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QUESTÕES TEÓRICAS RESOLVIDAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Por: Adriano Mário Sapalo


1 – O QUE É O DIREITO PROCESSUAL PENAL?
R: É o sistema de normas ou regras jurídicas que disciplinam e regulam a aplicação do Direito Penal
aos comportamentos delituosos submetidos à apreciação dos tribunais.
2 – QUAIS SÃO OS FINS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL?
R: No âmbito estrito da sua realização, há vários pontos de vistas para estabelecer o fim próximo e
imediato do Direito Processual Penal.
a) – Para alguns autores, o fim do Processo Penal é a obtenção de uma sentença com valor de caso
julgado, ou seja, uma sentença de que já não seja possível mais recorrer-se.
b) – Para outros, o fim do Direito Processual Penal é a procura da verdade.
c) – Para outros ainda, o fim do Direito Processual Penal é a realização da justiça.
Não obstante às várias correntes expostas e defendidas por distintos autores, em última análise, o fim
do Direito Processual Penal, é a proteção dos valores mais elementares de uma sociedade, sem os
quais a sociedade não sobreviveria.
Tanto o Direito Penal como o Direito Processual Penal, visam a proteção e defesa dos valores mais
importantes do Estado e da Ordem que melhor corresponde aos seus interesses fundamentais.
3 – QUAL É O OBJECTO OU NATUREZA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL?
R: O objeto ou natureza do Direito Processual Penal, apresenta várias correntes:
a) – Para alguns, o Objecto do Direito Processual Penal, seria a função ou objetivo do processo. Ou
a acção penal.
b) – Para outros, o Objecto do Direito Processual Penal, é a relação jurídica de direito penal que
surge quando alguém pratica um facto desenhado na lei como crime.
c) – No outro âmbito, o Direito de punir tem sido, ele próprio, visto como objeto do processo.
d) – Mas, por um lado, o objeto do Direito Processual Penal é o facto material e real que constitui a
causa da relação jurídica punitiva, a razão do nascimento do processo e do direito de punir do Estado.
O facto ou factos à volta das quais se estabelece toda uma série de atividades. São esses factos que
forma aquilo que é o objeto do processo penal.
Em nosso entender, o Objecto do Direito Processual Penal, é a aplicação do Direito Penal aos casos
concretos, submetidos a sua apreciação. É o facto criminoso e a personalidade do delinquente.
4 – QUAL É A RELAÇÃO ENTRE DIREITO PROCESSUAL PENAL E DIREITO PENAL?
R: A existência do Direito Processual Penal se justifica pela necessidade da aplicação do Direito
Penal aos casos concretos submetidos a julgamentos dos tribunais. É através do Direito Processual
Penal que se aplica o Direito Penal.
O Direito Processual Penal é, por conseguinte, o meio ou instrumento de realização do Direito Penal,
que não é um Direito de aplicação directa, como sucede com outros ramos de direito substantivo.
O Direito Processual Penal e Direito Penal, são ramos de direito complementares, constituídos ambos
em unidade jurídica, dominada, ao fim e ao cabo, pelo mesmo fim último da proteção e defesa dos
valores fundamentais da ordem jurídico-política, econômica e social do Estado.
5 –QUANTO AOS SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS, COMO PODE SER DIVIDIDO O
PROCESSO PENAL?
R: O Processo Penal pode, todavia, na forma como se desenrola, apresentar-se com características e
estrutura nem sempre uniformes e isso permite dividi-lo em dois tipos perfeitamente diferenciados:
➢ O Processo de tipo acusatório;
➢ O Processo de tipo inquisitório.
6 – O QUE É O PROCESSO DE TIPO ACUSATÓRIO?
R:O Processo de tipo acusatório, chama-se acusatório, por se iniciar com uma acusação.
7 – COMO ERA FEITA ACUSAÇÃO?
R: Na sua forma mais pura, o ofendido apresentava o “criminoso” perante o tribunal e acusava-o de
viva voz.
- Nos tempos mais recuados, o acusador era o ofendido, mas com o decorrer dos séculos, sobretudo
nos crimes que mais atingiam os interesses da comunidade (delitos públicos por contraposição aos
delitos privados, que lesavam interesses predominantemente individuais), a acusação passou a ser
deduzida pelo povo ou por representantes do Povo.
- E, nos tempos modernos, o Estado criou um órgão para esse efeito, o MINISTÉRIO PÚBLICO, e
deu-lhe a titularidade da acção penal.
8 – O QUE SUCEDIA, APÓS A ACUSAÇÃO?
R: Formulada a acusação, o tribunal (regra geral colectivo, formado por uma assembleia ou por um
conjunto mais restrito de jurados populares) ouvia o acusado e recolhia as provas apresentadas por
cada uma das partes, isto é, acusador e acusado encontravam-se, perante o tribunal, em posição de
perfeita igualdade, limitando-se aquele a ouvi-las, a apreciar as provas oferecidas e a decidir, afinal,
como um àrbitro objetivo, imparcial e justo.
As partes tinham, tanto uma como outra, um papel constitutivo dentro do processo penal, o que lhes
permitia influenciar o rumo do processo.
O juiz era o julgador equidistante de qualquer delas e passivo, quer dizer, sem iniciativa no campo da
investigação
9 – COMO ERA O PROCESSO?
R: O processo era, quanto à forma, todo ele dominado pelos princípios da oralidade, da publicidade
e da contraditoriedade.
Nada era escrito, tudo era revelado e feito à vista de todos, em local público, e nenhum obstáculo era
colocado à possibilidade de o acusado contradizer o acusador e de reproduzir a prova que quisesse.
A apreciação da prova era livre. E a sentença fazia caso julgado, não podendo o processo ser reaberto.
Presumindo-se a inocência do acusado, o processo acusatório (na sua forma mais pura pelo menos),
quase desconhecia a prisão preventiva.
São notórias neste tipo de processo as semelhanças com o processo civil.
10 – O QUE É O PROCESSO DE TIPO INQUISITÓRIO?
R: É o contrário do processo de tipo acusatório, isto é, começa por uma fase de investigação, dirigida
por um juiz (magistrado, técnico e, por via de regra profissional), com vínculos estreitos ao Estado
que, em princípio, representava e de quem dependia.
11 – COMO ERA FEITA A INVESTIGAÇÃO?
R: A investigação, frequentemente, se iniciava a partir de denúncia secreta, precedia, por conseguinte,
a acusação, deduzida ex-oficio pelo juiz investigante, o qual, na forma mais pura do processo
inquisitório, depois de activamente investigar e recolher as provas, acusava e julgava o arguido,
reunindo assim, na mesma entidade as funções de investigar, instruir, acusar e julgar.
Desaparecia, em teoria e, sobretudo, na prática, o direito de defesa e o arguido era reduzido
processualmente à condição de coisa ou objeto, perdendo, deste modo, o estatuto de sujeito
processual, titular de direitos e deveres e com capacidade de influenciar e condicionar o destino do
processo.
12 – COMO ERA O PROCESSO INQUISITÓRIO?
R: Quanto à forma, o processo inquisitório é todo ele escrito e secreto, estando fora de causa a
admissão da mais ténue contraditoriedade.
13 – COMO ERA A PROVA?
R: A prova era legalmente tarifada (sistema de provas legais), dando-se especial relevância probatória
à confissão, considerada a rainha das provas e obtida frequentemente mediante tortura, e a sentença
não fazia caso julgado, podendo, em grande número de casos de absolvição, o processo ser reaberto.
Finalmente, quanto à situação carcerária, a regra era a prisão preventiva, como resultado de a mera
denúncia fazer presumir a culpabilidade do denunciado.
14 – COMO ESTÁ CARACTERIZADO O SISTEMA MISTO?
R: O Sistema misto ou Napoleônico, caracteriza-se em linhas muito gerais, pelo facto de:
❖ Na fase de investigação ou instrução preparatória, o processo é inquisitório, e é, secreto e
escrito;
❖ Na fase de julgamento e demais fases, o processo é acusatório e era feito de forma oral,
público e contraditório. Considera-se ser este o sistema (misto) que dominante em todo o
mundo.
15 – FALE DO PROCESSO EM ANGOLA.
R: O Processo angolano, é igualmente misto e compreende:
❖ A fase de investigação e recolha de prova (instrução preparatória) que é a fase da formação
do corpo de delito, complementada, por vezes, por uma subfase de instrução contraditória.
❖ A fase de julgamento, presidida pelo juiz, a que corresponde o processo principal, na qual se
procede a aplicação do Direito, pela imposição da pena ou sanção ao autor do crime cometido.
❖ A fase de execução da pena, cominada pela sentença condenatória,

