Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Problematizamos os Sentidos da violência coletiva a partir de pesqui-
sas que realizamos com dois movimentos sociais: dos skinheads e dos hip-
hoppers, nas quais enfocamos a constituição das identidades coletivas
nesses grupos. No presente texto, discutimos a violência como poder/
força nos grupos skinheads problematizando as idéias de “sub-cultura”,
das sociabilidades pós-modernas e da busca de uma utopia ou resgate de
mitos orientados em ideologias comunitaristas. Nos grupos hip-hoppers,
discutimos a violência como ausência de poder e a busca de um reconheci-
mento positivo de identidades sociais excluídas.
Palavras-chave
Skinheads, hip-hoppers, violência, poder, sentidos políticos.
67
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
Abstract
A refection is made on Meanings of collective violence based on
researches developed by us with two social movements: that of the
skinheads and that of the hip-hoppers, focusing on the constitution of
collective identities in these groups. In the present text, violence is discussed
as power/strength in the skinheads groups, selecting as research object
ideas of “sub-culture” of the post-modern sociabilities and the search for a
utopia or the rescue of myths oriented by communitarian ideologies. As for
the hip-hoppers groups, violence is discussed as a lack of power and the
search for positive recognition of excluded social identities.
Keywords
Skinheads, hip-hoppers, violence, power, political meanings.
68
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
69
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
70
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
71
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
72
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
73
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
74
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
75
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
76
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
77
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
78
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
79
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
80
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j unl 2005
T elma Regina de Paula Souza
81
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
82
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
A ação desses grupos tem como base uma idéia de sociedade ideal,
idéia que se apresenta como mito ou utopia. No caso dos skinheads da
direita extrema a base é o mito de uma sociedade já vivida nos regimes
políticos totalitários (nazismo e fascismo), ou até mesmo em um suposto
reino de Atlanta. No caso dos skinheads identificados com a esquerda
extrema a base é a utopia de uma sociedade socialista que só poderá ser
vivida com a superação do capitalismo através da luta de classes. Nesse
sentido, tomando as reflexões de Sorel (1992) como um ponto de referência
83
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
84
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
85
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
86
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
87
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
88
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
89
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
90
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
91
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
92
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
Considerações finais
93
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
É com base nessas idéias hegelianas que Charles Taylor (1994; 1996)
discute o reconhecimento como um “direito político” que será buscado em
uma luta de vida ou morte.
94
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
breza, essa última com endereço definido, o que define o local da ação
direta do Estado para a manutenção da ordem ou da segurança pública.
95
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
Notas
1
A maior polêmica em torno dessa obra de Sorel refere-se a essa ter sido a base para
o Nazismo e o Fascismo.
2
Nesse sentido, Sorel afirma: “Os que se vangloriavam de ortodoxia marxista não
quiseram acrescentar nada de essencial ao que o mestre havia escrito e julgaram
que deveriam utilizar, para pensar sobre o proletariado, o que haviam aprendido
na história da burguesia. Não suspeitaram, pois, que havia uma diferença a esta-
belecer entre a força que marcha para a autoridade e busca idealizar uma obedi-
ência automática, e a violência que quer destruir essa autoridade. Segundo eles, o
proletariado deve adquirir a força como a burguesia a adquiriu, utiliza-la como
ela a utilizou e chegar a um Estado socialista que substitua o Estado burguês.”
(Sorel, 1990:199)
3
Pesquisa de doutorado realizada no Brasil e na Itália: Mundo contemporâneo e
totalitarismo: os limites da diferença. Formações identitárias de grupos skinheads no
Brasil e na Itália. São Paulo: PUC, 1998.
4
Pesquisa: Formações identitárias de grupos e comunidades singulares: o esgotamen-
to do individualismo moderno e os sentidos dos comunitarismos atuais. Piracicaba:
UNIMEP, 2002
5
Neste sentido, esclarecemos que neste texto trabalhamos apenas com alguns
aspectos das pesquisas realizadas, sem entrarmos na complexidade analítica de cada
fenômeno estudado. Buscamos apenas destacar questões relacionadas à violência
coletiva.
6
Por isto aspamos tal expressão em nosso texto.
7
Temos discutido cultura, de forma ampla, como direção do agir social para cons-
truir, re-afirmar ou negar um modo material e simbólico de existência coletiva, que
configura os sentidos do agir individual e social, no plano existencial e político.
8
Na pesquisa que realizamos pudemos observar que essa sensação de poder, possibi-
litada pelos atos violentos, é efêmera, segundo os próprios carecas, pois muitos
relatam o incômodo sentido após as tretas, visto não terem nenhum sentido.
9
Esse retorno não tardou a ocorrer, como estamos vendo após 11 de setembro de
2001.
10
O próprio Tilly reconhece que tal termo é complicado, porém explica reacionário
como reação e não como conservadorismo.
11
Definimos como “talvez” a afirmação do texto em função da pluralidade dos
grupos brasileiros, sugerida nas pesquisas realizadas no Brasil. Na pesquisa que realiza-
mos, em uma cidade do interior do estado de São Paulo (Piracicaba), os grupos mais
reconhecidos na cidade, com certeza, são mais brandos e mais brancos que os norte-
americanos. Em outros estudos, a questão racial ganha maior evidencia no movi-
96
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
12
Exemplo disso pode ser observado quando, segundo matéria jornalística, um grupo
de 15 skinheads foi atacado, em 3 de setembro de 2005, supostamente por rappers
nas proximidades do metrô Conceição, na cidade de São Paulo. Segundo a matéria,
“os skinheads passavam em frente a um restaurante fast food quando foram aborda-
dos pelos rivais, que começaram a agredi-los.” (Folha de S. Paulo, A22, 4 de setembro
de 2005).
13
Posses são espaços organizativos dos hip-hoppers, onde esses se reúnem para
organizar ações em torno das atividades musicais, sócio-comunitárias e, em alguns
casos, políticas.
14
Grifos nossos
Referências bibliográficas
97
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
Grupos SKINHEADS e HIP-HOPPERS: ref lexões sobre violência colet iva.
98
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
T elma Regina de Paula Souza
99
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . p. 67- 99 . j an - j un 2005
100
Psicologia Polít ica . vol. 5 . nº 9 . j an - j un 2005