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Etapa Ensino Médio

Filosofia

Comportamentos
opressores e modos
de violência
1º SÉRIE
Aula 01 – 4º Bimestre
(nivelamento)
Conteúdo Objetivos
● Comportamentos ● Identificar formas de violência.
opressores e modos de ● Reconhecer a violência como
violência tema de reflexão filosófica
Para começar

Imagem: Pixabay
Para começar

Procure lembrar como foi formada a sua compreensão sobre violência


e desumanização. Como ela se faz presente nos meios de
comunicação e como ela vem sendo abordada no cotidiano escolar,
por meio dos conteúdos escolares?
Você já presenciou situações de violência?
Registre as respostas no seu caderno e apresente, se
solicitado pelo seu professor.
Foco no conteúdo
Violência e filosofia

A violência pode ser definida de diferentes maneiras, dependendo do


momento histórico e do contexto social em que se vive.

Em nossa cultura, a violência é entendida como o uso da força física e


do constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo
contrário à natureza do seu ser. A violência é a violação da
integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis por
que o assassinato, a tortura, a injustiça, a mentira, o estupro, a
calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e
crime. (CHAUI, 2004, p. 163)
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
Ao considerar que violência atua contra a integridade física e
psíquica assim como a dignidade humana reconhecemos que o
fenômeno da violência se estabelece em diferentes relações
interpessoais, entre indivíduos, entre indivíduos e instituições,
nas imagens e mensagens em meios de comunicação, entre outras
situações, sempre que alguém se sente humilhado ou excluído
socialmente. Se a criminalidade é o que mais se destaca quando
falamos em violência, especialmente, porque dela temos dados
numéricos, ela não é o único fator. Para atuar contra a violência não
podemos associá-la apenas à criminalidade. É preciso reconhecer que
a violência pode estar presente em diferentes relações.
Na prática
Arremate
A violência é a violação da integridade física e psíquica, da dignidade
humana de alguém. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustiça,
a mentira, o estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados
violência, imoralidade e crime. (CHAUI, 2004, p. 163)

A partir do trecho selecionado, reflita e identifique a violência


que agride o corpo e as formas de violência capazes de agredir
a integridade psíquica. Essas formas de violência podem ser
associadas apenas à criminalidade? Registre as respostas no
seu caderno.
Na prática Correção
A partir do trecho selecionado, reflita e identifique a violência que
agride o corpo e as formas de violência capazes de agredir a
integridade psíquica. Essas formas de violência podem ser associadas
apenas à criminalidade? Registre as respostas no seu caderno.
A violência física deixa marcas no corpo. A violência psíquica
pode ser resultado de injustiça, mentira, entre outras situações
de humilhação e constrangimentos. É importante observar que
a violência física é também psíquica, na medida em que danos
físicos afetam a integridade psíquica, assim como o inverso.
Essas formas de violência, em geral estão associadas à
criminalidade, mas também podem ser consideradas em
relações diversas, como entre amigos, nas redes sociais, etc.
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
1

No contexto da História da Filosofia, a abordagem


da violência, em geral, tem sua marca no
contexto político, como forma de dominação ou 3

agressão a direitos, ao investir contra o poder


institucional. Filósofos como Aristóteles (1) na 2

Antiguidade, Rousseau (2) na modernidade e


Hannah Arendt (3) na contemporaneidade,
entre outros, pontuaram as suas reflexões sobre a
violência tendo como contexto a política e a
esfera dos direitos.
Imagens: Wikimédia
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
Na obra A Política, Aristóteles, aborda a violência pelo viés da
injustiça. Para Aristóteles, a cidade, comunidade política, é condição
para a realização da humanidade, no exercício das virtudes e da justiça.
Nesse contexto, a injustiça está na falta de discernimento, quando não
se é capaz de entender e proceder conforme a justiça.

Tal como o homem é o melhor dos animais quando atinge seu pleno
desenvolvimento, do mesmo modo, quando afastado da Lei e da
Justiça, será o pior. A injustiça armada é efetivamente a mais
perigosa [...] A justiça é própria da cidade, já que a justiça é a ordem
da comunidade de cidadãos e consiste no discernimento do que é
justo. (ARISTÓTELES, p. 55-56).
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
Na obra Do Contrato Social J. J. Rousseau, reflete sobre um pacto,
por meio do qual os cidadãos, manifestando uma vontade geral
consentem a constituição de uma sociedade política (Estado) no qual
podem confiar a sua segurança e liberdade. O Estado, mediante o
pacto estabelecido, tem o dever de proteger os cidadãos e pode se
valer de meios para constranger todo aquele que se recusar a
respeitar as leis, expressão da vontade geral.

Segundo Rousseau, essa sociedade política, expressão da vontade


geral, organizada e regida por leis prevê deveres mútuos de forma a
beneficiar a todos igualmente.
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
A própria vida, consagrada por eles todo malfeitor, ao atacar o
ao Estado, fica continuamente direito social, torna-se, por
protegida, e quando a expõe em seus delitos, rebelde e traidor
defesa deste, que fazem senão da pátria; cessa de ser um de
devolver o que dele receberam? O seus membros ao violar suas
que fazem eles além do que teriam leis [...] a conservação do
frequentemente feito, e com maior Estado passa a ser então
perigo, no estado natural [...] incompatível com a sua
(ROUSSEAU, J. J., p. 47 e 49) (ROUSSEAU, J. J., p. 47 e 49)
Na prática
Mostre-me
A partir da indicação do seu professor, utilize o seu polegar para
responder a questão proposta. Se concordar com a afirmação
apresente o polegar para cima Se discordar mostre o polegar para
baixo .