16 – QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL ?


R: O Processo penal é dominado por uma série de princípios ou regras gerais que dão significado às
normas que o constituem, que fazem delas um todo orgânico orientado em determinada direcção ou
sentido, que dão expressão a valores de civilização, interesses fundamentais da comunidade, que
permitem a compreensão e a solução doutrinária dos problemas que no processo penal se levantam a
cada passo.
Assim sendo, são princípios gerais do processo penal:
❖ OS PRINCÍPIOS RELATIVOS À INICIATIVA PROCESSUAL

a) – Princípio da oficialidade ou da oficiosidade. Segundo este princípio, a iniciativa ou impulso


processual competem, no processo penal, ao Estado, a uma entidade oficial. Sendo, o direito penal e
o direito processual penal instrumentos de defesa dos valores fundamentais da sociedade e do Estado,
a iniciativa processual terá de ser tarefa do Estado, coiincida ela, ou não com o interesse e a vontade
dos particulares ofendidos, contraie ou não esses interesses. O Processo Penal não é disponível, não
está na disposição dos particulares. (arts. 48°; 328° e 331° CPP).
EXCEPÇÕES: Este princípio, não é grosso modo, absoluto goza de algumas excepções, derivadas
da existência dos crimes semipúblicos e crimes particulares ao lado dos crimes públicos, nos termos
dos quais, existem crimes que para serem punidos, necessitam de ser denunciados pelos ofendidos ou
outras pessoas ligadas aos ofendidos (crimes semipúblicos); nos crimes particulares a denúncia não é
suficiente, é necessário que os ofendidos se constituam no processo assistentes do Ministério Público,
deduzam a acusação, exerçam eles próprios a acção penal. Sem ela, o processo não será introduzido
em juízo e o agente ou agentes não serão julgados.

b) – Princípio da legalidade. Este princípio obriga o Ministério Público, na sua actividade de


promoção processual, a determinar-se exclusivamente por critérios de natureza legal (art. 2° CPP).
Este princípio opõe-se ao princípio da oportunidade. Como consequência do principio da legalidade
deriva o princípio da imutabilidade da acusação, isto é, o MP não pode modificar, renunciar ou desistir
dela, suspendendo ou arquivando o processo (exceptuam-se o direito de os ofendidos perdoarem e
fazerem cessar o procedimento criminal, em certos crimes semipúblicos.

c) - Princípio do acusatório ou da acusação. É o princípio segundo o qual se atribui a função de


acusar a uma entidade diferente daquela a quem está conferida a função de julgar, pois, a obectividade,
a imparcialidade e até a independência, condições indispensáveis à obtenção de uma sentença justa,
ficariam gravamente comprometidas na sua substância e na sua imagem, pela intervenção do julgador
na investigação do crime, na perseguição do criminoso e na instrução do processo. EXCEPÇÕES:
Este princípio, goza de excepções, pois, é enfraquecido e mitigado pela possibilidade de, em certos
casos de abstenção da acusação, o juíz poder ordenar que o processo volte ao Ministério Público para
deduzir acusação. Não obstante, o princípio do acusatório ser mitigado: o tribunal não pode tomar
iniciativa da instruçãi e da instauração de um processo crime; A fase judicial só se inicia com a
dedução da acusação (nemo judex sine actor); A acusação delimita o objecto do processo. O tribunal
só poderá apreciar na sentença os factos alegados pela acusação. (art. 328.°, 376.° ambos do CPP;
174.°, n°2 da CRA).
❖ OS PRINCÍPIOS RELATIVOS À PROSSECUÇÃO PROCESSUAL
a) – Princípio do Inquisitório ou da investigação. (art. 332.°, n°1; 334.°, n°1; 342.° todos do CPP).
Este princípio, também chamado de instrutório, significa que, compete ao tribunal toda a acção
necessária ao apuramento da existência da infracção, à determinação dos seus agentes e à
averiguação da sua responsabilidade, independentemente da actividade que, nesse sentido, possam
desenvolver as partes processuais.
Ao tribunal, compete oficiosamente inquirir ou investigar a verdade sobre os factos objecto do
processo e a pessoa que os cometeu.
O juiz não se limita a apreciar as provas que lhe são apresentadas pelas partes. Tem o dever de ir mais
além. É um juiz activo. Investiga e procede à produção da prova necessária à descoberta da verdade
sem necessidade de as partes lho requererem.
Nesta acepção, o princípio inquisitório opõe-se ao princípio do dispositivo, que domina o processo
civil.
No processo penal, o propósito marcante é a descoberta da verdade material e objectiva.

b) – Princípio da Contraditoriedade ou do contraditório (art. 365° CPP). É o princípio segundo o


qual, na descoberta da verdade e na aplicação da justiça, devem ser igualmente consideradas tanto
as razões da acusação como os pontos de vista da defesa.

c) – Princípio da Concentração (art. 366.° CPP). Por força, deste princípio, os actos processuais
devem decorrer concentradamente, sem grandes intervalos ou soluções de continuidade, quer no
que se refere ao local (espaço) quer ao tempo. Assim, o julgamento deve decorrer em princípio
num sítio determinado e apropriado (sala de audiências). E, por outro lado, a audiência deverá ser
contínua, só podendo o juíz interrompê-la, quando for absolutamente necessário.
O princípio da concentração ou continuidade está estreitamente relacionado com os princípios da
oralidade e da imediação das provas e baseia-se na ideia de que o juiz atingirá melhor a verdade e
proferirá sentença mais justa, se puder decidir questão, enquanto mantiver vias as impressões que lhe
causaram as provas produzidas em audiência.

