# 07 Brasil - Setembro / 2020

(Anno Pan-Daemonikós)

Underprofile
 Editorial
Editorial - Planaltina-GO, Brasil, Setembro de 2020 (Anno Pan-Daemonikós)
o zine, 7 meses após sua última edição. ficaram de fora dessa edição, estarão sendo
Outro esclarecimento que devo aos publicadas na edição # 08, prevista para
parceiros, leitores e colaboradores é que janeiro de 2021, ano em que o Akkeldama
diante do aumento de páginas de reviews, Zine completa 10 anos de fundação!
mais de 10 nessa edição, o número de Externo meus mais sinceros
entrevistas que eu havia agendado e até agradecimentos à todos que estão apoiando
divulgado, teve que ser reduzido, ficando o Akkeldama Zine; bandas, zines, selos,
algumas bandas e várias resenhas de fora. leitores, amigos e colaboradores!
Isso se dá porque não pretendo fazer uma Meus agradecimentos especiais para o
publicação muito onerosa, já que 50 artista Erik Müller Thurm (Jundiaí-SP) por
páginas no formato A4 encarece bastante o ceder a arte excepcional da contracapa
produto final, sua impressão e custos de dessa edição!
Tiago Siqueira - Editor envio. In Union We Stand..and make a final
A meta é que em janeiro de 2021 lancemos stand!!!!
Nós lançamos a sexta edição do
uma nova edição, que terá 30 páginas, Mantenham se firmes em vossos propósitos
Akkeldama Zine nos fins de fevereiro
buscando seguir esse padrão de volume. e nos vemos na próxima edição.
desse ano. Logo em seguida, a pandemia
Dessa forma poderemos manter as Mandem vosso e-mail para:
de coronavírus chegou com tudo em nosso
novidades sempre circulando, com akkeldama666@gmail.com
país, trazendo os lockdowns e todo o
periodicidade, alcançando um número
desastre social e econômico consigo.
maior de distribuição e leitores,
Tivemos a distribuição e divulgação da
devido ao barateamento dos custos
última edição do zine bem afetada. Por isso
finais.
estamos ainda divulgando a edição # 06
As bandas e demais resenhas que
para as bandas que participaram e os
interessados em
adquiri-la!
A pressa em lançar
essa edição # 07 se
deu em virtude da
quantia considerável,
bem maior que em
outras edições, de
discos e materiais
enviados à nossa
redação para resenha.
Para não inviabilizar a
divulgação e o timing
dos selos e
gravadoras, lançamos

03
 ENTREVISTA - CIRRHOSIS

Para quem acompanha a história

do Metal nacional, sabe que o
Cirrhosis possui um papel
fundamental na consolidação do
Death Metal brasileiro. Formado
em 1988, por ninguém menos
que Wagner Antichrist (Ex-
Sarcófago), a banda ajudou a
pavimentar o Metal da Morte nos
fins dos anos 80 e anos 90, com
lançamentos hoje clássicos!
Seguindo ativa pelos anos 00 até
os dias atuais, a banda tem na pessoa do lendário baixista/vocalista Juarez Távora (Tibanha), seu núcleo criativo e a
continuidade da tradição construída em torno de mais de 30 anos de Death Metal na velha essência.
Com a palavra, o mestre Tibanha:

01- O Cirrhosis lançou 04- Lá no início da

recentemente um single banda, no fim dos anos
chamado ‘’Alchoholic 80, você estava ao lado
Evil Trinity’’, mostrando de músicos clássicos
aquele clássico Death do Metal do Triângulo
Metal, bem tocado, que Mineiro como Wagner
sempre soube fazer. Esse Antichrist, Ritie
single é a prévia de um Santiago e o Branca de
novo álbum que está Neve. Você ainda
sendo produzido? mantém contato com
-Sim com toda certeza, a esses caras? Quais as
gente queria mostrar a cara boas lembranças sobre
da banda com a nova a cena underground
formação nesse retorno, daquela época?
daí resolvemos gravar o - Porra são meus
single. A Cogumelo e a irmãos. Nos falamos
Grey Haze Records sempre que dá. Todo
curtiram e lançaram na net. em 2008. Na época você estava com o fim de ano fazemos um
Todas as musicas estão sendo feitas aos Scourge. Acho que já li em algum churrasco da galera da velha guarda do
moldes old school. lugar que você não considera esse Metal. Só cachaceiros natos (kkkkkkk),
disco como algo oficial da banda. O 1 dia e 1 noite bebendo (kkkkkk).
02- Como está soando a banda agora que aconteceu para você não estar no Tudo que passamos juntos são ótimas
com a formação reformulada? Há Cirrhosis naquela época? Como foi lembranças de sex drinks and metal all
uma previsão para o lançamento do rever os direitos acerca do nome da night (kkkkkkk), mas as viagens pra
novo material? Estão aproveitando o banda, que você carrega desde 1988? shows eram o que mais marcava.
tempo fora dos palcos devido a -Pois é so ouvi esse disco uma vez e Ficávamos bêbados, nos divertíamos
pandemia para compor eensaiar com prefiro nem falar sobre ele. muito, a união de todos, troca de
a banda? De qualquer forma o nome materiais, fitas k7, vinil, zines etc etc.
-Eu sempre fui e sou aficionado por CIRRHOSIS ta lá e tenho que Isso era mágico!
Metal old school o CIRRHOSIS tem considerar um lançamento da banda.
que soar assim Metal do Brasil dos Eu fui tirado da banda naquela época 05- Em 1991 a banda lançou o
anos 80/90 e os novos membros (kkkkk) tava bebendo muito. Mas foi clássico split ao lado do Loucyfer, um
entenderam bem isso e também curtem melhor assim, pois montei o Scourge e item hoje raro e cultuado no mundo
metal da velha escola, vamos gravar tive um grande aprendizado fora do inteiro. A Cogumelo Records
assim que acabarmos as composições e CIRRHOSIS. relançou o álbum ‘’Worship Flesh’’
acabar essa pandemia, só estamos Eu liguei pro Fernando e pro do Loucyfer com o EP que saiu
compondo e ensaiando cada um em sua Marquinho que gravaram o Alcoholic originalmente no split de 91 como
casa pois os estúdios estão todos Death Noise comigo e falei que queria bônus. Eu queria na verdade ver era
fechados aqui, tá foda isso. Mas tá voltar com a banda. Eles não puderam a versão completa do split, com as
fluindo legal. voltar por trampo e família mas me mesmas capas relançadas em CD.
deram o aval pra voltar. Liguei na Não há nenhuma conversa ou
03- O último material oficial da COGUMELO e o João, dono da loja, planejamento nesse sentido?
banda foi o disco ‘’Drinks From ficou muito entusiasmado com o -Fiquei feliz com esse relançamento do
Hell’’ de 2008, gravado com uma retorno da banda comigo e me deu as LOUCYFER. Muito foda, pena não ser
formação sem você no line up e que BENÇÃOS (kkkkkkkkkkkkk). em vinil..sou saudosista, a Cogumelo
cheguei a ver ao vivo em Araguari vai relançar o ALCOHOL RULES

04

não sei se como bônus de outro
trabalho nosso. A pouco tempo a
Greyhaze em parceria com a Cogumelo
relançou nossas primeiras demos
1988/89 em K7. Quem sabe pegam o
embalo e relançam o Alcohol Rules.
06- Na página do Metal Archives o
status do Scourge, sua outra banda
está como ativo. Você pretende
continuar levando o Scourge
paralelamente ao Cirrhosis?
-Não vou levar o SCOURGE paralelo.
Já é difícil manter uma banda só
(kkkkkkk). Estamos focados no
CIRRHOSIS. Tenho orgulho dos meus
trampos com o SCOURGE mas a
banda acabou mesmo.
07- Acredito que você planejava uma
triunfal volta aos palcos com o
Cirrhosis para 2020. Mas veio essa
porcaria de pandemia e frustrou os
planos de todos. Como a banda se
prepara para retomar os shows,
assim que os eventos forem liberados
novamente?
-Na verdade a gente já tocou ao vivo 3
vezes. 2 vezes aqui em Uberlândia e
uma vez em São Carlos / SP.
Estávamos com vários shows pre
agendados pelo Brasil e negociando
alguns fora do Brasil. Daí essa
pandemia desgraçada (kkkk) jogou
água gelada na nossa pinga (kkkkkkk),
mas assim que isso acabar vamos
retornar aos shows .
08- A Cogumelo Records acaba de
completar 40 anos de serviços
prestados ao Metal nacional. Todas
ENTREVISTA - CIRRHOSIS
as suas bandas foram gravadas por
lá.
O Cirrhosis continua tendo um
contrato com a gravadora? Qual a
importância da Cogumelo na sua
trajetória como headbanger da velha
guarda?
-Sim temos parceria forte com a
COGUMELO. 40 anos lutando pelo
underground não é brincadeira. Tenho
maior respeito pelo JOÃO E PAT,
donos da loja. Sem eles acho que nada
teria acontecido por aqui. Eles
05
acreditaram no Metal nacional e o
acervo da Cogumelo é imenso, um
catálogo invejado. Todo headbanger
que se preze tem que ir pelo menos
uma vez no Templo do Metal (kkkkkk)
e ser batizado lá com cachaça, queijo e
muito Metal (kkkkkkk).
09- O que você anda ouvindo de
novas bandas nacionais que tem
chamado sua atenção? Poderia nos
indicar o que anda rolando na sua
vitrola ultimamente?
-Continuo escutando a velha guarda.
Muito poucas bandas novas me
empolgam. 70% não tem
felling...tocam por status pra aparecer
(kkkk), mas tem 30% que estão
fazendo Metal verdadeiro com
coração...escuto muito THE EVIL,
ATTERO, UGANGA, GORE
AUTOPSY, LEPROSY.
10- Caro Juarez, muito obrigado
pela entrveista ao Akkeldama Zine.
O espaço é livre para finalizar como
quiser
-Muito obrigado pela oportunidade.
CIRRHOSIS agradece todos os
zineiros que acreditam no Metal
nacional! Sem vocês nada aconteceria.
Estamos focados nas músicas novas,
vamos fazer disco novo de headbanger
para headbanger. Acreditamos no força
do underground nacional!
VIDA LONGA AO METAL DO
BRASIL....OS VENCEDORES
NUNCA DESISTEM OS
DESISTENTES NUNCA
VENCEM.....VALEU CAHAÇEIROS!
CIRRHOSIS LIVES AGAIN!!!
 ENTREVISTA - CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS
Islamismo que, assim como o cristianismo e o Judaísmo, é partido Nazista e depois se arrependeu, a Crepúsculo dos
uma religião intolerante, restritiva e assassina seja do Ídolos é completamente contra o Nazismo e qualquer
corpo como da alma. O debut “Daath” é, por enquanto, a ideologia autoritária e assassina. Heidegger é uma
obra prima da “Crepúsculo dos Ídolos”, por enquanto, influência nova na ideologia da banda, posso até dizer que
pois estamos muito espantados com a qualidade das novas Heidegger não é uma influência no trabalho da Crepúsculo
músicas que a banda está compondo agora. Quem curtiu o dos Ídolos e sua filosofia ainda não se encontra presente
ThoTh ficará espantado com o Daath. Quanto as próximas no trabalho da banda, ao contrário de Nietzsche.
músicas com a nova formação logo todos poderão ouvir. Somos muito elogiados pelas letras das músicas e da
O Cruzamento do Abismo de Daath é um conceito maneira que cantamos ela junto com a música. Fazer um
filosófico, mágico e místico que diz respeito à destruição Black Metal de qualidade cantado em português é algo
do Eu dentro do sistema de Thelema. Daath significa em muito difícil. Geralmente as pessoas não gostam de Black
Hebraico “Conhecimento”, o conhecimento que o eu é o Metal cantado em português e é difícil mesmo produzir
não eu, que mudança encerra estabilidade e que o Ser é o algo assim de qualidade para os ouvidos. Mas a
Não-ser. Já lançamos 5 músicas deste álbum que podem Crepúsculo conseguir criar músicas dignas de serem
ser encontradas no youtube: as músicas “Andarilho”, ouvidas em nossa língua materna com uma colocação
“Ipsissimus”, “Feitiçeiro”, “Sanctu Infectu Malo” e precisa das letras na música. As músicas que estamos
“Destruição Sumária” já estão divulgadas. O álbum conta compondo agora já são um aperfeiçoamento no cantar
com 10 músicas. Black Metal em Português e o álbum Daath representa
bem o que estamos tentando fazer.
04- Estamos vivendo um momento confuso, nunca
antes vivenciado pela sociedade moderna. Uma 06- Como você classificaria o Crepúsculo dos Ídolos
pandemia que paralisou e frustrou o plano de quase tanto musicalmente como ideologicamente? Eu
todos em 2020. O novo álbum do Crepúsculo dos concebo a banda como algo além da abordagem
Ídolos sai ainda esse ano? Há algum selo já interessado tradicional do Black Metal, com muita originalidade e
em lançar essa obra? conhecimento profundo envolvido...Considero a
Infelizmente o álbum não sai este ano. Será lançado até no Crepúsculo dos Ídolos uma banda autêntica
primeiro semestre de 2021. Não há nenhum selo completamente diferente de qualquer outra banda do
interessado ainda em lançar a obra. A banda está aberta a gênero.
propostas de parcerias com selos e distribuidoras. O -Embora a influência musical do Black Metal que surgiu
álbum já está concluído, todas as músicas gravadas e na Noruega, temos nossa própria identidade musical.
mixadas, tudo feito, só falta a parte material, o CD físico e Sobre a ideologia, a Crepúsculo dos Ídolos não é uma
o encarte. Se algum selo estiver interessado em lançar este banda Satanista, seja do satanismo tradicional ou do
álbum basta escrever para: iezide@gmail.com, ou pelo satanismo de LaVey, consideramos o Satanismo
número (45) 998083438. cristianismo, só que um cristianismo invertido, mas ainda
A banda começou do zero no ano passado, com a entrada preso ao cristianismo. A banda não é uma banda decadente
de novos integrantes e desde este momento estamos que prega a praga, a guerra, o niilismo e o fim da
compondo e ensaiando sem parar. Já temos 7 músicas humanidade. De igual forma, a Crepúsculo não é uma
prontas e a ideia para pelo menos mais 3. Nosso plano é banda política. A ideia é uma autonomia e liberdade do
lançar um vídeo-clip este ano já divulgando o próximo humano para longe de todas as religiões organizadas e
álbum que iremos lançar, com músicas novas construídas dogmas. Agora, para espanto de alguns, digo que a
por esta nova formação. Particularmente estou muito Crepúsculo dos Ídolos não possui nenhuma ideologia,
satisfeito com a qualidade atual da banda assim como entendemos que a ideologia limita. Mas sabemos
espantado pela qualidade das músicas que estamos exatamente o que não somos e contra o que lutamos.
construindo. Ano que vem provavelmente a Crepúsculo
dos Ídolos estará lançando um outro álbum que estamos 07- Muito obrigado por responder à essas poucas
trabalhando nele agora. questões. se houver algo de relevância que não
questionamos e que queira enfatizar, a oportunidade é
05- Você é um estudante dedicado de Filosofia, essa. 93!
sobretudo filósofos como Nietzsche e Heidegger. -Gostaríamos de agradecer pela entrevista e dizer que a
Poderia nos dizer de que maneira a obra desses banda está trabalhando muito na composição de um novo
monumentos do pensamento ocidental influencia o material, então aguardem em breve novidades, como o
trabalho da banda: lançamento de um vídeo-clip com uma música inédita da
-Sou completamente apaixonado por filosofia. Filosofia é nova formação e o lançamento do Daath e de mais um
a minha vida, de onde ganho meu dinheiro e um dos meus outro CD com a nova formação da banda.
principais prazeres. A influência de Nietzsche na Procurem-nos no youtube e no Facebook.
Crepúsculo é inegável, a começar pelo próprio nome da Agradecemos a todos que leram esta entrevista, muito
banda que foi retirado de um dos livros do filósofo. obrigado por quererem conhecer a Crepúsculo dos Ídolos,
Heidegger é um filósofo genial. Mas devemos ter um muito obrigado Tiago Siqueira pela oportunidade. Somos
cuidado aqui, é que Heidegger foi filiado ao partido de Cascavel Paraná, com 18 anos de estrada e com muita
Nazista, mas, sua filosofia não é nada Nazista, isto coisa ainda para realizar.
qualquer professor de filosofia e qualquer Universidade de Obrigado.
Filosofia que estuda o trabalho de Heidegger pode nos O Amor é a Lei, Amor sob Vontade!
mostrar. Então, embora Heidegger tenha estado filiado ao

07
 ENTREVISTA - CURSED CHRIST

Travei meus primeiros contatos com Unholy Death

Avernoth, o criador do Cursed Christ entre o fim de 1994
e início de 1995, quando colhia materiais para a
primeira edição do Abstract Funeral Zine.
Avernoth na época tocava no Blasphemous Attack
(banda pré Cursed Christ) e editava um zine chamado
Luciferiun, com um layout bem característico da época.
Hoje a banda tem mais de 25 anos de história e tradição
no underground Black Metal brasileiro e é uma das
grandes forças do interior paulista! Às vésperas de
lançar um novo álbum, batemos um papo com Avernoth,
que nos conta sobre sua saga triunfal no subterrâneo do
Metal Negro nacional!

Solrac (Bass) Avernoth (Guitar/Vocal) C. Bildner

(Drums)

01- Salve Avernoth! Vossa nova formação.

Demo-Tape ‘’The Dark Times Are 02- A banda acaba de anunciar que 03- O Cursed Christ tem tido a
Calling’’ é um verdadeiro tributo ao está às vésperas do lançamento do oportunidade ao longo dos anos de
Black Metal enraizado nos anos 90 e novo álbum ‘’Unholy Ritual of tocar em festivais honrados com
toda aquela tradição Raw e Grim!!! Death’’. Já há um selo acertado para bandas igualmente honradas. Um
Nos conte como foram as resenhas e lançar o disco? Nos adiante algo do desses festivais de destaque foi o
a aceitação por parte daqueles que direcionamento musical, temático e show dos antigos mestres do
adquiriram esse material. Vocês estético dessa nova obra e a previsão Profanatica em São Paulo, banda
estão satisfeitos com o resultado para seu lançamento: que você cultua desde a
final? Com o trabalho desenvolvido -Sim, já estamos finalizando os trabalhos adolescência, vide o poster da banda
pelos selos aliados? com o album “Unholy Ritual of Death” em seu antigo zine. Nos fale sobre
-Salve meu grande amigo das antigas, todos os instrumentos já foram gravados e qual é a importância de se estar no
saiba que é um imenso prazer poder falar estou terminando as gravações de voz o palco tocando para velhos e novos
mais uma vez com você e poder figurar que atrasou um pouco devido a este
aliados. Qual foi sua sensação ao
com o Cursed Christ em suas sangrentas pandemônio pandêmico que estamos
tocar na mesma noite que Paul
páginas... Muito obrigado realmente pelas passando mas acredito que até mesmo Ledney e cia e seu encontro com essa
palavras sobre nossa nova demo The Dark quando o zine for lançado nosso álbum
estará sendo lançado também. O selo que lenda do Black Metal mundial:
Times are Calling que realmente ficou
muito foda, contando com três sons novos estará em nossa capa será o “Acta Non -Sinceramente é essa a parte mais foda em
e foi lançada realmente com a intenção de Verba” que é um selo um tanto promissor e se tocar em uma banda, o momento que
divulgar a nova formação e nesta nova faze conta com os próprios novos membros do você sai de sua sala de ensaio para mostrar
que estamos prestes a lançar um novo Cursed Christ como seus representantes, aquilo que você tem em sentimento, em
álbum, realmente fizemos o lançamento da então estamos muito confortáveis com visual, em crenças e estar ali presente face
demo sem muitas pretensões e tivemos um isso. O álbum conterá 8 sons que remetem a face com aqueles que por empatia se
feedback incrível tanto dos nossos já tão uma viajem ao passado glorioso dos velhos identificam e tem por culto a mesma
respeitados aliados no underground quanto dias noventistas, hoje dispostos a perpetuar identidade ou próxima daquilo em que se
aos selos “Acta Non Verba” & “Unholy essa historia mantendo a velha tradição, acredita... não somos exatamente uma
War” que se uniram para este lançamento para tanto não devemos esperar por sons banda que se apresenta regularmente, as
que já se encontra praticamente esgotado, polidos e nem super produções, mas um vezes ficamos ate um período relativo em
recebi um sem números de críticas álbum muito bem trabalhado e calcado na silencio e refletindo sobre os dias atuais no
positivas e de apoio, principalmente pelo velha tradição, somos a anti-música e na underground, podemos encontrar muitas
momento novo da banda com nova sonoridade trazemos apenas o caos. pessoas e bandas para os quais outros
valores contam muito mais como a fama e

08
 ENTREVISTA - CURSED CHRIST

-o dinheiro, mas nós nunca estivemos -Formação efetivada!!! Sinceramente o Centaurus, Eternal Solitude,
realmente interessados nisso, talvez Cursed Christ já passou por varias fases Ayperos (que você chegou a tocar),
esse seja o real motivo de tocarmos em sua historia e poderia citar aqui todos entre outras que fizeram história no
pouco e tendo esta convicção que passaram pela banda e cada um teve underground. Como foi a vossa
acreditamos que a arte do Black Metal sua contribuição. Não houve em si relação com a cena local e até
nenhum membro que tenha saído da banda
é uma força proclamada através da mesmo com o vasto movimento no
por problemas que afetassem nossos
musica bem como suas letras que conceitos e relacionamentos, apenas interior paulista nos anos de glória?
profundamente são parte da atmosfera circunstancias de época, poderia citar o E atualmente, o que você gostaria de
que regem esta arte e “Ao vivo” Ednei que me ajudou a fundar o destacar tanto em sua cidade, como
podemos mostrar perfeitamente a aura Blasphemous Attack e tocou comigo entre no resto do estado de SP?
que carregamos e somos devotados. 1993 ate 1996, Insanity que tocou guitarra - Que satisfação poder responder uma
Ter tocado com o Profanatica talvez entre 94/95 e em uma fase muito entrevista e nela um profundo
tenha sido um de nossos melhores representativa nos anos 90, com o Black conhecimento não apenas da banda mas
momentos e senti realmente que eles Angel (D) e Thaphthartharath (B) ambos como da cena que eu faço parte, sim meu
são uma das bandas mais cult que do Ayperos que tocaram na banda entre camarada Franca sempre foi berço de um
97/2001 gravando e fazendo vários shows, sem numero de bandas e headbangers de
ainda representam o passado,
mas em especial com Malekiavel (G/B) potencial respeitoso, tive meu primeiro
passamos algum tempo com eles e sim que tocou comigo entre 2003 ate 2019 e contato com o Masturbator em 1990, eu
são muito profissionais no que fazem e que teve a maior permanência na banda e ainda era um garotinho haha... ali tive a
um pessoal de uma integridade impar o contribuiu em muito e também o baterista oportunidade de saber de outras bandas
que pudemos notar e perceber por traz Bruno que tocou conosco entre 2003 ate pegar seus releases e logo pegar seus
dos bastidores, naquele momento que 2014 que foram os que tiveram um ensaios, todos os sábados era dia de ver
as bandas ficam juntas, bebem e período mais extensos gravando inúmeros esses caras tocando, nessa época o Bestial
comem, trocam ideias antes do show, materiais e fazendo muitos shows, também War já havia se dissolvido e os caras
apesar de meu inglês ser péssimo haha tivemos um período com o baterista formaram o Masturbator como citado, o
foi foda ter conhecido o Paul Ledney Maycon tocando em alguns shows entre Infantricide e o Subconcious Terror que
2016/2019 mas infelizmente em 2019 a foram bandas ícones na cidade, cito
pessoalmente, e posso afirmar
banda passa por mais um momento de sempre o Mayhem Decay Cudgel que
realmente que Profanatica foi uma das ostracismo e não poderia ser diferente e sempre foi um expoente na cena mundial
bandas que mais me inspiraram em culminar na entrada destes dois grande com seus membros tendo contato por
tocar este estilo, o show foi organizado
amigos e dizendo também duas grandes cartas com muitas personalidades, era foda
pelo Robson da Storm Prod que é um personalidades da cena, eu já tinha trombar os caras e eles falarem das cartas e
grande amigo há anos e já havia amizade com o Caio desde 94/95 pelas matériais que recebiam, o Cesar do MDC
organizado outros eventos que trocas de tapes e zines, vi a historia dele trocava cartas com o Quorton e chegou a
tocamos também, nessa noite tocaram em varias outras bandas e quando ele pegar uns e Lps com ele, inclusive por
os caras do Slaughthbbath que é uma formou o Ravendarks Monarchal Canticle curiosidade,uma copia deste álbum The
tivemos a oportunidade de dividirmos um
banda chilena muito fudida, o baterista Return dessa ocasião, passou por várias
Split 4 way com outras bandas e ali mãos e ficou comigo e guardo ate hoje, do
é um animal, trocamos alguns cds no
também começou a amizade com Solrac Masturbator saíram o baterista que formou
show e pude conhecer melhor algumas War, além deste Split dividimos varias o Ayperos e anos mais tarde eu toquei por
de suas musicas, também tocaram o vezes o palco com shows bastante alguns anos, saiu também o vocalista que
pessoal do Hammergoat que é um representativos para ambas as bandas e junto do baterista do Blasphemous Attack
projeto de amigos já consagrados na num dado momento o próprio Caio se formou o Eternal Solitude que inclusive eu
cena e possuem uma musica muito mostrou muito solicito com a dificuldade que fiz o logo e sempre estava nos ensaios
virulenta e brutal, sem duvidas um que eu estava com a permanência dos dos caras, peguei ensaios do Centaurus
show memorável, poderia citar uma velhos membros e me disse que tocaria na também era um pessoal bacana e
serie de outras bandas que dividimos obanda, fiz uma viajem para a capital representava bem a cena Doom mas já faz
palco e estar em um show faz toda a paulista e acertamos como poderia tempo que não vejo eles, do Immortal
funcionar as coisas, pois são quase 500 Majesty, o vocalista formou comigo e com
diferença quando se toca ou cultua a
quilômetros que dividem nossa distancia e outros amigos o Opus Belico, mas se
cena necro. nesse instante veio o nome de Solrac War formos aprofundar aqui tem muitas outras
fortemente para se juntar a esta line-up e historias e bandas significativas pra cidade
04- O Cursed Christ sempre foi um dar ao Cursed Christ o sangue que ele de Franca, atualmente cito o Lonehunter
trabalho centrado na sua pessoa. precisava nesta fase. Hoje estamos muito que tem feito um trabalho muito foda
mas você sempre contou com aliados compenetrados em nossos propósitos, também, já citando a cena do interior
de peso na sua line up para gravar e gravamos a demo, o álbum esta quase paulista aquela resposta sempre clichê que
tocar ao vivo. Hoje, você tem aos seu pronto e já temos projetos para um Split lp posso esquecer de alguém é inevitável eu
lado nomes lendários como Caio com outra banda e planos para shows... sempre tive contato e uma ótima amizade
Bildner (troquei carta com ele em 95 não poderia estar mais contente com estes com o pessoal da região e da capital fica
dois grandes amigos na banda!!! em aberto pra uma outra oportunidade
na época do fantástico Cursed
citar vários deles... o interior paulista tem
Empire Zine) e Solrac War, o que uma das cenas mais fodas e underground
05- Franca sempre teve uma cena
resultou numa alquimia perfeita que possíveis e mesmo com o passar dos anos
forte desde os anos 80 com os
pode ser ouvida nas faixas da DT. eu digo por aqui é tudo muito foda, me
headbangers pioneiros do interior
Vocês já pensaram eme efetivar essa orgulho demais desses caras e bandas
paulista. Nomes como Bestial War,
formação como oficial da banda, ou espalhados... Hail to the necro
Masturbator, Mayhem Decay underground!!!
eles seguirão apenas como membros
Cudgel, Infantricide, Morbad,
de apoio ao Cursed Christ?

