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Referências bibliográficas: Autor - Hannah Arendt, Título – Sobre a violência, Data -

1969/1970, Número de páginas – 71.


Biografia: Hannah Arendt foi uma filósofa e teórica política contemporânea. Judia nascida
na Alemanha, Arendt vivenciou os horrores da perseguição nazista, o que motivou a sua
pesquisa sobre o fenômeno do totalitarismo. Suas principais obras são “As Origens do
Totalitarismo”, “Eichmann em Jerusalém”, “Entre o Passado e o futuro” e “A Condição
Humana”.
Hannah Arendt aborda, em três capítulos, temas como a violência, a política, a autoridade,
a investigação acerca da natureza e das causas da violência e entre outros. No primeiro
capítulo a autora parte da descrição e discussão dos acontecimentos políticos imediatos,
colocando-nos o sistema de guerra e violência a que estamos submetidos. Para a autora, a
guerra é o sistema social básico, dentro do qual outros tipos de organização social conflitam
ou conspiram. Um dos assuntos discutidos, por exemplo, e a segunda guerra mundial e como
ela não seguiu a paz, mais sim uma guerra fria e um estabelecimento comercial.
No segundo capítulo, a autora propõe levantar o ponto da violência no âmbito da política e
como uma mais clara manifestação de poder. Arendt pretende romper com as ideias político
tradicionais, como a de Hobbies e Aristóteles, e a ideia da natureza corruptível inata do
homem. Assim, pode-se ver nesse capítulo como a política usa do poder sobre a violência em
prol de si mesmos, ou seja, o poder carrega uma grande ascendência na violência, e muitas
vezes e utilizado para alcançar tal objetivo. Ademais poder e violência são fenômenos
diferentes, porém, surgem juntos, sendo o poder o que vem antes de tudo sendo predominante.
No terceiro capítulo, Arendt busca fazer uma análise da natureza e das causas da
violência, e se expõe totalmente contrária ao pensamento de que a violência existe através da
índole individual, em uma visão biológica, e ataca de forma dizer que comunidades
intelectuais e científicas potencializam o caráter instrumental da violência, pois trazem
consigo a divulgação de que o comportamento violento é uma reação natural. Dizer que a
violência se origina do ódio, que ele e irracional ou que é uma reação natural e uma noção
sem razão. Apesar do ódio poder ser irracional, assim como as demais paixões humanas. O
ódio não é uma reação automática à miséria e ao sofrimento, somente onde houver razão para
suspeitar que as condições poderiam ser mudadas, mas não o são, é aí que surge o ódio.
Somente quando o nosso senso de justiça for ofendido é que reagiremos com ódio. Neste
sentido, a violência é um recurso tentador quando se enfrenta acontecimentos ou condições
complicadas, em razão de sua proximidade e rapidez, o que, apesar de ir contra a essência do
ódio e da violência, não os torna irracionais. Seguindo esta ideia, Arendt retoma sua crítica à
burocracia. Segundo ela, "quanto mais burocratizada a vida pública, maior será a atração
exercida pela violência. Em uma burocracia plenamente desenvolvida, não há como discutir, a
quem apresentar reclamações, sobre quem exercer as pressões do poder. A burocracia é a
forma de poder onde todos são privados de liberdade política, do poder de agir, já que o
governo de Ninguém não é a ausência de governo, onde todos são igualmente destituídos de
poder temos uma tirania sem tirano".
Dessa forma, podemos concluir como a autora aborda que a violência não é a fonte do
poder e reconhece que, na relação entre ambos, o poder á fator primário e predominante.
Logo, percebe-se que a autora não recusa a violência, apesar de ilegítima, por vezes é
justificável. Para a autora, tanto nas relações internacionais, quanto domésticas, a violência é
o último recurso para se manter a estrutura de poder intacta contra contestadores.
Crítica do resenhista: a autora detalha muito bem sua visão sobre a violência e como ela
influência a política. Apreciei muito a visão da Hannah, mesmo estando em uma época
diferente da minha sinto como se esse texto tivesse sido escrito atualmente.
Indicações do resenhista: a obra e dirigida para todos, principalmente por apresentar um
tema muito atual e de fácil entendimento. Além de ser um texto pouco cansativo e
aparentemente pequeno o que pode aumentar o interesse de muitos leitores sobre o tema.

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