d) – Princípio da suficiência do processo penal (art. 6.° CPP). De harmonia com este princípio, no
processo penal resolver-se-ão todas as questões que interessam à decisão da causa, qualquer que
seja a sua natureza.
EXCEPÇÕES: O juiz pode discricionariamente entender que não é conveniente resolver questões
de natureza civil, administrativa, fiscal, etc., no processo penal. Outras vezes, essa inconveniência é
presumida pela lei. Nesse caso, o juiz é obrigado a suspender o processo penal, para que se intente e
se julgue a respectiva acção no tribunal compentente.
❖ OS PRINCÍPIOS RELATIVOS À PROVA

a) - Princípio da verdade material (art. 145.° e ss CPP). A verdade material é aquela que se opõe à
chamada verdade formal (jurídica ou processual), estreitamente ligada esta última ao princípio ou
sistema de provas formais ou legais do velho processo inquistório e essencialmente obtida a partir de
atitudes processuais dos respectivos sujeitos, em especial, do arguido ou réu, da confissão ou da forma
que ela revestia, do valor de presunções previamente estabelecidas, de ónus probatórios não
cumpridos, etc.
No fundo, porém, a verdade não é nem material nem formal. A forma ou método de chegar à verdade
é que pode assentar num critério material ou num critério formal.
b) - O Principio da verdade formal, parte do princípio de que as partes processuais são as senhoras
da relação jurídica em discussão, podendo dispor do objecto do processo, confessar o pedido, de
desistir inclusivamente dele, sem que o juiz possa, por qualquer forma, opor-se; que é às partes só as
partes que compete trazer ao processo os factos que tenham interesse para a discussão da causa e as
provas que queiram utilizar para fazer os seus pontos de vista.
EXCEPÇÕES: Quando estamos diante de documentos probatórios (art. 190.° CPP).

c) - Princípio da livre apreciação da Prova (art. 147.° CPP). Significa este princípio que o Juiz, na
aprecição (valoração) da prova produzida não está sujeito a regras predeterminanadas. Aprecia a
prova e forma a sua convicção livremente, de harmonia comas circunstâncias concretas do caso.
Modernamente, o juiz é livre, mas não incondicionalmente livre de apreciar a prova e decidir como
entender. O juiz tem a faculdade de decidir, dando ou não dando os factos como provados, de acordo
com a sua livre convicção, mas a convicção pessoal do juiz terá de obrigatoriamente formar-se a partir
prova produzida no processo (é só dela) e na condição, naturalmente, de, na produção da prova, se
terem respeitado as regras aplicáveis de direito probatório.
O princípio da livre apreciação da prova não significa, pois, que o juiz actue de forma arbitrária,
subjectiva e voluntarista. Significa, isso que, o juiz deve dar os factos como provados ou não
provados, de harmonia com o convencimento pessoal que formar a partir das provas produzidas no
processo.

e) - Princípio “In dubio pro reo”. Sempre que a prova produzida seja insuficiente e não conduza à
fromação de um juizo de certeza sobre a existência da infração ou de que foi o arguido que a cometeu,
deve ser a favor do réu.
Deste princípio, decorre o princípio da presunção da inocência.
Assim, entre uma testemunha que viu e uma que ouviu dizer deve preferir-se a primeira. Só na
impossibilidade de recolha directa, será admissível a recolha indirecta da prova.
O princípio imediação está estreitamente relacionado com o princípio da concentração ou da
continuidade.
17 – O QUE ENTENDES POR RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL?
R: A relação jurídica processual penal, é a existência de interesses contraditórios entre as partes e
uma absoluta igualdade entre estas face ao tribunal.

18 - QUEM SÃO OS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL PENAL?


R: São sujeitos da relação jurídica:
❖ O tribunal, que é o titular da jurisdição (art. 9.° à 34.° CPP; Lei 2/15 de 2 de Fevereiro);

❖ O Ministério Público, que é o titular da acção processual penal (art. 48.° CPP);

❖ Arguido, que é o titular do direito à defesa (art. 63.°, e 67.° da CRA; 66.° e 67.° CPP);

❖ Defensor, é o titular do direito à defesa em representação do arguido através de uma


procuração forense, em que lhe é atribuido poderes e competências (art. 73.° CPP;

❖ O ofendido, que é o titular do direito violado (art. 29.° da CRA);

❖ Acusador Particular ou Assistente; que o titular da acusação (art. 330.°, 331.° e 58.° CPP).

19 – O QUE SÃO ACTOS PROCESSUAIS?


R: Actos processuais, são as principais actividades exercidas no decurso do processo, pelos sujeitos
e participantes. É o acto jurídico que tem por fim constituir, modificar, prosseguir ou extinguuir uma
relação jurídico-processual.

20 – FALE DA CLASSIFICAÇÃO DOS ACTOS PROCESSUAIS?


R: São diversos os critérios de classificação dos actos processuais. E, em razão dos sujeitos, os actos
processuais são:

❖ Actos processuais praticados pelo Juiz (arts. 12.°, 352.°, 412.°, 413.° e 414.° todos do CPP).
a) – Despacho de pronúncia;
b) – Sentença;
c) – Acórdão;
d) – Mandado de captura;
e) – Mandado de detenção;
f) – Prisão preventiva e;
g) – Soltura.
❖ Actos processuais praticados Ministério Público (art. 48.°, 328.°, 329.° todos do CPP).
a) – Acusão;
b) – Promoção;
c) – Mandado de detenção;
d) – Mandado de captura;
e) – Pedido de indemnização.
❖ Actos processuais praticados Acusador Particular ou Assistente (arts. 51.°, 330.°, 331.°, 62°,
todos do CPP).
a) – Acusação;
b) – Pedido de indemnização,
c) – Requerimentos.

❖ Actos processuais praticados pelo Arguido (arts. 63.°, 66.° da CRA, 67.° do CPP).
a) – Direito à defesa.

❖ Actos processuais praticados Defensor (arts. 69.°, 70.°, 71.°, 73.° todos do CPP).
a) – Contestação (direito à defesa).

21 – FALE SOBRE OS IMPEDIMENTOS E AS SUSPEIÇÕES DO JUIZ E DO MP


R: Vide artigos 35.° a 54.° todos do CPP.
22 - O QUE ENTENDES POR MEDIDAS DE COERÇÃO PROCESSUAL?
R: De forma simplificada, as medidas de coerção processual entendemos como sendo, as
diligências processuais ordenadas para a recolha de provas. E, elas podem ser:
a. As revistas;
b. As buscas e;
c. As apreensões.

22. O QUE SÃO REVISTAS?


R: Segundo o Dr. Carlos Boavida (2019/20), as revistas “constituem um meio de obtenção de
prova que incide sobre as pessoas, destinando-se a averiguar se alguém oculta no seu corpo
ou no seu vestuário ou adereços quaisquer objectos relacionados com o crime ou que possam
servir a sua prova”.
Para o Professor Grandão Ramos (2013), as revistas “[…] são diligências processuais
ordenadas com vista à recolha de provas reais”.
Do ponto de vista legal, as revistas são diligências processuais que ocorrem “sempre que
haja suspeita com fundamento bastante para crer que alguém oculta na sua pessoa objectos
relacionados com a prática de um crime ou que possam servir para a respectiva prova,
contanto que se reserve a sua intimidade e dignidade” (Art. 212.°, n°1 do CPPA).
Outras questões complementares para melhor compreensão do Instituto das revistas:
22.1. Quem ordena ou autoriza e preside às revistas […]?
R: Art. 213.° do CPPA.