09

06- Você editou um zine lendário no
início dos anos 90 chamado
Luciferium. Nos conte sobre as
edições lançadas, bandas que foram
publicadas e as
particularidades da
publicação, assim como o
término de suas atividades.
Você gostaria de algum dia
voltar à se lançar no universo
editorial zineiro do
underground? Ainda falando
em zines liste alguns fanzines
favoritos que você leu e
adquiriu ao longo dessas
décadas:
-Sim tive a honra de poder
contribuir com o underground
editando um zine, o Luciferiun. Foram
três edições lançadas entre os anos de
1995 ate 1999, muitas bandas
representativas passaram por nossas
paginas como Azael, Evil, Ayperos,
Great Vast Forest, Abysmal Forest,
Crucial, Imperium Tenebrae, Dark
Paramout, Wolfhord, Manes, Ball
Therocles, Sargathanas, Funeral Rites,
Shadow, Satanaquia, Miasthenia,
Eternal Darkness, Impurity,
Benemerinnen, Nocturnal Worshipper,
Black Funeral, Unholy Angel, Heresy,
Nembroth, Songe d' Enfer, Arimã,
Sabaoth, Bestial, Mythological Cold
Towers, Sorcery, Dugpas, Funeratus,
Lord Sacramental, Pagan Winter,
Aborym, Februm, Eternal Sacrifice,
Mortius, Malkuth, Unholy Angel,
Crematorium, Gradus Pentalphae por
entrevistas ou por releases apenas que
eu me lembre e olha que tive que fazer
um esforço aqui, mas tinha também
muitos outros releases, fotos e
comentários, o zine era bem simplista e
feito de colagens não tinha muitos
recursos, na época já estava com tanta
ocupação que não dava mais pra seguir
com ele porem pra mim os zines são os
pilares do underground ali que
podemos garimpar novas bandas e suas
obras, mesmo hoje com uma serie de
web zines ainda existem os zines
tradicionais que mantém a tradição e
isso faz toda uma diferença numa cena
já abalada pela auto exposição... porem
viva para aqueles que ainda perpetuam
este profano ideal.
07- O Cursed Christ surgiu das
cinzas de sua antiga banda
Blasphemous Attack, formada na
sua adolescência e que chegou a
divulgar um tape reh. em 1993.
Quais são suas principais memórias
daquele período e qual o motivo da
ENTREVISTA - CURSED CHRIST
troca de nome? mas era um grande amigo, decidimos
-Sim!!! Eu costumo dizer que o Cursed fazer algumas mudanças na banda e a
Christ é uma extensão do Blasphemous principal foi a mudança de nome,
Attack, me lembro perfeitamente Blasphemous Attack era por sinal
nossa influencia do Blasphemy,
eu havia pegado um flyer em um
zine com uma banda gringa com
esse nome e era hora de
mudarmos também para não
haver bandas homonimas, surge
então um nome profano desde
seu sacramento... “Cursed
Christ”. O Ednei tocou comigo
por mais um tempo e chegou a
gravar a demo reh “The Satanum
Adorer” logo foi chamado para
Ensaio no outono de 2020 tocar no Masturbator que rolou
poucos ensaios e dias depois
daqueles dias o sentimento pairando no com aquela formação fundaram o
ar, eu já curtia demais bandas como Eternal Solitude... eu segui sozinho
Sarcofago, Sepultura e Sexthrash com o Cursed ate o inicio de 1997
nacionais e tinha um fanatismo por aonde vieram pra banda Black Angel
Bathory, Beherit, Blasphemy, Impaled e Thaphthartharath e começamos a
Nazarene, Dark Throne, Mayhem e dividir o mesmo local de ensaio e ate
Profanatica, logico já tinha na veia a gravamos um split tape... dai em
velha escola das bandas tipo Iron diante eu entrei no Ayperos... dias
Maiden, Sabbath, Slayer, Sodom etc... memoráveis aqueles...
mas a gente sabe que aqueles dias
foram uma explosão nuclear para o 08- Nos fale algo também sobre o
black metal e eu insano pra tocar Opus Bélico, outra banda francana
guitarra e um dos meus melhores em que você atua como guitarrista.
amigos “Ednei” havia comprado uma Como estão as atividades e planos
batera, foi inevitável a gente formou de lançamentos dessa banda?
em 92 um projeto mas sem saber tocar -O Opus Belico foi formado em 2002
nada eu ate tenho umas fitas k7 com por mim, B. Destroyer que tocava no
alguns ensaios daqueles dias as Immortal Majesty e pelo Juliano
musicas eram bem podres haha... Bonacini hoje tocando no
decidimos um dia que deveríamos Lonehunter, fechamos este cast com
formar uma banda que representaria o Wiiliam para o baixo e o Bruno na
nossas ideias e sentimentos e foi bateria que também era membro do
sacramentado o inicio do Blasphemous Cursed... por dois anos seguimos
Attack, começamos a compor algumas com essa formação. Infelizmente o
musicas com títulos como Lord Satan, Juliano teve que sair da banda e
Master of Blasphemy e Kingdom of the chamamos Malekiavel para a
Infernal Curse e já sabíamos que ali guitarra e com esta formação
tínhamos em mãos algo a ser levado a gravamos o “Open Fire” um material
frente, gravamos uma demo reh (Dead promo que contava com 4 faixas e
Messiah) que era habitual das bandas um cover, foi muito bem difundido e
underground e começamos a passar em aceito na cena um artefato voltado
mãos para nossos amigos de Franca, ao War Metal, fizemos uma serie de
nossos ensaios sempre estavam cheios shows mas por incrível que pareça e
de amigos inclusive das bandas por uma formação bem foda não
francanas já citadas em outra pergunta registramos quase nada de nossas
acima, como éramos só nós dois na musicas, em 2014 nosso baterista foi
formação decidimos chamar o Renato morar em outra cidade e chamamos
Insanity pra tocar guitarra também e Jhonny Hammer para assumir este
gravamos uma segunda demo-reh posto, também fizemos vários shows
(Unholy Praises), nossa ideia era tocar com ele e recentemente gravamos o
ao vivo, gravar e tudo mais... tempos Split cd com o Ravendarks
depois devido ao trabalho e escola o Monarchal Canticle que ficou um
Insanity não estava conseguindo material muito fudido por sinal, teve
conciliar com a banda e teve que sair, muito boa recepção por nossos
eu ouvi dizer que ele foi morar no
Mexico e nunca mais tivemos contato
10

amigos na cena, recentemente tivemos
a saída de Malekiavel da banda por
problemas de ordem pessoal e estamos
um tempo parados pois o atual batera
esta trabalhando e residindo em São
Paulo, pretendo assim que passar essa
pandemia dos infernos reestruturar a
banda e gravar um full lenght já temos
algumas musicas mas tudo muito
incerto ainda...
09- Você que viveu todo aquele
momento dos anos 90, das trocas de
cartas, tapes, zines, eventos com
grande público, encontros em outras
cidades etc...O que lhe traz mais
saudade dos dias antigos em relação
aos tempos atuais? Quais pontos
positivos você destacaria na
atualidade e que serviu para facilitar
de certa forma o intercâmbio entre
os seguidores do Metal Negro mundo
à fora?
-Realmente aqueles dias sempre
estarão na memória... dizer que sinto
falta seria meio clichê acho que tudo
aquilo bem como as coisas de agora
devem sim ser vividas em todas suas
circunstancias, o que mais sinto falta
daqueles dias seria o culto das trocas
de materiais, cartas, tapes e zines,
outra parte que me marcava demais
eram os ensaios sempre regados a
muita cerva e sempre cheios de amigos
da cena e claro os rolês em shows pelo
interior, íamos de ônibus sem mesmo
saber o caminho, passávamos anoite na
rua mesmo, ate quando eu fiz 18 anos e
comprei minha primeira moto, dali por
diante peguei muitos shows no interior,
conheci um sem numero de amigos e
tínhamos todo tempo e liberdade para
usufruirmos daqueles dias e
momentos, depois vieram as
obrigações e responsabilidades e isso
acabou ficando um pouco menos
frequente. Hoje temos sim pontos
muito positivos pela modernidade
diríamos, o que eu julgo é a maneira de
como usar no caso de intercâmbios
aquele romantismo em volta ao culto
das cartas ainda existe mas é mais para
mandar materiais físicos, porque hoje
uma simples mensagem pelo celular
encurtou muitos quilômetros, a
qualidade dos lançamentos, dos
materiais evoluiu demais, por esse
aspecto foi positivo, porem a única
coisa que eu ainda sou um critico
profundo são pelas novas plataformas
de divulgação, sempre serei apoiador
do formato físico como os tapes, cds e
claro o formato vinil. Internet é
ENTREVISTA - CURSED CHRIST
importante sim, mas tudo tem seus viajem marcada para abril em São
revezes e perigos em se tratando de Paulo que seria o começo dos
uma cena ainda underground. trabalhos com a nova formação e
infelizmente não tive como ir... por
10- Se você fosse fazer uma breve incrível que pareça as musicas já
resenha sobre a música do Cursed estavam sendo compostas para o
Christ, como você a classificaria e álbum e tivemos a ideia de
quais bandas serviriam como trabalharmos por vídeo conferencia
referencial para quem ainda não para passarmos as bases e riffs e tudo
ouviu vossa música? começou a funcionar muito bem e foi
-Quando penso no termo a ser usado assim que decidimos trabalhar como
para dar referencia a musica feita pelo experiência e saiu a demo 2020,
Cursed Christ sou bem simples e notoriamente conseguimos trabalhar
direto, nosso som tem uma influencia todas as musicas do álbum e
que remete aos anos 90 no profano sinceramente por mais que eu achava
black metal com influencias de bandas que a distancia iria limitar nossa
que trilhavam aqueles dias com suas condição de trabalho com a banda
demos e primeiros lançamentos, não conseguimos fazer todo o trabalho
sou um cara que gosta de muitos exatamente a distancia usando esses
experimentos para a musica do Cursed recursos, o álbum foi gravado em três
e acho que a atmosfera que queremos estúdios diferentes, um para a batera,
transmitir esta calcada no lado oculto e um para os instrumentos de cordas e
ritualístico deste estilo. As letras outro para o vocal, sinceramente se a
também são parte fundamental da distancia era um problema para o
atmosfera espiritual que regem nossa Cursed agora achamos a oportunidade
musica como o culto a escuridão e a de sermos incisivos em nossa musica...
aversão a moralidade beata e mostra o gravamos um álbum todo à distância e
que ela carrega e a qual somos esta um trabalho matador... Planos pra
devotados. Bandas que eu poderia citar shows? Claro, esse também é um
como minhas maiores influencias tem objetivo da banda e já tenho alguns
base “naqueles dias” como as convites para eventos, que diria um
nacionais Sarcófago e o velho pouco mais reservados então na hora
Sepultura, os criadores Venom, certa iremos realizar e mandar o cartaz
Bathory e também Celtic Frost e logo e os convites!!!
depois bandas como Beherit e Impaled
Nazarene, Profanatica e Blasphemy, 12- Caro Avernoth, foi um prazer
Mayhem, Dark Throne e Gorgoroth e entrevistar o Cursed Christ para o
as bandas que tenho muita referência e
Akkeldama zine. Se houver algo
também foram criadas na mesma mais que queira acrescentar à essa
época como o AZAEL aqui da região e entrevista, fique à vontade, para
o EVIL que fortemente me concluir como quiser!
influenciaram nesse seguimento, Stay in front until the last man
trocávamos correspondências e stands!!!
-Caro Tiago gostaria imensamente de
materiais... enfim depois muitas bandas
agradecer por esse bate papo e que em
se tornaram nossa referencia também...
Primordial para nossa continuidade e todos esses anos você sempre foi uma
existência!!! referencia na cena underground
fazendo zines e promovendo o culto ao
11- Vivemos o momento mais crucial underground, sinceramente isso é
da história após a virada do milênio muito admirável e só tenho que
com a expansão de uma pandemia parabeniza-lo e agradece-lo por todo
global. Para alguns o momento apoio e dedicação a esta arte dos
serviu para aguçar ainda mais a porões do metal... aos leitores deste
criatividade devido ao isolamento e zine que quiserem entrar em contato
as quarentenas. Para o Cursed ficaremos imensamente honrados,
Christ de que forma as restrições chequem nossa demo através dos selos
afetaram o processo de ensaio, Acta Non Verba e Unholy War e
criação, etc? Há uma previsão de esperem pelo lançamento do novo
tocarem ao vivo ano que vem para álbum “Unholy Ritual of Death” que
promover o disco vindouro? breve estará disponível.
-Sinceramente nos primeiros dias que Hail to the unholy Ones!!! Satanic
esse pandemônio de pandemia Regards!!!
apareceu por aqui eu estava com uma Contatos: avernoth@yahoo.com.br
11
 ENTREVISTA - GORGON
O Gorgon é uma banda que surgiu bem na gênese da segunda
geração do Black Metal, em 1991, na França.
Seu debut album ‘’The Lady Rides a Black Horse’’ é um disco
cultuado entre os velhos fãs de Black Metal, tido como um dos
lançamentos mais emblemáticos daquele período.
Com um discografia bastante sólida e uma legião de seguidores
através desses anos todos, eles estão de vota ao front com o
lançamento do fantástico álbum ‘’The Veil of Darkness’’ pelos
seus conterrâneos da Osmose Productions, trazendo aquele
furioso Black Metal na veia antiga, característica da banda desde
sempre! Batemos um papo com o fundador e mentor intelectual
Chris sobre a banda, a cena francesa o passado e o presente:
01- Saudações do Brasil Chris Osmose. O líder da gravadora perguntou-
e o poderoso GORGON!!!! O me se teria interesse em trabalhar com
novo álbum ''The Veil of eles, o que foi possível porque ainda não
Darkness '' é uma grande tinha assinado nada com a editora
obra-prima na veia dos anos anterior. Esperei ver a proposta dele e ela
90! Um opus de ódio e era superior em distribuição e suporte,
destruição !!! Fale sobre a então aceitei e fechou-se o contrato.
resposta para o novo álbum, Este selo foi fundado ao mesmo tempo
concepção e suas próprias que nós em 1991 e distribuiu nossa
impressões acerca de todo o primeira demo e nossas produções
trabalho por trás dele: seguintes, então nos conhecíamos mais ou
Hail!! Este álbum foi concebido menos. Aqui na Europa ele foi de fato um
em poucos meses, tudo correu dos pilares da cena Black Metal nos anos
muito rápido porque reservei 90, graças a muitos ótimos álbuns
desde o início uma vaga para o lançados sob sua bandeira. O álbum foi
estúdio de gravação onde queria lançado em CD, cassete, vinil preto, vinil
trabalhar, e tive que me basear vermelho e nas plataformas de streaming.
nessa data. No final, não foi um Uma camiseta também foi estampada.
problema porque os riffs e as Posteriormente, decidimos por mútuo
estruturas das músicas foram acordo fazer reimpressões de nossa demo
surgindo gradualmente e eu Chris - A mente diabólica em CD, e de nosso primeiro e segundo
estava pronto a tempo. Isso por trás do Gorgon álbuns em CD e vinil com eles. Mantendo
também se deve ao fato de que o espírito original, modificamos a arte e
gravei tudo, menos a bateria, remasterizamos tudo. Até à data estamos
então ensaiando sozinho dominei as partes a serem gravadas muito satisfeitos com a nossa colaboração e o fato do selo ter
mais rápido do que se tivesse que mostrá-las e praticá-las sede no nosso país favorece a celeridade das discussões e o
com outro músico. nosso bom relacionamento.
O álbum foi bem recebido pela maioria das revistas, zines, Quanto às bandas que me fisgaram ultimamente, é do lado
web zines, rádios. O mesmo aconteceu com aqueles que o finlandês que você deve buscar, entre outras: Black Beast,
compraram. É sempre gratificante ver que nosso trabalho Sacrificium Carmen ou Curse Upon A Prayer. Todos os três
toca tanto as pessoas que nos seguiram nos anos 90 quanto diferentes, eles têm uma abordagem e um senso de
os novos ouvintes que nos descobrem com este álbum. composição que eu gosto.

02- '' The Veil of Darkness '' é o primeiro lançamento
através de seus conterrâneos da Osmose Productions.
Como você está se sentindo com esse contrato? A Osmose
foi uma dos mais importantes gravadoras da cena Black
Metal dos anos 90. Conte-nos sobre o acordo,
merchandise e outras bandas do cast que você tem
gostado hoje em dia:
-No final de 2017, escrevi para uma distribuidora de CDs
que gostaria de reiniciar a banda para uma nova gravação de
5 faixas, ou um álbum completo se a inspiração viesse. Ele
falou sobre isso e uma gravadora bastante conhecida surgiu
junto com algumas menores. Proposta interessante, bom
relacionamento. Escrevi então ao chefe da Osmose para
alguns detalhes legais, nível de contrato etc. Aí após 2 ou 3
trocas, ele me disse que iria ouvir algumas músicas novas. O
baterista estando bastante ocupado, gravou em casa 2 ou 3
títulos de bateria que eu mandei pra ele. O som não ficou
muito bom, mas deu uma ideia e o resultado agradou a
03- O Gorgon gira em torno de você desde o início. O
novo álbum tem baixo, guitarras e vocais gravados por
você. Conte-nos sobre a banda de apoio no estúdio e no
palco. E sobre a participação especial de Cadaveria (ex
Opera IX) na faixa ''Posthumous Bewitchment'', como
aconteceu isso?
-Embora continuasse a ir aos concertos como espectador, já
não tinha nenhum contato particular com músicos locais, por
isso desde o início tomei a decisão de fazer este álbum quase
sozinho. A maioria dos ex-membros do Gorgon ainda vivem
na minha cidade, mas não nos vimos particularmente até este
retorno. Além disso, quase todos pararam de tocar música,
então a decisão foi tomada rapidamente.
Conforme observado acima, respeitado o prazo deste
estúdio, entrei em contato com o vocalista Hreidmarr (ex-
Anorexia Nervosa) para pedir-lhe que criasse a introdução
do álbum. Isso tira o peso de uma música no processo de
composição. Ele aceitou, tendo então tendo então ingressado

12
 ENTREVISTA - GORGON
2020 B.M.H. alguns meses
depois, foi com o
guitarrista dessa banda
que ele compôs para
mim aquela que se
tornou a primeira
faixa do álbum.
Posteriormente,
porque você deve
saber que o álbum, em
última análise, tem
suas canções na ordem
em que foram
compostas,
introdução, exceto, é claro, entrei em contato com a
cantora italiana Cadaveria para saber se ela poderia colocar
sua voz em uma passagem muito específica de uma
música, onde na composição ouvi sua voz. Ela aceitou com
2 condições: ou ela fazia seus takes em um estúdio em
Milão, no país dela, próximo ao meu, ou ela se juntava a
nós no estúdio para fazer suas peças conosco. Validei a 2ª
alternativa para conseguir controlar mais facilmente o
resultado e obter o que queria.
Tocamos com o Opera IX na Itália em
1994 e em troca tocaram na França em
1996. Não estávamos mais em contato,
mas através do ex-baterista do Opera
IX, atual baterista do grupo Cadaveria e
vocalista do Sadist, que eu via de vez
em quando em shows, eu me inteirava
das novidades. O “trabalho” foi feito
em poucas horas e estou muito
satisfeito por ter sua voz neste álbum, a
única gravação que ela fez em 2018 (e
até 2019 ao que parece) porque
acrescentou algo a mais à música. Não
é apenas um "convidado" no disco, é
realmente uma grande adição à faixa
que lhe dá outro sabor.
Já a formação ao vivo é formada pelo
ex-baterista e baixista da banda de
Black Metal Odium que já lançou
alguns CDs. Conhecendo o baixista, foi ele quem me
sugeriu o baterista e começamos os ensaios como trio no
início de 2019 e aí chegou um segundo guitarrista. Ele
havia contatado o baterista sobre a gravação da bateria para
um de seus projetos solo chamado Larve. Em seguida, o
baterista perguntou se ele queria se juntar à banda para as
apresentações ao vivo. Após testá-lo no ensaio, ele se
juntou a nós para completar a formação, para ter mais
impacto visual no show e permitir mais trabalho com 2
guitarras.
04- O vídeo de '' Still 666 '' mostra a banda ao longo de
shows de 2019 e início de 2020, em apresentações
furiosas. Com a explosão desta porra de pandemia os
shows ao vivo foram cancelados para todas as bandas.
Como o Gorgon planeja um retorno ao palco após esse
caos? Eu vi no noticiário da TV que a Europa teme
uma segunda onda de pandemia de Covid. Como estão
as coisas na França agora?
A mídia, por ordem do nosso governo, amplifica a questão,
devemos ser pouco mais de 30.000 mortos na França, ou
0,04% da população, então usar o termo "pandemia" é
muito exagerado. 99,96% da população ainda está aí, então
há um problema de saúde, é verdade, mas também não é a
praga, até porque mais de 10.000 mortos são idosos, ou
mesmo muito velhos que teriam morrido por alguma causa
natural durante este período ou morreram de gripe, mas
foram declarados mortos pelo Covid para facilitar. Na
França, a cada ano, ocorrem de 10.000 a 15.000 mortes por
gripe. Muitas pessoas poderiam ter sobrevivido, mas
ficamos sem espaço nos hospitais com frequência, caso
contrário, o número seria muito menor. Para escolher entre
um jovem e um idoso chegando ao mesmo tempo, o
ambiente médico escolhe o jovem, caso contrário, após o
tratamento, os 2 ainda estariam lá.
Shows com capacidade para menos de 5.000 pessoas estão
oficialmente autorizados, embora mais shows de 50/80
pessoas tenham sido retomados desde o início de junho,
incluindo shows de Metal. Todos os festivais de verão
foram cancelados aqui. No momento, estamos
programados para um festival de 2 dias na nossa capital,
Paris, no início de novembro com os gregos de Varathron,
mas também Anal Vomit, Sarinvomit, ... Ele ainda está
mantido na data e é logicamente nosso retorno de palco. Os
organizadores não se atrevem mais a
marcar data, nem adiar para 2021 os
festivais cancelados este ano, mas é só.
Você tem que entendê-los, é muito
tempo para a organização, dinheiro para
promoção e se essa energia gasta no
final for cancelada, não vale a pena
tentar colocar algo no lugar.
Voltando ao clipe, as imagens foram
captadas por Brice, guitarrista dos 3
primeiros álbuns da banda, que já havia
se encarregado do clipe da faixa "Border
Of The Forest". Ele aproveitou o que
tínhamos arquivado, porque nem todos
os nossos shows são filmados, e
conseguiu montar um vídeo que refletia
bastante a nossa presença de palco com
essa formação.
05- '' The Veil of Darkness '' foi
lançado em janeiro de 2019. O Gorgon está compondo
novos temas para um próximo lançamento? Você pode
nos adiantar algumas informações sobre a direção dos
próximos materiais?
De fato, voltamos ao estúdio em 1º de outubro para dar
continuidade a este álbum. Será gravado novamente pela
mesma pessoa, Sebastien Camhi, que nos fez o som de
"The Veil .." embora seja em seu novo estúdio para onde se
O Gorgon em 1995, fase do álbum
‘’ The Lady Rides a Black Horse’’
13
 ENTREVISTA - GORGON

se mudou no final do ano passado. Muitas pessoas que usam camisetas de Black Metal não
Em reunião com ele, os membros das apresentações ao gostam desse estilo. Eles gostam de Black Metal ou bandas
vivo, e ex-membros dos quais às vezes peço a opinião, associadas com Immortal, Dark Funeral, Mayhem,
permitindo-lhes ficar a par das novidades sobre a banda, Behemoth, Marduk, mas é isso. Eles gostam de uma dúzia
ficou combinado que novamente eu gravaria o álbum de bandas populares, mas só isso, aquelas que estão em
sozinho, com apenas o baterista. O baixista não gosta de exibição nas principais revistas de Metal. Eles não
trabalhar em estúdio, então que tire dias de folga do conhecem bandas underground, mesmo aquelas com certo
trabalho para gravar suas partes, e aprenda 11 novas renome, porque não se interessam por isso. Mas a Net que
músicas, ensaie para tocar apenas 3 ou 4 em concertos eu criticava há pouco pela facilidade de ouvir tudo de graça,
depois disso, mas isso não o encantou muito. Além disso, de poder saber tudo sem sair de casa, por outro lado
fazer todas as guitarras sozinho vai nos poupar tempo e permitiu essa entrevista. Nos anos 90, a correspondência
evitar ensaios, então também escolhemos essa opção com o tinha um custo, uma expectativa e, às vezes, nenhuma
guitarrista ao vivo. resposta no final. Isso também explica a relutância de
Até agora tudo está sendo composto tanto música como muitos zines, ou mesmo fãs, em escrever para bandas de
letras e parece que este novo álbum será o mais brutal da outro continente, porque não teria uma resposta garantida.
nossa discografia, será mais rápido, mais técnico e ainda
mais melódico que o anterior. Só temos que esperar e ver se
o que tenho em mente pode ser colocado em uma trilha 07- '' The Lady Rides a Black Horse '' é uma obra-
sonora. Ainda é o Gorgon, não prima dos anos 90 e um álbum
há mudança do estilo de “The cult para muitos fãs antigos de
Veil…”, mas estou Black Metal. O que você
particularmente confiante no lembra daquelas sessões de
potencial das novas músicas. gravação e da repercussão após
Não espere um lançamento antes o lançamento do álbum? Quais
de março-abril de 2021, na são as outras versões do álbum
minha opinião, impressão e ao longo de todos esses anos?
design gráfico sempre levam -Este álbum foi gravado em 1994,
tempo. Para um CD simples lançado em 1995 e as faixas já
seria mais rápido, mas também haviam sido ensaiadas muito
será lançado em vinil e o tempo tempo antes. No entanto, ele é
de produção será maior. muito espontâneo, muito
enérgico, mas também varia nos
06- O Gorgon é uma banda do ritmos. A mixagem demorou
início da 2ª geração de Black muito porque a pessoa no estúdio
Metal. O que você lembra estava demorando muito. Quando
daqueles tempos gloriosos? saiu para impressão, me
-Na época tudo acontecia pelo perguntaram se eu queria um CD-
correio, então demorava mais r de teste para validar o som final,
para responder e se chegasse em mas valeu a pena, na ordem de
casa, tínhamos uma carta física, US $ 23. Hoje em dia os CD-rs
um fanzine de papel, uma fita não valem nada e tudo é feito por
cassete para ouvir. Eu não as arquivos digitais. Foi lançado por
tenho mais, mas recebi um selo da Malásia em fita
correspondência de membros do Excerto de entrevista do Gorgon no zine cassete em 1996 e novamente em
Beherit, Burzum, Necromantia, americano Under the Corpse - 1993 CD com novas ilustrações no
Cradle Of Filth, In The selo inglês Todestrieb Records
Woods,…. em 2010. O selo mexicano Rex Bagude fez uma versão em
Com a internet há uma facilidade grande demais para ouvir vinil em 2017 limitada a 300 cópias numeradas. E como
o que está saindo ou o que já existe. Na época, apenas quem mencionado acima, esta é uma versão remasterizada que a
estava na "viagem" tinha acesso a álbuns, demos, contatos e Osmose lançou em 2019 em vários formatos. As críticas
cada carta continha os flyers anunciando novos foram boas na época de seu lançamento e este é nosso
lançamentos. Poucos vídeos de shows estavam circulando. álbum mais popular até agora, somos frequentemente
Agora, ficando em casa, a pessoa pode ouvir toda a citados com este álbum. É claro que as músicas foram
discografia de uma determinada banda, ver fotos e ter extraídas para aparecer em compilações de fitas,
informações sobre ela. No início dos anos 90 não, tínhamos compilações de CDs de pequenas gravadoras ou
as novidades nos zines e se queríamos descobrir um álbum, distribuidores. Sempre tocamos 2 ou 3 músicas nos shows.
normalmente tínhamos que comprá-lo ou conhecer alguém
que pudesse fazer uma cópia em fita. De repente, muitas 08- Nos tempos do tape trade e cartas dos anos 90 o
pessoas sem nenhum envolvimento real na cena gravitam Gorgon recebia muitos contatos do Brasil? O que você
por aí sem entender o espírito e abordam o estilo como uma sabe sobre nossa cena underground?
coisa "legal". Eles colocam maquiagem Black Metal, fazem -Não, a banda não recebeu muitas cartas do Brasil e eu tive
vídeos engraçados que ridicularizam a imagem ... mas algum contato com o Goatpenis durante sua 2ª demo. Na
ficam horrorizados quando uma igreja pega fogo ou quando França, o metal brasileiro era limitado, como você pode
a coisa se transforma em assassinato. imaginar, ao Sepultura e ao Angra. O Krisiun primeiro

14
 ENTREVISTA - GORGON / BIO: CULTUM LUCIFERIUM
ganhou destaque, mas muito mais tarde. De minha parte,
tive que comprar o "I.N.R.I. do Sarcófago por volta de
1989, depois peguei o EP do Sextrash. Conheci Vulcano,
Holocausto e Ratos de Porão que eram distribuídos na
Europa. A Cogumelo Records dominava mesmo.
09- Dê-nos algumas informações sobre o merchandising
da banda, camisetas, CDs e outros produtos. Tem algo
acessível direto com a banda?
Temos à venda todos os CDs lançados na Osmose (nossa
única demo, o primeiro álbum, o segundo “Reign Of
Obscenity” e o último “The Veil…”) e a versão em vinil de
cada um. A demo foi lançada em vinil por 2 selos franceses
associados antes de assinarmos com a Osmose, que,
portanto, não a reeditou. Não tenho mais uma versão em
fita do último álbum. Também tenho cópias de um CD
compilação lançado pelo selo mexicano Rex Bagude
"Evoking The Ancient Forces Of Gorgon" e nosso CD split
com a banda O.T.A.L. Além disso, está disponível uma
camiseta da Osmose ligada ao último álbum e uma
camiseta frente e costas ligada a "The Lady .." também tem
patches (logotipo vermelho ou logotipo branco sobre fundo
preto ) Parece-me que é isso, mas para novembro (2020)
estamos planejando um relançamento em formato digipack
CD do nosso 3º e 4º álbum, ambos remasterizados, "The
Jackal Pact" e "The Spectral Voices". Isso nos permitirá
aguardar as notícias de 2021. Mais uma vez as obras foram
retrabalhadas, serão lindos artefatos.
10- Muito obrigado por essa entrevista e toda sorte com
o poderoso Gorgon !!! O espaço é seu:
-Com as 2 reedições que estão por vir e nosso 6º álbum,
que eu acho que vai superar o último, é realmente um
período muito dinâmico para a banda, então esperamos
desempenhar bem nossas músicas no palco e estamos nos
preparando para isso. Obrigado por este apoio ao Gorgon e
por continuar a aventura de um zine em formato impresso.

