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Mestrado

GLOBALIZAÇÃO E SEGURANÇA

Terrorismo e
Contraterrorismo

Prof. Cat. Teresa de Almeida e Silva


Subversão Política

Guerra Golpe de Guerra Civil Revolução Guerrilha TERRORISMO


Estado

Terceiro- Rural Urbana Mista


Liberal ou Socialista
Burguesa Mundista
SUBVERSÃO

Do latim subvertere, significa revolver, voltar de baixo para cima,


destruir, arruinar, revolucionar, pôr em estado de desordem.

Acção violenta ilegal (de larga escala) que visa a substituição de


uma autoridade política por outra.
Violenta

Ilegal

Acção Clandestina

Larga escala

Substituição/derrube
de uma autoridade
política
Violenta

Ilegal

Violência
Clandestina
Política

Larga escala

Substituição/derrube
de uma autoridade
política
A Subversão inclui todos os modelos em que a clandestinidade
da conspiração ou o secretismo da preparação da acção e a
violência armada têm como objectivo primeiro, por via ilegal,
derrubar o poder político vigente e a sua elite governante,
alterando ou não, depois, as estruturas jurídicas, sociais,
políticas e económicas.
A Subversão Indirecta acontece quando a sua causa não é
imputável a um atacante insidioso, actuando ilegal e
clandestinamente, politicamente orientado. O que desencadeia
a subversão é independente da vontade do Homem.

Há uma causa anterior ao processo subversivo que acaba por


desencadeá-lo.
Subversão Indirecta
(Causas)

Crise Económica
Catástrofe Natural “Estado-Falhado”
Devastadora
Transferência progressiva
Descrédito da capacidade Desobediência ao poder
da obediência para o poder
do poder político político
errático

Reconhecimento do poder Legitimação do poder Eventual substituição do


errático como parceiro errático poder

Obrigar o poder a retirar, a


dialogar, a negociar, a ceder

In Lara, António de Sousa (2011) – Subversão e Guerra Fria, Lisboa, ISCSP, p. 57.
Terrorismo

▪ É um acto político;

▪ É instrumental (é um meio e não um fim);

▪ O critério do benefício objectivo é fundamental para a definição da


lógica do terrorismo.

Prof. Catedrático António de Sousa Lara


O terrorismo constitui um poder errático, no que diz respeito à “base de apoio
e à frente de combate”; no entanto, a comunidade internacional não pode
negar a sua existência e, muitas vezes, é forçada a entrar em negociações e
cedências com estes grupos.

Prof. Catedrático Adriano Moreira


“O terror é mais do que justiça, severa e inflexível; é uma
emanação de virtude; não é tão só um princípio mas também
uma consequência do princípio geral de Democracia aplicada às
necessidades mais urgentes do nosso país”.

(Robespierre)

Edmund Burke utilizou o vocábulo


terrorismo com conotação negativa para se
referir às práticas demoníacas levadas a cabo
pelos franceses.
FONTES: http://historythings.com e http://antiquitynow.org
“O terrorismo não é, como frequentemente se quer fazer crer, um
fenómeno novo, sem precedentes. É verdade que o termo remonta a
uns 200 anos, enquanto a “filosofia da bomba” é, como se sabe, de
data mais recente. No entanto, é quase desnecessário lembrar a
ocorrência sistemática de assassínios políticos através da história. O
terrorismo assume várias formas, servindo-lhe de motivação a revolta
política, o levante social e o protesto religioso. Tem sido praticado por
pequenos grupos hostis ou até por pessoas individualmente contra seus
inimigos políticos” (Laqueur, 1987:31).
Paul Wilkinson (1998:99) defende que terrorismo é o “uso
sistemático de uma violência política por pequenos grupos de
conspiradores, cujo objectivo é influenciar as posições
políticas muito mais do que destruir materialmente o
inimigo. A intenção da violência terrorista é psicológica e
simbólica”.
Na perspectiva de Paul Rogers (2013:223), o terrorismo é o uso, ou
ameaça de uso, de violência, por parte de um indivíduo ou de um
grupo, quer aja a favor ou em oposição à autoridade estabelecida.
Essa acção é executada para criar ansiedade extrema e/ou indução de
medo num grupo alvo específico mais que nas vítimas imediatas, com
o propósito que esse grupo alvo pressione os seus governantes para
que aceitem as reivindicações dos perpetradores.
“Uso intencional, ou ameaça do uso, de violência contra civis ou contra alvos
civis, de modo a alcançar objectivos políticos”.