22.2. Em que circunstâncias se procede as revistas urgentes?


R: Art. 214.° do CPPA.
22.3. O que é um auto de Revista?
R: Art. 215.° do CPPA.

22.4. Quais são os Formalismos da Revista?


R: Art. 216.° do CPPA.

23. O QUE SÃO BUSCAS?


R: Para o Professor Grandão Ramos (2013), as buscas, são diligências processuais ordenadas
para a recolha de provas através da detenção ou prisão do arguido.
Na visão do Dr. Carlos Boavida (2019/20), as buscas são diligências processuais “que
se destinam a averiguar se em determinado lugar existem objectos relacionados com o crime
ou que o possam comprovar”.
No sentido normativo, as buscas são diligências processuais que ocorrem sempre que
haja suspeita com fundamento bastante para crer que alguns dos objectos referidos no artigo
212.°, n°1 do CPPA, ou que uma pessoa que deva ser presa ou detida nos termos da lei se
encontram em lugar não acessível ao público” (Art. 212.°, n°2 do CPPA).
Outras questões complementares para melhor compreensão do Instituto das buscas:
23.1. Quais são as formalidades da Busca?
R: Art. 217.° do CPPA
23.3. O que fazer quando alguém recusa ou não autoriza a entrada de uma
autoridade para efectuar uma busca?
R: Art. 218.° e 219° do CPPA.
23.4. Como fazer uma busca domiciliar?
R: Art. 220.° do CPPA
23.5. Como efectuar uma busca a um escritório de advogados, consultório médico
ou em estabelecimento de saúde?
R: Art. 221.° do CPPA
23.6. Como efectuar buscas em repartições ou serviços públicos?
R: Art. 222.° do CPPA.

24. O QUE SÃO APREENSÕES?


R: As apreensões “são actos que têm como finalidade a obtenção de prova através da
salvaguarda e indisponibilidade de objectos relacionados com o crime” (CARLOS
BOAVIDA, 2019/20, p. 24).
As aprensões não devem ser confundidas com o arresto, pois, este é uma apreensão
judicial de bens para garantia do pagamento de um crédito (dívida), sempre que haja receio de
perda da garantia patrimonial do devedor.
Outras questões complementares para melhor compreensão do Instituto das buscas:
24.1. Quais são os objectos susceptível de apreensão?
R: Art. 223.° do CPPA
24.2. Quais são as formalidades e a quem competente a ordenação da apreensão?
R: Art. 224.° do CPPA.
24.3. O que é um auto de apreensão?
R: Art. 225.° Do CPPA.
24.4. Como efectuar apreensões em serviços de correios electrónicos?
R: Art. 226.° do CPPA.
24.5. Como efectuar apreensões em repartições ou Serviço Público?
R: Art. 227.° do CPPA.
24.6. Como efectuar apreensões em escritórios de Advogados, consultório médico
ou em estabelecimento de saúde?
R: Art. 228.° do CPPA.
24.7. Como efectuar apreensões em estabelecimento bancário?
R: Art. 229.° do CPPA.
24.8. Qual é o destino dos objectos apreendidos?
R: Arts. 230.° a 237.° todos do CPPA.

25. O QUE SÃO MEDIDAS PROCESSUAIS DE NATUREZA CAUTELAR?


R: São medidas que visam a garantia do processo, antes da sentença penal. São também as
ferramentas aplicadas antes ou no decorrer do processo e têm como foco a preservação da
persecução penal.

26. QUAIS SÃO AS MEDIDAS PROCESSUAIS DE NATUREZA CAUTELAR?


R: As medidas processuais de natureza cautelar são, nos dizeres do Dr. Carlos Boavida (2017,
pág. 108) as seguintes:

a) A detenção, que baseada na existência de fortes indícios de que a pessoa detida


praticou uma infracção penal punível com pena privativa de liberdade determinando a sua
constituição como arguido da qual fica dependente a aplicação de uma medida de coacção
pessoal;
b) As medidas de coacção pessoal, cuja aplicabilidade – excepto o termo de identidade
e residência -, pressupõe a verificação de algumas das seguintes circunstâncias:
1- Fuga ou perigo de fuga;
2- Perigo de perturbação da instrução do processo;
3- Perigo de continuação da actividade criminosa ou de perturbação grave da
ordem e tranquilidade pública, em função da natureza, das circunstâncias do crime e da
personalidade do arguido;
4- A não existência de causas de extinção da responsabilidade criminal do
arguido;
c) As medidas de garantia patrimonial, que no dizer de Manuel Simas Santos at all,
“são instrumentos de cariz económico que têm como finalidade processual assegurar
pagamentos diversos, consoante a modalidade da medida:
a) - da pena pecuniária,
b) - do imposto de justiça,
c) - das custas do processo,
d) - de qualquer outra dívida para o Estado relacionada com o crime ou
indemnizações que sejam devidas (caução económica); dos mesmos pagamentos em
substituição da caução económica imposta (arresto preventivo).

27. O QUE É A DETENÇÃO?


R: Segundo o Dr. Carlos Boavida (2019/20) citando a LMCPP nos arts. 1.° e 2.°, a detenção
“é uma medida cautelar de privação da liberdade pessoal, não necessariamente dependente
de mandado judicial, de natureza precária e excepcional, dirigida à prossecução de
finalidades taxativamente enumeradas na lei”. O autor em epígrafe, considera ainda a
detenção como “o acto processual de privação de liberdade precária por tempo não superior
a quarenta e oito (48) horas, praticada unicamente com os objectivos constantes no art. 4.°”
daquele diploma já referenciado.
Para a Professora Maria Paula Gouveia Andrade (2010), a detenção “é uma privação
da liberdade por um período muito curto, visando diversos fins: para no prazo máximo de
quarenta e oito (48), o detido ser submetido a julgamento ou ser presente ao juiz competente
para interrogatório judicial ou aplicação de uma medida de coação; ou para assegurar a
presença imediata do detido perante o juiz em acto processual”.
Nos termos da Lei, ao abrigo do artigo 250.° e 248.°, al. a) do CPPA, “a detenção é um
acto processual de privação precária da liberdade por tempo nunca superior a 48 horas,
praticado e apenas permitido com o propósito de”:
a)- Submeter o detido em flagrante delito a julgamento sumário;
b)- Apresentar o detido perante o Magistrado Judicial competente para o primeiro
interrogatório ou para aplicação, alteração ou substituição de medida de coacção, pessoa
em relação à qual haja, em processo contra si instaurado, indícios de ter cometido um
crime;
c)- garantir a presença, imediata ou no mais curto prazo possível e sem ultrapassar
as 24 horas, do detido, perante autoridade judiciária ou Órgão de Polícia Criminal, em
acto processual;
d)- assegurar a notificação de sentença condenatória, de arguido julgado nos casos
permitidos pelo CPPA ou a execução de pena de prisão ou de medida de segurança
privativa de liberdade.

28. QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES GERAIS DE APLICAÇÃO DA DETENÇÃO E DAS


MEDIDAS DE COAÇÃO?
R: Art. 249.° do CPPA

29. QUANDO É QUE OCORRE A DETENÇÃO?


R: Verificar-se-á a detenção quando em duas situações distintas: em flagrante delito e fora de
flagrante delito.
I) – Detenção em flagrante delito
Ocorre quando se registar a actualidade da infracção – e se desdobra em três espécies:
1- flagrante delito propriamente dito, isto é, quando se está a cometer o facto
punível (art.252.º, n.º1, parte 1ª, do CPPA).
2- quase flagrante delito, quando se acabou de cometer o facto punível, art.252.º,
n.º1, 2.ª parte, do CPPA);
3- presunção de flagrante delito ou flagrante delito em extensão, caso em que o
infractor é, logo a seguir à prática da infracção, perseguido por qualquer pessoa ou
encontrado, a seguir à prática da infracção, com objectos ou sinais que mostrem
claramente que a cometeu ou nela participou (art.252.º, n.º2, CPPA).
A detenção em flagrante delito obedece algumas regras que se consubstanciam no
seguinte:
a) - Em regra deve ser efectuada por qualquer autoridade judiciária ou entidade
policial (Art. 251.°, n°1, parte 1ª do CPPA);
b) - Excepcionalmente poderá ser efectuada por qualquer cidadão, quando
nenhuma autoridade, judiciária ou policial, estiver presente ou não puder ser chamada
em tempo útil (art. 251.°, n° parte 2ª do CPPA). Mas neste caso, o cidadão que efectuar
a detenção, deverá entregar o detido imediatamente à autoridade ou agente da autoridade
que for encontrado mais próximo do local, procedendo-se à apresentação ao magistrado
do MP (Art. 251.°, n°4 do CPPA);
c) - Em regra é aplicável apenas à crimes públicos puníveis com pena de prisão superior
à um ano;
d) - Excepcionalmente é aplicável aos crimes semipúblicos, isto é, nos casos em que o
exercício da acção penal depender de queixa. Porém, a detenção só deve se manter se o titular
do respectivo direito vier exercê-lo em acto a ele seguido, devendo, neste caso, a autoridade
competente levantar ou mandar levantar auto em que a queixa fique consignada (art. 251.°, n°
5 do CPPA);
e) - Sempre que se efectuar a detenção deve ser imediatamente levantado o
correspondente auto de notícia e de seguida ser apresentado o detido ao magistrado do MP
junto do Tribunal competente para promover julgamento sumário ou perante o magistrado do
MP, junto dos órgãos de investigação criminal (art. 251.°, n° 2 do CPPA);
f) - Não há lugar a detenção em flagrante delito quando o procedimento criminal
depender de acusação particular, limitando-se apenas a efectuar a identificação do
infractor(art. 251.°, n° 6 do CPPA);
g) - Em regra é permitida, sem qualquer formalidade, a entrada de dia, no lugar do
cometimento do crime incluindo em casa habitada ou suas dependências fechadas quando se
tratar de flagrante delito por crime punível com pena de prisão superior, no seu limite máximo
a 1 ano (art. 253.°, n° 1 do CPPA);
h) - Excepcionalmente é permitida, a entrada durante a noite, independentemente de
consentimento dos moradores, se o captor for autoridade judiciária ou entidade policial e ao
crime corresponder pena de prisão com máximo superior, no seu limite máximo, a 3 anos (art.
253.°, n° 3 do CPPA)

II) - Detenção fora de flagrante delito


Ocorre quando não há actualidade da infracção, mas houver razões suficientes para crer
que a pessoa a deter não se apresentaria voluntária e espontaneamente perante a autoridade
judiciária no prazo que lhe fosse fixado (art. 254.°, n° 1 do CPPA).
A detenção fora de flagrante delito (art. 254.°, n° 2 do CPPA), apenas poderá ser
efectuada com a observância das seguintes condições legais:
a) - Mediante Mandado do Magistrado do MP na fase de instrução preparatória;
b) - Mediante Mandado do Juiz da causa nas restantes fases;
c) - Mediante ordem das autoridades de polícia criminal, nas seguintes situações (art.
254.°, n° 3 do CPPA):
1. Ser o crime doloso e punível com pena de prisão, superior, no seu limite
máximo, a 3 anso;
2. Haver fortes indícios com fundamento bastante para crer que a pessoa a deter
se prepara para fugir à acção da justiça; e,
3. Se se tratar de caso em que é admissível a prisão preventiva;
2 - Não ser possível, considerada a urgência e o perigo na demora, esperar pela
intervenção do Magistrado competente.
I.1. Requisitos dos mandados de detenção
Para qualquer dos casos acima referidos, os mandados de detenção (ou ordem de
detenção), são passados em triplicado e devem conter, sob pena de nulidade, os requisitos
mencionados no art. 255.º do CPPA, que são os seguintes:
a)- a identificação da pessoa a deter, com menção do nome e, se possível, da residência
e mais elementos que possam identificá-la e facilitar a detenção;
b)- a identificação e a assinatura da autoridade judiciária ou de Polícia Criminal
competente;
c)- a indicação do facto que motivou a detenção e das circunstâncias que legalmente a
fundamentam.
d)- a indicação da infracção cometida, a pena ou medida de segurança aplicada e a
sentença que a decretou, quando a detenção tiver como objectivo assegurar a notificação de
sentença condenatória, a execução da pena de prisão ou de medida de segurança privativa de
liberdade (Art. 250.°, n° 1, al. d) do CPPA);
e)- exibição do mandado de detenção e entrega de uma das cópias ao detido;
I.2. Exequibilidade dos Mandados de Detenção
Em regra os mandados de detenção são exequíveis em todo o território nacional e são
executados por oficiais de diligências ou por quem os substituir, sendo sempre permitido aos
mesmos o recurso à força público (art. 256.º, n° 1 do CPPA);
Excepcionalmente a execução dos mandados de detenção pode também ser solicitada
aos órgãos da polícia ou às autoridades militares, quando necessário, podendo, para esse efeito,
serem passados ou extrair-se cópias, tantos exemplares, quantos os necessários (art. 256.º, n°
2 do CPPA);
Deverão sempre, os agentes encarregados do cumprimento do mandado de captura
informar o arguido dos direitos que o assistem e da forma como os pode exercer. E passar, no
exemplar do mandado que tiver junto ao processo, certidão mencionando o dia, hora e local
em que a efectuou, assim como a entrega de uma cópia do mandado ao detido (art.256.º, n° 3
do CPPA);
De igual sorte, quando não tenha sido possível efectuar a detenção, deve, quem dela for
encarregado, elaborar certidão, indicando os motivos por que não a efectuou e entregar os
mandados a quem ordenou, sendo certo que, contra o captor que certificar falsamente a
impossibilidade de cumprimento de mandado será instaurado procedimento disciplinar ou
penal nos termos previstos na legislação penal (art.256.º, n° 4 e 5 do CPPA);

I.3. Incomunicabilidade do detido


Antes do primeiro interrogatório o detido não pode comunicar-se com pessoa alguma,
salvo com seu advogado ou familiar a comunicar a pretensão da constituição de mandatário
(art. 257.º, n° 1 do CPPA).
Poderá ainda, enquanto durar a instrução preparatória, o Magistrado do MP proibir a
comunicação do arguido com certas pessoas ou condicioná-la, se tal se mostrar indispensável
para evitar tentativas de perturbação da instrução do processo (art. 257.º, n° 2 do CPPA):

I.4. Primeiro interrogatório judicial de arguido detido (art. 258.° do CPPA)


O primeiro interrogatório judicial de arguido detido, que não deva ser julgado em
processo sumário, é feito nos termos dos artigos 169.° e 170.° ambos do CPPA.