No ano da pandemia, 2020 (Era Vulgar) surge o Cultum Luciferium, banda de

Black Metal da capital paulista, com abordagem voltada para o universo místico-
iniciático-hermético. Composta pelos membros : Tubalcaim - Vocal, Night Vortex -
Guitar, Arcano - Bass e Shaitan Neschamah - Drums.
No momento a banda segue ensaiando e compondo os hinos que irão forjar a demo
de estreia ‘’Torre dos Djinns’’. Já disponibilizaram inclusive o single da faixa
título, um ensaio, onde podemos ver a garra e talento da banda ao tocar um Black
Metal com forte influência da sonoridade dos anos 90!
A demo ‘’Torre dos Djinns’’ está prevista para ser lançada no início de dezembro de
2020 em formato tape profissional e CD.
A arte da capa foi feita pela artista Lillith Netzach
Ceres e reproduz aspectos do mito dos Djinns,
demônios do deserto e o negro Tífon recebendo o
sangue sacrificial, tendo ao fundo a Torre dos
Djinns.
O logo tipo da banda, também obra da
mesma artista, é repleto de simbologia
iniciática, contendo letras do Alfabeto
Sagrado Cabalístico, cada uma
representando uma simbologia peculiar
ao arcabouço estético do Cultum
Luciferium.
Na próxima edição do zine você irá
conferir entrevista completa e resenha da
demo de estreia.

15
 ENTREVISTA - IMPERADOR BELIAL
O Imperador Belial está na ativa já há 22 anos, fazendo um Black Metal totalmente
embasado na tradição dos deuses Venom, Hellhammer e Celtic Frost.
Com várias demos, splits, coletâneas, a banda se encontra divulgando o último
disco ‘’Curse of Belial’’, lançado em 2018.
Batemos um papo com o fundador e líder da banda R. Inkubus.
01- Nos conte como essa maldita
pandemia tem afetado os planos do
Imperador Belial para o ano
corrente de 2020:
-Saudações grande brother Tiago e
leitores do Akkeldama Zine, obrigado
pelo convite!
Bem, não está sendo nada fácil, devido
a essa pandemia tivemos que cancelar
boa parte da nossa agenda de shows, a
sorte foi que nossa última turnê europeia
rolou em Janeiro, senão teria sido um
ano inteiro jogado fora, pois além dos
shows que tivemos que cancelar no RS,
SP, SC e Uruguai, também estamos
atrasados com nosso cronograma de
gravação/lançamento do nosso novo
trabalho, um EP chamado
“Daemonalotry” contendo 5 músicas
inéditas dedicadas a algumas das
entidades com quem trabalho no sistema
de Goétia Luciferiana.
02- Atualmente a banda se encontra
divulgando o último álbum ‘’Curse
of Belial’’. Nos conte sobre
o conceito da obra, arte gráfica,
aceitação do público e divulgação do
mesmo. A versão física saiu em 300
cópias pela gravadora russa
Narcoleptica Productions. Você acha
que nos dias atuais um álbum com
essa tiragem satisfaz a logística
inicial de divulgação?
-Curse of Belial foi lançado em 300
cópias versão jewel case pela
Narcolpetica na Rússia (já esgotada) e
em 500 cópias versão digipack com 3
faixas bônus pela Mara Productions na
Polônia, e será lançado ainda esse ano
no México pela Unholy Black em
versão slipcase em 500 cópias.
Realmente são tiragens pequenas mas
cumpriram o papel de divulgar melhor
a banda na Europa antes da turnê que
rolou no início desse ano. Chegamos lá
um pouco mais conhecidos do público
e tivemos um ótimo feedback.
O conceito da arte da capa foi
elaborado por mim e um artista
contratado desenvolveu o projeto
a partir do meu briefing. Já o
layout foi desenvolvido pela
minha esposa, Synarg.
03- A banda é conhecida por
tocar ao vivo constantemente.
Inclusive vocês possuem um
currículo de vários shows pelo
exterior. Nos diga como o
Imperador Belial está lidando
com essa ausência dos palcos
em 2020. Como foram vossas
experiências tocando fora do
Brasil? Quais os pontos
positivos você destacaria nos
shows lá fora em relação aqui
no nosso país?
-Essa ausência forçada dos
palcos realmente está sendo
dolorosa, somos uma banda de
estrada e gostamos de tocar o
máximo possível, dentro da
realidade do nosso país.
Pra tentar compensar esse tempo 04- A música da banda é repleta da
em que estamos parados, investi em aura clássica de bandas como Venom
equipamento para montar um home e Hellhammer. Desde o princípio a
studio e pelo menos gravar as linhas de intenção foi criar Metal Negro na
essência dos anos 80? Isso parece ser
baixo e voz em casa, já que a bateria e as
inclusive uma redundância em se
guitarras oficiais foram gravadas num tratando de bandas extremas vindas
estúdio profissional no RJ antes da de seu estado, o Rio de Janeiro:
pandemia. -Venom, Hellhammer, Sarcófago e
Agora em relação aos shows lá fora, as Vulcano sempre foram nossas
diferenças são enormes, já que além do principais influências, meu propósito
poder aquisitivo deles ser bem maior que sempre foi o de executar um Black
Metal primitivo e visceral, forjado nos
o nosso, o preço dos equipamentos lá
anos 80.
fora é bem mais em conta, então é fácil
Sim, é verdade que o RJ sempre teve
você ter um backline de ponta a
tradição em revelar bandas com essa
disposição, sem contar que os técnicos
pegada oitentista, mas em sua maioria
de som dos pubs onde tocamos, sem
são bandas de Death e Thrash Metal,
exceção, eram extremamente
quando surgimos nenhuma banda de
profissionais, fazíamos um sound check
Black Metal tocava esse estilo, tocavam
antes do show e na hora de tocar o som
Black Metal do início dos anos 90 na
estava sempre perfeito, os promotores,
linha norueguesa ou Black Metal da
com exceção de um show na Polônia,
segunda metade dos anos 90.
cumpriram o combinado e muitas vezes
até mais do que o combinado, é 05- Você Inkubus está envolvido com
realmente outra cultura. outras bandas e projetos como Kvlto,
Embalsamado, Hellokommander,
16
 ENTREVISTA - IMPERADOR BELIAL

Into the Cave. Como é compor e
integrar projetos e bandas distintas e que uma banda deve ter para
manter o foco criativo para cada
uma delas? Há uma espécie de
fórmula? Você ainda aceitaria o
convite de tocar em mais bandas e
projetos além dessas?
-Atualmente não faço mais parte do
Into The Cave, e Kvlto e
Hellkommander estão hibernando,
Embalsamado acaba de lançar seu
primeiro full lenght em mídia física e
tão cedo não devemos gravar algo
novo, então agora sobra tempo para
por em prática um novo projeto
chamado Inkubus, onde vou gravar
baixo e voz, e contarei com músicos
convidados para gravar guitarra e
bateria.
Será um Black/Thrash 'n' Roll com
influências de Bulldozer, Motörhead,
Bathory, Sodom, Darkthrone, Aura
Noir e Robert Johnson. Espero ainda
em 2020 gravar algo para mostrar aos
reais hellbangers.
06- Desde sempre você tem dado
suporte para a Ripping Death Book
Agency do Fabiano do Sodomizer.
Recentemente cogitou-se a criação
da Dark Triping Agency, sua própria virá a maior parte da receita da turnê,
agência para organização de turnês. lembre-se de que você estará vendendo
Como você está amadurecendo as
ideias e desenvolvendo os contatos
para isso?
-Com a experiência adquirida na
Ripping Death e com a logística das
nossas turnês no continente europeu,
resolvi criar a Dark Trip Booking, com bêbado e capengando todas as noites,
a missão de levar bandas brasileiras
para a Europa com segurança,
oferecendo um preço justo, condizente público europeu é muito exigente, se a
com a realidade financeira do nosso
país.
Já estou conversando com algumas
bandas que me procuraram, porém a
pandemia novamente atrasou alguns
planos. Em breve espero poder
anunciar as turnês que já estão sendo despesas, mas foi um investimento que
planejadas. E se você que está lendo
essa entrevista tem banda e deseja
tocar na Europa, mas acha que é um
sonho distante, entre em contato que
vamos conversar e viabilizar isso da
melhor forma possível.
07- Como um cara que está inserido quando retornamos esse ano, tocamos
nesse contexto de produção de
eventos, do lado mais digamos
buracrático dos negócios no
underground, quais são as premissas
alavancar sua carreira tanto no
Brasil como no exterior? Há um
retorno real nesse contexto ou a
maioria das bandas acabam
custeando o sonho de uma turnê com
o próprio bolso?
-Essa é uma resposta longa hehe.
Vamos lá, em primeiro lugar você tem
que ter um material de qualidade, um
álbum bem gravado, bem mixado e
masterizado, não precisa ter a
produção do Dream Theater, afinal o
Black e Death Metal que a gente curte
é sujo, mas tem que, dentro das
características do estilo, ter uma
produção condizente. Europa é mar de
tubarões, tem bandas do mundo todo
tocando lá todos os dias, então pra
conseguir marcar os shows, seu
material tem que ter qualidade.
Ter um clipe também ajuda, mas não é
um fator determinante.
A banda também deve investir em
produção de merchan, como
camisetas, pins, patches, material
fonográfico (CDs, LPs) pois é daí que
seu material em euro, uma moeda
muito mais valorizada que a nossa.
A banda também precisa também ter
um bom show, estar bem ensaiada e
entrosada, turnê não é sobre tocar
boa parte da renda de uma banda na
estrada vem da venda de merchan e o
banda fizer um show ruim, eles não
vão comprar o seu material.
Quanto ao retorno, vou ser sincero
com você, na primeira turnê o retorno
financeiro na estrada (cachê + venda de
merchan) não cobriu todas as nossas
fizemos, pois através dessa primeira
turnê fiz contatos que culminaram com
o lançamento do Curse of Belial em
dois formatos diferentes na Europa,
gerando um maior reconhecimento do
Imperador Belial naquele território e
em eventos com mais público e em
locais maiores, vendemos muito mais
merchan que na primeira vez e
conseguimos cachês e condições
melhores, então retorno financeiro é
possível mas se você não tem nada
lançado por lá, tenha em mente que
você vai pra investir em ter um
reconhecimento e visibilidade, sem
contar que é uma puta experiência!
08- Voltando ao Imperador Belial,
quais são os planos da banda para o
pós pandemia? Voltar aos palcos?
Gravar algo novo?
-Vamos terminar de gravar e lançar o
Daemonolatry no máximo até o início
de 2021, e assim que for possível
vamos remarcar os shows que
cancelamos, e provavelmente faremos
um novo giro no Nordeste.
Paralelamente estamos compondo um
novo full lenght que terá 9 músicas e
será lançado antes da nossa próxima
turnê europeia que ocorrerá em 2022,
se o mundo não acabar até lá hahaha.
09- O que você tem ouvido de
bandas nacionais novas que gostaria
de indicar e destacar para nossos
leitores?
-Não tenho ouvido muito as bandas
novas, só quando algum amigo me
indica, por falta de tempo mesmo, mas
algumas que tenho curtido são Cult of
Horror, Satan Worship, Cemitério,
Hellish Grave, The Black Spade,
Pombajira, Evilcult, Infected Sphere e
trabalhos atuais de bandas antigas
como Vulcano, Mystifier, Amen
Corner, Dark Paramount, Vultos
Vocíferos, Devilish, Impurity.
10- Muito obrigado R. Inkubus por
atender ao chamado do Akkeldama
Zine. O espaço é livre para você
concluir como quiser!
-Eu agradeço demais pelo espaço
cedido, em breve quando a pandemia
passar espero encontrar você e os reais
hellbangers na estrada para tomarmos
uma gelada e bater cabeça ao som do
mais puro Metal Negro da Morte!
Enquanto isso se cuidem, nos vemos
no Inferno!!
Sex, Drinks & Metallllllllllllllll

17
 ENTREVISTA - LARVAE
O duo Larvae é composto pela italiana Lucilia Sericata (Ex- Lurking Terror, Guitarra e Vocal) e o baixista
romeno Disgusting Dennis. Eles praticam um Death Metal repleto de podridão, obscuridade e sentimentos
psicóticos. Sua música é suja, pesada, com levadas cadenciadas, resultando em um misto de Death Doom
forjado na antiga tradição das demo tapes do velho Death Metal. Com a demo-tape de estreia ‘’4 track
Promo 2020'’, o duo segue pervertendo nossos ouvidos e mentes com hinos do mais fétido e insidioso Metal
da Morte!!!
Com a palavra, Lucilia Sericata, a cavernosa e horripilante voz por trás do Larvae!

01- Death Metal horrível, aparecerá em capa verde. Eu sinto

psicótico, doentio e sombrio das
sepulturas podres profundas !!!
Essa é a sensação que a música
do Larvae me passa!
De onde vem a inspiração para
compor Death Metal na antiga
veia com tantos sentimentos
obscuros?
-Olá maníaco, muito
obrigado por esta
entrevista. Os
sentimentos obscuros
que eu queria
transmitir com
Larvae estão em
minha pessoa desde
quase sempre. Quase
morri aos 4 anos, vi
minhas entranhas
apodrecendo e a dor,
os detalhes daqueles
7 meses de agonia
excruciante ainda
estão vívidos em
minha mente. Eu vi a
morte, vi cadáveres,
senti o cheiro de cadáveres podres quando tinha 7 anos. A
Itália era um lugar selvagem para se viver (eu sou italiana,
só me mudei para Bucareste para encontrar a sorte há 3
anos). Vivi situações que provavelmente nenhuma criança
deveria viver, mas o mecanismo de enfrentamento que meu
cérebro desenvolveu em relação à morte era
surpreendentemente incrível. Eu me tornei uma obcecada
pela morte, quando eu tinha 13 anos comecei a adorar o
Death Metal, e depois de 16 anos, eu ainda adoro isso.
Então, o Larvae é o meu fluxo de pensamentos mórbidos
com uma trilha sonora tocando ao fundo. Suponho que o
sucesso desta fita (e ainda estou meio em choque com isso)
vem da autenticidade absoluta de meus pensamentos e
sentimentos. Mais pessoas deveriam abordar a música
acreditando de verdade nas merdas que dizem, não apenas
para segurar um instrumento e abrir um show. Foda-se, esse
definitivamente não é o meu estilo e nunca será!
02- A promo tape 2020 é uma obra-prima absoluta do
gênero em 2020. Foi lançada pela gravadora norte-
americana Stygian Black Hand no clássico formato de
fita. Tem alguma probabilidade de lançar isso em um
formato MCD com algum bônus?
-Obrigado por suas palavras. Nós produzimos por conta
própria 150 fitas no total nas três cores nojentas, então
Stygian fez a primeira impressão americana no formato
Amarelo, e essas 100 cópias se esgotaram em pouco tempo.
Em breve uma segunda imprensa americana do lado deles
que o som e a essência do Larvae,
podre e mórbida, são mais válidos
em fitas ou formatos 7 EP ''.
Agora, mais duas canções
mórbidas estão prestes a surgir da
sepultura e talvez, no futuro, um
formato de CD (extremamente
limitado) possa ser levado em
consideração com
a demo e o EP.
03- Lucilia, antes
de formar o
Larvae, você
tocava na banda
italiana Lurking
Terror. Conte-nos
sobre essa
experiência e
quais coisas você
gravou com eles?
-Sim, enquanto eu
ainda estava em
Roma, Itália, fui
convidado para ser
o vocalista do
Lurking Terror. Lançamos uma demo produzida por nós
mesmos em 2016 chamada ‘’ Defeaning Void ’’ e fizemos
uma separação em 2017 com os maníacos Morbus Grave
chamada ‘’ Omega Doom ’’. Tínhamos atitudes e
antecedentes diferentes, e se no início eram bons para as
influências na música, depois de um tempo prevaleceram as
PESSOAIS. Então cada um de nós foi no seu caminho, acho
que é o melhor a fazer nestes casos.
04- O Larvae é uma banda bem nova. Vocês já tiveram a
oportunidade de tocar ao vivo? Sendo uma dupla, o
Larvae tem algum músico convidado para tocar em
shows?
-Na verdade não. Essa merda de pandemia afetou os shows
e festivais em todo o mundo. Então, obviamente, não
podíamos ainda tocar ao vivo, mas o período foi bom para
espalhar as fitas infectadas do Larvae pelo mundo. Já tenho
uma ideia clara de como quero que a experiência ao vivo do
Larvae seja. Com certeza a música mórbida precisa de sua
própria atmosfera nojenta. E sim, eu manteria o Larvae
como uma dupla, eventualmente é possível obter um som
podre e minimalista mesmo em dois.
05- Como você vê o renascimento do Death Metal
clássico com muitas bandas jovens tocando no jeito
tradicional do estilo, como final dos anos 80 e início dos
90? Você pode citar algumas novas bandas de Death
Metal que você gosta?

18
 ENTREVISTA - LARVAE

-Eu pessoalmente vejo isso como algo absolutamente notável que ainda vive hoje. Eu amo Lori Bravo, Nuclear
incrível. Ver muitos jovens maníacos mantendo o velho Death são doenças mentais e morbidez colocadas na
espírito vivo é algo notável. Na verdade, 2019 e 2020 música. Derketa, Mythic, Achrosticon, Thorr’s Hammer...
foram realmente produtivos, falando de Death Metal podre.
Eu quero mencionar Molder, Caustic Wound ‘’Death 08- O Larvae tem muitos contatos aqui no Brasil e na
Posture’’, Internal Rot ‘’Lieving Birth’’, Fleshrot ‘’DemoAmérica do Sul? Quero com essa entrevista que o
2020'’ e eu tambén quero dar um grande grito sobre o número de seguidores dobre !!! De quais bandas você
Goregrind com Fibrodysplasia ‘’Mental Tumor’’ demo, gosta do Brasil e do resto da América do Sul?
Killer Australian 2019 -Sim, eu conheço
shit. maníacos sul-americanos.
Eu cresci com o Eu adoro festejar com
Goregrind também. eles, conheço muitos
deles morando em Milão,
06- Lucilia, você pode e cada vez que nos
citar para nós seus 5 encontrávamos era um
álbuns de Death Metal inferno total. Sinto muita
favoritos de todos os saudades deles. E eu
tempos? conheço alguns maníacos
-Autopsy – Mental genuínos do Brasil, Peru,
Funeral (tatuado nas Colômbia, Chile ... Todos
minhas costas), Nuclear eles se infectaram com a
Death – Bride of the doença do Larvae
Insect (tatuado em meu também. Espero que um
ombro), Goatlord – dia possamos
Reflections of the compartilhar a porra de
Solstice (Eu tenho o feio uma festa! Bem, eu tenho
e belo bode do Goatlord toneladas e toneladas de
tatuado em minha bandas que amo.
perna), Necro Schizma – Erupted Evil (demo), Delirium – Sarcófago, Holocausto, Sextrash, Mutilator, Chakal, Grave
Zzooouhh. Desecrator, Mystifier, tenho vontade de contar que também
gosto de algum Heavy Metal brasileiro como Stress,
07- A presença feminina no underground é uma coisa Shock, Rock da Mortalha (praticamente um Black Sabbath
que no passado despertava preconceitos idiotas, brasileiro) e muitos mais ... América do Sul em geral. ,
estúpidos. Antigamente tivemos grandes bandas Adoro a porra do barulho infernal colombiano como
femininas como Derketa, Mythic, Purulence (Grindcore Parabellum, Reencarnaccion, Blasfemia, Nekromantie,
do Brasil), e algumas bandas com vocalistas femininas Masacre, Herpes… aquele barulho é o som puro do ódio e
como Lullaby, Demonic Christ, Opera IX ou Darkened rebelião pra mim, porra!
Nocturn Slaughtercult. O que você pode falar sobre a
presença feminina no underground? Você pode 09- O que podemos esperar para o futuro do Larvae?
mencionar algumas bandas femininas ou artistas que Algumas coisas novas estão surgindo no caminho? Você
você aprecia? pode adiantar algumas informações para nós?
-Eu amo Purulence e Excruciation do Brasil, em se falando -Sim, como mencionei antes, mais duas músicas estão
de Death Metal feminino. Eu realmente não tenho uma prontas. Eu componho tudo usando minha cabeça. Às
posição sobre o tópico ‘’ vezes eu simplesmente paro ou acordo durante a noite e
mulheres no Death Metal sinto a necessidade de tornar real o que se passa em meu
’’ ... Eu sempre fiz o que cérebro. Eu não consigo parar. Tudo o que posso dizer é
um homem faria. que vai ser doentio e sangrento, mal posso esperar que
Compre mercadorias, vá todos vocês ouçam.
a shows, toque, fique
bêbada e acabada 10- Você pode nos contar sobre sua cena local? Como é
haha…. Então, eu nunca o underground na Romênia? Tem espaço para o Death
senti essa Metal aí?
"discriminação" de que -Como disse, sou italiana. Aqui na Romênia, percebi que
muitas mulheres afirmam não há realmente uma cena, é basicamente um bando de
ser vítimas. Se elas aspirantes a rockstars dizendo que os outros são rockstars.
apenas gastassem mais Isso não pertence a mim.
tempo fazendo as coisas
mencionadas antes, sua 11- Muito obrigado por responder esta entrevista para
vida seria muito mais Akkeldama Zine minha irmã Lucilia! Muita sorte com
fácil. Na verdade, as as larvas. O espaço é seu:
mulheres REAIS do -Obrigada por esta oportunidade. Saúdo todos os maníacos
Metal são aquelas que aí!!!!! Felicidades!!
ainda veneramos e que Contatos: larvaedeathdoom@gmail.com
criaram uma música tão

