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Para nos situarmos, se faz necessária uma compreensão abrangente sobre a

Violência, abordando alguns conceitos gerais delimitados por alguns autores,


podemos finalmente penetrar no cerne do presente artigo realizando um
recorte, pois se trata da violência em João Pessoa e região Metropolitana,
violência esta, sobretudo conectada principalmente aos crimes contra mulher e
crimes hediondos.

Contudo, em uma visão lógica e abrangente, podemos mencionar que “a


violência consiste em ações de indivíduos, grupos, classes, nações que
ocasionam a morte de outros seres humanos ou que afetam sua integridade
física, moral, mental ou espiritual”. (Cavalcanti, p 26)

Em nossos dias, ainda se faz presente em nossa sociedade como seres


humanos, o emprego da violência em suas mais diversas facetas. No entanto,
cabe precipuamente mencionar que o emprego da violência está diretamente
conjugado à prática da cultura de um determinado grupo social. Pois, em uma
óptica abrangente percebemos a complexidade, polissemia e controvérsia do
termo violência, consubstanciando muitas teorias sociológicas, antropológicas,
psicológicas e jurídicas. Deste modo, percebe-se a dificuldade de se obter um
tratamento científico sobre o tema. Contudo, em uma visão lógica e
abrangente, podemos mencionar que “a violência consiste em ações de
indivíduos, grupos, classes, nações que ocasionam a morte de outros seres
humanos ou que afetam sua integridade física, moral, mental ou espiritual”.
(Cavalcanti, p 26)

Nesta feita, vê-se que há uma construção na sociedade com o intuito de


combater o avanço da violência. Porém, alguns cientistas sociais alegam que a
violência seria própria da essência humana, como alega Hobbes ao relacionar
o Homem ao estado de natureza (Cavalcanti, p 26). Também adotando como
base a teoria de Thomas Hobbes, René Girard tem por finalidade explicar a
violência sustentando que os homens são governados por esta hostilidade e
que se faz necessário o sentimento de obter conflitos e rivalidades. Ao passo
que, segundo Yves Calves alega que a violência é dinâmica e heterogenia,
afirmando que a violência sempre se tornará presente, pois está diretamente
relacionada com os mecanismos de interação social, no entanto, entende o
autor que a sociedade política não é por completo serena, mas não é por isso
que entramos em estado de guerra sempre quando há algum conflito
ideológico. (Calvez, p 23)

Para Teles e Melo (2003, p. 15), violência é o uso da força física,


psicológica ou intelectual para obrigar a outra pessoa a fazer algo contra a sua
vontade; é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua vontade. É
um meio de manter a outra pessoa sob seu domínio. É uma violação dos
direitos humanos.

Percebe-se que o evento da violência só é notado dentro de um escopo


histórico-cultural, entretanto, alguns atos que são considerados violentos para
algumas culturas, para outras não são. Tendo em vista a lógica de que as
normas de conduta variam de acordo com a cultura e o histórico daquela
civilização (Cavalcanti, p 27). Contudo, é exatamente neste ponto que
podemos extrair uma ideia da origem da violência, e é claro, por que não da
violência contra a mulher, pois até o presente momento, tal violência ainda é
familiarizada e corriqueira em nosso país. Podemos mencionar, por exemplo,
fazendo um comparativo com a cultura Islâmica onde é instituído no casamento
o poder do homem sobre a mulher, considera-se absolutamente normal a
prática de ablações do clitóris em suas crianças pela grande parte do povo
mulçumano. Enquanto que, na cultura ocidental isto é totalmente abominável,
pois em nossa cultura, ao contrário da outra, perfazemos um caminho da
constitucionalização dos direitos humanos no decorrer do éculo XXI.

Em virtude das teorias que tentam vislumbrar a origem da violência, no


caso do Brasil, também tem um quadro histórico-cultural sobre a égide da
violência. Sabe-se que o país propedeuticamente violentado pelos
colonizadores, misturou e enraizou por diversas facetas o seu emprego.
Destarte, diretamente relacionada à uma sociedade patriarcal e machista.

Contudo, em nosso país, percorremos também por três momentos


político sociais, do qual no primeiro, por volta do início dos anos 80 adveio com
um slogan bem internalizado na mente da sociedade “quem ama não mata”.
Seu intuito era denunciar os crimes bárbaros praticados contra a mulher e a
atuação pífia da justiça criminal absorvendo os homicidas com o argumento de
legítima defesa da honra (atualmente tal argumento superado. Em um segundo
momento, diante de inúmeras lutas em face à violência contra a mulher,
buscando um reconhecimento perante ao Estado, finalmente no ano de 1985
foi criada a primeira Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM)
na cidade de São Paulo. Entretanto, com a implementação das Delegacias
Especializadas, o Estado demonstra sua preocupação de intervir e reconhecer
a magnitude do problema da violência contra a mulher. E o ultimo momento
sucedeu com a aprovação da Lei 11.340 de 2006 (Lei Maria da Penha), sendo
um marco histórico para o reconhecimento dos direitos das mulheres
(RENATO SÉRGIO, JOSÉ LUIZ, RODRIGO GHIRINGHELLI, pag 278).

Foi nos anos 70, que através dos movimentos feministas, o termo
violência de gênero veio ganhando cada vez mais espaço devido aos grandes
avanços com estudos acadêmicos sobre o tema (TELES e MELO, 2003).

Diante dos estudos desenvolvidos, há um trabalho pioneiro produzido


por Maria Amélia Azevedo no ano de 1985 sobre a violência contra a mulher a
partir da análise dos inquéritos policiais, do qual sua principal contribuição
desse estudo foi justamente relativizar a intensidade dos fatores
preponderantes para esses crimes, chagando a apontar precipuamente ao
patriarcado e ao machismo como os fatores principais, muito embora esteja
diretamente arraigado a outros fatores subsidiados como a opressão
econômica, e outros como catalizadores da violência que são o álcool, drogas
e problemas de cunho emocional. (RENATO SÉRGIO, JOSÉ LUIZ, RODRIGO
GHIRINGHELLI, pag 280).

Diante da informação revista, faremos um recorte minucioso perante a


cidade de João Pessoa e região metropolitana. Assim, através de dados
coletados conseguiremos mensurar quantativamente as coordenadas dos
principais pontos de violência contra a mulher, suas causas e respectivos
efeitos possíveis.
Estou anotando em outro documento a bibliografia.

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