I.5. Termos subsequentes


Findo o interrogatório e encerradas as diligências e o auto, o juiz de garantias:
a) – Se considerar verificados os pressupostos de facto e de direito que motivaram
a detenção, valida-a e aplica a medida de coação que ao caso couber;
b) – Se não não considerar verificados esses pressupostos, restitui o detido à
liberdade.

I.6. Detenção ilegal


Verifica-se sempre que há a privação da liberdade de um cidadão infringindo o disposto
no art. 250.º, n.º 1 a 3 do CPPA, e implicará a instauração imediata de um processo de
averiguação independentemente de queixa do ofendido contra quem infringir o ai estatuído.
Veja-se o disposto nos artigos 250.º, nº 4 do CPPA.

30. O QUE SÃO MEDIDAS DE COAÇÃO PESSOAL.


R: As medidas de coacção pessoal, são definidas por Henriques Heiras e Guilhermina Fortes,
como sendo «restrições impostas aos directos das pessoas em função de exigências
processuais de natureza cautelar, que só podem ser aplicadas a arguidos, em processo penal,
e hão-de respeitar os princípios da adequação e da proporcionalidade e incluir-se entre os
tipos taxativamente previstos na lei».
31. QUAIS SÃO AS MEDIDAS DE COAÇÃO PESSOAL
R: As medidas de Coação Pessoal, são efectivamente as seguintes (art. 260.° do CPPA):
a. O Termo de identidade e residência;
b. A Obrigação de apresentação periódica às autoridades;
c. A Proibição ou obrigação de permanência em determinados locais e proibição de
contactos com determinadas pessoas;
d. A Caução;
e. A Interdição de saída do País;
f. A Prisão preventiva domiciliaria; e
g. A Prisão preventiva.

32. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DAS MEDIDAS DE COAÇÃO


PESSOAL.
R: As medidas de coação pessoal, são condicionadas a certos princípios tais como:

a. O princípio da legalidade (art. 261.° do CPPA);


b. da necessidade (262.° do CPPA);
c. adequação (262.° do CPPA);,
d. proporcionalidade e (262.° do CPPA);
e. subsidiariedade (262.° do CPPA);

33. FALE SOBRE O TERMO DE IDENTIDADE E RESIDÊNCIA.


R: O Termo de Identidade e Residência, (art. 269.º do CPPA).

Verifica-se quando recai sobre o arguido - no fim do interrogatório feito pelo Magistrado
do MP ou Judicial, e o processo tiver que continuar - à obrigação de fazer prova da sua
identidade pela exibição de bilhete de identidade ou documento de igual força ou por
intermédio de pessoa idónea que declare conhecer o arguido; e declara a sua residência, o seu
local de trabalho ou outro domicílio à sua escolha, onde possa ser notificado devendo constar
do termo que foi dado conhecimento ao arguido:

a. Da obrigação de comparecer perante a autoridade competente e de se manter à sua


disposição, sempre que a lei o obrigar ou para isso for devidamente notificado;
b. Da obrigação de não mudar de residência nem dela se ausentar por mais de cinco
dias sem comunicar a nova residência ou o lugar onde possa ser encontrado;
c. De que o incumprimento das obrigações estabelecidas nas alíneas anteriores não
impede que o processo prossiga, efectuando-se as notificações por editais e anúncios.

Todavia, se o arguido residir fora ou for residir para fora da circunscrição judicial onde
decorram os trâmites do processo, deve indicar pessoa residente nesta última para que na
respectiva residência possa receber as notificações que lhe são destinadas.

O termo de identidade e residência é cumulável com qualquer outra medida de coacção


pessoal.

34. FALE DA OBRIGAÇÃO DE APRESENTAÇÃO PERIÓDICA ÀS


AUTORIDADES.
R: A Obrigação de apresentação periódica às autoridades, (art. 270.º do CPPA).

Verifica-se, ou seja, essa medida é imposta pelo Magistrado do MP ou o Juiz, quando


ao crime imputado ao arguido for aplicável pena de prisão com limite máximo superior a (1)
um ano, devendo-se apresentar periodicamente a uma autoridade judiciária, de polícia criminal
ou a uma estrutura policial, em dia e hora pré-estabelecidos, devendo para o efeito ter-se na
devida conta as exigências profissionais do arguido e o local em que reside.

No prazo de dez (10) dias a contar da sua verificação a entidade a quem o arguido ficar
com a obrigação de se apresentar (judiciária ou criminal), comunicará ao Magistrado do MP
as faltas de apresentação que o arguido não justificar.

Esta obrigação é cumulável com qualquer outra medida de coacção com ela compatível
(excepto com as medidas de proibição ou obrigação de permanência e proibição de contactos;
interdição de saída do país; prisão domiciliar a de prisão preventiva), e extingue-se decorrido
os prazos de prisão preventiva.
35. FALE DA PROIBIÇÃO OU OBRIGAÇÃO DE PERMANÊNCIA E PROIBIÇÃO
DE CONTACTOS.
R: Proibição ou Obrigação de Permanência e Proibição de Contactos, (art. 271.º do CPPA).

Poderá ser imposta pelo Magistrado do MP quando ao crime imputado ao arguido for
aplicável pena de prisão superior, no seu limite máximo, a (1) um ano, o Magistrado do
Ministério Público ou o juiz pode impor-lhe, separada ou cumulativamente:

a) A proibição de permanência na área de certa localidade e, dentro dela, em


determinados meios ou locais, nomeadamente na residência onde foi cometido o crime contra
as pessoas de que tenham sido vítimas o cônjuge;
b) A proibição de contactar, sem autorização, com certas pessoas;
c) A obrigação de não se ausentar, sem autorização, da localidade onde reside, salvo
para lugares pré-estabelecidos, nomeadamente, para localidades em que trabalhe ou estude.
Essa medida, extingue-se com o decurso dos prazos estabelecidos no art. 283.º do
CPPA.

36. FALE DA CAUÇÃO.


R: A Caução (art.272.º do CPPA).

Essa medida, poderá ser imposta pelo Magistrado do MP ou juiz se o crime imputado
ao arguido for punível com pena de prisão superior, no seu limite máximo, a (1) um ano.

A caução, enquanto medida de coação pessoal, traduz-se numa medida de natureza


económica dependente das condições ou possibilidades económicas do arguido, razão pela
qual, na determinação do montante desta o Magistrado do MP deverá ter em consideração os
fins que a medida se destina a acautelar, a gravidade do crime, o dano por este causado e a
condição económica e social do arguido.

Se o o arguido não puder prestar a caução que lhe foi fixada ou tiver dificuldade em
prestá-la, pode o Magistrado do MP, oficiosamente ou a requerimento, substituí-la por
qualquer outra das medidas de coacção aplicáveis, nos do Código de Processo Penal.