19
 ENTREVISTA - MÖRK GRYNING
Donos de uma discografia
sólida e uma história
encravada na consolidação da
segunda geração do Black
Metal sueco, o Mörk Gryning
chega à 2020 com um novo
álbum que será lançado em
Outubro pela gravadora
francesa Season of Mist.
Batemos um papo com a
banda sobre o passado, o novo
álbum e as atuais conjunturas
da cena.
01- Saudações ao poderoso antigo
culto sueco Mörk Gryning!
A banda anunciou um novo álbum
que será lançado em breve através
do selo francês Season of Mist
Records. Para quantos álbuns é o
negócio? Dê-nos algumas
informações antecipadas sobre
direção musical, conceito lírico,
produção, arte da capa, etc ...
É um álbum para começar. Estamos
muito felizes com o trabalho deles
até agora, eles nos incentivam a
fazer o nosso melhor. Em termos de
música, nós nos esforçamos para
alcançar o frescor de nossos álbuns
anteriores. As músicas foram
escritas durante um período curto e
intenso que acho que ajudou nisso.
Estamos extremamente satisfeitos
com o resultado. Em termos de
letras, tem tópicos diferentes,
embora eu prefira não falar muito
sobre isso. É bom deixar algumas
coisas para a imaginação. Mas
posso dizer que o conceito geral do
álbum está condenado ....
02- A banda encerrou as
atividades em 2005 devido a
algum desinteresse pela cena. Eu
acho a primeira década do novo
milênio muito chata para a cena
Metal underground extrema com
muitas bandas clássicas mudando
seu estilo original. Mas, depois de
2010, podemos ver um renascimento
do velho espírito com o
aparecimento de bandas, zines e
gravadoras que fazem homenagem
aos velhos tempos. Esse
renascimento na última década do
Metal em geral foi o combustível
para Mörk Gryining voltar à cena?
-Não sei, é mais um movimento
circular pessoal que me levou de volta
ao Mörk Gryning. O espírito dessa
banda tem me puxado de vez em
quando e agora era muito forte para
resistir. Já faz muito tempo desde que
começamos, mas quando estou no
palco tocando essas músicas, me sinto
exatamente da mesma maneira.
03- Eu escutei um teaser do novo
álbum no canal oficial da Season of
Mist e isso soa absolutamente na
velha tradição sueca do Black Metal 05- ‘’ Hinsids Vred ’’ será lançado
dos anos 90! A banda sente falta de
compor e escrever canções no estilo
antigo?
-Com cada álbum, tentamos abrir
novos caminhos e criar algo novo.
Desta vez, em vez disso, queríamos
nos concentrar no que o Mörk
Gryning realmente é e trabalhar dentro
dessa caixa. Embora eu ame todos os
nossos álbuns, às vezes eles soam um
pouco sobrecarregados. Queríamos
voltar ao sentimento direto e cru de
nossos primeiros dias.
04- Como você compara a evolução
do processo de composição da
banda dos primeiros anos para os
dias de hoje com as novas
tecnologias em estúdio? Como isso
20
influencia na música de
Mörk Gryning?
-Quando gravamos nosso
primeiro álbum, um estúdio
não significava muito mais
para nós do que configurar
alguns microfones e apertar
o REC. É claro que isso
mudou com o tempo, com
"Pieces of Primal
Expressionism" e o clímax
em que passamos 6 semanas
com dois produtores. É claro
que houve muito mais
trabalho de estúdio em "Hinsides
Vrede" do que em "Tusen år har gått",
mas também foi algo bastante
semelhante. Gravamos nosso material
bem rápido e então Sverker Widgren
(produtor) fez sua mágica.
em 23 de outubro.
Infelizmente, os fãs da
banda não podem ver
o show no palco tão
cedo por causa da
porra dessa pandemia.
Como a banda vai
trabalhar divulgação,
merchandising? Você
planeja voltar aos
shows em 2021 o mais
rápido possível?
-Ainda esperamos que
nossa festa de
lançamento aconteça e
também um show na
Bélgica, mas bem ...
Vamos ver o que
acontece. Voltaremos a
tocar o mais rápido
possível, mas no
momento não podemos
fazer planos.
06- Mörk Gryning é uma banda da
segunda onda do Black Metal sueco
do início dos anos 90.
Conte-nos sobre suas memórias
daquela época ... bandas, zines, selos
que você teve uma boa amizade
naquela gloriosa época
underground:
-Foram tempos ótimos. Todo mundo
estava em uma banda, fazia um zine,
dirigia uma gravadora ou tudo ao
mesmo tempo. E havia muitos shows
por aí com bandas emocionantes. Era
tudo Do It Yourself, ninguém sabia
como as coisas deveriam ser feitas,
então todo mundo criou suas próprias
coisas.
 ENTREVISTA - MÖRK GRYNING

eram bandas locais que recebíamos

fitas demo, depois bandas maiores
como Marduk, Dissection,
Unanimated, bem como bandas
estrangeiras como Tormentor, Rotting
Christ, Mayhem etc. Logo também
bandas de Metal antigo se tornaram
uma influência como Running Wild
ou Iron Maiden.
Em "Return Fire" voltamos aos nossos
Trocar tapes com pessoas do mundo
velhos heróis como Kreator e Slayer e
inteiro também era algo muito legal.
com "Maelstrom Chaos" a música
clássica teve uma forte influência.
07- Acho que a música do Mörk
Então sempre evoluímos. Hoje eu não 10- O que você pode falar sobre a
Gryning é uma mistura de excelente
diria que nenhuma banda em atual cena sueca de Death Black
técnica, sentimento, execução
particular nos influenciou, nós Metal hoje em dia? Eu tenho visto
musical muito boa, mas ainda
conhecemos o estilo e essa é o muitas coisas boas vindo daí nos
mantendo a atmosfera de ódio,
caldeirão com o qual procuramos últimos anos. Você pode citar
maldade, escuridão e ocultismo !!!
trabalhar. algumas bandas novas que estão
Quais as principais influências do
Mörk Gryning? Vocês ouvem outros chamando sua atenção na Suécia
08- Alguns fãs têm uma atitude agora?
gêneros musicais além do Metal?
tacanha de curtir e ouvir apenas os -Desculpe, não tenho ideia do que está
Obrigado. Sentimos que é importante
2 primeiros discos de algumas acontecendo! Eu me concentro no que
fazer música dinâmica com diferentes
bandas. O que você pode dizer aos faço, é isso.
elementos, caso contrário, isso nos
fãs mais ‘’ Die-Hard ’’ sobre eles
aborrece. As influências variaram
darem uma chance para a 11- Akkeldama Zine agradece por
muito ao longo dos anos. No início,
discografia completa do Mörk responder a esta entrevista. É uma
Gryning e especialmente ao novo honra para nós !!!
álbum ‘’ Hinsides Vred ’’? O espaço é seu para terminar como
-As pessoas ouvem e dizem o que quiser:
querem, você não pode mudar isso. -Agradeço também! Foi um prazer.
Tudo o que você pode fazer é se Cuide-se e espero te ver um dia!
concentrar em si mesmo e em sua arte. Hoje lançamos nossa primeira música
Eu acredito firmemente que a maioria nova: "Fältherren". Confira nossa
dos fãs de nossos primeiros dias página no Facebook e você encontrará
apreciarão "Hinsides Vrede". o link. Vamos postar algumas músicas
novas antes do álbum ser lançado.
09- Estou falando do Brasil com Fique ligado!!!
você agora. O que você sabe sobre a
história do Metal brasileiro? Tem
muitos contatos aqui? Você tem
visto alguma banda brasileira
tocando em seu país às vezes?
Eu sei muito pouco, infelizmente, mas
adoraria ir lá e experimentar o país e a
música. Só vi o Sepultura, na turnê
"Arise". Isso foi muito foda ...

shop.seasonofmist.com

21
 ENTREVISTA - SHAYTAN

Formada em 2015 na cidade de Mogi das Cruzes-SP, o

Shaytan conta com músicos experientes na cena e
segue divulgando seu EP de estréia ‘’Ancient
Shadows’’, enquanto prepara o novo material.
Se você curte Black Metal bem tocado, cheio de
variações, rápido, na veia de clássicos como o velho Dark Funeral e Setherial, o Shaytan irá agradar em cheio aos seus
ouvidos.
Falamos com o vocalista Dan Blasphemoon que nos traçou toda a trajetória da banda:

01- Saudações Dan Blasphemoon. É
uma honra para o Akkeldama Zine
ter o Shaytan em suas páginas. Nos
faça uma breve introdução sobre a
história da banda e os principais
motivos que o levaram a reunir
músicos para formar uma banda de
Black Metal:
-Saudações ! Pra mim é uma honra
também ter espaço no Akkeldama Zine!
A idéia de formar o Shaytan vem desde
meados de 2002, na época não
encontrava músicos que tivessem o
mesmo objetivo musical, de fazer Black
Dan Blasphemoon (Vocal)
Metal. Então fui passando por algumas
bandas de Death Metal e ganhando
mais experiência musical. Em 2011 saí
de uma banda na qual eu fiquei por
quase 7 anos e resolvi retomar esse
projeto junto ao meu irmão Diego na
época, mas não deu certo... Passei
novamente por outras bandas como O
Calvary Death de MG, mas essa
infelizmente foi obrigada a encerrar
suas atividades por motivos legais entre
outros problemas. Então voltei para SP
e consegui em 2015 finalmente
encontrar as pessoas certas, e que estão
até hoje comigo. Eu sempre quis ter
uma banda de Black Metal, pois é
onde eu me enquadro, meus ideais e
a musicalidade é mais natural para
mim.
02- A banda é relativamente nova,
mas você já possui experiência de
estúdio e palco em bandas
pretéritas com o Nervo Chaos. No
Shaytan você conseguiu exprimir
com satisfação seus anseios como
músico e artista, encontrando seu
estilo ou você consegue incorporar
abordagens diferentes para criar
em outros estilos do Metal
também?
-Sim, formei o Shaytan em 2015,
mas sou vocalista desde meus 16/17
anos, e isso foi muito bom para
adquirir experiência como músico.
Como citei anteriormente, passei por
várias bandas, mas nunca consegui
expressar claramente meus ideais e
fazer totalmente o som que curto,
sempre coloquei minha influência
ideológica e musical em todas as
bandas que passei, acho importante ter
identidade e sempre pôr sua marca no
que faz. Música é a linguagem da alma,
você a sente e passa para o instrumento
de forma intensa! Hoje no Shaytan eu
posso dizer que realmente me encontrei
e estou satisfeito com o trabalho que
está sendo feito. É feito por todos nós,
nossa música tem um pouco de todos os
integrantes, e todos tem liberdade total
de criar. Isso faz um trabalho ser
autêntico.
03- A banda possui um single e um
EP «Ancient Shadows» de 2017
(excelente por sinal). Nos conte sobre
a concepção lírica desse álbum. Pela
capa parece haver algo relacionado
com a antiga Mitologia Suméria...
-Sim, o single lançamos só digital para
mostrar o que estava por vir. E o EP
Ancient Shadows veio na sequência.
Foi muito bem recebido pelos
cultuadores da arte obscura. Sobre a
concepção, eu estudo mitologia há
muitos anos e a mitologia Suméria é
uma de minhas preferidas. Então achei
o melhor focar as letras do Shaytan
(Satã em árabe) nessa Mitologia, uma
vez que é um assunto não tão abordado
pelas bandas brasileiras, assim trazer
letras com um conteúdo que desperte a
curiosidade de quem lê o encarte em
pesquisar sobre o assunto também.
Na capa é a ilustração de Ugallu, uma
criatura mítica, um dos onze monstros
criado por Tiamat, na epopéia da
criação "Enûma Elish".

22

-04- A banda possui um vídeo oficial
muito bem construído para a faixa
‘’Dark Mistress of Death’’, com
paisagens noturnas, floresta, sangue e
uma ótima performance de todos
executando a música.
Nos conte detalhes sobre a produção,
os takes de filmagem, participações
etc... Hoje na era digital um vídeo
oficial seria uma das mais oportunas
portas de entrada para uma banda
iniciante na cena mundial?
-Cara, a gente curtiu demais fazer esse
vídeo, isso com certeza abre muitas
portas para a banda. O vídeo foi gravado
e editado por uma produtora aqui de
Mogi das Cruzes-SP mesmo, a Aesthetic
Conteúdo Áudio Visual. Essa música fala
de um demônio Sumério chamada
Lamashtu, ela é a filha amaldiçoada do
deus Anu. Na Mitologia diz que
por onde ela passa, a vegetação
morre, os rios secam, os homens
perdem a força em sua presença,
além disso, ela se alimenta de
sangue e ossos humanos, por isso
no clipe as oferendas de ossos e
sangue a ela. Eu fiz o roteiro e toda
a parafernália usada como tochas,
consegui o sangue, ossos
etc...minha esposa Aretusa
interpretou a Lamashtu. A parte
interna foi gravada no centro
cultural de Mogi das Cruzes, e as
cenas externas num local da cidade
que conhecíamos. Foi uma
experiência e tanto, pois nunca
tinha gravado um vídeo clipe antes,
e logo de cara poder gravar
conseguindo por as minhas
influências...foi demais.
Indico o trabalho da Aesthetic
Conteúdo Áudio Visual a todos que
querem fazer um vídeo. E foi muito
positiva a resposta sobre o clipe,
principalmente do exterior.
05- O Shaytan também já teve a
oportunidade de levar sua música ao
vivo em alguns eventos. Nos conte um
pouco sobre como é uma apresentação
da banda ao vivo. Nesse momento
crítico em que os eventos estão
paralisados devido a pandemia, a
banda já cogitou gravar um ensaio ou
mesmo uma espécie de live, como
outras bandas o estão fazendo?
Como o Shaytan estuda um retorno aos lançar material novo da banda?
palcos, talvez para o ano de 2021?
-Tocar ao vivo é a melhor parte p toda
Banda. A gente ensaia forte para tocar o vamos dizer assim. Precisávamos de um
melhor possível sempre ao vivo, e show
tem que ser intenso né? No palco há uma resolvemos lançar o EP Ancient Shadows, Facebook.com/shaytanmetal
transformação incrível, onde vem à
cabeça toda a energia do som e das letras trabalho. Um selo no México "Alexia
que estão sendo executadas, então o bicho Records" lançou nosso EP lá também.
pega! Por enquanto não cogitamos a
ENTREVISTA - SHAYTAN
possibilidade de fazer lives ou coisas do por enquanto, assim que finalizarmos as
tipo, estamos usando esse tempo para gravações do Full Length seria
compor, já que paralisamos as gravações interessante uma parceria de selo ou
do nosso Full Length. Queremos voltar mesmo uma gravadora para a distribuição
aos palcos em 2021 sim, mas ainda nada do material.
confirmado. Quem quiser nos chamar
entre em contato para negociações. 08- Por falar em material novo, o que
podemos aguardar em termos de um
06- Vocês vem de uma região com uma próximo lançamento da banda?
cena lendária e bandas clássicas como Poderia nos adiantar algo nesse
o Mythological Cold Towers, Templum, sentido?
Berzabum, etc...como é a relação de -Estamos gravando, tivemos que dar um
vocês com o cenário paulistano e a tempo por conta da pandemia. Mas o
região metropolitana da capital? novo material virá com 10 faixas inéditas
-É meu, aqui é como chamamos Mogi das e alguns bônus. Adianto a você que o
cruzes invertidas hahahaha, Os caras do material seguirá a qualidade de produção
Templum e Mythological Cold Towers do EP, vem muita brutalidade e
moram perto da minha casa, são super obscurantismo no Full Length, aguarde,
gente boa além de talentosos. Estou esse ano acho inviável, mas 2021 será
desenvolvendo a idéia de tocar bateria no promissor.
09- Nos diga o que o Shaytan teria
disponível em termos de
merchandise para os interessados
em adquirir. Pode deixar os
contatos para quem se interessar.
-Agora temos poucas camisetas e
também poucos CDs, mas quem
quiser adquirir é só entrar em contato
através de nossa página do Facebook,
mas sempre estamos atualizando o
estoque, caso não tenhamos no
momento em que a pessoa pedir,
assim que fizermos material novo
avisamos.
Facebook.com/shaytanblackmetal
10- Agradeço imensamente a
participação da banda no
Akkeldama Zine, desejo sorte em
todos os caminhos do Shaytan. O
Templum ano que vem talvez. Conheço a espeço é livre para finalizar da
maioria do pessoal das outras bandas, maneira que quiser:
umas tenho mais amizade, como o -Nós que agradecemos o espaço aqui no
Malediction, Shadows Hell, Luxúria de Akkeldama Zine! O trabalho que você faz
Lilith, dessa última gravamos uma faixa é muito importante para o underground
deles para entrar num tributo que será nacional! Como considerações finais
lançado em breve. No geral nos damos gostaria de agradecer a todos que nos
bem com todos. E a galera que nos apoiam, indo aos shows, comprando
assistiu ao vivo curtiu muito também. nosso material e nos divulgando na
internet, valeu mesmo! Valorizem o Metal
07- Até então o material da banda tem nacional, pois somos fortes e temos
sido lançado de forma independente. É bandas tão boas quanto as de fora, nosso
talvez uma maneira de se ter mais underground pode ser cada vez mais
controle sobre o que envolve o nome forte, basta nos unir e nos apoiar. Vamos
Shaytan? Chegaram a enviar ou espalhar o Metal brasileiro por todas as
receber propostas de algum selo para partes e valorizem as bandas brasileiras,
juntos somos mais fortes!
-Lançar de forma independente foi uma Deixo aqui os contatos e redes sociais
maneira do Shaytan "mostrar a cara" para quem interessar, mais uma vez
obrigado pelo espaço! Hail Shaytan
material para divulgar a banda, então 666!!!!!!!
e fazer uma divulgação maior do nosso Instagram.com/shaytanmetal
Shaytan.bandcamp.com
YouTube.com/shaytanblackmetal
Mas aqui no Brasil ninguém se interessou Também estamos no Spotify
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 ENTREVISTA - SOULBURN

Podemos dizer sem medo de errar que a história do mentor do Soulburn, Eric Daniels, está diretamente ligada ao
pioneirismo Death Metal na Holanda, país que legou grandes nomes, uns mais conhecidos, outros imersos no
underground. Antes dele montar a máquina mortal que é o Soulburn ele foi guitarrista da fase clássica do Asphyx,
estreando na banda em 1989 com a gravação da lendária DT ‘’Crushing the Cenotaph’’.
O Soulburn gravou seu debut, o hoje cultuado e clássico álbum ‘’Feeding on Angels’’ em 1998, através da gravadora
Century Media, casa do grupo até os dias atuais.
Às vésperas de lançar um novo álbum, Eric Daniels tirou um tempo entre o intervalo de gravação e produção para
bater um papo com o Akkeldama Zine.

01- Salve Eric Daniels! O major Century Media

Soulburn está agora neste desde a estreia da obra-
ano pandêmico gravando prima ‘’ Feeding on
um novo álbum! Você pode Angels ’’. O novo álbum
nos adiantar algo sobre toda também está chegando
a concepção desse novo através deles? Como está
material? o suporte para divulgação,
-Salve o Brasil e o zine imprensa e mídia virtual
Akkeldama !! Acabamos de em uma grande
terminar a mixagem final do gravadora?
novo álbum. Muito satisfeito Sim, o novo álbum será
e feliz com o resultado. John lançado pela Century Media
Bart van de Wal Records (CM) na
(Dool) fez a sexta-feira, 13 de
mixagem principal e novembro de 2020.
nos deu uma arte Temos um bom
incrível de um entendimento com a
Death Metal CM, uma boa
enegrecido administração e eles
atmosférico. nos protegeram muito
Na verdade, esse bem para fazer o novo
termo e definição álbum. Nesta etapa do
musical é melhor ... novo álbum temos
Dark Metal! contato quase diário
O álbum foi gravado para todas as
em 3 estúdios informações que
diferentes, guitarras desejam e nos pedem.
e bateria, baixo e Eles fazem um
voz. Mas John Bart trabalho muito bom
fez um excelente para nós e com
trabalho ao certeza estamos muito
combinar tudo isso. felizes com a CM. Na
Trabalhamos no Black, Death, Doom, etc? verdade, desde o meu
novo álbum por 1 ano e meio atrás, -Bem, claro que Bathory é nossa começo no Asphyx, todos os álbuns
quando as primeiras músicas foram principal influência, a atmosfera que toquei foram lançados pela
compostas. As músicas estão ainda sombria que Quorthon criou em seus Century Media, então ao longo dos
mais sombrias do que antes! E sim, discos ainda tem um grande impacto anos me sinto confortável com eles.
essa pandemia de merda que domina o sobre nós. Mas também influências dos
mundo agora, foi um bom começo para antigos mestres, Venom, Celtic Frost 04- Infelizmente essa pandemia de
gravar o novo álbum. No entanto, não ainda são perceptíveis no novo álbum. merda abalou o mundo em 2020. O
Na verdade, com nosso próprio estilo
posso mencionar o título do álbum e os Soulburn teve muitos shows
Doom. A combinação perfeita de como
títulos das faixas ainda, pois ainda está cancelados? A banda tirou esse
em fase de promoção por nossa gostamos da nossa música. O novo tempo de quaretena para compor o
gravadora Century Media Records. álbum vai além do próprio Soulburn, novo álbum e criar novas músicas?
irá se surpreender quando você ouvir Como a banda lidou com as questões
02- O último lançamento do os primeiros acordes do álbum. É bem financeiras e monetárias nesta
Soulburn, o 7 "EP '' Carpe Noctem '' old school, mas também com o nosso pandemia?
soa como Black Metal com toque dado dentro da música. -Sim, a partir de março deste ano eles
influências épicas do Bathory em Mas são nossos fãs e seguidores que fecharam todos os festivais e shows em
algumas partes instrumentais como irão descrever o novo álbum quando clubes. Tínhamos shows na agenda
na música do Abyssica. A banda lançado. Para nós é puro, mágico e mas assim como você mencionou,
seguirá essa linha de composição no vem do coração !!! todos encerrados. Isso ainda parece
novo álbum ou será algo mais estranho, gostamos de fazer shows ao
versátil, mistura de estilos, como 03- A banda faz parte do cast da vivo. Mas bem, espero que isso se

24

resolva logo. Acredito que, enquanto
não houver vacina, continuará a ser
uma merda na Terra neste período.
Sim, demoramos para gravar o novo
álbum nesta época pandêmica, porém
as músicas que foram escritas há um
ano e meio, deram forma às canções, e
também foi complicado entrar no
estúdio porque na Holanda eles
determinaram 1,5m de distância. Mas
nós reordenamos o álbum com o
mínimo possível de pessoas presentes,
no máximo 3 pessoas. Foi uma
situação difícil, nunca experimentada
antes. Mas administramos o trabalho
perfeitamente. Ainda temos reservas
financeiras, mas realmente esperamos
que em breve possamos fazer shows
novamente.
05- O que você acha de
alguns Lives
promovidos em canais
de internet ou
streaming? Além disso,
alguns festivais estão
contecendeo no formato
Live Web durante esta
pandemia. Você
acredita que essa é uma
boa maneira de uma
banda promover seu
nome durante esses
tempos críticos de
isolamento?
-Bem, nós ainda estamos
descobrindo como iremos
promover o álbum, além
de toda a promoção que
nossa gravadora Century Media
Records vai dar. Talvez façamos uma
performance tocando o novo álbum na
íntegra em nosso estúdio de ensaio.
Porém, também faremos um videoclipe
oficial promocional de 1 faixa do novo
álbum. Começamos em outubro com
os preparativos. Também teremos um
lyric video. Mas apesar de tudo, o
melhor que queremos é fazer shows ao
vivo, claro.
06- Podemos esperar que o novo
álbum seja lançado em alguns
formatos diferentes como vinil, fita?
E sobre os demais merchandising
oficiais, o que a banda tem
preparado?
A partir deste momento, haverá o novo
álbum em: vinil preto, vinil
transparente magenta (limitado), vinil
transparente verde petróleo (limitado),
cd com o card e cd como caixa de jóia.
Também estamos trabalhando em
novas camisetas e produtos. Então,
Entrevista - Soulburn (Holanda)
sim, estamos nos preparando.
Todas as novidades estarão na página 08- O Brasil tem uma legião de
do nosso bandcamp para vendas. antigos e novos amantes do Death
Metal. No passado você tinha muitos
07- Eric, você é um pioneiro no contatos por meio de cartas daqui?
underground holandês do Death Continua recebendo bons feedbacks
Metal, permanecendo na formação da cena brasileira sobre o trabalho
do poderoso Asphyx desde a clássica do Soulburn? Quais são suas bandas
DT ''Crush the Cenotaph'' em 1989 brasileiras favoritas?
até 2000 no álbum '' On the Wings of Sim, incrível, seu país tem de fato
Inferno ''. Você pode falar sobre a muitos amantes do Metal e o que eu
experiência passada no underground gosto nele, é toda a paixão deles pela
holandês e suas boas lembranças música. É tão bom que nossa música
sobre as bandas em que tocou? seja respeitada em seu país e nos
-Uau, isso vai se tornar uma longa orgulha oferecê-la.
história! Tentarei minimizar a resposta. Sim, na época do underground nós
O período que toquei no Asphyx foi a recebíamos cartas do Brasil também,
melhor época da minha vida, sem falar incrível !! Eu sou honesto, digo que
que as bandas atuais também são estou meior perdido em relação às
inesquecíveis. Mas sim, eu tinha 23 bandas brasileiras. Talvez você possa
me informar? (Nota do
editor: Tente Embalmed
Souls, Sevo, Headhunter
DC, Burial Temple,
Escarnium, Moriendi,
Infected Cells,
Lammashta, Insolitum,
etc.) Com certeza vou
ouvir, estou sempre com
a cabeça aberta para
música do outro lado do
globo !!
09- Conte-nos sobre as
bandas e projetos que
você está envolvido no
momento além do
Soulburn:
anos naquele começo e agora tenho 53 -As bandas em que toco
anos de idade, então sim, muita coisa são, claro, Soulburn e Grand Supreme
mudou, porém meu sentimento e amor Blood Court (com meus velhos amigos
pela guitarra nunca foram embora. Martin e Bob). Não faço projetos, sou a
Também o início da cena underground pessoa que quer tocar em bandas e não
no final dos anos 80 e começo dos 90. como músico de estúdio ou algo assim.
Eu ainda amo tocar e todos os dias toco 2 bandas são o limite, também gosto de
mihha guitarra por cerca de 2 horas. Eu escrever riffs, e mais projetos não
simplesmente gosto disso. caberiam na minha cabeça para dar o
Eu toquei no Asphyx e comecei o meu melhor.
Soulburn em 1996. A maior mudança
nesses anos é como os álbuns são 10- Muito obrigado pela entrevista e
gravados e produzidos, em vez de apoio ao Akkeldama Zine. Se esqueci
grandes fitas no estúdio, quando de perguntar algo importante, fique
cometíamos erros nas músicas, todas as à vontade para explicar nestas
músicas tinham que recomeçar do linhas!
início. Hoje em dia, ver essas técnicas Horns up!
em estúdio é incrível. No entanto, às Hail Soulburn!
vezes sinto falta da atmosfera -Muito obrigado pela entrevista
analógica das fitas antigas. incrível !! Boa sorte Akkeldama Zine,
O underground foi muito especial, eu e ao povo do Brasil eu digo, mantenha-
dou meu respeito a todas as pessoas se saudável, e para os atingidos por
que o mantiveram por várias gerações. esse desastre pandêmico, espero que
O underground foi muito importante você se recupere rápido e aproveite a
para nós, para divulgar nossa música. vida novamente!
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 ENTREVISTA - YOTH IRIA

No dia 30 de Agosto de 2020, uma manhã ensolarada de Domingo, eu estava

em casa diagnosticado com o maldito coronavírus, porém completamente
assintomático. Chamei Jim Mutilator para um bate papo, ele lá da Grécia
respondeu quase de imediato à essa entrevista.
Confesso que fiquei super feliz com a cordialidade, humildade e presteza
dele, um músico lendário, fundador da cena grega de Black Metal e bandas
como o Rotting Christ e Varathron, que sou totalmente fã á quase 30 anos,
desde meus 13, 14 anos de idade.
Hoje Jim Mutilator tem como banda principal o Yoth Iria, ao lado de The
Magus (Necromantia, NAOS, Thou Art Lord, Diabolos Rising etc...) e
também toca baixo na lendária banda Medieval Demon, além de cuidar de
seus negócios com a loja de discos Metal Era, especializada em Rock e
Metal em Atenas.
Com um ótimo EP de estreia lançado pela Repulsive Echo da Grécia e
disponível em versão nacional pela Hammer of Damnation e seu subselo Black Metal Store, a banda segue avante,
compondo novos hinos de Black metal helênico na tradição mística e misteriosa de sempre!
Assinados com a antiga Pagan Records da Polônia para o lançamento do debut álbum, eles ainda irão lançar agora
em outubro um split 7EP com os deuses do Kawir pela Hell`s Fire Records

01- Yoth Iria foi uma grande nova banda, mas demorou muitos anos 04- ‘’ Under His Sway ’’ foi lançado
surpresa vinda das gloriosas terras para que meu sonho se tornasse em vários formatos diferentes (fita,
gregas! Vossa música é uma obra- realidade. vinil, mcd). Conte-nos sobre outras
prima mágica pura com verdadeiras Claro, depois que entrei no estúdio, versões além da versão original
lendas por trás dela. Conte-nos sobre muitas ideias foram aprimoradas lançada pela Repulsive Echoes ao
a repercussão que a banda alcançou principalmente por George Emmanuel e redor do mundo:
ao redor do mundo desde sua The Magus, é claro -Como você disse, há os lançamentos
formação e aparição pública: em vinil e fita da Repulsive Echo
- Em primeiro lugar, obrigado pelo 03- O EP foi lançado quando essa Records, mas ainda há lançamentos em
apoio e suas belas palavras. porra de pandemia começou a CD de Hammer of Damnation para a
Na verdade, a resposta dos fãs ao redor
assolar o mundo. Claro que a banda América do Sul e a edição europeia da
do mundo foi muito boa e de muito planejou tocar ao vivo para Cult Never Dies. Claro que todos os
apoio. Também me sinto muito feliz promover as coisas. Conte-nos sobre lançamentos de CD estão sob
porque muitos irmãos dos anos 80 e 90os shows cancelados. Como estão os permissão Repulsive Echo.
ainda se lembram de nós e ainda planos na Grécia para a volta de
declaram seu apoio. shows e eventos em 2021: 05- Quais são os conceitos líricos,
- Isso é verdade. Estávamos famintos filosóficos e estéticos por trás de
02- ‘’ Under His Sway ’’ foi uma das por turnê pelo mundo promovendo ‘’ Under His Sway ’’?
gravações mais impressionantes e nossa música. Mas esse Covid parou o Conte-nos também sobre a ideia
originais de 2020. Forjado na mundo. principal por trás do nome Yoth Iria:
tradição grega, o EP também traz um Para ser honesto, temos mais tempo - As letras são totalmente influenciadas
som refrescante para o Black Metal para ensaiar e lançar um álbum pelo ocultismo e magia como um modo
de hoje. Você pode explicar que tipo completo, então, depois que esse vírus de vida. Nossa opinião é que tudo ao
de sentimentos, emoções e direção a acabar, as pessoas conhecerão muito nosso redor é mágico e o usamos de
banda queria ter ao compor e gravar mais faixas do Yoth Iria. maneira filosófica. É claro que nosso
essas músicas: Realmente, não tenho ideia de quando moto principal é não ter medo e
- Na verdade essas faixas são meu os shows ao vivo estarão novamente liberdade. Acho que não há nada que
trabalho pessoal em um período de disponíveis na Grécia. Na verdade devemos temer e possa nos colocar para
mais de 10 anos. Foi em meados dos ninguém sabe com certeza! baixo, tudo está apenas em nossa
anos 2000 que decidi começar uma mente.

