Você está na página 1de 21

Filosofia

O totalitarismo e o
terrorismo como
ameaça à
democracia
Conteúdo

● O totalitarismo e o terrorismo como ameaça


à democracia.

Objetivos

●Identificar o totalitarismo e o terrorismo


e seus mecanismos de violência;
●Identificar e discutir acerca das
características da democracia como
oposição ao totalitarismo.
Terrorismo
Entre todas as ações criminosas que os
homens podem realizar contra outros
homens, o atentado é um dos que mais se
aproxima do mal radical: é o delito
máximo, o homicídio, dirigido
conscientemente contra os inocentes.
● Aquele que coloca uma bomba letal em um
trem ou na sala de espera de uma estação
sabe com certeza que as vítimas que o seu
gesto produz não têm, em relação ao fim ou
aos fins a que ele se propõe, nenhuma culpa.

● Não atinge o inimigo, verdadeiro ou


presumido, mas por capricho aqueles que
por acaso se encontram naquele trem, ou
naquela sala de espera, naquela praça.
Não quero dizer que o terrorista não tenha um
inimigo para atingir ou do qual se vingar. Mas o
seu inimigo está em outro lugar: a chacina dos
inocentes é apenas um meio para atingir
indiretamente um inimigo que apenas ele sabe
ou deve saber quem é e onde está.
Talvez não exista modo mais perverso de
reduzir o homem a um meio que o de
considerar puro meio de um desenho
desconhecido a sua morte violenta.
(BOBBIO. A democracia violentada, 1994)
Massacre de Bolonha, Itália, 1980.
atentado terrorista na Estação Central em Bolonha, Itália, na
manhã de sábado, 2 de agosto de 1980, que matou 85 pessoas e
feriu mais de 200. O ataque foi materialmente atribuído à
organização terrorista
Segundo Guterres, secretário geral da
ONU em 20 de junho de 2023, a pobreza,
as desigualdades e a exclusão social são
combustíveis para o terrorismo e
atividades ilegais como lavagem de
dinheiro, mineração ilegal, tráfico de
armas, drogas, antiguidades e seres
humanos financiam essas atividades.
O terrorismo, segundo Guterres, é a
negação dos direitos humanos, uma
constante provocação às leis
humanitárias, uma vez que aumenta
a fragilidade de comunidades pobres
e de grupos historicamente mais
vulneráveis. (ONU News, 2023)
RESPONDA

Leia a questão e sinalize a resposta correta.


Segundo o Secretário Geral da ONU,
Guterres, quais grupos humanos
mais sofrem com os ataques
terroristas?

I. Os próprios terroristas;
II. Pessoas comuns e grupos mais
vulneráveis;
III. Governantes de países europeus.
Segundo o Secretário Geral da
ONU, Guterres, quais grupos
humanos mais sofrem com os
ataques terroristas?

I. Os próprios terroristas;

Imagem: Pixabay
II. Pessoas comuns e grupos mais
vulneráveis;
III. Governantes de países europeus
DUDH
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, afirma no
seu Artigo 1: Todos os seres humanos nascem livres
e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns
aos outros com espírito de fraternidade.

A dignidade da pessoa humana preconiza que nenhum


ser humano pode ser tratado como meio para a
obtenção de alguma coisa, pois todo ser humano tem
um valor absoluto.

Agora responda:
Todos os seres humanos são tratados como um fim
em si mesmo?
Em um atentado terrorista, seres
humanos podem ser usados como
meio para se chamar atenção para
uma causa ou para atingir um
inimigo político.

Dessa forma, o ataque terrorista que


visa usar seres humanos como meio
para atingir determinado fim, não
reconhece a dignidade da pessoa
humana, nem, por consequência, os
Direitos Humanos.
Totalitarismo

No contexto da 2ª Guerra Mundial,


colocou-se em evidência processos de
desumanização racionalizada e
institucionalizada pelo Estado em que se
processava a morte do cidadão, quando
se retira a residência, quando se substitui
o nome por número, no encarceramento,
no penoso regime de trabalhos forçados e
na morte física antecedida pela tortura.
Eram mandados para os campos de
concentração diferentes grupos humanos
por diversos motivos:
motivos religioso e étnico-racial:
judeus, ciganos, testemunhas de Jeová e
imigrantes; por motivos políticos:
anarquistas, comunistas, social-
democratas e liberais; por
discriminação: homossexuais,
feministas, deficientes, alcoólatras; por
crimes comuns: ladrões, assassinos,
entre outros.
Segundo Hannah Arendt, o Totalitarismo é
uma forma de domínio radicalmente nova
porque não se limita a destruir as
capacidades políticas do homem, [...]
como faziam as velhas tiranias e os velhos
despotismos, mas tende a destruir os
próprios grupos e instituições que formam
o tecido das relações privadas do homem,
tornando-o estranho assim ao mundo e
privando-o até de seu próprio eu.
(BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco, 2007, p.
1248).
• O totalitarismo foi identificado com o projeto
nazista. Contudo, o totalitarismo abrange outros
fenômenos e pode ser identificado em todos os
regimes que buscam se fundamentar no
racismo e no silenciamento dos cidadãos, assim
como em ações que visam administrar a vida de
cada indivíduo.
• O totalitarismo contraria a ideia de política como
condição de deliberação, como meio de
promoção da convivência entre diferentes,
assim como meio de garantir a liberdade,
diversidade humana e a vida em conjunto.
• Os regimes totalitários não apenas negam, mas
buscam eliminar toda a diversidade, a
liberdade, a vida em comum, utilizado como
recurso a segregação, a violência e a morte.
ENEM 2019
Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela
aparente ausência de propósitos, é a verdadeira cortina
de ferro que esconde dos olhos do mundo todas as
formas de campos de concentração. Vistos de fora, os
campos e o que neles acontece só podem ser descritos
com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles
separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame
farpado, é a irrealidade dos detentos que ele confina que
provoca uma crueldade tão incrível que termina levando à
aceitação do extermínio como solução perfeitamente
normal.
ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia.
das Letras, 1989 (adaptado).
A partir da análise da autora, no encontro
das temporalidades históricas, evidencia-
se uma crítica à naturalização do(a)

(A) ideário nacional, que legitima as


desigualdades sociais.
(B) alienação ideológica, que justifica as ações
individuais.
(C) cosmologia religiosa, que sustenta as
tradições hierárquicas.
(D) segregação humana, que fundamenta os
projetos biopolíticos.
(E) enquadramento cultural, que favorece os
comportamentos punitivos.
A partir da análise da autora, no
encontro das temporalidades
históricas, evidencia-se uma crítica à
naturalização do(a)

(A) ideário nacional, que legitima as


desigualdades sociais.
(B) alienação ideológica, que justifica as ações
individuais.
(C) cosmologia religiosa, que sustenta as
tradições hierárquicas.
(D) segregação humana, que fundamenta
os projetos biopolíticos.
(E) enquadramento cultural, que favorece os
comportamentos punitivos.
As democracias modernas, de forma geral,
apresentam as seguintes características:
• Governo eleito com mandato por tempo
determinado;
• Sufrágio universal;
• Igualdade de todos perante a lei;
• Espaços de participação e manifestação;
• Possibilidade de oposição ao governo e de
contestar as suas decisões.

A partir dessas características da


democracia, faça uma reflexão indicando
porque o totalitarismo se opõe à
democracia. Minimo 10 linhas

Você também pode gostar