Boaz Ganor
O terrorismo caracteriza-se por ser uma táctica de subversão alicerçada no
uso indiscriminado da força, ou ameaça de uso, particularmente contra
alvos civis, tendo em vista (de forma imediata) semear o pânico, o terror e o
medo junto da sociedade civil para que esta pressione (de forma mediata)
os governos dos Estados a alterarem algumas das linhas da sua política
externa de forma a irem ao encontro dos objectivos dos grupos terroristas.
Não raras vezes conduz à supressão dos direitos, liberdades e garantias em
vigor no seio do Estado-vítima, sendo este um mecanismo normal de
reacção destes Estados à ameaça terrorista.
Violência indiscriminada

Características do Terrorismo
Forma de conflito assimétrico

Forma de conflito não


convencional

Imprevisibilidade

Tem como alvo as populações


civis
Características do Terrorismo O objectivo das suas acções é
provocar medo e alarme

No auge da acção pode fazer reféns

É levado a cabo por grupos


organizados que têm um propósito
político definido
Causas
MOTIVAÇÕES DO TERRORISMO

Racional Psicológica Cultural


Movimentos de
Terroristas libertação

Guerrilheiros

Activistas radicais Rebeldes


armados
Terroristas

Ditaduras Regimes
repressivos

Regimes
autoritários
Terrorismo
de Estado Terrorismo Não
Estatal

Terrorismo
Doméstico Terrorismo
Internacional

Velho
Terrorismo Novo
Terrorismo
Terrorismo
de Estado

Violência extrema que o aparelho coercivo estatal inflige nos seus cidadãos devido
ao vasto leque de meios coactivos que tem ao seu dispor e que excede a
legitimidade que lhe é conferida pelo contrato social (Wilkinson, 2012).

Terrorismo “contra-revolucionário nas mãos do poder instalado em exercício contra


as massas” (Adriano Moreira, 2014).
Terrorismo
de Estado

 Estados que apoiam o terrorismo, nomeadamente a nível financeiro, ideológico,


militar e logístico.

 Estados que dirigem o terrorismo, ou seja, que, para lá dos patrocínios referidos,
planeiam e chefiam acções terroristas através de grupos exteriores às suas
próprias estruturas.

 Estados que empreendem o terrorismo, ou seja, que envolvem as suas próprias


estruturas oficiais, em especial diplomáticas, de segurança ou de inteligência em
acções terroristas.

(Boaz Ganor)
Terrorismo
de Estado

 Uso da coação ou perseguição legítima, sequestro, tortura, assassinato ou


execução extrajudicial utilizando recursos policiais ou militares.

 Criação de organizações terroristas clandestinas, apoio às mesmas ou negligência


deliberada na sua perseguição.

 Instrução do próprio aparelho militar para que actue de maneira a causar terror
na população civil do inimigo.

 Realização de operações militares com o objectivo de destruir a moral do inimigo.

 Criação de uma política de emigração que impeça a própria população de


abandonar o país, sob ameaça de prisão ou morte.
Terrorismo
de Estado

Alemanha (regime nazi)

Argentina (Guerra Suja)

Cambodja (Khmer Vermelho)

China (Revolução Cultural)

Chile (Pinochet)

Uganda (Idi Amin Dada)

URSS (Staline)
FONTE: http://www.foxnews.com/world/2016/03/08/30-years-after-iran-
contra-scandal-nicaragua-once-again-facing-threat-rebel.html
Terrorismo
Não Estatal

Etnonacionalista/
Ideológica
Separatista

Reivindicação
Única (single Religiosa
issue groups)
Terrorismo
Doméstico

Terrorismo limitado a um Estado, atingindo as suas estruturas e/ou populações.

FONTE: https://www.thelocal.de
Terrorismo
Doméstico

FONTE: https://www.camera.it
Terrorismo
Internacional

Tendencialmente, tanto a cidadania dos terroristas como a do alvo não coincidem


com o Estado onde o ataque tem lugar.

O terrorismo é internacional em termos de meios, objetivos e alvos e pode beneficiar


do apoio estatal nas mais diversas formas, como, por exemplo, apoio financeiro ou
logístico e permissão para os terroristas se refugiarem no território de um dado
Estado (Andrew Phillips, 2010).
Velho
Terrorismo

Secular nas suas motivações e objetivos.

Alvos selecionados, geralmente, do meio político ou das forças ou serviços de


segurança e defesa. O objectivo é limitar o número de vítimas e evitar, assim, a
condenação por parte da opinião pública.
Novo
Terrorismo

Religioso nas suas motivações e objetivos.

Uso desproporcionado e indiscriminado da violência de forma a atingir o máximo de


vítimas possível entre civis.

Estrutura organizacional mais horizontal e menos hierarquizada do que a do velho


terrorismo, pulverizada em células e facilitada pela inovação e sofisticação das
telecomunicações.

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