26

A magia pode nos ajudar a melhorar a
nós mesmos para que possamos criar
um mundo melhor se cada um melhorar sua demo de estreia.
a si mesmo.
Posso descrever o Yoth Iria como Metal juntar à eles, foi um grande prazer para
Magic Freedom!!!
06- A cena grega foi a melhor do
mundo nos anos 90 na minha
opinião! Como está o movimento
Metal atual lá? Você está ouvindo as
novas bandas, vendo novos zines e
selos crescendo em solo grego?
Alguns nomes para mencionar?
-Sim, há muitas bandas novas e antigas
aqui que criam músicas fantásticas.
Além dos deuses antigos como Rotting
Christ, Varathron, Necromantia, Kawir
etc, existem toneladas de novas bandas
que arrasam.
Vamos mencionar algumas bandas
como Empire of the Moon, Synteleia,
Drama Noir, Funeral Storm, Katavasia,
Sorgelig e muito mais.
Eu precisaria de todo o seu zine para
mencionar!!!
07- O fato do Yoth Iria ter em sua
formação dois lendários músicos
gregos da antiga cena garante uma
curiosidade natural pela banda. Mas
para a nova geração quais seriam os
atrativos que você recomendaria
para conhecer e ouvir a banda?
-Para ser honesto, não preciso
recomendar nada sobre o Yoth Iria.
Cada um tem que ouvir por si mesmo e
ver por si mesmo se gosta ou não de
nós.
Nós somos fãs de Metal totalmente
dedicados antes de tudo e apenas nos
consideramos como apenas mais uma
pedra no movimento do Black Metal.
Nada mais nada menos. Somos como
todo mundo por aí!
08- The Magus também está
envolvidos em bandas / projetos
ENTREVISTA - YOTH IRIA
como Necromantia, Thou Art Lord e 11- Obrigado Jim pelo grande apoio!
Principality of Hell. Você agora Toda sorte com o Yoth Iria! Deixe
também está no cult Medieval uma mensagem para os leitores do
Demon. Conte-nos sobre essas Akkeldama Zine e para todos os
antigas colaborações que sempre metalheads brasileiros que estão
existiram na cena Black Metal grega lendo isso agora!
e a tradição de músicos tocando em - Muito obrigado pela ótima entrevista.
2, 3 bandas ao mesmo tempo: Todo respeito a todos os irmãos
-Sim, existe um forte relacionamento e brasileiros que me apoiaram desde
verdadeira amizade entre a nossos primeiros dias com o Rotting
comunidade Black Metal aqui, então é Christ e Varathron.
normal ver algumas pessoas em Espero encontrar você em breve face à
bandas diferentes. face em uma possível turnê brasileira
Com relação a mim e minha do Yoth Iria.
participação no Medieval Demon é Metal Magic Freedom e Non Serviam!
assim, eu conheço o Medieval Demon
desde 1993, depois que eles nos
visitaram no Storm Studio gravando
Então, quando me convidaram para me
mim!
09- A Hell`s Fire Records anunciou o
lançamento do split 7`EP entre Yoth
Iria e Kawir. Este material já está
disponível?
- O split de 7 polegadas será lançado
em outubro de 2020. Será uma edição
limitada de 666 cópias, incluindo
material inédito de ambas as bandas.
10 - A Repulsive
Echo Records fez
um ótimo trabalho
com seu EP de
estreia. A banda
fechou contrato
com eles para o
lançamento do
álbum de estreia?
Como está o
processo de
composição de
novas canções?
Você pode nos dar
algumas
informações sobre
quando isso será
lançado?
- Sim, sim, a
Repulsive Echo nos
ajudou muito desde o
primeiro dia e
estamos muito gratos
à eles.
Agora assinamos
com a Pagan Records
para nosso primeiro
álbum completo a ser
lançado em
dezembro de 2020.
27
 BIOGRAFIAS
Vindo de Santo André-SP, o Depressed foi formado em 1998 e obteve um bom
reconhecimento underground em todo o Brasil com uma única fita demo, mas
entrou em um hiato por volta de 2000. Em 2012, Giovani Venttura remontou a
banda e começou a trabalhar em seu primeiro álbum, Afterlife in Darkness, lançado
pela Black Lion Records em 2015.
O álbum ‘’Beyond The Putrid Fiction’’ 2019 (Black Lion Records) apresenta-nos
um trabalho de precisão que pode levar qualquer pessoa aos reinos mais sombrios
do Death Metal. Durante as 12 faixas, todos
os elementos cruciais estão lá, explosões
rápidas, riffs com precisão thrashing e até
passagens doomer, que garantem a qualquer
um uma obra-prima completa do Death Metal.
Mixado e masterizado por Marcos Cerutti e finalizado com uma capa incrível do artista americano
Mark Cooper, ‘’Beyond The Putrid Fiction’’ traz 12 faixas de puro Death Metal para destruir sua
mente. O Depressed é formado por: Giovani Venttura - Vocals, Murillo Hortolan - Guitars,
Douglas Ratam - Guitars, Giovanni Norbiatto - Bass e Gabriel Guerra - Drums.
Contatos: depressed.official@gmail.com

O The Aberration Doom é um projeto musical autoral do ex guitarrista das bandas Embalmed Souls e
Death Slam, Rogério Marques, e tem como principal objetivo fazer um Death Doom Metal
instrumental, para externalizar as idéias, influências e sentimentos do
seu mentor e criador. O EP First Act foi gravado entre os meses de
fevereiro e março de 2020 e lançado oficialmente em 20/03/2020 em
todas as plataformas digitais e também no Bandcamp, tendo a
produção, mixagem e participação (Bass and Drums) do Lucas
Santiago e uma participação especial do Fábio Herenio (Guitar-
Apostasis) no solo da música Battle of the Wings.
Contatos e links: theaberrationdoom@gmail.com
rogerjazz11@gmail.com
https://www.facebook.com/theaberrationdoom/

A banda Gomorraa foi fundada em 2014 na cidade

de São Paulo por Jhon Marques (guitarra) e Mike
Dorsal (vocal), com a proposta de fazer um Black /
Thrash Metal cantado em português, com influências
das bandas: Bathory, Cruel Force, Hellhammer,
Holocausto, Chakal, The Mist, Sarcófago, Sextrash,
Sepultura (Old), Dorsal Atlântica, Mutilator,
DarkThrone & Vulcano.
Em 2017, a banda retorna com a entrada de Natan "Crucifier" (guitarra), Maurício "Skonger"
(guitarra) e G. "Devastatör" (bateria).
A banda contra com várias demos, splits e se encontra divulgando seu primeiro disco ‘’Sordidus Fabellas’’ lançado em outubro de 2019.
Contatos com a banda: gomoraasp@gmail.com

O rito antigo já está formado e seremos nós que

iremos profanar, pelos cantos mais escuros do
underground.
ATAQUE BESTIAL é nosso primeiro material EP,
contendo 5 faixas da pura orquestra satânica. Do
mais cru Black/Thrash da perversão!
Iremos brindar de forma sonora a bestialidade em
seus ouvidos! Liberte a Besta!!! Ergam o símbolo do
pentagrama!!!
O Senectus é um duo brasiliense formado no ano de
2016 por: Lobo Unholy Holocaust (Guitarra/ Baixo e Backing Vocais) e Dhex Malevolent
(Vocal).
No momento a banda divulga seu primeiro EP, o fantástico ‘’Ataque Bestial’’, lançado em fevereiro de 2020 e disponível para audição
no bandcamp da banda. O EP é uma verdadeira amostra de um talentoso Black Thrash Metal indicado para fãs de Destruction antigo,
Desaster, Destroyer 666 e afins!
Ouça a banda em senectus.bandcamp.com

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 BIOGRAFIA / REVIEWS
O Mephiztophel é uma das bandas mais antigas da
Colômbia em atividade. Desde sua gênese dedicada
ao Black Metal sem concessões à moda ou
inovações, eles seguem sua trajetória, construindo
um nome sólido na cena.
A história do Mephiztophel é dividida em duas
etapas (1993-1999) e (2003-até hoje).
A banda conta em sua discografia com os seguintes
materiais lançados: ‘’Pervigilium Veneris de
Priapobaco Sabazio’’ (DT - 1995), ‘’The War Has
Started (DT - 1995), ‘’Into the Black Order’’ Split
DT com Sanius (1996), ‘’Satan Proclaims His Throne’’ (Demo -2004), ‘’Ancient Aethyrs
of Ancient Abyss’’ Split CD com Utuk-Xul (2005), ‘’For My Your Blood For Satan Your
Soul CD (2009) e agora estão gravando o novo álbum ‘’Nekrafillia’’ (2021).
Contatos: mephiztophel@gmail.com

MURDER RAPE (Brasil) ‘’Malum

Absolutum’’ CD 2020
(Cogumelo Records / Mutilation
Records)
Nota 9,5 / 10
Finalmente a espera de 7 anos acabou. A
lendária banda paranaense, uma das
pioneiras da segunda geração do Black
Metal, retorna com um álbum que traz a
marca registrada da banda ao longo desses
quase 30 anos de pura devoção ao Satanic Black Metal sem rodeios
ou inovações tendenciosas.
O que mais chama a atenção em Mallum Absolutum é o retorno das
composições com aquele andamento mais lento, épico e melancólico,
com incursões de teclados dando aquele tom tétrico, noturnal e
mórbido, próprio dos dois primeiros álbuns clássicos da banda
‘’Celebration of Supreme Evil’ (1994) e ‘’...And Evil Returns’’
(1997).
Ouvindo o disco por várias vezes antes de escrever essa resenha,
percebo que a banda registrou mais alguns clássicos que entrarão
definitivamente para o topo da musicografia do Murder Rape e
deverão entrar para o set list das apresentações ao vivo. São o
exemplo de faixas como ‘’Let the Age of Antichrist Come’’,
‘’Majestic Funeral’’ e R.L.M.R. (Blood Stained Nights), composições
longas, com mais de 5 minutos de execução, criando o clima
majestoso de como o verdadeiro Black Metal deve soar!
Destaques para a regravação de Goat Rules e sua profana litania
goética, conferindo mais peso, dramaticidade e dimensão para a
música datada de 1994. O cover para The Return of Darkness and
Evil do Bathory ficou simplesmente matador, com muito peso e uma
interpretação de tirar o fôlego.
Agathodemon, o fundador e líder da banda sempre soube muito bem
acercar-se de excelentes músicos para compor sua obra maligna e
aqui não é diferente, com ex integrantes de bandas de renome como
Infernal, Imperious Malevolence e Great Vast Forest.
Outro destaque fica por conta da arte da belíssima capa assinada por
Rubens Snitram ( autor de capas para Luvart, Spell Forest, Vulturine,
etc..). Adquiri minha cópia através do amigo Brucolaques da banda
Luvart, um exímio fã do Murder Rape.
Mallum Absolutum é uma das melhores surpresas de 2020 e um soco
no estômago de fãs de produções ‘’trigadas’’ e altamente artificiais
que assolam a cena moderna do Metal! Um retorno triunfal aos dias
de glória do Black Metal primordial!

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 KLASSIK & KVLT
OF THE ARCHAENGEL (Brasil) ''The
Extraphysicalia'' CD 2011 (Sleaszy
Rider Records)
Quando o Lethal Curse se transformou na
banda Of the Archaengel, tendo seu núcleo
criativo principal na pessoa do guitarrista
Alex Rodrigues, nem eles talvez tivessem
noção de que estariam para compor um
dos discos mais belos e emocionais do
Metal nacional.
The Extraphysicalia foi lançado em 2011
pela gravadora grega Sleaszy Rider e traz
9 peças autorais que são verdadeiras obras primas isoladas, com
influências de Gothic, Dark Music e Doom, mas também com faixas mais
agressivas, com um pé no Metal mais extremo. Tudo envolto por
belíssima produção e um time de músicos altamente competentes, além
de participações especiais de Sakis Tolis do Rotting Christ na faixa
''Water Flows Throught the Slimy Walls'' e da cantora Cláudia Fabiana da
banda de Ethereal Darkwave paulistana Scarlet Leavesna faixa ''Sun
Shaped Archaengel'' e ''With the Dragon`s Hand''.
O disco teve toda uma pesquisa para a composição das letras e da arte da
capa (feita por Seth Siro Aron - responsável por capas icônicas do
Moonspell, Kamelot, Septic Flesh, etc..) , além do investimento na
produção, com masterização realizada no Cutting Room Studios na
Suécia.
Tudo em The Extrapsychalia se mostra bem pensado e planejado nos
mínimos detalhes. É uma obra de arte do Metal nacional que explora os
limites artísticos até às últimas consequências, gerando um trabalho único
em nosso país.
Em entrevista na edição passada do Akkeldama, Alex Rodrigues
comentou sobre aspectos do disco. Vamos reler as questões e respostas:
(Akkeldama Zine): Em 2011 a banda lança um disco magnífico que é o
''The Extraphysicalia'', pela gravadora grega Sleasy Rider. O mesmo é de
uma sonoridade, originalidade e produção ímpar, trilhando as paisagens
sonoras de gêneros como o Doom, Gothic, Dark e Death Metal, altamente
emocional e inspirado. Participações de nomes como Sakis Tolis (Rotting
Christ), mixagem na Suécia e capa assinada por Seth Siro Anthon dão ao
álbum atrativos especiais. Já que os demais atributos falam por si só,
música, encarte belíssimo e vanguardista pra época. Como foi compor um
álbum ao meu ver, clássico hoje?
Alex: Foi um trabalho monumental onde cada detalhe foi cuidadosamente
pensado.Este silencio de nossa parte que você menciona na pergunta
anterior já era em função do “laboratório” para este álbum. “Dante´s
Children Extravagance” serviu de pré-produção para ''The
Extraphysicalia''.
Boa parte da banda voltou a ter aulas de seus instrumentos e eu também li
muito para poder escrever suas letras. Foi um grande desafio pessoal e
artístico ter materializado este álbum. Sempre admiramos álbuns de
bandas que deram grandes saltos evolutivos e quisemos seguir estes
passos.
Este é um álbum nunca poderá ser alvo daquela fala “falta originalidade,
produção, maturidade, etc, etc, bla-bla-bla para o metal nacional”.
Faltou para The Extraphysicalia talvez maior investimento em divulgação
por parte da gravadora, que naquela altura se viu ás voltas com a crise
econômica que afetou toda a Grécia, frustrando os planos da banda de
certa forma, como o próprio Alex exemplifica em entrevista ao
Akkeldama Zine # 06: -Nós assinamos com um selo grego e infelizmente
o pais foi
assolado por uma grande crise econômica logo após isso. Este fato
influenciou fortemente as ações que iriam ser (e só poderiam ser)
empreendidas por eles e não foram, entretanto
o álbum impactou por onde passou com notas altíssimas, ficamos a frente
de medalhões do Metal extremo em alguns charts do período que o álbum
foi promovido e por aqui
tocamos com nomes como Paradise Lost, Opeth, Dark Tranquillity e
Katatonia alem de ter feedbacks inimagináveis de pessoas como George
Corpsegrinder, Fredrik Akesson,
Daniel Liljekvist entre outros. Nós decidimos encerrar as atividades após
ter terminado a promoção do álbum em 2013 e com a consciência
tranqüila de ter feito absolutamente tudo
aquilo que estava a nosso alcance para ser feito.
Você pode ter a chance de adquirir
uma cópia desse álbum monumental
através do próprio Alex Rodrigues
pelo Facebook alex.archaengel
30
 NEWS
RITUAL METAL SHOW ONLINE 2020
Devido as restrições para eventos como shows e festivais durante a pandemia de coronavíruas, a Macabre
Cemetery Produções anunciou que a Segunda edição do festival acontecerá de forma online.
O festival irá ao ar nos dias 31 de Outubro e 01 de Novembro de 2020.
As bandas que confirmaram presença com shows através de lives são: AMEN CORNER,
CIRRHOSIS, HEIA, GORE AUTOPSY, SANATAS, CREMATORIUM, LEPROSY, ABERRATIO, MOFO,
NAUGHTY DOG, LHE FRUSTRO, TERRORCÍDIO, IMPERIUS PROFANUS BEHOLDERS CULT,
ESTADO REVOLTOSO e INFESTED BLOOD.
Já as bandas VULCANO, TEMPESTILENCE, SEPULCHRAL VOICE
NECROHUNTER e SHAYTAN irão ceder vídeos para reprodução durante o
festival online, que acontecerá no canal do YouTube da Macabre Cemetery nos
dias citados, a partir das 13h.
Maiores informações pelo Facebook da Macabre Cemetery Produções.

WOLFLUST LANÇARÁ DEBUT EP PELA HAMMER OF DAMNATION

O duo do interior paulista de Black Death War Metal Wolflust está às vésperas do
lançamento do MCD de estreia. A bolachinha teve a bela capa ilustrada por Marcos
Miller, gravação e masterização por Kleber Hora do estúdio Dark Paradise e traz 1
intro e 5 sons do mais puro Nuclear War Black Death Metal contra a humanidade.
O opus será lançado pela HOD, através do selo Black Metal Store em fins de
Setembro, nos formatos MCD e Cassete.
Fique atento no site da gravadora
blackmetalstore.com

OBSESSED DE VOLTA! DIRETO DOS ANOS 80!

A banda mineira de Belo Horizonte Obsessed está de volta! Criada em 1987,
em plena efusão do cenário Metal no brasil, com lançamentos de clássicos
imortais da cena, a banda retomou as atividades e os ensaios em meados de
2020. O Obsessed estava inativo desde meados dos anos 90. A banda retorna
às atividades, contendo em sua nova formação um de seus fundadores,
Guilherme Hellfire, além de mais dois novos membros...
Formação: Guilherme Hellfire – Bateria / Vocal, Gustavo Azazel – Guitarra
Marco Asmodeus - Baixo.
O Obsessed se prepara para a gravação da próxima demo, que ocorrerá ainda
neste mês de setembro e será intitulada...
“Back From The South Of Hell” A capa, ao lado, já foi divulgada e traz uma ilustração do artista Emerson Maia.
Busque pela banda na página do facebook: obsessed_1988.

SPELL FOREST ANUNCIA EDIÇÃO COMEMORATIVA DOS 15

ANOS DO ÁLBUM ‘’LUCIFER REX’’
A banda paulistana de Black Metal Spell Forest anunciou que irá lançar uma
versão em digipack comemorativa dos 15 anos de um de seus maiores
clássicos, o segundo álbum ‘’Lucifer Rex’’, lançado originalmente em 2005.
O lançamento traz uma releitura da capa feita pelo artista Rubens Snitran da
Azoth Artwork, músicas originais totalmente remixadas e bônus ao vivo,
musicas ensaio da época e alguns extras, totalizando 17 faixas.
Uma edição de peso, levada à cabo pela atual formação da banda.
www.spellforest.com

BLACK HEART INAUGURA LOJA FÍSICA EM FORMOSA-GO

Ótima notícia A loja está localizada na Galeria Santo
para o Estevão, na Avenida Valeriano de Castro, Nº
pessoal que 119, Sala 16, Centro, Formosa-GO.
mora na saída No local é possível encontrar materiais
norte do diversos do universo Metal, principalmente
Distrito as vertentes mais extremas como Black e
Federal e Death Metal.
cidades do Camisas, revistas, posteres, acessórios, Cds,
Entorno de Lps e muito mais ligado ao universo da
Brasília. O música pesada. No local funciona também
pessoal da um moderno e equipado estúdio de
Black Heart tatuagem.
(Magazine, A Black Heart além de atender na loja física,
Editora, Selo) também despacha encomendas pelos
abriu uma correios para qualquer lugar do Brasil.
loja física no Maiores informações pelo facebook:
centro de Formosa, cidade goiana do Blackheart Magazine ou pelo
Entorno de Brasília. e-mail:xwederx@gmail.com

31
 UNDERPROFILE - ARMANDO BEELZEEBUTH

Não há nada que possa ser dito sobre Mr. Armando Beelzebubth!
Suas respostas em fanzines dos anos 90 como Black Vomit e Blasphemyes of
Invocation sempre foram inspiradoras para mim, adolescente descobrindo o
underground obscuro naqueles dias antigos....
Sua trajetória na cena do Metal Negro e o largo alcance e influência de sua obra
que transpõe o ciclo de mais de 3 gerações falam por si só!
Conheçam mais sobre o homem que desconstruiu um discurso todo no chamado
movimento Black Metal para afirmar sua arte livre e rebelde como os ventos
indomáveis do vetusto Inferno...

01- Ouve música pesada desde quando? Productions e outras produtoras. Bem, lembro
Beelzeebubth: - Pode mentir, como uns que em 1996, em nosso primeiro show em SP,
FDP aê? (hahahahaaa...). Desde 1970, estive na Galeria do Rock, e gastei quase 666
quando minha mãe berrou na reais de CDs, com meu fudido salário de
maternidade: “Quê powrra de dor é funcionário público. Visitei as lojas Hellion,
essa!!!”. Sempre gostei de música, desde Devil e a loja do cara do Vodu. Lembro que fui
criança, ouvia muito Reggae (Marley, até no finado Banespa, sacar umas notas.
Cliff, ...) e música pop (Tuner,
Summer, Jackson...). Ouvindo 04- 5 discos internacionais favoritos de
músicas nas rádios FM, conhecí todos os tempos:
o Rock in Roll (Queen, Slade, 1 “Show no Mercy”
Van Halen, Kiss, Black Sabbath, 2 “Morbid Visions”
Pink Floyd, Rolling Stones, 3 “Bloody Vengeance”
Boston, Status Quo, Led 4 “INRI”
Zeppelin, Deep Purple...). Em 5 “Defenders of the Faith”
1982, quando comprei a revista
Som Três e veio um pôster do 05- 5 discos nacionais favoritos de
Judas Priest, lí entre os textos: todos os tempos:
“Eles já foram acusados de Beelzeebubth: Não separo meus álbuns
serem a banda do Anticristo, favoritos assim. Isso é coisa de poser!
devido as letras sobre Satanás... (hahahahaaa...)
- Sinner”. Daí, comprei o “Screaming for Vengeance”,
pronto..., após esse dia, nunca mais fui o mesmo ser. 06- 5 demo-tapes internacionais:
1-“Slow Asphixiation”
02- Bandas que já participou antes do Mystifier: 2- The Shinning Pentagram”
Beelzeebubth: Cova (1985), Excitador (1986), Death Vomit 3-“Awakening the Dead”
(1987), Corpus Christi (1988), Putrefaction (1989) e 4- “Triumph of Death”
Crucificator (1989). 5- “Diabolic Youth”

03- Primeiro disco que comprou com o próprio dinheiro: 07- 5 demo tapes nacionais:
Beelzeebubth: Putz, caralho. Comprei muito vinil, com Beelzeebubth: -Powrra, tive uma tonelada de tapes, cara.
grana da mesada que recebia dos meus país e das minhas Fazendo esse jogo de nacional vs internacional: Vou citar as
queridas avós, ou era a primeiras tapes dessas
sobra da grana do lanche fudidas bandas, por
da escola (kkkk...). Fiz nome:
muita troca no exterior 1- Invoker
com os gringos 2- Expulser
(Bathory, Hellhammer, 3- Mutilator
Death...), graças aos 4- Lamentation
contatos que pegava nos 5- MX (veja meu nome
fanzines importados. Foi completo, lá no encarte
daí, que tive contato do primeiro álbum deles
com a Osmose “Simoniacal”)

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 UNDERPROFILE - ARMANDO BEELZEEBUTH

1- Unleashed Possessed.
2- Manowar
3- Ozzy Osbourne 15 - Um disco dos 70:
Beelzeebubth: “Paranoid”. Este álbum marcou
09- Primeiro zine que adquiriu: minha infanto-adolescência, pois um amigo
Beelzeebubth: Ultimate Speedcore levava este álbum todo dia em casa, para
Dislocation fanzine (USD) – Fã clube do ouvirmos nas alturas.
Sarcofago e Blasphemy.
Fui sócio da antiga Rock Brigade, nos anos 16- Um disco dos 80:
80 também. Beelzeebubth: “Show no Mercy”

10: 3 filmes favoritos: 17: Um disco dos 90:

Beelzeebubth: “The Exorcist”, “Angel's Beelzeebubth: “Let us Pray” – Hails to Jeff
Heart” e “The Evil Speak” Gruslin !;';!

11- 3 livros favoritos: 18: Um disco dos anos 00:

Beelzeebubth: Nunca mais lí powrra, Beelzeebubth: -Muito difícil dizer, hein!
nenhuma, mas vou citar uns clássicos ultra
manjados: “O Anticristo”, “O mundo como 19: Um disco dos anos 10:
vontade e representação” e “A Chave dos Beelzeebubth: -Impossível também, hein!
Grandes Mistérios”. (kkkkk...)

