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A diferença que o poder faz: interseccionalidade e democracia

participativa
(Uma análise pessoal)

O tema da perspectiva interseccional do feminismo, apresentado em leituras


recomendadas, principalmente na aula 8, me fez refletir bastante sobre a importância da união
das causas do feminismo e da igualdade racial, além de seu contexto histórico. Me surpreendi
ao perceber como a solidariedade política e intelectual é tão fundamental para o movimento
feminista, tanto quanto para a comunidade negra.

O movimento Black Lives Matter, por exemplo, exemplifica a conexão interseccional e


seus desafios na atualidade. Nunca havia me atentado ao fato de haver, apesar dos esforços,
uma via de combate e reação à interseccionalidade. Certamente, há uma tentativa de
exploração dos movimentos políticos que lutam por igualdade, e aparentemente, em alguns
casos, essa exploração, normalmente por parte do mercado, entra em conflito com a ideia de
união das lutas.

Quanto ao artigo “A diferença que o poder faz: Interseccionalidade e democracia


participativa”, escrito por Patricia Hill Collins na Revista “Sociologias plurais” em janeiro de
2022, devo concordar com a ideia de que a Interseccionalidade possa ser essencial para todo
projeto político que vise alterar a ordem social que oprime certos grupos em detrimento de
outros. Também concordo com a afirmação “a ideia de comunidade constitui uma dimensão
integral das relações de poder”, pois só através da comunhão da história e das causas dos
grupos excluídos, a hierarquia de poder injusta e desigual na sociedade pode ser, realmente,
compreendida e, então, analisada coerentemente.

Apesar de pertencer a um grupo privilegiado dentro da nossa ordem social, entendo


que a noção de que as forças opressoras, assim como os grupos oprimidos, se relacionam
entre si, pode me manter ciente do grau complexo e intenso de opressão que esses outros
grupos sofrem, além de atento à existência de soluções em comum, o que facilita e otimiza a
compreensão do funcionamento das relações de poder em nossa sociedade. Aplicar esse
conhecimento na prática significa, para mim, encarar todas as lutas aqui citadas com a mesma
empatia e sob os mesmos conceitos de exploração e opressão, guardadas as particularidades
históricas e políticas de cada movimento, sem fazer juízo de valores e nunca escutar uma voz
mais do que a outra, visto que a minha atenção pode ser, justamente, a que faça a diferença
em muitos casos.

Lucca Arteze - 11842403

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