Quanto aos Modos e meios de prestação da caução, nos termos do artigo 273.° do CPPA,
a caução poderá ser prestada por depósito, penhor, hipoteca, fiança ou fiança bancária, nos
termos concretamente admitidos pelo magistrado comepetente.
Este poderá ainda autorizar que o arguido que já tenha prestado caução por um dos
meios estabelecidos por um daqueles meios referidos a substitua por qualquer outro meio de
prestação de caução. A prestação de caução é processada por apenso.

Reforço ou modificação da caução (art. 275.º do CPPA).

O Magistrado do MP pode impor o seu reforço ou que seja alterada a prestação, se


depois de prestada a caução, forem conhecidas ou sobrevierem circunstâncias que a tornem
insuficiente ou que determinem modificações no modo de a prestar, com a possibilidade de,
ser reduzido o seu valor ou substituída por outra medida de coacção se o arguido não puder
satisfazer as exigências impostas pelo MP nos termos do n.º 3 do art. 272.º do CPPA.

Quebra de caução (art. 275.º do CPPA)

Verifica-se quando o arguido, sem justificação, faltar a um acto processual a que deva
comparecer ou não cumprir as obrigações derivadas de medida de coacção que lhe tenham
sido cumulativamente impostas. E uma vez quebrada a caução, o seu valor reverte para o
Estado sem prejuízo do disposto no art. 266.º do CPPA.

Tendo em consideração, - no dizer de Pascoal Joaquim – que, “o valor da caução fixada


e prestada é sempre pertença do arguido, na medida em que constitui uma garantia dada e tem
por fim particular assegurar a comparência dos arguidos a todos os termos do processo e o
cumprimento das obrigações que lhe forem impostas. Tem, por isso, carácter devolutivo,
devendo ser requerida essa devolução com o fim do processo”.

37. FALE DA INTERDIÇÃO DE SAÍDA DO PAÍS.


R: A Interdição de Saída do País, (art. 276.º do CPPA).

Essa medida, poderá ser imposta pelo Magistrado do MP ou juiz, quando ao crime
imputado ao arguido for aplicável pena de prisão com limite máximo superior a (3) três anos,
devendo para o efeito, o magistrado que impuser esta medida proceder às comunicações
necessárias às autoridades migratórias para aplicação de tal medida - execução e controlo.
Tal medida implica a entrega à guarda do tribunal do passaporte que possuir e a
comunicação às autoridades competentes, com vista à não concessão ou não renovação de
passaporte e ao controlo das fronteiras.
O tempo de duração desta medida corresponde aos prazos de prisão preventiva
estabelecidos no art. 283.º do CPPA.

38. FALE DA PRISÃO PREVENTIVA DOMICILIÁRIA.


R: A Prisão Preventiva Domiciliária, (art. 277.º do CPPA).

Essa medida, constitui uma das mais graves das medidas de coacção implicando a perda
da liberdade pessoal do arguido, tem no contexto da lei, a par da prisão preventiva, carácter
excepcional, só podendo ser aplicada pelo magistrado do MP quando, “in casu”, se considerar
inadequadas ou insuficientes as medidas de coacção anteriormente referidas, desde que ao
crime imputado ao arguido seja aplicável pena de prisão com limite máximo superior a (3) três
anos.

E implica a obrigação do arguido permanecer na habitação onde resida, não se


ausentando da mesma sem autorização.

O magistrado do MP, face às circunstâncias de vida e de saúde do arguido, pode ordenar


que a prisão domiciliar possa ser cumprida em instituição de saúde ou de solidariedade social.
Ela é cumulável com a proibição de contacto, por qualquer meio, com determinadas pessoas.

A fiscalização e o controlo do cumprimento das obrigações do arguido durante a prisão


domiciliária podem fazer-se por qualquer meio não proibido por lei, nomeadamente,
autoridade policial e meios electrónicos de controlo à distância.

A duração da Prisão Preventiva Domiciliária, são os estabelecidos no art. 283.º do CPPA


e uma vez extinta cessam imediatamente as restrições à liberdade individual impostas ao
arguido. Mas quando a causa de extinção tiver sido o esgotamento do prazo de duração, o
magistrado do MP pode impor ao arguido uma ou mais medidas, de acordo, seja a apresentação
periódica às autoridades; proibição ou obrigação de permanência e proibição de contactos ou
a prestação de caução (art. 278.° do CPPA).

39. FALE DA PRISÃO PREVENTIVA.


R: De forma resumida, para a prisão preventiva, podemos aferir os artigos 279.° a 284.° todos
do CPPA.

40 – FALE DAS MEDIDAS DE GARANTIA PATRIMONIAL


R: De forma explicita, as medidas de garantia patrimonial, é regulada nos termos do art. 285.˚
a 289.˚ todos do CPPA.

41. DEFINA PRESSUPOSTOS PROCESSUAL PENAL


R: Pressupostos Processual Penal, são requisitos necessário para que se dê início a uma acção
e o tribunal conheça o mérito da causa para que decida sobre a causa.

42. DIGA QUAIS SÃO OS PRESSUPOSTOS PROCESSUAL PENAL


R: Para aferir os pressupostos processual penal de uma acção é crucial ter-se em vista os
pressupostos de cada sujeitos processuais, tais como:
I. Pressupostos processuais relativos ao tribunal.
a) – Jurisdição, é poder que reconhecido ao Estado através dos tribunais para aplicar o
direito ao caso concreto, com o objectivo de solucionar os conflitos de interesses e, com
isso, resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. Dito em míudos, jurisdição é o
poder de julgar do tribunal (art. 9.˚ e 10.˚ ambos do CPPA e 174.˚ da CRA).
b) – Competência. É o poder que tem o órgão do poder judiciário de fazer actuar a
função jurisdicional em um caso concreto. É a quantidade de jurisdição atribuida a cada
órgão jurisdicional (arts. 11.˚ do CPPA e ss, e Lei 2/15 de 02 de Fevereiro). Em processo
penal, a competência dos tribunais pode ser:
➢ Competência material (art. 11.˚ a 13.˚ todos do CPPA);
➢ Competência Funcional (art. 11.˚ a 13.˚ todos do CPPA);
➢ Competência Territorial (art. 14.˚ a 17.˚ todos do CPPA).

II. Pressupostos relativos ao Ministério Público.


Os pressupostos que incidem na actuação do MP, são os previstos nos termos dos arts.
48.˚ a 54.˚ todos do CPPA. Sendo pois, o MP o titular da acção penal, é ele quem introduz a
causa em juizo, através de uma peça processual a que se dá o nome de ACUSAÇÃO.
Assim sendo, os pressupostos relativos ao MP, tem que ver com a legitimidade do MP
para acusar.

III. Pressupostos relativos à parte acusadora ou assistente.


Os pressupostos relativos ao acusador cingem-se na legitimidade conforme previsto nos
termos do art. 51.˚ do CPPA. Nos crimes particulares e semipúblicos, a legitimidade do
acusador particular e a do ofendido para acusar ou participar são condições do exercício da
acção penal do MP.
IV. Pressupostos relativos ao arguido
➢ Capacidade processual (art. 9.˚ CPC);
➢ Direito à Defesa (art. 67.˚, n˚3 e 5 da CRA);
➢ Existência de um processo ( art. 1.˚ CPPA)

V. Pressupostos relativos ao objecto


➢ Litispendência. É a pendência de uma lide, causa ou questão perante o tribunal.
Para que o tribunal possa conhecer de uma questão de natureza criminal é
necessário que essa questão não esteja já a ser objecto de outro processo noutro
tribunal.