12- 3 bandas favoritas de todos os tempos: 20: Mensagem final:

Beelzeebubth: Judas Priest, Slayer e Beelzeebubth: -Obrigado pela espaço cedido.
Sarcófago. Puta honra dar essa ideia aí.
Para maiores informações sobre meus trabalhos,
13- Coisa que detesta na cena Metal: acessem:
Beelzeebubth: A devida falta de apoio por parte do público www.mystifier.com.br
brasileiro às bandas de Metal Nacional. www.fb.com/mystifier666
www.fb.com/beelzeebubth666
14 - Quais 5 bandas tocariam no festival dos sonhos? @mystifier666
Beelzeebubth: Samael, Blasphemy, Judas Priest, Slayer e

33
 REVIEWS
CREPTUM (Brasil) ‘’Vama’’ CD Digipack
2020 - Drakkar Productions.
(Nota: 10/10)
Mais uma vez a subdivisão sul americana da Drakkar
Productions sai na frente e solta um lançamento de
fôlego em plena crise de pandemia mundial,
contrariando o status de adiamento de atividades que
acomete a maioria dos lançamentos anunciados para o primeiro semestre
de 2020.
‘’Vama’’ é o novo álbum dos paulistanos do Creptum e traz 9
composições de um Black Metal contemporâneo, alinhado com o que de
melhor se tem produzido ao redor do mundo recentemente.
Tudo nesse álbum inspira sentimentos de vanguarda, desde sua arte,
totalmente imprevisível, fugindo dos lugares comuns do Black Metal,
com tonalidades vermelho, amarelo-pardo alaranjadas, em um digipack
que abriga encarte interno com as letras, grafadas em fontes de caligrafia,
sem nenhuma foto da banda, sem nenhum exagero visual, totalmente
único!
HATE BY HATE (Brasil) ‘’An Ancient Hate
Reborn’’ CD 2018
(independente)
Nota 8,5 / 10.
O Hate by Hate é um quinteto brasiliense de Thrash
Metal, que tem suas origens lá em meados dos anos
90 (1994) e somente recentemente conseguiu gerar o
seu debut álbum.
Capitaneado pelo vocalista e letrista Sandro Santana, a banda traz no time
gente que já passou por bandas conhecidas de Brasília como Dark
Avenger e Mental Asylum.
Temos nesse disco oito faixas de um Thrash Metal bastante vigoroso,
técnico, bastante variado, lembrando bastante aquela geração de Brasília
do início dos anos 90 como Restless, Dungeon, Déja Vu, Roasting e
outras...talvez as origens do Hate by Hate, nos remeta à esse som feito no
Planalto.
VOLKMORT (Brasil) ‘’Battle Desolation’’ CD 2019
Nota 8,0 / 10.
O Volkmort vem da cidade de Timbó-SC e tem em sua formação gente com experiência em bandas conhecidas como Goatpenis
e Sodamned.
Batlle Desolation traz 6 composições de um Death Doom Metal com muitas incursões arrastadas, cheias de peso e uma
atmosfera sinistra que permeia todas as faixas, sobretudo nos vocais cavernosos e profundos de Dunkel Traum.
A banda é um quinteto que sabe muito bem entrosar cada instrumento, com espaço para solos, muita diversidade de riffs e
potencial musical bastante competente.
A gravação é típica de demo, bem audível, mas sem grande produção, o que não tira em nada a proposta da banda que é tocar o Metal da Morte,
exaltando os símbolos da guerra e da destruição.
Sem sombra de dúvidas o Volkmort é mais uma banda brasileira, batalhando
seu espaço no underground e que merece a atenção de quem gosta de Death
Metal na sua pura essência tradicional. Indicado para fãs de Asphyx, Bolt
Thrower, Autopsy e demais bandas que mesclam a rapidez com passagens
lentas, abismais! O disco pode ser adquirido através da Forbidden Music,
com o amigo Caesar Rhodes, que foi quem nos enviou o disco para resenha
no e-mail: cesarrhodes@bol.com.br
Por Tiago Siqueira
A música é direta, transitando por atmosferas, melodias, técnica e muito
feeling ao longo do disco que como dito é direto, no sentido de dar vida
própria para cada composição, não deixando o ouvinte enfadonho em
nenhum momento no transcurso da audição. Pelo contrário, quando o
disco acaba, você sente necessidade de dar o repeat para assimilar
novamente a bela experiência que o conjunto do álbum proporciona.
Produção sonora de altíssimo nível, com peso, sem firulas cristalinas,
tudo bem timbrado e mixado, resultando em um Black Metal que traz
tanto peculiaridades do passado, como aspectos da modernidade,
agradando em cheio todas gerações e ouvintes que primam por música
bem feita, inteligente e com conteúdo excepcional.
Em um ano atípico para as gravadoras, bandas e o cenário, é mais que
recomendável você dar uma chance para esse álbum, adquirindo-o, pois é
investimento garantido em satisfação e êxtase.
Sem dúvidas, até agora é o melhor disco nacional de 2020. Parabéns à
banda e parabéns à Drakkar Productions por mais uma vez disponibilizar
algo de relevância para o Metal brasileiro.
Por Tiago Siqueira
Inclusive o encarte informa que a concepção do disco foi toda planejada
entre 92 e 93, porém os temas se mantém atuais até hoje. Cada
composição tem vida própria, ora flertando com o Thrash mais porrada,
ora até mesmo com o Heavy tradicional, tudo muito bem executado, com
músicos super competentes, conduzidos pela interpretação bem original
que sandro dá à cada música, entonando emoções reais à cada estrofe das
letras, usando e abusando da versatilidade, realmente um vocalista de
grande destaque.
O disco tem tudo para agradar quem gosta de Thrash, Heavy e até mesmo
fãs de sons mais extremos. É Metal 100%, feito com paixão.
As letras versam sobre conflitos sociais e as emoções internas do ser. Uma
das letras Ossea Mea é uma adaptação de um poema de Alphonsus de
Guimarães.
Capa e encarte muito bem feitos, com letras e fotos da banda.
Por Tiago Siqueira
34
 REVIEWS
UNHOLY OUTLAW (Brasil) ‘’Kingdom of Lost
Souls’’ CD 2020 (Black Hearts Records)
Nota: 10/10.
Quando você junta um time de músicos que fizeram
escola em nomes seminais como Guehenom,
Mythological Cold Towers, Desmodus Rothundus e
demais medalhões do Doom Metal nacional, a
fórmula não pode ser diferente. Música da mais alta
qualidade, feita com conhecimento de causa, paixão, coerência e
profissionalismo!
O segundo álbum dos Profanos Fora da Lei, radicados em Mogi das
Cruzes-SP é uma afirmação veemente de que o Doom Metal está longe de
perder sua energia criadora e cair no ostracismo, tal como alardeavam
detratores mal informados da pseudo crítica musical undergournd anos
atrás. Muito pelo contrário, ‘’Kingdom of Lost Souls’’ é em todos os
aspectos o coroamento do estilo na Terra Brasilis.
Você pega toda a fórmula mágica de sempre, remexendo-a naquele
caldeirão cuja poção verte doses fartas de Black Sabbath, Candlemass e
Cathedral e acrescenta aí uma produção moderna, pesada, muito
bem encaixada, com cada instrumento mixado na dose certa....com
a belíssima interpretação vocal de Marcos Sword, um misto de
Messiah Marcoling e Leif Edling (Candlemass), soando mais
LUVART (Brasil) ‘’Ruler of Chaos’’ CD 2018
(Drakkar Productions)
Nota: 9,5 / 10.
O Luvart tem um história de décadas na cena
nacional. Foram formados em 1993 na cidade de
Juiz de Fora-MG, estiveram com as atividades
paralisadas entre 1995 e 2009, mas nunca
abandonaram sequer uma vírgula daquilo á que se
propuseram criar desde sua gênese, Black Metal na
sua mais pura essência, sem concessões às tendências e subgenêros.
Desde o retorno, já contabilizam na discografia demos, split, EP e 3
álbuns de inegável força e consistência.
‘’Ruler of Chaos’’ é a mais recente obra lançada pela banda, o segundo
opus lançado através da Drakkar Productions e que reafirma a seriedade,
compromisso e originalidade estética da banda.
O disco traz 8 composições de um Black Metal envolto na tradição dos
meados dos anos 90, com andamento mais lento, melódico, com muita
atmosfera e peso. O peso é ua das características desse disco, que
acompanha os vocais semi guturais de Brucolaques e os teclados
constantes que guiam o andamento das composições, resultando em uma
épico; então você terá uma visão aproximada da música do Unholy
Outlaw. Só que a banda nos conduz á um universo mais épico que
melancólico...sua música não desperta sentimentos tristes...e sim
um impulso de poder, aquele poder que emana dos momentos mais
profundos de desespero e reflexão, mas que te tornam mais forte e
corajoso frente à dor da existência!
É impossível destacar alguma música em especial. Cada uma é
uma história diferente, com seu pano de fundo próprio, que deve
ser acompanhado com a leitura das letras, contida no belo encarte
do disco.
A capa do disco é mais um belo trabalho de Marcio Blasphemator
da Blasphemator Art. O encarte traz todas as informações, fotos da
banda e contatos (bateu a nostalgia ver o endereço do baixista
Thorngreen, da época em que eu trocava correspondências, lá nos
anos 90 com o Templum, sua antiga banda, nesse endereço).
O disco nos foi enviado por Pablo Peres da Crionics Records dor
Rio de Janeiro e foi sem dúvida um dos melhores trabalhos
nacionais que chegaram aqui no bunker nos últimos tempos.
Por Tiago Siqueira
música que nos remete e muito à antiga cena grega e aos trabalhos
clássicos do Rotting Christ, Varathron e dos brasileiros do Murder Rape,
influência admitida desde sempre pela banda, que chegou a gravar um
cover dos curitibanos em seu 7`EP anterior ao disco.
Não irei destacar nenhuma faixa, haja vista todas serem dignas de nota,
muito bem compostas, mostrando uma banda super entrosada, bem
ensaiada, cuja experiência os confere total maestria em compor Black
Metal com sentimento, com alma, voltado para apreciadores que
respiram as artes negras em seus espíritos condenados. As letras também
estão muito bem encaixadas nas composições, tratando sobre o domínios
dos deuses escuros que habitam o abismo da magia negra do caos!
Outro aspecto digno de nota é o belo encarte, com letras e a arte da capa,
uma obra de arte criada pelo artista Rubens Snitram, da Azoth Artworks,
meu vizinho de Formosa-GO.Se você aprecia Black Metal feito nos
moldes da antiga tradição, com climas funestos, cheio de magia e
sentimentos necromânticos, você não pode deixar de ter esse disco em
sua coleção. Está no meu playlist direto desde que a Drakkar mandou pra
cá.
Por Tiago Siqueira
ARMAGEDOM ‘’Em Lenta
Decomposição’’ CD 2019
(Cianeto Discos)
Nota 9,5/10
O Armagedom é uma das mais
significativas contribuições para a
história do punk, hardcore, deathcore
brasileiro. Formados lá no início da
década de 80, a banda simboliza o real
significado do que é a resistência underground embasada na
paixão pela cultura subversiva. De 1984 pra cá a banda
coleciona lançamentos antológicos e uma leva fiel de
seguidores ao redor do mundo.A Cianeto discos em parceria
com outros selos teve a honra de lançar no mercado o novo
álbum do Armagedom ‘’Em Lenta Decomposição’’ que traz
uma embalagem digipack tripla luxuosa, com um belíssimo
encarte, em formato poster, impresso em couchê de alta
gramatura, trazendo letras e imagem no verso.Mas vamos à
música. ‘’Em lenta Decomposição’’ traz 13 faixas de um
Hardcore bastante brutal, trazendo elementos notórios de
Crossover e Deathcore, aproximando a banda cada vez mais
da sonoridade, digamos mais Metal, o que resulta em uma
miscelânea de influências que agradarão em cheio à fãs do
punk antigo, do hardcore, do crust, do crossover, thrash e
até do death metal, haja vista podermos encontrar todas as
nuançes estéticas dos estilos citados na música do
Armagedom. Digno de nota o peso das guitarras, aliada a
uma produção bem acima da média para bandas desse
estilo, mas ainda mantendo a sujeira e a agressividade em
alta. Faixas como ‘’Suicídio Coletivo’’, ‘’Contaminação
Assassina’’ ‘’’’Necrópole’’ , ‘’Funeral’’ são de uma
brutalidade e identidade próprias que farão você querer sair
35
 REVIEWS
O disco traz ainda um cover para ‘’Os Quatro cavaleiros’’ da lendária
banda finlandesa Força Macabra e fecha com uma versão ao vivo,
gravada no Clash Club em São Paulo para o velho clássico da banda
‘’Sofrer Demais’’ lá do disco de estréia de 1985 ‘’Silêncio Fúnebre’’.
Se você tem mente aberta, e sente corroer por dentro a revolta contra
MACABRA ‘’Blood-Nurtured Natured’’ CD
2019 (Cianeto Discos)
Nota: 9,10
Quem transita pelo underground Death Metal
com certeza conhece o trabalho do exímio
ilustrador norte americano Mark Riddick para
bandas, zines, gravadoras etc. Além de seu
trabalho com as artes grotescas, Mark também
integra várias bandas como Fetid Zombie,
Grave Wax, Moonroot e outras. Aqui, ele se
aliou ao músico francês (residindo na Holanda) Adrian ‘’Liquifer’’ Weber
(Vociferian, Alienate Damnation, etc.) para criar um Death Metal com
intensa pegada old school.
‘’Blood-Nurtured Nature’’ foi lançado originalmente em 2012 pela
gravadora americana Metalhit e agora a Cianeto Discos traz para o
mercado brasileiro esse pedaço monstruoso de Death Metal feito na sua
mais pura essência underground!
O disco traz 8 faixas que tem como principal característica uma
autonomia tanto lírica como musical, o que torna a audição do disco
muito prazerosa, no sentido de você não se deparar com riffs ou camadas
repetitivas. O som transita do Death Metal veloz, para o lento, partes
Doom, melódicas, com alguns efeitos e até a discreta incursão de
teclados, dando uma aura macabra e sinistra para as músicas. No
momento em que escrevo esse review já escutei o álbum pela quinta vez.
HELLISH GRAVE ‘’Hell No Longer
Waits’’ CD 2019 (Cianeto Discos)
Nota 9/10
O segundo álbum dos paulistanos do Hellish
Grave chega para consolidar de vez a banda
no primeiro escalão do underground
brasileiro.
Com 09 faixas que incluem uma Intro e um
Outro muito bem sacados, ‘’Hell No Longer
Waits’’ nos presenteia com um alegórico e
apoteótico desfile do mais puro Metal profano, agregando influências de
Heavy tradicional, NWOTBHM, Speed Metal, Thrash, Death, Black e o
que há de melhor já feito na música extrema ao longo das décadas.
As músicas são como um tiro certeiro, da primeira à última faixa,
prendendo a atenção do ouvinte e fazendo com que você aperte
automaticamente o repeat do seu som para se deleitar mais uma vez
com um show á parte de paixão, honestidade, garra e lealdade à música
metálica, suja, blasfema, ameaçadora e sem fronteiras!
O disco possui produção e gravação muito boa, chegando à soar bem
orgânico em certos momentos, nos trazendo à mente os clássicos
MIASTHENIA “XVI / Batalha Ritual”
Relançamento (Misanthropic Records)
2017.
Nota: 10.
A primeira década dos anos 2000 foi crucial
para a definitiva consolidação do
Miasthenia como um dos maiores expoentes
do Southern Black Pagan Metal não só em
nosso país, continente, mas também ao
redor do mundo! Com uma obra única, um
conceito até então inimaginável, originado
ainda lá nos 90, a banda foi desbravando com todo o seu arcabouço sério
e profissional, uma carreira que desconhece fronteiras e que se acentua à
cada novo álbum lançado, até os dias atuais. A abordagem dos mitos,
história e lendas do passado pagão sul americano, ganhou voz inédita e
trouxe à lume uma faceta que muitos desconheciam, principalmente no
meio Black Metal brasileiro, sobre a riqueza de uma América Austral,
repleta de reinos, glórias e vida pulsante, antes da chegada do invasor
cristão europeu no Século XVI. Tais relatos ganham força e legitimidade
no fato de Suzane Hécate, a única integrante da formação original,
possuir doutorado em História, com especialização na América prá-
colombiana.
Para o deleite dos velhos fãs e das novas gerações, a gravadora
brasiliense Misanthropic Records, cujo mentor Canis também
todas as formas de opressão e vilipêndio do sistema, esse disco é mais
que obrigatório em sua coleção!
Adquira sua cópia agora com a cianeto discos.
cianetodiscos.com.br
Por Tiago Siqueira
Definitivamente, você descobre novas sensações a cada audição, o que
faz desse disco um verdadeiro achado nos dias de hoje, onde por vezes as
bandas se tornam meras cópias, sem originalidade e enjoam o ouvinte
com muita facilidade. Não é o caso do macabra, que mostra que o duo
possui conhecimento de causa, talento musical e criatividade para
conduzir uma música com referências ao passado, mas que também está
conectada com o Death Metal atual.
Não há necessidade de citar influências. Você irá ouvir reminiscências ao
velho Death Metal tradicional tanto americano como o europeu lá do
início dos anos 90. Tudo encorpado por uma produção bem feita, mas
suja, pesada e com aquela atmosfera sinistra que o real Death Metal
antigo transmite!
Um detalhe interessante é que todos os títulos das músicas são
acompanhados por subtítulos entre parenteses. Vejam: Fragments of
Torpor (Necrodepravity Through Mortal Disfiguration), Consuming the
fleshly Wax (The Rule of Decomposing Eminence), Contribuition to your
Dis-Elaboration (Sustenance of the Void) e por aí vai, mostrando que
Adrien Liquifer entende do riscado no quesito lírico!
É um disco que todo fã de Death Metal feito com alma underground deve
ter na sua coleção. Estamos gratos à Cianeto Discos por disponibilizar
isso aos fãs do estilo em terras tupiniquins.
Adquira ou lamente-se depois!
cianetodiscos.com.br
primordiais de baluartes como Slayer, Possessed e coisas dos 90 como
Desaster, Nifelheim, Denial of God, além de grandes doses de Heavy
Metal, vide os solos de guitarra muito bem construídos, que entremeiam
a rifferama poderosa, sob a massa de uma cozinha devastadora e vocais
com um toque mais rasgado, lembrando a velha escola alemã de Speed
Metal.
A atmosfera do disco, assim como a arte, as fotos e as letras transpiram
muito daquele Horror Metal, criando uma sensação de terror noturno e
névoas de cemitérios abandonados á sua audição mental, se é que me
entendem...ouçam os órgãos de fundo na faixa ‘’Over my Haunted
Pact’’ para sentir...os títulos das músicas dizem por si só:
‘’Transilvanian Nights’’, ‘’In Nomine Draculae’’, ‘’Possessed by the
Witch’’, ‘’Macabre Worship’’, já dão uma amostra do que se pode
esperar desses coveiros sombrios das capelas assombradas!!!
Um disco cativante do início ao fim que irá agradar aos mais diversos
fãs de música extrema por agregar uma gama extensa de referências
mais que aprovadas no teste do tempo!!!
Adquira sua cópia agora com a Cianeto discos:
www.cianetodiscos.com.br
acompanhou a história da banda desde seus dias primevos, lançou há
não muito tempo no mercado uma edição super luxuosa dos dois
primeiros discos do Miasthenia
em um digipack duplo, cheio de atrativos e informações históricas. O
Digipack em questão, no formato de 3 abas com um encarte interno
bedecendo o lay-out dos discos originais, traz os dois CDs individuais
para cada disco “XVI” (2000) e “Batalha Ritual” (2003), ambos
remasterizados, mas sem tirar o brilho e peso das obras originais. Um
texto muito bem escrito por Slanderer Possessed, editor do antigo
Deusdemoteme Zine e membro da banda Unborn, traça um panorama
histórico sobre a época que deu origem aos dois discos clássicos e
demais peculiaridades da banda. A arte da capa ficou à cargo do
excelente artista paulistano Marcio Menezes (Blasphemator Art),
ganhando a colorização digital de Fabrício de Castro e a organização do
lay-out por Slanderer Crowley, deixando impressos na obra a beleza
ancestral do paganismo do Sul!
No quesito musical aqueles que não conheceram tais discos podem
esperar uma música cheia de atmosferas, melodias, muitas variações de
ritmos, guitarras pesadas, solos melódicos e os vocais rasgados de
Hécate em passagens audíveis, entoados em português. Essa simplória
descrição desse que vos escreve não tira o brilho do Black Pagan Metal
único e original em todo o mundo, que não encontra similares, feito por
essa banda brasiliense, que tivemos a honra de ver nascer lá em meados
dos 90.
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 REVIEWS
Não há como concluir o review sem deixar uma nota de agradecimento ao empenho, sensibilidade e visão artística (muito mais que mercadológica)
da Misanthropic Records em disponibilizar esse belíssimo registro histórico que tanto engrandece o Metal brasileiro!
Por Tiago Siqueira
AWAKE THE MIGHTY DRAGON “Lord
of Oblivion” CD 2019 (Mecctesco Records)
Nota 10.
Em 1999 tive a chance de ver a banda ao vivo
em Goiânia, em seu auge. Eles divulgavam a
lendária DT “The Original Sin” que causou
enorme onda de excelentes críticas e
recepção. Estavam tocando em vários lugares
e aparecendo em coletâneas e zines do Brasil
e exterior. Todavia poucos anos depois a
banda entrou em período de inatividade, deixando todos perplexos sobre
o que teria acontecido para o encerramento repentino das atividades.
Agora a Meccetesco records presenteia a todos os admiradores dessa
lenda do underground com esse CD que traz material inédito como as
belíssimas faixas ''Nights Name” e “Lord of Oblivion” gravadas entre
2017 e 2019 e que preludiam o retorno da banda às atividades. As faixas
” receberam um trato especial no Temple Studio em Brasília, de
propriedade do velho amigo W. Mist (baixista do Denied Redemption) a
quem a banda considera como o sexto membro.
Para abrilhantar ainda mais esse lançamento a gravadora disponibilizou
como um presente para o underground brasileiro a demo de 1999 “The
CURSED CHRIST (Brasil) “The Dark Times
Are Calling” Demo-Tape 2020. (Unholy War
Productions / Acta Non Verba Rec)
Nota: 9/10.
Meus primeiros contatos com Avernoth, fundador
do Cursed Christ datam dos finais de 1994, época
em que ele tocava no Blasphemous Attack e
editava um zine manuscrito chamado Luciferium!
Lá se vão 26 anos e aquele garoto de Franca-SP,
extremamente dedicado ao underground Black
Metal, continua criando e disseminando a arte do
mais puro e intocável Black Metal, como feito nos anos de glória do
estilo.
Se um título de uma obra faz jus ao seu conceito de maneira fiel e justa
esse é o título desse tape, que em livre tradução pode ser descrito como:
“Os tempos da escuridão estão chamando’’. A energia que emana das
três faixas aqui contidas é algo que será sentido com muito mais paixão e
entendimento de causa por quem viveu a primeira metade da década de
90, até mais ou menos 1996, quando as coisas ainda eram feitas no
contexto do real e velho espírito underground.
Sem maiores delongas a DT abre com a faixa “The Wolves Howls
Again”, que traz aquela levada odiosa, com passagens de melodia, fúria
e guerra. “Winds of the Past” realmente evoca o espírito perdido dos
DEATH BY STARVATION (Brasil)
“Death By Starvation” CD 2013 –
Cianeto Discos.
Nota 8,5 / 10.
Não obstante a banda ter lançado outros
materiais após esse debut que data de 7 anos
atrás, vale o review, para fins de registro,
haja vista a Cianeto Discos ter nos enviado o
álbum como parte de seu acervo de
lançamentos.
A música dos paulistanos do Death by
Starvation é um Black Metal envolto em uma atmosfera gélida, caótica e
cortante, valendo-se dos atributos construídos na década de 90, sobretudo
com toques de Darkthrone antigo, mas ainda alinhado profundamente
com o atual Black Metal, feito com propriedade e conhecimento de causa.
Formada por membros de bandas conhecidas como o Abske Fides,
Infamous Glory e Test, todas com seu lugar garantido no cenário
nacional, é de esperar uma musicalidade bem acima da média, levada á
cabo por músicos com larga experiência de estúdio e palco. E é
justamente um disco muito bem produzido, com ótima gravação,
mixagem e conceito gráfico que a banda nos oferece nesse debut. As
No Life Matters!
Original Sin” com foto de época, inclusive da capa. Outro bônus especial
é a faixa “The Serpent`s Chant” lançada na clássica coletânea “Southern
Warrior`s Cult # 02” lançada pela gravadora mineira Southern Spirits
Records. Ou seja, nenhum saudosista pode reclamar, haja visto esse CD
trazer tudo o que banda gravou até então.
As duas faixas novas seguem bem o estilo peculiar da banda, com
melodias marcantes, teclados, atmosfera, vocais únicos, com algumas
partes limpos, resultando em um Black Dark Metal com andamento mais
mid-tempo e repleto de variações, criando para a banda um estilo único
que faz com que reconhecemos seus atributos à primeira audição.
Diante de tantos relançamentos que apareceram na cena nos últimos anos
esse é um dos mais esperados e se você não correr atrás logo, correrá o
risco de ficar à ver navios. Item de colecionador, para figurar em lugar de
destaque em qualquer coleção. O encarte é cheio de informações e bem
produzido.
Parabéns à Mecctesco Records e à banda pela iniciativa de lançar
material inédito e resgatar os clássicos de outrora.
Contatos com a banda: awakethemightydragon@gmail.com
Por Tiago Siqueira
anos 90, com uma atmosfera escura, bravia e densa, remetendo às
antigas bandas polonesas, sem querer soar clichê, apenas para situar.
Fechando o tape temos a faixa “In the Morbid Loneliness of the Night”
com muitas variações, melodia também e o espírito Grim Raw Black
Metal dos tempos perdidos na escuridão das florestas antigas.
Se você tem saudades dos primeiros trabalhos de bandas como
Graveland, Behemoth (primeira fase) Evil da primeira DT e tantas obras
gloriosas lançadas ali no início dos 90, esse tape é um primor de
nostalgia, que te levará aos anos de sua juventude, onde tudo era mais
escuro, sério, ameaçador, distante do mundo e misantrópico no sentido
de ódio ao mundo moderno cristão.
Finalmente para concluir, não é um tape indicado para quem gosta de
música lapidada, bem produzida, cheia de firulas de estúdio! Mas é sim
música com o velho espírito, feita para poucos que sabem captar na alma
esse espírito de trevas, ódio e guerra!
Gravação nos moldes dos 90, uma belíssima capa com foto dos 3
integrantes e demais informações, impressas e disponíveis nas versões
preta e branca.
Contato:
unholywarprod@yahoo.com.br
actanonverba68686@gmail.com
Por: Tiago Siqueira
composições são conduzidas por um andamento mais rápido, mas há
também ótimas partes mais cadenciadas, com alguns efeitos sonoros
especiais intercalados e uma atmosfera doentia, perversa e odiosa que
percorre todo o álbum! Um exemplo é a belíssima faixa de encerramento
“Silence, Thereafter”, que demonstra a banda em sua plenitude com
partes rápidas, atmosféricas e um final espetacular que leva a faixa para
dimensões além do mero Black Metal...
São uma intro, 5 composições próprias e dois covers muito bem
escolhidos, mostrando que a banda bebeu em fontes de inegável
importância para o metal negro: “Hate” do Impaled Nazarene e “The
Stallion” do Bathory, onde o DBS imprime sua marca própria nas versões
coverizadas.
Um disco que captura bem a musicalidade buscada pelas atuais bandas de
Black Metal no mundo, que mesmo trazendo um toque de modernidade,
não se esquecem das origens, prestando tributo e perpetuando o legado
dos grandes baluartes do passado.
A arte gráfica da capa, encarte e painel interno do disco, assinada por L.
Moriendee é de uma singeleza minimalista e surreal, aludindo à miséria
cósmica existencial e a dor da alma!
Por Tiago Siqueira
Bocage
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IN THE WOODS... ‘’Cease the Day’’ 2018
(Misanthropic Records)
NOTA: 9,5 / 10.
A trajetória dos noruegueses do In the Woods...
sempre foi permeada pela imprevisibilidade e
audácia. Isso é comprovado desde a época das
demo tapes. Me lembro que em 1995 caiu em
minhas mãos a inovadora e cult “Isle of Men”
aonde mostrava uma banda super talentosa, com
altas doses de elementos Avantgarde em sua música, mas muito enraizada
ainda no tradicional Black Metal norueguês. Os lançamentos que vieram
após essa fase, se afastaram cada vez mais do Black Metal nórdico. Se
você quer deixar o baterista e fundador original da banda Anders Kobro
encabulado, rotule o In the Woods...de Black Metal. Como ele mesmo
afirmou em recente entrevista ''Black Metal definitivamente não é uma
descrição adequada ou precisa para o In the Woods...Em primeiro lugar o
conteúdo lírico nunca foi de Black Metal e nem a imagem''. Posto isso
basta ouvir esse “Cease the Day”, assim como o resto da discografia da
banda com a postura e mente abertas o máximo possível que você
conseguir. Porém “Cease the Day” aproxima e muito o In the
Woods...daquele passado mais pesado e sombrio da primeira fase. Após o
DEATH SLAÜGHTER “The Last Great
War of Humanity” CD 2019 (Cianeto
Discos)
Nota: 8,7/10
Esse disco é algo de assombroso, bestial,
apocalíptico e profético no sentido de ter sido
lançado no ano passado e até certo ponto, sob
meu prisma fantasioso, antever os dias atuais
que estamos vivendo em 2020.
As 5 faixas que permeiam esse disco
possuem o peso de milhões de megatons á explodirem sua cabeça. Black,
Death, Thrash, Speed e uma levada bastante original, conduz o ouvinte à
uma hórrida experiência onde a variação de ritmos constante, riffs que
mais voltado ao Progressivo “Pure” de 2016, a banda flerta agora com
passagens mais agressivas, melancólicas, com o uso de vocais rasgados e
riffs que conectam a banda com a cena norueguesa dos anos 90!
Um álbum como “Cease the Day” é repleto de momentos e letras
introspectivas, com muita melodia, esbanjando talento em cada
instrumento, arranjos e conduzidos por vocais limpos, cujas letras em
inglês, tornam-se bem audíveis para àqueles que compreendem o idioma.
Parece estranho a banda ainda não figurar no hall dos medalhões similares
como Ulver e Borknagar. Talvez o hiato entre os discos e turnês ainda os
façam pertencer àquele nicho de bandas Avantgarde conterrâneas como
Ved Buens Ende e Fleurety, status esse que pode ser quebrado com essa
nova fase de lançamentos espetaculares!
“Cease the Day” é um disco para se ouvir de mente e espírito abertos, sem
preconceitos, mas não se engane. Nada aqui tem a ver com texturas Pop
ou mainstream. É melancolia, introspecção e climas noturnos, como bem
sugere o título do disco, uma antítese ao Carpe Diem poético, do início ao
fim.
A embalagem e apresentação gráfica, como de praxe nos lançamentos da
Misanthropic é um primor, com caixa cartão protegendo o pack acrílico
contendo encarte com letras.
Por Tiago Siqueira
não copiam ninguém, com muita originalidade e um vocal difícil de se
classificar, gutural, urrado, vomitado...tudo muito insano, feio (no bom
sentido), agregando em torno da criação musical e artística a trilha
sonora perfeita para aquilo que está impresso no título do disco “The
Last Great War of Humanity”, ou seja a última grande guerra da
humanidade.
Tanto as letras como o conceito artístico e gráfico é embasado fielmente
na arte da guerra e sua propagação através da história da humanidade.
Um disco perfeito para se ouvir nesses dias de mortes em massa e
histeria coletiva. Está direto no meu player.
Para fãs de Sadistik Exekution, Impiety (old), Order From Chaos e
similares.
Por Tiago Siqueira
GOATEN (Brasil) “The Following” EP 2020
(Cianeto Discos)
Nota 9 / 10.
O que tem me chamado bastante atenção nos
lançamentos da Cianeto discos é sua capacidade de
transitar pelos mais diversos estilos do Metal.
Quando vi a divulgação da capa do EP do Goaten
nas redes, a foto da banda entre velas e demais
adornos, imaginei uma banda com aquela sonoridade setentista, tratando
de temas como bruxaria, florestas e outros circunscritos ao aclamado
New Occult Rock. Qual não foi minha surpresa ao colocar esse EP no
player e me deparar com um belíssimo e requintado Heavy Metal
tradicional em seu estado mais puro da palavra!
Peso, bastante melodia, produção de peso, sem artifícios e truques, riffs
muito bem construídos, toda a cozinha super balanceada, vocal com um
toque próprio e o mais importante o sentimento Heavy Metal no sangue,
correndo feito um
pégazus galopante pelos
ares da fantasia. Esse é
o Goaten nesse
impressionante EP,
curto e direto, com suas
viciantes 5 faixas,
mostrando uma banda
que saiu lá da região dos
Vales dos Sinos no Rio
Grande do Sul, para, muito em breve conquistar o mundo.
Bom, pra quem gosta de referências, vamos lá...muito da melodia que se
ouve em discos como o clássico “Thundersteel” do Riot, passando por
algo do Power Metal europeu dos anos 2000 e até a nova geração
alcunhada de NWOHM (New Wave of Heavy Metal), chegando à soar
um pouco como os suecos do Enforcer. Mas não se engane, há no
Goaten toda uma aura própria, uma estética uma estética sua...
Não me alongarei. Basta dizer que esse EP é a porta de entrada para um
futuro muito promissor dentro da cena Heavy metal, a cada dia mais
forte e produtivo em todos os cantos do globo.
Por Tiago Siqueira
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 REVIEWS
HATE (Polônia) “Auric Gates of Veles” 2019
(Misanthropic Records) Nota 9/10
O décimo álbum dos veteranos do Hate foi lançado
no Brasil pela gravadora brasiliense Misanthropic
Records, merecendo um tratamento super
profissional no
contexto geral de sua apresentação.
Já faz muitos anos que esses poloneses deixaram
digamos, os porões do underground do Metal extremo, para ocupar um
lugar de maior destaque na cena de seu país e do restante da Europa.
Prova disso são seus discos lançados em vários continentes e o giro de
turnês que a banda costuma dar a cada lançamento ao redor do mundo!
Esse “Auric Gates of Veles” vem comprovar o talento, profissionalismo e
seriedade com que esses polacos executam de forma magistral seu Black
Death Metal cheio de referências ao
paganismo, em uma sonoridade, moderna, original, honesta e sobretudo
blasfema, negra e ameaçadora, como o Metal extremo deve soar aos
OPERA IX (Itália)
‘’The Gospel’’ 2019 (Misanthropic Records)
Nota: 8,5/10
Os veteranos italianos de Piemonte, região Norte
da Itália, estão de volta com um álbum bastante
cativante.
Apresentando sua nova vocalista Dipsas
Dianaria (Consummatum Est, Mek na Ver, etc.)
que aqui cumpre com esmero a função de manter
a linha tradicional da banda com vocais rasgados, sussurrados e
passagens de vocais femininos limpos.
A música está centrada naquilo que o Opera IX sempre soube fazer de
melhor, Black Metal sinfônico, cheio de melodias, atmosferas e efeitos
que resultam em uma música pagã, mística e necromântica, cuja receita
as velhas bandas italianas sabem de cor e salteado!
O álbum é permeado por canções mais longas, a maioria com mais de
seis minutos. Prevalece no disco o andamento mais lento, quase Doom
FÉRETRO AVERNAL (Brasil) ‘’A Escuridão
Que Nos Envolveve’’ EP 2018.
(Temple Bizarre cult / Without God Distro /
Cossoco Records)
NOTA 9/10
Banda espetacular vindo da capital cearense, a
prolífica Fortaleza, pródiga em legar bandas boas
para o cenário brasileiro. Composta por um trio
muito bem entrosado, eles optam por tocar um
Black Metal com passagens mais lentas e variações rítmcas, com espaço
para interpretações melódicas, sombrias e mórbidas.
nas partes mais rápidas, como na terceira faixa ‘’Demonus Proelis’’, eles
conseguem ser bastante versáteis, mudando de riffs e tempo em várias
partes da música, inclusive com partes atmosféricas de teclados, dando
aquele tom épico e soturno à composição.
As letras são entoadas em português audível, fugindo do lugar comum,
em um vocal que fica num meio termo entre o rasgado e o gutural, com
bastante personalidade.
A sonoridade lembra bastante os anos 90 e bandas como Samael antigo e
ouvidos de todos!
São 8 faixas em pouco mais de 40 minutos, com ótima produção, peso,
técnica e atmosfera em composições que prendem a atenção do ouvinte,
fazendo ouvir o disco repetidas vezes, proporcionando uma experiência
sonora que irá
agradar aos fãs do Metal em várias vertentes, como Black, Pagan, Death e
subgêneros.
Podemos destacar faixas como a abertura “Seventh Mavantara”,
“”Sovereign Sanctity” que ganhou um clipe de alta produção, “Path to
Arkhen” com uma levada meio progressiva que
vai crescendo e se tornado em um hino bestial de brutalidade, a faixa
título que eleva o álbum a um clima mais épico e guerreiro, enaltecendo o
mito de Veles, o deus do submundo eslavo.
Um disco que deve constar na coleção de todos apreciador de música de
qualidade, feita com profissionalismo, conteúdo e originalidade. O
melhor, em ótima versão tupiniquim à preço justo.
Por Tiago Siqueira
Metal, só que envolto por toda a escuridão e melancolia do Black Metal
noventista.
Belas linhas melódicas de guitarras e os teclados acompanhando todas as
faixas, dão o tom de um disco muito bem composto, redondo, com ótima
produção e que serve para o deleite dos velhos fãs e para a conquista de
uma nova leva de seguidores ao redor do mundo!
No Brasil o disco foi lançado pela gravadora brasiliense Misanthropic
Records em 2019, que como sempre,
faz um trabalho muito profissional e digno de nota nesses licenciamentos
vindos do exterior!
A versão nacional traz a capa completa, diferente da versão original da
gravadora Dusktone que capta apenas um detalhe da imagem da
vocalista da banda, (uma tradição em alguns álbuns da banda); com um
encarte simulando um pergaminho medieval com imagens necromânticas
medievais e as letras, foto da banda no centro do encarte, bem
caprichado. Altamente recomendável!
Por Tiago Siqueira
o Mighty (RS).
Esse EP, o terceiro lançamento da banda, mostra que o Féretro Avernal
não está para brincadeira e faz jus ao seu lugar de destaque na cena
nordestina, com um trabalho bem original e cheio de referências próprias.
A gravação, produção e execução
dos instrumentos estão muito acima da média, mostrando músicos
competentes e centrados em sua arte.
A arte gráfica é em preto e branco,
remetendo os lançamentos dos
anos 90, mas com conceito artístico
bem poético e bem elaborado,
trazendo as letras na face interna.
Uma grata surpresa enviada para
nós pela Without God Distro de
Jaboatão dos Guararapes/PE!
Contatos com a banda:
feretroavernalhorde@hotmail.com
WITHOUT GOD DISTRO: withoutgod.com.br
Por Tiago Siqueira
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 REVIEWS
MORIENDI (Brasil) ‘’The Art of Dying -
CD 2020 (Misanthropic Records /
Blackhearts Records)
NOTA: 10 / 10.
A Misanthropic Records nos passou em
primeira mão esse tão aguardado debut do
Moriendi para ser resenhado. Tenho que
admitir que sou fã da banda desde a demo de
estreia ‘’A Call to Martyr’’. Na edição
passada do Akkeldama Zine (#06-Fev/2020)
tivemos uma entrevista antológica com eles, aonde já anunciavam o
lançamento desse álbum.
‘’The Art of Dying’’ é um álbum profundo, emocional, carregado e
obscuro. Em se tratando de Moriendi, você jamais irá encontrar
concessões à modismos ou inovações, que volta e meia se imiscuem nos
subgêneros do Doom. Aqui a essência primordial do estilo é mantida na
mais pura intocabilidade. Então se você sente-se saudoso de toda aquela
atmosfera dos anos iniciais da década de 90 e da trica insofismável do
Doom Metal britânico: Paradise Lost, My Dying Bride e Anathema em
seus primeiros lançamentos, saiba que é um dever, uma obrigação você ter
esse álbum na sua coleção!
Uma intro ‘’Unleashed Memories’’ e um Outro ‘’Death by Light’’ abrem e
encerram o disco, com direito à um interlúdio no meio ‘’Her Light’’
embalado por melodias acústicas e vocal feminino. Já as canções de fato,
são um misto de peso, melodias entristecidas, melancolia, ódio,
sufocamento e sentimentos fúnebres, entoados sob letras que tratam da
desilusão da vida e das diversas formas conjugadas que nos levarão para o
mesmo destino, o túmulo!
Destaco canções como ‘’Choose the Void to Light’’, ‘’The Art of Dying’’ e
‘’Dark Layers’’, todas inspiradas no mais alto padrão Doom Metal de
origem, coroando um disco bem produzido, e que já está entre as melhores
coisas de 2020, cumprindo à contento e com esmero a missão de perpetuar
os atributos leais do Doom Metal, mantendo-o soturnamente aterrador
como deve ser!
Acompanha belo encarte de 16 páginas com letras (muito bem escritas) e
fotos da banda. Adquira sua cópia agora pelo site da Misanthropic
Records: www,misanthropic.com.br
Por Tiago Siqueira

