOS.
R: Proibição ou Obrigação de Permanência e Proibição de Contactos, (art. 271.º do CPPA).
Poderá ser imposta pelo Magistrado do MP quando ao crime imputado ao arguido for
aplicável pena de prisão superior, no seu limite máximo, a (1) um ano, o Magistrado do
Ministério Público ou o juiz pode impor-lhe, separada ou cumulativamente:
Essa medida, poderá ser imposta pelo Magistrado do MP ou juiz se o crime imputado
ao arguido for punível com pena de prisão superior, no seu limite máximo, a (1) um ano.
Se o o arguido não puder prestar a caução que lhe foi fixada ou tiver dificuldade em
prestá-la, pode o Magistrado do MP, oficiosamente ou a requerimento, substituí-la por
qualquer outra das medidas de coacção aplicáveis, nos do Código de Processo Penal.
Quanto aos Modos e meios de prestação da caução, nos termos do artigo 273.° do CPPA,
a caução poderá ser prestada por depósito, penhor, hipoteca, fiança ou fiança bancária, nos
termos concretamente admitidos pelo magistrado comepetente.
Este poderá ainda autorizar que o arguido que já tenha prestado caução por um dos
meios estabelecidos por um daqueles meios referidos a substitua por qualquer outro meio de
prestação de caução. A prestação de caução é processada por apenso.
Verifica-se quando o arguido, sem justificação, faltar a um acto processual a que deva
comparecer ou não cumprir as obrigações derivadas de medida de coacção que lhe tenham
sido cumulativamente impostas. E uma vez quebrada a caução, o seu valor reverte para o
Estado sem prejuízo do disposto no art. 266.º do CPPA.
Essa medida, poderá ser imposta pelo Magistrado do MP ou juiz, quando ao crime
imputado ao arguido for aplicável pena de prisão com limite máximo superior a (3) três anos,
devendo para o efeito, o magistrado que impuser esta medida proceder às comunicações
necessárias às autoridades migratórias para aplicação de tal medida - execução e controlo.
Tal medida implica a entrega à guarda do tribunal do passaporte que possuir e a
comunicação às autoridades competentes, com vista à não concessão ou não renovação de
passaporte e ao controlo das fronteiras.
O tempo de duração desta medida corresponde aos prazos de prisão preventiva
estabelecidos no art. 283.º do CPPA.
Essa medida, constitui uma das mais graves das medidas de coacção implicando a perda
da liberdade pessoal do arguido, tem no contexto da lei, a par da prisão preventiva, carácter
excepcional, só podendo ser aplicada pelo magistrado do MP quando, “in casu”, se considerar
inadequadas ou insuficientes as medidas de coacção anteriormente referidas, desde que ao
crime imputado ao arguido seja aplicável pena de prisão com limite máximo superior a (3) três
anos.
➢ Caso Julgado formal (aquele caso visto na óptica dos seus efeitos no próprio
processo em que foi proferido) ou material (Aquele caso julgado da perspectiva
dos seus efeitos relativamente a qualquer outro processo posterior. art. 91.˚ do
CPPA).