➢ Caso Julgado formal (aquele caso visto na óptica dos seus efeitos no próprio
processo em que foi proferido) ou material (Aquele caso julgado da perspectiva
dos seus efeitos relativamente a qualquer outro processo posterior. art. 91.˚ do
CPPA).

➢ A prescrição (natureza jurídica), art. 129.˚; 483.˚; 473.˚ todos do CPC. O


procedimento criminal extingue-se se não for instaurado dentro de certo tempo.
O decurso do tempo faz desaparecer a possibilidade de perseguir o criminoso e
de realizar o direito penal pela individualização e aplicação da pena no caso
concreto.

Em conclusão, os pressupostos processuais penal, supra citados, podem ser formulados


em duas vertente:
a) – Positiva: A jurisdição e a competência
b) – Negativa: A incompetência e a ilegitimidade.

43. O QUE SÃO QUESTÕES PREJUDICIAIS


R: São questões, penais ou não penais, que condicionam a resolução da causa que é objecto
do processo penal.
São prejudiciais porque impedem ou prejudicam a boa apreciação do caso penal e, por
outro lado, porque o seu conhecimento antecede o conhecimento do objecto principal do
processo.
São também conhecidas como questões prévias ou incidentes de instâncias e, são
também obstáculos ao andamento ou bom andamento do processo penal.
44. QUAIS SÃO AS FORMAS DE PROCESSOS PENAIS E AS SUAS RESPECTIVAS
TRAMITAÇÕES
R: Nos termos do art. 299.˚ do CPPA, o processo penal pode ter a forma de:
a) – Processo comum, é o processo-regra. É aquele que se utiliza, quando a lei não
estabelecer expressamente uma forma especial;
b) – Processo especial, fundamentam-se em pressuposto particulares que derivam, umas
vezes, da especial natureza da infracção cometida, outras vezes, da qualidade pessoal do
agente, outras vezes ainda, da necessidade de realizar determinados objectivos ou de defender
certos interesses sociais de uma forma enérgica ou mais célere. É aquele estabelecido
expressamente por lei.

45. FALE DA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO COMUM EM PRIMEIRA


INSTÂNCIA.
R: À luz do Código de Processo Penal Angolano (arts. 302.˚ a 426.˚ todos do CPPA), o
processo comum obedece os seguintes trâmites ou fases:
a) – Fase da Instrução Preparatória, é a fase de investigação e recolha de provas ou de
formação do corpo de delito. Ela abre-se com a notícia ou conhecimento de que foi cometida
uma infracção. “Na fase da instrução preparatória realizam-se as diligências para se apurar se
foi ou não praticada uma infracção penal e, no caso de o ter sido, descobrir os seus agentes e
a respectiva responsabilidade penal, recolhendo-se os pertinentes elementos de prova, em
ordem a formular acusação ou arquivar o processo. Essa matéria estende-se desde o art. 302.˚
até 331.˚ todos do CPPA.
b) – Fase da Instrução Contraditória, que tem por fim obter uma decisão judicial que
confirme ou infirme o mérito da acusação ou do despacho de arquivamento, com vista a
submeter o arguido a julgamento ou arquivar o processo. Essa matéria estende-se desde o art.
332.˚ até 354.˚ todos do CPPA.
c) – Fase do julgamento, é um conjunto de actos e actividades processuais concentradas
num determinado lugar que tem por fim a formação de um juizo de certeza sobre a existência
dos elementos constitutivos do crime e sobre a responsabilidade do arguido. É uma fase
destinada à procura da verdade. Essa matéria se desenvolve desde o art. 335.˚ até 411.˚ todos
do CPPA.
d) – A Fase da Sentença, encerrada a audiência de julgamento, o tribunal pronuncia-se
em primeiro lugar sobre as questões prévias ou incidentais ainda não decididas. Essa fase se
desenrola desde o art. 412.˚ até 426.˚ todos do CPPA.
46. FALE DA TRAMITAÇÃO DOS PROCESSOS ESPECIAIS
R: Inicialmente, os processos especiais, são nos termos do art. 300˚ do CPPA:
a) – O processo sumário;
b) – O processo de contravenção;
c) – O processo abreviado;
d) – O processo para crimes julgados em 1ª instância pelo Tribunal Supremo.
No que diz respeito a sua tramitação, no:
I. Processo Sumário, observa-se todos os dispostos nos termos dos arts. 427.˚ a 436.˚ todos
do CPPA;
II. Processo de Contravenção, observa-se o disposto nos termos dos arts. 437.˚ a 444.˚ todos
do CPPA;
III. Processo Abreviado, observa-se o disposto nos termos dos arts. 445.˚ a 450.˚ todos do
CPPA;
IV. Processo para Crimes Julgados em 1ª Instância pelo Tribunal Supremo, observa-se o
disposto nos termos dos arts. 451.˚ a 458.˚ todos do CPPA.

47. O QUE ENTENDES POR RECURSOS


R: é o mecanismo processual mediante o qual uma decisão proferida por um tribunal (tribunal
“a quo”) é reexaminada e reapreciada por outro tribunal funcionalmente superior (tribunal ad
quem).
O recurso interposto, admitido e processado, prolonga (prorroga) a relação processual e
dá início àquilo a que se chama vulgarmente “Instância de recurso”.

48. COMOS E CLASSIFICAM OS RECURSOS


R: Em nosso ordenamento juridico, os recursos classificam-se em:
a) – Recursos Ordinários;
b) – Recursos Extraordinários.

49. O QUE SÃO RECURSOS ORDINÁRIOS


R: Nos termos do art. 459.˚ do CPPA, são recursos ordinários, aqueles interpostos para os
Tribunais da Relação e para o Tribunal Supremo de decisões não transitadas em julgado.
50. QUAIS SÃO AS DECISÕES QUE NÃO ADMITEM RECURSO
R: São decisões que não admitem recurso, segundo o art. 460.˚ do CPPA:
a) – Os despachos de mero expediente;
b) – As decisões de polícia de audiência;
c) – As decisões que ordenem actos discricionários;
d) – O despacho que designar dia para audiência em instrução contraditória ou dia para
julgamento;
e) – Os demais casos prescritos na lei.
51. DEBRUCE-SE MAIS SOBRE O RECURSO ORDINÁRIO
R: Os demais dizeres que se precisa saber sobre o recurso ordinário, constam do art. 462.˚ a
502.˚ todos do CPPA.

52. O QUE ENTENDES POR RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS


R: Conforme o disposto nos termos do art. 503.˚ do CPPA, são extraordinários, o recurso para
efeitos de uniformização da jurisprudência, o recurso de revisão e o recurso de cassação,
interposto no Tribunal Supremo. As matérias relativas aos recursos extraordinários, são
reguladas nos termos do artigo 503.˚ a 547.˚ todos do CPPA.

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