ETHEL HUNTER (Brasil) ‘’Consciousness aquelas partes cadenciadas, além de uma aula de riffs por todas as faixas
Awakening’’ CD 2020 do álbum. A duração das músicas também raramente passam dos 3,5 4
(Sociedade dos Mortos Records) minutos, o que confere uma audição linear e nem um pouco cansativa ao
Nota 8,5 / 10 disco.
Quando eu digo que o cenário underground A banda soube muito bem produzir um disco moderno de Death Metal cm
brasileiro é um mar bravio à ser desbravado, os pés fincados na tradição dos anos 90, sem soar datado e despejando
parece mera força de expressão, Não o é! A talento e
metáfora pode sim ser aplicada ao mundaréu maturidade.
de bandas fazendo um trabalho excelente sob O CD é no
esse céu tupiniquim. O Ethel Hunter é um formato acrílico,
desses casos que até então fugia ao meu conhecimento. com encarte de
Oriundos da sempre prolífica Curitiba e contando na formação com ex 12 páginas, com
membros de bandas cultuadas do underground curitibano como Infernal, fotos e letras,
Fornication e Eternal Sorrow, a banda apresenta esse ótimo álbum bem caprichado,
composto por 10 canções diretas e altamente versáteis. como tudo o que
O Ethel Hunter toca um Death Metal nos moldes da escola americana do a Sociedade dos
Morbid Angel e Suffocation em seus dias de glória. O disco exala peso, Mortos lança no
técnica, melodia, diversidade, tudo sob uma produção muito bem feita, mercado.
onde se ouve cada instrumento e os vocais, tudo muito bem mixado. Por Tiago
A banda sabe muito bem dosar tudo o que o bom Death Metal tem para Siqueira
oferecer, momentos rápidos, intercalados por solos bem executados e

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WATAIN (Suécia) ‘’Sworn to the Dark’’
2007 / 2020 Relançamento Digipack Deluxe
CD (Misanthropic Records / Blackhearts
Records / Blasphemy Productions)
Nota 9,5 / 10
Por Tiago Siqueira / Akkeldama Zine
Em 2006 o Black Metal lamentava a perda do
músico sueco Jon Nödtveidt do Dissection,
que havia tirado a vida em um suposto ritual
satânico suicida. Não só a Suécia, como o
resto do mundo testemunhava o fim de uma das bandas mais talentosas
dos anos 90, que naquela altura comemorava o sucesso do último álbum
‘’Reinkaos’’, espécie de hinário e grimório da Luciferian Misanthropic
Order. A cena sueca precisava de um substituto à altura. Nesse cenário,
o Watain, na época um trio de Estocolmo lançaria o aclamado terceiro
álbum ‘’Sworn to the Dark’’, um salto criativo e musical que colocaria a
banda definitivamente no topo das bandas do Black Metal do novo
milênio, angariando resenhas elogiosas em todas as publicações
especializadas e com aparições de destaque nos charts de música
extrema ao redor do planeta. Era o início de uma investidura que se
segue até hoje pelo mainstream do universo Metal.
‘’Sworn to the Dark’’ é um disco super bem produzido, com uma
ROTTING CHRIST (Grécia) ‘’Thy Mighty
Contract’’ 1993 / 2020
(Relançamento Nacional - ColdArt /
Deathcult / Without God / Folkvangar)
Nota: 666/10
O Rotting Christ já tinha um nome à zelar no
underground quando em 1993 lançou a obra
prima ‘’Thy Mighty Contract’’, considerado um
pilar revolucionário para a segunda geração do
Black Metal.
‘’Thy Mighty Contract’’ foi gravado como um quarteto, com a formação
lendária: Necromayhem (Guitars/Vocals), Mutilator (bass), Necrosauron
(Drums) e Magus Wampyr Daoloth (Keyboards), no antigo estúdio
Molon Lave, que seria adquirido pela banda posteriormente, se
transformando no Storm Studio, local onde vários discos lendários do
Varathron, Agatus, Septic Flesh, Nergal, Nightfall foram gravados. Tudo
foi realizado entre novembro e dezembro de 1992 e o lançamento
ocorreu através da lendária gravadora francesa Osmose Productions em
11 de novembro de 1993, um ano após as gravações.
‘’Thy Mighty Contract’’ caiu como uma bomba na cena daquela época,
sonoridade atualíssima, mesmo após 13 de seu lançamento,
proporcionando uma audição cheia de surpresas, haja visto, o infame trio
Eric, Pelle, e Hakan serem detentores de uma excepcional e avantajado
intimidade com seus instrumentos e estarem nesses disco alinhados
técnica e criativamente como nunca!
Canções como ‘’Legions of the Black Light’’ dedicada postumamente
para Jon Nodtveidt, ‘’Storm of the Antichrist’’, ‘’ The Light That Burns
the Sun’’ e a faixa título figurarem sempre no setlist dos shows das
bandas como favoritas dos fãs, provam a atemporalidade artística e o
valor desse álbum na discografia da banda.
Para quem nunca ouviu ou conhece superficialmente o Watain, esse
disco é uma excelente indicação para se iniciar no reino sombrio dessa
entidade anti-cósmica. Black Metal cortante, com muitas referências à
sonoridade típica sueca, com toques de modernidade, super bem tocado
e produzido, garantido uma experiência sem igual para quem curte
Black Metal com diversidade rítmica, melodia, agressividade, ódio e
sentimentos negros exaltados em cada composição e letra!
A apresentação desse relançamento é uma obra prima à parte. parabéns
aos 3 selos envolvidos, pelo capricho. Digipack de 3 abas envernizadas,
com encarte interno de 16 páginas, com letras, gravuras satânicas e foto.
Um luxo só!
Por Tiago Siqueira
recebendo nota máxima em quase todos
os zines e publicações especializadas. A
banda criou uma sonoridade própria,
pavimentando o tipo de som que seria
emulado por cerca de 90% dos
lançamentos do Black Metal grego que
se seguiram ao disco. Na verdade o
Rotting Christ de um salto estratosférico
em termos de produção, técnica musical,
criatividade, qualidade de gravação e aspectos gráficos. Um lançamento
elogiável do início ao fim. Todas as suas 8 faixas se tornaram, sem
exceção, hinos do Black Metal na primeira metade dos anos 90, sendo
eternizadas em dezenas de versões e tributos à banda e ao disco ao redor
do mundo. Peso, atmosfera, melodia, sentimentos místicos e uma aura
mitológica percorrem cada nota do álbum.
Na biografia da banda autorizada da banda lançada pelo pesquisador
inglês Dayal Patterson e lançada por sua editora Cult Never Dies em
2018, uma lista de nomes proeminentes do Black Metal como membros
do Blasphemy, Moonspell, Watain, Behemoth, etc, são taxativos em
elevar ao status de grandeza máxima o álbum composto pelos quatro
cavaleiros negros de Atenas.
Um álbum que ultrapassou as fronteiras da música e se imortalizou
no tempo, está disponível agora em uma versão nacional luxuosa,
lançada em conjunto pelos selos brasileiros
Cold Art, Deathcult, Without God e Folkvangar. A cópia cedida ao
Akkeldama Zine para review foi enviada pela Without God Distro.
A apresentação gráfica dessa versão é de tirar o fôlego com CD em
acrílico, embalado por uma belo slipcase envernizado e um encarte
com fotos, letras e depoimentos de membros históricos da cena
Black Metal, além de acompanhar um belo poster, com uma
releitura do desenho da capa, feita pelo artista e tatuador
profissional Weder
Ferreira (Black
Heart Magazine).
Esse é um item
obrigatório para
qualquer fã de
música extrema que
se preze. Está
presente em todas
alistas oficiais e
pessoais sobre os
melhores álbuns de
Black Metal de
todos os tempos.
Por Tiago Siqueira
41
 REVIEWS
INVERTO O UNIGÊNITO (Brasil) ‘’O Início da
Decadência Cristã’’ CD 2020. (Irmandade
Hermética do Ódio)
Nota 8,5 / 10
Dizer que Salvador-BA sempre foi um reduto de
extremismo e devoção negra ao Black Death Metal
desde os anos 80/90 é chover no molhado. O
interessante é que a cena por lá continua revelando
gratas surpresas para o underground. Fruto da nova geração do caos, o
Inverto o Unigênito é uma aposta certeira da Irmandade Hermética do
Ódio e nos chega com esse disco brilhante, composto por 8 composições
de um Black Death Metal muito bem tocado, com bastante identidade,
cheio de incríveis variações, ora rápido, ora lento, com passagens que
SATANWRATH (Brasil) ‘’Primitive
Underground Manifestation’’ Promo Ensaio
2019. (Irmandade Hermética do Ódio)
Nota: 8,10
Como tudo que o líder da IHO Funesto Diaboli
coloca a mão, exala á enxofre, inferno e sangue!
Satanwrath é uma das bandas paralelas do músico
em questão
(Aeternus Odium, Abismo 666, Hölle) e nos apresenta um Raw Black
Metal totalmente intolerante e desaconselhável para ouvidos mais
sensíveis.
THE BLACK COLD (Brasil) ‘’Et Svlphvr
Natvs Mortem’’ CD 2017
O The Black Cold é um quarteto carioca que
desenvolve um trabalho com alguns aspectos
diferenciados e dignos de nota. Primeiro que as
letras do álbum são entoadas em 3 idiomas
diversos, latim, italiano e inglês, o que proporciona
uma certa identidade.
A música é repleta de variações, com a sonoridade bastante em baseada
no frio e cortante Black Metal praticado nos anos 90. Cada faixa do
álbum tem uma dinâmica e a audição completa do full não se torna
cansativa em nenhum momento. os músicos tocam com propriedade e
garra cada um de seus instrumentos, dando larga à perfomance única de
cada integrante, que não estão ali apenas para preencher tabela, mas
para dispor de seu talento musical em prol da totalidade da obra.
Em minhas resenhas não sou de citar nomes de faixas, nem mesmo
edstacar algumas em questão. Raramente faço isso. prefiro o comentar o
beiram o épico, pesado, quando você acompanha as letras todas em
português e muito bem escritas, fazendo jus ao título, em expressões de
ódio e repulsa ao cristianismo e o bastardo colonizador. As letras são uma
exaltação à guerra contra o credo da luz e trazem a verve de devoção aos
demônios infernais.
O álbum traz um encarte com 8 páginas, contendo as letras (curti muito
cada verso) e contracapa com foto da banda ao vivo. A arte final foi feita
pelo amigo Kito da Voz da Morte Produções do interior paulista.
Altamente indicado para quem venera e ainda acredita que o underground
oculto brasileiro pode revelar bandas de talento e seriedade naquilo que
propõe. Que o Inverto ao Unigênito permaneça firme nesse caminho de
escuridão e triunfo!
Por Tiago Siqueira
São um intro e 4 faixas que exalatm os dias de glória do Black Metal
underground, com uma gravação acima da média para um ensaio, com
músicas cheias de variações rítmicas, vocais lamentosos e odiosos,
resultando em um Black Metal blasfemo que alia partes rápidas com
passagens mais lentas.
O que a Irmandade Hermética do Ódio lança, é algo destinado apenas
para poucas almas sombrias e misantrópicas, distante da divulgação
massiva e contra a exposição do estilo nas redes sociais, com foco na
divulgação em zines de papel xerocados.
funestodiaboli@gmail.com
Por Tiago Siqueira
álbum de forma linear, explorar o arcabouço completo da obra.
Et Svlphvr Natvs Mortem é um disco com sonoridade própria que irá
agradar em cheio aos fãs do Black Metal frio, cortante, bem gravado e
bem tocado. Indicado para fãs dos antigos trabalhos do Behemoth (Pol),
Darkthrone e Enthroned.
O disco traz encarte com um artwork muito bem feito e obscuro, com
destaque para a capa que apresenta cartas do tarô dispostas com o
Arcano XV (O Diabo) em evidência. O lançamento ocorreu através da
parceria de 5 selos e nossa
cópia foi enviada pela
Irmandade Hermética do
Ódio, do incansável Funesto
Diaboli.
Contatos com a banda:
theblackcold666@gmail.com
Por Tiago Siqueira
42
 REVIEWS
THE SKELETAL (Estados Unidos /
Suécia / Finlândia / Noruega) ‘’The
Plague Rituals + Remains’’ CD + EP
(Cianeto Discos) 2020.
Nota: 9/10.
Por Tiago Siqueira / Akkeldama Zine
Juntar nomes de peso como Kam Lee
(Mantas, Death, Massacre) e Rogga
Johansson (Paganizer, Deranged, The
Grotesquery, etc, etc...) aliados à mais dois
músicos do norte europeu, que tocam em
várias bandas projetos, não há como errar
na fórmula. O The Skeletal é um time de peso do atual Death Metal,
formado por músicos com larga história de pioneirismo no estilo,
altamente competentes na execução de seus instrumentos e capacidade
criativa de composição.
A Cianeto Discos reuniu nesse relançamento luxuoso o álbum de estreia
‘’The Plague Rituals’’ de 2011 e o EP ‘’Remais’’.Embalado por um
digipack de 3 abas, com ambas as capas na íntegra, o relançamento da
Cianeto nos abre com o disco ‘’The Plague Rituals’’ da faixa 1 a 9. O
disco é uma amostra fidedigna de amor ao Death Metal, com raízes
ESCARNIUM (BRASIL) “Interitus” CD
Digipack 2017
(Misanthropic Records / Cianeto Discos)
Nota: 9,5/10
“Interirus” é uma obra espantosamente fora do
lugar comum e à frente de muita coisa que se
tem produzido tanto em termos de Brasil como
exterior. Lançado em 2017, há apenas 3 anos,
sua atualidade deverá reverberar por anos à fio,
sendo um grandioso destaque na discografia dessa banda, que em tempo,
já lançou um novo EP esse ano pela Cianeto, que irei resenhar em breve.
A introdução e as 9 faixas que compõe esse álbum trazem um Death
Metal levado aos limites da técnica, feeling, criatividade, tudo em
caldeirão monstruoso, encorpado por uma produção absurda, pesada, que
traz ao ouvinte tudo aquilo o que o real Death Metal representa, ou seja
repulsa, ódio, sentimentos perturbadores, acompanhado por letras muito
bem sacadas que mostram a fragilidade da existência humana frente aos
conflitos, guerras, doenças, manipulação e miséria planetária.
A música é extremamente variada, com toneladas de riffs criativos,
VEHEXION (Brasil) ‘’The Chaos
Supremacy’’ CD 2020 (Sociedade dos
Mortos).
Nota, 9, / 10
A gravadora brasiliense não erra na escolha de
bandas de inegável talento para compor seu cast
de lançamento. Bem no fechamento dessa
edição GVR Black Death nos enviou esse
álbum surpreendente em primeira mão para ser
resenhado.
Temos aqui uma explosiva máquina de Death Metal satânico e
anticristão, levado à cabo por um duo com sangue nos olhos, que compôs
um álbum que pode ser traduzido como uma verdadeira aula de Death
musicais que remetem o estio praticado ali na
Flórida nos anos de glória, mas a presença de
músicos norte europeus também, traz aquela
aura do Death Metal sueco em certas
passagens. O disco soa bastante moderno e é
um verdadeiro desfile de virtuosismo musical,
onde todos os músicos provam suas
capacidades, num cruzamento que proporciona
uma aula para os amantes das duas escolas do
Death Metal, americano e sueca!
Da faixa 14 em diante temos o EP ‘’Remains’’
que traz uma sonoridade mais orgânica e
pesada que o debut, com o som mostrando uma certa evolução natural e
os vocais de Kam Lee soando mais límpidos por assim dizer. Porém o
Death Metal come solto nesse EP, com a banda apostando em algumas
partes mais grooveadas, mas ainda mórbido e doentio.
Se você é um apreciador dos gigantes do Death Metal e rende seu tributo
pessoal à lendas como Kam Lee e Rogga Johansson, esse relançamento
imperdível deve ir imediatamente para sua coleção!
Por Tiago Siqueira
incríveis solos de guitarra nas partes mais melódicas, com alternações
Doom, sob um vocal monstruoso, tudo bem timbrado, equalizado,
resultando em uma gravação de primeiro mundo. Death Metal com doses
de brutalidade, extremismo, mas com levadas cadenciadas, dando o
equilíbrio perfeito para o conjunto da obra! Um pesadelo sonoro sem
precedentes!!!! Impossível destacar qualquer música em especial que
seja...todas as composições são avassaladoras e não caem em alta
qualidade em momento algum do álbum!
A apresentação gráfica é um primor, em digipack de 3 abas, com as letras
e ilustrações estonteantes. Uma obra prima em todos os sentidos!
O Escarnium surgiu após a saída do mentor Victor Elian (hoje residindo
na Alemanha) saiu do Impetuous Rage (RIP), uma grata revelação da
primeira década desse milênio e lançou a primeira demo da banda
“Covered in Decadence” em 2009. De lá pra cá a banda só vem
colecionando grandes materiais, dividindo o palco com nomes
consagrados, angariando excelente repercussão mundo à fora e se
destacando como um dos maiores nomes do Death Metal underground
mundial. Imperdível para o fã de Metal Extremo mais exigente!!!
Por Tiago Siqueira
Metal brutal, mas com bastante melodia e riffs poderosos na linha de
bandas como Deicide (Fase Once Upon the Cross...ouça a terceira faixa
Sacrament`s Filth, com seu devastador riff principal ), Altar e Luciferion.
São 8 faixas estonteantes, sob uma excelente produção, bateria
avassaladora e solos melódicos entrecortados em meio à brutalidade bem
tocada! Realmente mais uma banda que só vem engrandecer e reafirmar o
que já sabemos, que o Brasil é um celeiro infindável de bandas
talentosíssimas, que não deixam nada à dever aos nomes do grande
escalão do Death Metal mundial. Pode apostar, o Vehexion é um deles!
Não podemos deixar de citar que dois membros que tocaram nesse disco
também pertencem ao poderoso Lamashta, banda destruidora de Maceió.
Destaque para a arte da capa em pintura à guache por Márcio
Blasphemator (Blasphemator Art) e o layout de todo o álbum, assinado
por Alcides Burn (Burn Artworks).
Adquira sua cópia agora com GVR Blackdeath, o big boss da
Sociedade dos mortos, através do e-mail:
gvr666deathblack@gmail.com
Por Tiago Siqueira
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 REVIEWS
LAMMASHTA (Brasil) ‘’Anonymous - The
Curse of Lammashta’’ CD 2017 (Sociedade
dos Mortos / Pictures From Hell)
Nota: 8,5 / 10
Apesar da banda estar ativa desde 2001, só fui
tomar conhecimento de seu trabalho, com o
relançamento que a Sociedade dos Mortos fez
do disco anterior de 2014 ‘’The
Pandemonium Begins Here’’ e fiquei
realmente surpreso com o poder devastador da
banda e um Black Death Metal com orientação War, lembrando bastante
os clássicos do Morbid Angel , Impiety, Angelcorpse, Bestial Warlust etc.
Esse álbum traz 9 faixas e algumas são uma releitura de composições
presentes no disco de estreia de 2007.
Aqui você tem a garantia de um Black Death Metal muito bem
executado, com um trabalho de guitarra ímpar de Edyskull, que nos
presenteia com belos solos entre a pancadaria, conferindo uma aura
excelente ao som do Lammashta. É um disco pesado, bem produzido e
indicado para fãs de Death Metal com classe, no nível dos medalhões do
gênero. Pode adquirir sua cópia sem medo. A maldição de Lammashta irá
aos seu encontro e a banda irá ganhar mundo muito em breve, se manter o
padrão de qualidade dos dois últimos lançamentos!
Contatos: lammashta@hotmail.com
Por Tiago Siqueira

