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FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – FAFICH

DISCIPLINA: FILOSOFIA POLÍTICA 2023_1

PROFESSOR: CARLO GABRIEL KSZAN PANCERA

ALUNO: RAYSSA FERNANDA GOMES DE PAULO

MATRICULA: 2023105581

FICHAMENTO

IDEOLOGIA E TERROR - HANNA ARENDT

CAPÍTULO FINAL DO TOTALITARISMO


TEMA: O capítulo final do livro escrito por Hanna Arendt, aborda o totalitarismo como
uma ameaça à liberdade e aos direitos individuais, destacando a importância da
resistência e da consciência política para combater esse fenômeno.

TESE: A tese central apresentada é que o totalitarismo é uma forma de governo


radicalmente diferente de qualquer outra forma de tirania ou despotismo,
caracterizada pela destruição do espaço público, da pluralidade e da autonomia
individual.

PROBLEMA: O problema explorado é como o totalitarismo emerge e se


desenvolve, explorando sua lógica interna e sua relação com a ideologia, o terror e o
controle absoluto do Estado sobre a vida dos cidadãos.

MOVIMENTOS ARGUMENTATIVOS:

Características do totalitarismo: Natureza ideológica e ameaça à liberdade


individual. Transformação do Estado em um aparato totalitário que busca controlar
todos os aspectos da vida, desde a esfera pública até a privada.

Ideologia e terror: A relação entre ideologia e terror no totalitarismo é que a ideologia


serve como um instrumento de manipulação e doutrinação das massas, buscando
moldar as mentes e controlar as identidades individuais e coletivas. Já o terror, por
sua vez, é utilizado como uma ferramenta de coerção e punição para eliminar qualquer
forma de oposição.

Destruição do espaço público: Estratégia central do totalitarismo. Arendt ressalta a


importância do espaço público como um local de interação política, debate e exercício
da liberdade individual. No totalitarismo, esse espaço é sistematicamente corroído,
privando os cidadãos da capacidade de se engajar em assuntos públicos e de desafiar
o poder estabelecer.

Resistência e ação política: A importância da resistência como resposta ao


totalitarismo. A resistência pode assumir diferentes formas, a necessidade de
preservar a individualidade, a consciência política e a solidariedade para combater o
totalitarismo.

TERMOS-CHAVES:

Totalitarismo: Forma de governo caracterizada pelo controle total do Estado sobre a


vida dos cidadãos, incluindo aspectos políticos, sanitários, sociais e culturais.

Ideologia: Conjunto de ideias, crenças e valores que moldam a visão de mundo e


orientam as ações de um grupo ou regime político.

Terror: Uso sistemático e generalizado da violência e do medo como instrumentos de


controle e repressão política.

Espaço público: Área de interação social onde os indivíduos exercem sua liberdade,
discute questões políticas e participam da vida coletiva.

Resistência: Ação individual ou coletiva de oposição e desafio aos regimes


totalitários, visando preservar a liberdade e os direitos individuais e sociais.

CONCLUSÃO: Análise profunda sobre o totalitarismo, destacando suas


características distintivas, a relação entre ideologia e terror, a destruição do espaço
público e a importância da resistência.

Arendt evoluiu-se a compreender as formas de poder e violência que


emergiram no século XX, especialmente durante os regimes totalitários. Criticou a
noção de ideologia como uma doutrina rígida e fechada que busca impor-se sobre a
realidade. Para ela, a ideologia é uma forma de pensamento que substitui o
pensamento crítico e autônomo, tornando-se um obstáculo para a compreensão da
realidade em sua complexidade. Ela enfatiza que a ideologia se baseia em uma série
de princípios abstratos e pré-determinados, que são aplicados de forma dogmática,
sem levar em conta as nuances e particularidades das situações concretas. No
contexto do totalitarismo, Arendt examina como a ideologia se torna uma ferramenta
de manipulação e controle das massas. Ela analisa o regime nazista na Alemanha e
o stalinismo na União Soviética, observando que ambos se sustentam através de uma
ideologia totalitária que visava subjugar e anular a capacidade de pensar dos
indivíduos. Para Arendt, a manipulação ideológica é seguida pela destruição do
espaço público, da esfera política e do pensamento crítico.

Para Hannah Arendt, o terror não é apenas uma consequência dos regimes
totalitários, mas uma categoria política distinta. Ela destaca que o terror é uma forma
extrema de violência que visa destruir não apenas os corpos, mas também a esfera
pública e a capacidade de ação política dos indivíduos. O terror busca criar um clima
de medo generalizado, que paralisa a sociedade e impede de se organizar e resistir.
Através do terror, os regimes totalitários buscam eliminar qualquer forma de oposição,
aniquilando a liberdade e a autonomia dos cidadãos.

Arendt ressalta que o terror totalitário é diferente do uso regular da violência


pelo Estado, uma vez que ele visa destruir a própria possibilidade do diálogo político.
Enquanto a violência pode ser empregada como uma ferramenta para a manutenção
do poder, o terror totalitário tem como objetivo final a expressar a esfera pública e a
submissão absoluta da sociedade. O terror não busca apenas eliminar fisicamente
seus oponentes, mas também promover um estado de desconfiança generalizada e
vigilância constante, minando a confiança e a solidariedade entre os cidadãos.

No enfrentamento da ideologia e do terror, Arendt ressalta a importância da


ação política e da participação ativa dos indivíduos. Ela defende a necessidade de um
espaço público onde os cidadãos possam se reunir, dialogar e tomar decisões em
conjunto. A ação política, para Arendt, é a manifestação da liberdade humana,
permitindo que os indivíduos se tornem protagonistas de sua própria história e
exerçam sua capacidade de pensar e agir de forma autônoma.

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