A partir dos excertos das obras de Rousseau, o contrato social


visa também a proteção do cidadão e este deve estar pronto
para proteger o Estado, que o protege. Entretanto, aquele que
sendo membro do Estado, ao não respeitar ao direitos sociais,
atua contra a vontade geral e, por isso, deve ser constrangido
por parte do Estado.
Na prática Correção
A partir dos excertos das obras de Rousseau, o contrato
social visa também a proteção do cidadão e este deve estar
pronto para proteger o Estado, que o protege. Entretanto,
aquele que sendo membro do Estado, ao não respeitar ao
direitos sociais, atua contra a vontade geral e, por isso,
deve ser constrangido por parte do Estado.

Segundo Rousseau, a partir dos excertos utilizados,


qualquer um que agrida ou ofenda o direito social atua
contra a vontade geral e, por isso, deve ser repreendido e
sofrer punições.
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
Arendt na obra Sobre a violência, faz uma análise da natureza e
causas da violência na segunda metade do século XX. Na sua obra
questiona outros pensadores por associarem poder e violência.
Segundo Arendt, o poder corresponde a habilidade humana de agir em
conjunto. Dessa forma, o poder não é individual, pertence a um grupo.

Quando dizemos que alguém está “no poder”,


na realidade nos referimos ao fato de que ele foi
empossado por um certo número de pessoas
para agir em seu nome. (AREDNT, 2016, p.61)
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
Segundo Arendt as relações entre poder e violência não se dão por
semelhança, mas por subordinação, pois toda ação violenta por parte
do poder é demonstrativo de alguma incapacidade ou vulnerabilidade. A
violência é sinal de que o poder está fragilizado. Para Arendt, o poder é
a essência do governo e não a violência.

Contudo, vale destacar que por sua natureza instrumental, a violência


pode brotar, subordinada ao poder, em situações de guerras e invasões,
mas a sua manutenção ao longo do tempo denuncia a fragilidade do
poder. A violência também pode funcionar como último recurso:
Foco no conteúdo
Violência e filosofia
[...] em assuntos O governo é essencialmente poder
domésticos, a violência organizado e institucionalizado [...]
funciona como último recurso não precisa de justificação sendo
do poder contra criminosos inerente à própria existência das
ou rebeldes – quer dizer comunidades políticas; o que ele
contra indivíduos singulares realmente precisa é de legitimidade
que, por assim dizer, se [...] a violência pode ser
recusam a ser subjugados justificável, mas nunca será
pelo consenso da maioria. legítima.
(ARENDT, H. Sobre a (ARENDT, H. Sobre a violência, p.
violência, p. 68) 69)
Aplicando
Estampa
“Ku Klux Klan” é uma organização terrorista formada
Explique a
por supremacistas brancos que surgiu nos Estados
importância do
Unidos depois da Guerra Civil Americana. Essa
poder político
organização é conhecida por perseguir, atacar e matar
para limitar
afro-americanos. Entre 1915 até meados da década de
a violência de
1940, período de maior influência e atuação, esse grupo
grupos
chegou a contar com quatro milhões de membros, que
terroristas.
aumentou a escalada de violência, incluindo ataques a
Para realizar
católicos, judeus e defensores dos direitos dos afro-
essa atividade,
americanos. O enfraquecimento do grupo ocorreu em
utilize
razão de disputas internas e o combate do governo
elementos
contra essa organização terrorista. (UOL Brasil Escola -
desta aula.
texto adaptado)
O que aprendemos hoje?
A partir das abordagens dessa aula aprendemos a:
● Identificar as formas de violência (física e psíquica) e
como elas podem estar associadas;
● Identificar a violência como tema de reflexão filosófica,
a partir das contribuições de Aristóteles, Rousseau e
Hannah Arendt.
Tarefa SP
Localizador: ID - 101090

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com


seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”.

Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
Slide 3, 6, 12 e 17 - LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para
ser um professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck.
Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2.
ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann, 2011.
Slide 4 e 5 – CHAUÍ, Marilena. Filosofia. Série Novo Ensino Médio,
São Paulo: Ed. Ática, 2004.
Slide 9 – ARISTÓTELES. A política. Tradução Antônio Campelo Amaral
e Carlos Gomes. Lisboa: Veja, 1998.
Slide 11 – ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Tradução
Rolando Roque da Silva. Edição eletrônica Ridendo Castigat Mores
(www.jahr. org). Disponível em:
https://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf Data de
Acesso 21 jul. 2023.
Referências
Slide 14, 15 e 16 – ARENDT, Hannah. Sobre a violência. Trad. André
M. Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
Slide 17 – UOL Brasil Escola. Ku Klux Klan. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/ku-klux-klan.htm Data de
acesso: 24 jul. 2023.
SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa ensino médio. Organização:
Secretaria da Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos
Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo – UNDIME.
São Paulo: SEDUC, 2020.
Referências
Lista de imagens e vídeos

Slide 3 – Campo de concentração. Pixabay. Disponível em:


https://pixabay.com/pt/photos/auschwitz-campo-de-concentra%C3%
A7%C3%A3o-4803494/

Slides 4 e 18 – Marcelo Ortega/@ortega_alemão

Slide 8 - Busto de Aristóteles. Coleção Ludovisi Fonte/Fotógrafo


Jastrow, 2006. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aristotle_Altemps_Inv8575.j
pg
Referências
Lista de imagens e vídeos

Slide 8 - Retrato de Jean-Jacques Rousseau (1712–1778). Museu


Antoine-Lécuyer. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Jacques_Rousseau_(pa
inted_portrait).jpg

Slide 8 - Fotografia de Hannah Arendt em 1933. Elisabeth Young-


Bruehl Yale University Press. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hannah_Arendt_1933.jpg

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