OPERA IX ‘’Back to Sepulcro’’ CD 2015
(Misanthropic Records)
Nota 8 / 10
A Misanthropic Records nos presenteou com
o lançamento de dois álbuns dessa cultuada e
antiga banda italiana, que está na ativa há 32
anos. Quem acompanha o Black Metal desde
os anos 90 sabe a importância que a banda
teve no cenário europeu naqueles tempos de
everfescência do estilo.
Back to Sepulcro é uma espécie de cartão de visitas para Dipsas Dianaria,
a cantora que substituiu o então vocalista Marco de Rosa, vitimado por
uma câncer fatal em 2017.
Se os fãs estavam saudosos da presença feminina à frente da banda, como
nos discos clássicos dos anos 90 e início do milênio, gravados com a
lendária cantora Cadaveria, esse saudosismo vem sendo sanado à
contento, desde 2018, com o lançamento desse álbum. É importante frisar
também que Dipsas Dianaria tem um timbre e estilo de cantar que remete
e muito ao de Cadaveria, conferindo uma espécie de ‘’déja-vu’’
nostálgico ao ouvir as regravações nesse disco e as novas músicas no
excelente The Gospel (também lançado aqui no Brasil pela
Misanthropic), segundo disco com ela na linha de frente do Opera IX.
Back to Sepulcro traz as inéditas ‘’Consacration’’ e ‘’The Cross’’ e
versões regravadas e re-orqesutradas de clássicos como ‘’Maleventum’’ e
‘’ACT I- The First Seal’’ e ‘’Sepulcro’’ do inesquecível debut ‘’The Call
of the Wood’’ de 95.
É um disco para quem quer se iniciar em Opera IX, uma banda que soube
criar seu próprio universo, e para os fãs da banda desde sempre!
Imperdível!
Por Tiago Siqueira

NOMINON (Suécia) 1999 ‘’Diabolical
Bloodshed’’ CD Relançamento 2020 -
(Cianeto Discos)
Nota: 9 / 10
Por Tiago Siqueira / Akkeldama Zine
Um grande presente para os fãs do antigo Death
Metal sueco no Brasil! Assim podemos logo de
cara resumir esse relançamento feito pela
Cianeto em terras tupiniquins.
Diabolical Bloodshed foi o debut álbum do
Nominon, um dos nomes mais importantes da cena underground sueca
nos anos 90, mantendo se ativa com lançamentos memoráveis por 27
anos de estrada.
Diabolical Bloodshed, lançado em 1999, após um ciclo de demos muito
bem sucedidas no underground, desde 1993, o álbum já mostrava o
grande talento que banda tinha em compor Death metal com cara própria,
muito técnico, cheio de feeling, mas mantendo aquela aura sueca
imortalizada por clássicos primais do Entombed e Dismember. Só que o
Nominon nesse debut soa mais doentio, mais sombrio e monstruoso, com
letras assombrosas e composições cheias de variações, de tirarem o
fôlego.
O disco traz alguns clássicos que imortalizaram a banda junto aos fãs
como Servants of the Moonlight, Sodom`s Fall, Son of the Dragon e No
Holy Ghost Shall Rise.
Na versão da Cianeto vem de bônus a regravação das faixas Servants of
the Moonlight e Genocide am sessões distintas.
Um dos grandes destaques dessa obra é a assustadora e chocante arte da
capa assinada pelo mestre Joe Petagno (Motorhead, Marduk, Bal-Sagoth,
Autopsy, Krisiun, etc.).
Um relançamento obrigatório para qualquer maníaco pelo Death Metal
underground!!!!
Por Tiago Siqueira

IMPERADOR BELIAL (Brasil) ‘’Curse of
Belial CD 2019 (Mara Productions)
Nota 8,5 / 10
No último lançamento da banda há dois anos,
eles reafirmaram o compromisso com as
raízes sonoras do antigo Black Metal. A
música do Imperador Belial soa como se os
deuses como Bathory, Venom, Celtic frost e
Hellhammer estivessem gravando seus
primeiros discos. E isso é motivo de
celebração, em pleno 2020, bandas prestando tributo sonoro e estético á
clássicos lançados há quase 40 anos.
A banda é formada por músicos experientes, envolvidos em outras
bandas como Into the Cave, Hellokommander, Embalsamado, Tyranno,
Enemy Cross, entre outras e conta em seu currículo com diversas
aprentações pelo país e até giro na Europa.
Curse of Belial mostra um Imperador Belial, bem entrosado, com
composições certeiras, que irão agradar em cheio aos die hard maníacos
pelo velho espírito Black Death Metal. Produção pesada, gravação muito
boa e uma apresentação gráfica muito bonita em digipack de 3 abas,
envernizado, com encarte interno.
A versão da Mara Productions da Polônia que recebi de Inkubus,
frontman da banda, traz de bônus o cover para Beelzeebuth do Mystifier,
com participação de Diogo Dourden (Mystifier) e versões ao vivo
gravadas no Guaru Metal Fest em Santa Catarina no ano de 2017.
Por Tiago Siqueira

AÇOITE (Brasil) clima orgânico e sonoridade que nos leva

‘’Açoite’’ CD 2019
(Cianeto Records /
PNCDD Distro)
Nota 8,5 / 10
Formada por membros de
bandas conhecidas do
underground Metal
paulistano como Helish
Grave, Harpago, Antroforce,
Disgracer, etc, o Açoite
aposta num poderoso Death Thrash Metal com
influência nos anos 80 e 90.
Nas 7 composições desse debut a banda alcança um
ótimo resultado sonoro, com muito peso, gravação com
para a época dourada do antigos trampos
do Sepultura, Destruction, Dark Angel,
Possessed, Sadus e afins, mas também há
toques do Death Metal do início dos anos
90!
A banda optou por conduzir sua
destruição sonora com letras em
português, o que resultou num ótimo ingrediente,
levando em conta as letras bem escritas, destilando ódio
contra as instituições religiosas e relatando as misérias
da existência humana.
Disco coeso, pesado, brutal e niilista! Destaque para a
arte da capa e encarte, que ficaria lindo num LP.
Por Tiago Siqueira

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 REVIEWS
SPELL FOREST (Brasil) ‘’Candelarum’’
EP 2017 (Drakkar Brasil) 2019
Nota 9/10
Esse EP dos paulistanos do Spell Forest,
lançado pela Drakkar Brasil em formato
digipack com vários bônus especiais, trazem
em seu bojo 4 composições gravadas em 2017,
mantendo aquela linha de Black Metal super
bem tocado, com melodias, passagens
sinfônicas e atmosfera remetendo aos grandes
clássicos europeus dos anos 90, como Limbonic Art, Obtained
Enslavement, etc, mesclando momentos rápidos, com passagens mais
cadenciadas.. As 4 faixas contam com Lord Mephyr, tocando guitarra,
teclado, baixo, além dos vocais e a bateria gravada por Pestiferath XII,
demonstrando todo o talento musical e artístico que sempre envolveu o
nome do Spell Forest, colocando-os no topo das melhores bandas de
Black Metal brasileiras.
Já como bônus temos um verdadeiro presente para os antigos e novos
admiradores da banda, a demo ensaio de 1998 ‘’Adornus Satani’’ com as
lendárias faixas ‘’Moon of Serpent’’ e ‘’Adornus Satani’’ e uma demo
ensaio de 2000, contendo as 11 faixas do antológico debut álbum da
banda ‘’Adornus Satani’’, hoje fora de catálogo, que contava em sua
clássica formação com membros do Mythological Cold Towers e
Templum.
Sem dúvidas um registro para colecionadores, cheio de material raro de
um dos nomes mais significativos do Black Metal brasileiro.
Apresentação em digipack de 3 abas, contendo a capa das demos bônus
no interior do pack. Obrigatório!!!
Por Tiago Siqueira

BESTHÖVEN (Brasil) ‘’Dis-Cography’
2011'’ CD Compilation 2020 (Cianeto Discos
/ Terceiro Mundo Chaos / Putr-Essence
Distro).
Nota 8 / 10
Essa é uma coletânea essencial para quem quer
conhecer o trabalho de uma das bandas mais
antigas e respeitadas do cenário crust e d-beat
brasileiro, o Besthöven do incansável Fofão do
Gama-DF.
Aqui estão reunidos o disco ‘’Di Means War’’, gravado em 2011, o Split
EP com os italianos do Kontatto e o live EP ‘’Live in Rostok’’ gravado
na cidade homônima alemã, durante o giro da banda pela Europa em
2011, além de versões covers para suas referências sonoras mais notáveis
como o Discharge, tiradas de um CD tributo aà banda organizado pelo
próprio Fofão e para a música ‘’Wheel of Life’’ do pioneiros suecos do
crust Anti-Cimex.
Musicalmente o Besthöven é uma referência para toda uma geração do
Crust e D-beat, com agressividade, letras inteligentemente encaixadas, e
aquela melodia sempre presente em refrãos bem construídos. Mas tudo
sob a aura underground do do-it-yourself levado às últimas
consequeências, o que sempre foi a marca registrada dessa banda
lendária.
Contatos: A/C; Fofão: Caixa Postal 8120, Gama-DF, CEP: 72460-970 /
Brasil
Facebook.com/besthoven
Por Tiago Siqueira

HELL POISON (Brasil) ‘’Burn
With Me’’ CD 2019 (Cianeto
Discos)
8 / 10
Deathhammer, o único membro por
trás do Hell Poison é um dos
músicos mais ativos da cena de
Teresina-PI. Além do Hell Poison,
ele se divide em bandas e projetos
como Eternal Violence, Cadaverise,
Devil, Cristo Cadavérico, etc.
Com o Hell Poison ele contabiliza mais de uma dezena de
lançamentos, sempre fiel ao Black Thrash Speed Metal, com
influências do Metal teutônico como Kreator, Sodom,
Protector, Destruction e até algumas levadas do Running
Wild antigo nos riffs.
Esse Burn With Me, lançado pela Cianeto, mostra o Hell
Poison no auge de sua criatividade, com 9 faixas
devastadoras, mostrando que Deathhammer conduz cada
instrumento com excelente talento. Você chega a duvidar que
não tenha pelo menos um quarteto tocando nesse disco, haja a
habilidade das composições, preenchidas por guitarras
dobradas, riffs agressivos e muita garra, paixão e devoção
pelo Metal oitentista em cada nota!
Destaque também para o encarte do CD, simples, mas que
traz uma montagem de colagem de fotos, remetendo aos
discos antigos do Exciter, Nuclear Assault, Assassin e afins.
Por Tiago Siqueira

ALCOOL ‘’Alta Velocidade’’ CD 2019 (Cianeto

Records / Bigorna Records)
Nota 8 / 10
A banda paulistana Álcool chega ao seu debut
álbum em grande estilo, trazendo 8 composições do
mais puro Speed Heavy metal cantado em
português e lembrando em muito as bandas dos
anos 80 no Brasil, com toa a garra e rebeldia
emanando de sua música e atitude.
Atitude é algo bem evidente no Álcool. Isso vai da escolha do nome da
banda (bebida e Heavy Metal sempre formaram um casal daqueles!) até o
visual do membros nas fotos promocionais, remetendo totalmente ás
bandas da NWOBHM.
As letras expõe temas como bebida, noitadas, lutas, carros velozes e toda a
imagética criada em torno dos símbolos que fizeram o Speed Metal um
estilo grandioso nos anos 80 e hoje é
revivido pelas gerações mais novas
que à ele prestam loquaz tributo!
Todos aqui são músicos experientes,
com passagens por bandas
conhecidas como Night Prowler, Em
Ruínas, Flagelador, Bitter, etc,
resultando num entrosamento digno
de nota.
Guitarras dobradas, produção no
ponto e uma capa muito bonita e
chamativa, dão o recado da banda,
que irá agradar em cheio à todo fã de
Heavy Metal, independente de idade,
época ou subgênero favorito!
Por Tiago Siqueira

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 ZINES E PUBLICAÇÕES ALTERNATIVAS
PILARES ZINE # 03
(Brasil) - 2018
Se há algo que Funesto
Diaboli, o homem pro trás da
Irmandade Hermética do Ódio
não abre mão, seja nas suas
bandas, com o selo e zines
que edita, é o aspecto
ideológico alinhado com as
artes negras e o Caminho da Mão da Esquerda.
Um aprova disso é essa terceira edição do
Pilares Zine que me chega, mostrando um
CANGAÇO ROCK
INFORMATIVO # 02
(Brasil) 2020
Cristiano Borges, com o
auxílio de Andre chaves do
Sepulchral Voice Zine deram
um salto gigantesco de
qualidade, profissionalizando
a publicação, lançando-a em
formato livreto profissional
com capa dura, no formato A5, impressão
MALÉFICA
EXISTÊNCIA ZINE # 02
(Brasil) 2020
Walter Bacckus me enviou
a segunda edição de seu
Maléfica Existência Zine,
que vem com melhoras
significativas se
comparado com a primeira
edição. O mesmo é
impresso colorido
(impressora) e traz uma bela diagramação em
moldes mais profissionais feita por Jeff Thot
Menzen.
trabalho com altíssimo nível, transitando em
uma linha editorial voltada para a disseminação
de bandas de Black Metal com forte arcabouço
ideológico e pessoas conectadas com o universo
da Magia Negra e do oculto em geral. As
entrevistas são longas, profundas, minuciosas,
embasadas e desnudam o entrevistado em todos
os aspectos possíveis, dentro daquilo que ele
representa.
Nesseedição você lerá artigos e entrevistas
matadoras com: Dissolve Coagula Zine;
Espíritos Impuros; Templo de Belzebuth;
maravilhosa em papel offset 75g em 62 páginas
de puro underground nacional.
Nessa edição você confere entrevistas com:
Eskröta, Afronta, Morcrof, Aberratio, The
Cross, Crucificator, Deep Memories, Electric
Poison, Disruption Path, Vulcano e Possessed.
Matérias Especiais: História do Death (Official)
e DVD Pesado – Que Som É Esse Que Vem de
Pernambuco?. Também há uma sessão enorme
com muitos lançamentos de discos etc... Tudo
bem escrito e diagramado.
O zine é em formato A4 e traz entrevistas,
artigos e reviews.
Nessa edição as bandas entrevistadas são:
Arbach, Axecuter, Violent Curse, Verthebral
(Paraguai) e Somberland. Há releases de
Morcrof, U.N.C.U.L.T. E Rotten Soul, além de
outra entrevista, tratando mais sobre o trabalho
artístico de pintura de Fabiano Blastor da banda
catarinense de Heavy Metal Battalion.
A proposta do zine está ótima, diagramação
muito bem feito, mas eu tenho uma pequena
observação para fazer à Walter. Eu
particularmente não aprecio a impressão de
zines em impressoras de jato de tinta.
46
Yaldabaoth; Necro Terrorist Org; Inciter;
Hinarivm; Inverto o Unigênito, The Black Cold
e Templo que Quimbanda Maioral Beelzebuth e
Exu Pantera Negra.+ Letras, Bios, Comentarios
de Zines + Poster Ritualístico & Coletânea com
as Hordas participantes.
São no total 58 paginas no formato A4. Adquira
sua cópia agora e dos números anteriores
também através do e-mail:
funestodiaboli@gmail.com
Essa edição conta com colunistas e autores
conhecidos da cena como o editor Cristiano
Borges e Deivison Ferreira, Guga Burkhardt,
Jaime “Kbrunco” Amorim, Ricardo Cunha,
Vinny Almeida, Vitor Franceschini.
O informativo custa R$15,00 + frete! Adquira
sua cópia agora através do e-mail:
cangacoradiorock@gmail.com
Material muito bem feito, pra guardar num
lugar especial de sua coleção!
Ultimamente tenho recebido alguns nesses
moldes; vou à copiadora, tiro uma cópia em
xerox e guardo como registro. Esse tipo de
impressão por vezes solta a tinta na mão do
leitor e com o tempo perde-se parte do que está
impresso, não sendo portanto algo confiável
para se guardar. Essa não é de maneira alguma
uma crítica negativa, mas sim uma sugestão. O
espírito dos fanzines ainda prevalece através das
xerox, principalmente as xerox à laser, muito
mais baratas hoje e com qualidade quase de
gráfica!
Contatos: littlewalter666@gmail.com
 ZINES E PUBLICAÇÕES ALTERNATIVAS
MISANTROPO (Brasil) (Necromaniac - Weder
Ferreira) - Edições Blackheart - 2019
Em um ano onde se propaga pelos quatro cantos do
planeta a exaltação do isolamento social e a prática
de quarentenas, Misantropo é uma obra filosófico-
literária que cai como uma luva.
Escrito por Necromaniac (Weder Ferreira) no
período em que compunha o último lançamento da
banda de Black Metal UTU, Misantropo é um
convite à reflexão sobre o papel que a misantropia, o
afastamento parcial da sociedade e do sistema, pode
ser um viés de fortalecimento interior, autoconhecimento e escolha de
postura diante o convívio humano, levado á esmo como filosofia de vida.
Escrito em estilo aforismático, a obra consta de 20 breves capítulos, onde o
autor contesta os paradigmas de convívio social, critica o sistema, a
postura melancólica frente aos desafios da existência e enaltece a natureza,
o isolamento, a circunspecção e a auto reflexão solitária como antídotos
para uma sociedade decadente, vilipendiada pela imposição do
stabilishment e o status quo, moldado por fugas, opiáceos da realidade e
uma busca frenética e patológica por aceitação social.
Contatos: xwederx@gmail.com
Por: Tiago Siqueira

BLASPHEMER ZINE (Brasil) Edição Especial -
Embalmed Souls - 30 Anos de Culto Bizarro - 2020.
Quando eu digo que Helson Reviler é uma verdadeira máquina
pensante editorial, não estou usando de linguagem figurada
nem alegorias! O cara não cansa de produzir e produzir
conteúdo da mais alta relevância underground!!!
Essa edição especial de seu fanzine Blasphemer foi
inteiramente dedicada à homenagear a banda brasiliense
Embalmed Souls, que esse ano completa 30 anos de atividades
ininterruptas, profundamente imersa nos recônditos do
underground mundial!
Helson, através de uma sacada temática, inquiriu a banda em
30 questões que abarcam todos os aspectos que norteiam a
banda, desde as origens, gostos pessoais, a amizade, a
formação quase intacta nesses anos todos, os lançamentos, os
shows, as conquistas e também os reveses de se manter uma
banda ativa no underground por tanto tempo.
Material para se guardar eternamente na coleção. O zine,
limitado, traz alguns brindes relativos à banda!
Contato: helreviler@yahoo.com.br
Por: Tiago Siqueira

THE OLD COFFIN SPIRIT # 04 (Brasil) 2020
Fábio Brayner, não obstante suas ocupações como
professor em tempo integral é um incansável
redator que arruma tempo para redigir
periodicamente esse excelente zine impresso,
assim como sua versão virtual atualizada
diariamente com notícias do underground
mundial!
A cada nova edição o zine se afirma como uma das
publicações mais sérias, profissionais e dedicadas
ao underground mundial!
A Quarta edição, com excelente diagramação de
Hioderman Zartan da Anaites Records, traz 36
páginas em A4, ótima impressão à laser, entrevistas com Hopeless at
God, Creptum, Gorement (Suécia), Chronic Ashes, Diabolic (USA),
Hyperdontia (Dinamarca / Turquia), Krapula, Tornto (Suécia), On Thorns
I Lay (Grécia), Osbkure, Traveler (Canadá).
A coluna ‘’Old Spirit’’ traz um artigo especial sobre as demos do
Invocator da Dinamarca. Muitos reviews super bem escritos, já que Fábio
Brayner vai à fundo em cada lançamento resenhado, dissecando o
conjunto total da obra com muita propriedade e conhecimento de causa.
Muitos anúncios de gravadoras, camisetaria, distribuidoras e outras
atividades do underground mostram a credibilidade do fanzine junto à
cena.
Para enviar materiais para a próxima edição entrem em contato agora
pelo e-mail: oldcoffisspiritzine@gmail.com
Por: Tiago Siqueira

SERAPH ZINE # 05 (Brasil) 2020
Definitivamente a magia dos fanzines impressos está de volta!
É impressionante o ressurgimento de publicações antigas que
retomaram suas atividades, mantendo a tradição da xerox nos
velhos padrões, assim como também reportamos
constantemente em nossas páginas o surgimento de novos
zines, bookzines, publicações independentes aos jorros que
brotam da inesgotável fonte do submundo underground!
Essa quinta edição traz 20 páginas e um poster de contra capa
em formato A4, ótima impressão e uma diagramação bem
bacana, no estilo dos zines mais Doom, com florais tumulares
e tristes ilustrações angelicais.
De fato essa edição prima mais para as bandas de Doom
metal do brasil, todas com larga tradição o underground. Você
lerá entrevistas com Silent Cry, Soulsad, Scarlet Peace,
Unholy Outlaw, Erasy, Martyrdom e Pestis.
O zine é preenchido com reviews e news sobre a cena
nacional.
Essa edição foi enviada pelo editor Luciano Freire, que foi
um dos criadores do zine nos anos 90 em Salvador-BA e hoje
reside na capital paulista.
Para nós é uma prazer ver um zine antigo e tradicional
circulando novamente e fortalecendo o cenário underground
com a força basilar dos fanzines xerocados e impressos.
Contatos: seraphzine@yahoo.com
Por: Tiago Siqueira

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 ZINES E PUBLICAÇÕES ALTERNATIVAS
THE GLORY OF profundezas sepulcrais para disseminar sua arte. Esquerda’’ e ‘’25 anos cheirando cola com
PAGAN FIRE ZINE Essa 5ª edição está com um lay out tesouras na mão’’, de autoria desse que vos
# 05 (Brasil) 2020 simplesmente matador, feito por outro velho escreve, sobre os meus 25 anos de atuação como
Giovan Dias é um zineiro, Carlos Nephastorm do Pecatório Zine. editor de fanzines.
dos fanzineiros São no total 40 páginas em A4, ótima impressão Um dos principais atrativos desse zine são as
nacionais mais e entrevistas com: Infernal XI, Mephorash, entrevistas, onde Giovan vai á fundo nas
antigos ainda em Funeral Winds, Chesed Geburah, Summum questões, inquirido não apenas o aspecto
ativa. O TGOPFZ Heredis, Dominvs Infernalis, Devastação musical, mas também ideológico das bandas
surgiu em Salvador profana e Thy Darkened Shade. entrevistadas, além dos reviews de lançamentos
na prieira metade dos A edição traz também um magnífico texto de bem escritos.
anos 90 e após anos Leandro Márcio Ramos, editor do Dissolve Adquira sua cópia agora pelo e-mail:
de adormecido Coagula Zine, intitulado ‘’Alguns thepaganfirezine@hotmail.com
ressurge das questionamentos sobre o Caminho da Mão

CTHULHU ZINE mundial atual. Mas não se engane, o editor por (Eua), Pagan Rites (Suécia), Perdition Temple
# 12 (Brasil) 2020 trás da publicação é Helson Reviler, cuja (EUA), Rawhide (Suécia), Regere Sinister
É surpreendente o tradição zineira vem desde o fim dos anos 80 e (Finlândia), Shitangel (EUA), Slaughtbbath
que esse fanzine, início dos 90, sendo um dos fundadores do (Chile), Sodom (Alemanha), The Evil (Brasil),
nascido em 2017, lendário zine brasiliense Medical Genocide em Walpurgia (Grécia) e Warfare Noise (Finlândia).
se tornou em tão 1991. A empreitada é tão significativa que Na penúltima página há um poster dos maníacos
pouco de Dayal Patterson um dos maiores biógrafos da canadenses do Antichrist.
existência, sendo atualidade em Metal extremo no mundo e sua Tudo em 36 páginas com diagramação limpa,
em minha opinião editora, a Cult Never Dies da Inglaterra, vem nos moldes dos zines clássicos dos anos 90!
uma das lançando as edições do Cthulhu em formato de Já é uma de minhas edições favoritas desse
publicações mais livro, ao longo de cada três novas edições. pergaminho que também uma puta influência
extremas e Essa 12ª edição traz longas, interessantes e para mim como editor de zines! Contatos:
relevantes do antológicas entrevistas com: Bestial Warlust helreviler@yahoo.com.br
underground (Austrália), Black Witchery (EUA), Incantation

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/erikthurm