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AKKELDAMA
Brazilian Underground Fanzine
NO CHRISTIANS!!! NO POLITICIANS!!!
01- Saudações caro Sucoth Benoth. É uma até pôsteres em revistas especializadas. Nesse
honra ter o Amen Corner nas páginas do período vocês representavam uma espécie de
Akkeldama. Sem dúvidas, vocês representam revelação no cenário Black Metal brasileiro.
uma horda de vanguarda da cena Black Metal Em sua opinião o que mudou nesses 18 anos e
brasileira, com praticamente duas décadas de como você avalia a evolução do underground
atividades, e uma legião de seguidores pelo e as novas tecnologias inseridas no contexto
mundo inteiro. Conte-nos sobre os principais da cena etc.?
fatos que norteiam a história da horda nesses
tempos todos: Muita coisa mudou, a começar pela tecnologia
muito mais acessível. No começo dos anos 90 os
O Amen Corner é um dos motivos de maior contatos eram somente por cartas, uma época
orgulho para nós que o vimos nascer e se muito diferente de hoje em dia. Hoje você entra no
desenvolver. Passamos épocas difíceis como: Google e digita lá: Amen Corner horde e pronto,
troca de membros na banda, lugares com aparecem milhares de informações.. Acho que
aparelhagem ruim, falta de local para ensaios, está bem melhor hoje para você desenvolver um
etc..mas, hoje nós estamos começando a ter um trabalho do que antigamente, claro que perdeu um
reconhecimento maior por parte dos pouco daquela magia, espiritualidade, etc., mas o
organizadores, eventos, gravadora, etc...Sem Black Metal do Amen Corner é o mesmo, nossos
dificuldades nada teria sentido!!! seguidores continuam fiéis, e acho que o
underground hoje em dia está muito mais
02- Nesses anos todos vocês lançaram vários espalhado, antigamente era mais concentrado.
álbuns, tocaram em muitos festivais, abrindo
para varias hordas do exterior etc. Houve uma 04- Comente sobre o novo disco que acaba de
época em que você esteve afastado do Amen ser lançado. Quais são os principais atributos
Corner, envolvido com sua outra horda, o que você destaca nesse lançamento, e no que
Camos. Como foi seu retorno para o Amen ele pode diferir dos outros lançamentos da
Corner há alguns anos atrás e como está horda; também conte-nos como é trabalhar
sendo ter que conciliar o trabalho com as duas novamente com vossa primeira gravadora:
hordas?
O “Leviathan Destroyer” nosso novo álbum, está
Eu havia saído do Amen Corner para montar o pesado e bem agressivo, mas com muitas partes
Camos em 1999 e voltei em 2008 a pedido do
guitarrista. Foi uma grande honra poder voltar a
minha raiz que sem dúvida sempre foi o Amen
Corner. Eu até tentei continuar com o Camos
também porém, tive que encerrar as atividades do
Camos logo após o lançamento do cd “Kaim 666”.
Estava muito difícil arcar com duas
responsabilidades, optei em continuar com o
Amen Corner.
05- A horda sempre teve uma agenda de A honra foi nossa, quero agradecer pelo espaço e
shows bem movimentada. Conte-nos sobre pela oportunidade. Vida longa ao Black Metal, vida
vossas recentes apresentações e o que vocês longa aos reais seguidores.
planejam para 2011 nesse quesito: Contatos: amencornerhorde@gmail.com
- Existe ambos os lados bons e ruins! Sinceramente 10– Agradeço pelo extremo apoio! Devotem o
não tenho muita opinião formada sobre o assunto! bode, bebam sangue, matem as freiras e
Eu vejo que a maioria das bandas hoje são louvem a Satã. Suas ultimas palvras por favor:
apenas um conglomerado de tolos, modistas
passageiros, tocando uma musica bonitinha e - Obrigado a você e ao Akkeldama Zine! Entregue
límpida. O Luciation sempre representará um criaturas ao bode e Satã abençoara você!
ataque brutal contra tudo isso! Hail Satan....Hail Satan ... Hail Satan!!!!!!!!!!!!!!!!!
Descrença no formato padrão do mercado. Não é São assuntos iniciáticos abordados em diferentes
novidade para ninguém hoje falar que o CD está escolas de ocultismo que trilhamos,
mais do que em crise. Não tivemos vontade de compartilhamos experiências e fundimos em
embarcar nesse formato e o objetivo era mesmo o poesia e som. Abordamos temas necessariamente
vinil. Mas o mercado se fechou e não quisemos transcendentais ao nosso cotidiano e muitas das
lançar nada independente . Pensando hoje, não frases ou citações vêm do amago de nossas
nos submetemos ao que o mercado exigiria em experiências magiko-filosóficas. Nada do que
contrapartida. Isso nos colocaria em uma posição falamos pertence ao presente cartesiano. Por
de maior compromisso com retorno de exercícios, técnicas ou simples abstração
investimento, grana, e isso atacaria nossos conduzimos os interessados para dentro de sua
valores e modificaria a forma como entendemos o própria mente. Apesar de parecer um exercício
metal e nossos ideais. De certa forma, não introspectivo essa descrição, experimentamos
estamos nem um pouco estagnados, pois fizemos nossa arte em eventos fechados e percebemos
várias apresentações pelo Brasil e contamos com que a mesma também funciona bem
um repertório de mais de 30 músicas que as sociavelmente conduzindo boas sensações . Há
escolhemos de acordo com o clima do local e um grande prazer em trocar sensações e
nossa vontade. Acho que a estagnação que você experiências tanto no palco como em um
se referiu é uma formalidade que o mercado exige churrasco ou reunião, por exemplo.
em lançar CD, mas enxergamos que essa
formalidade está suplantada, pois temos vários 05- O Poeticus Severus já se apresentou
canais diferentes para espalhar nossa música. No também em alguns eventos undergrounds ao
nosso myspace, por exemplo, temos várias lado de grandes nomes da cena nacional.
músicas atmosféricas, muito diferente de tudo que Conte-nos sobre a atmosfera da banda ao vivo:
ouvi até hoje. Estão lá disponíveis para baixar e
ouvir. Para criar um clipe e postar no youtube com Procuramos sempre planejar algo diferente. Em
a interpretação visual que qualquer um pode dar, Ser Guerreiro postado em :
através de simples softwares de edição gratuitos. http://www.youtube.com/watch?v=pOXK_RJe_Co
Isso é o presente que não se estagna. As músicas procuramos fazer uma apresentação que mescla
não têm dono. Elas são dinâmicas e podem dança e iconoclastia . Já em outras procuramos
assumir qualquer forma, já que hoje o hábito de passar um clima lúgubre, como foi uma lendária
ouvir som apenas, sem nenhum tipo de multimídia apresentação em Juiz de Fora. Em campinas por
agregado,.cada vez mais se parece com um exemplo, tocamos de maneira mais informal para
habito ultrapassado. Algo como os ouvintes de uma seleta plateia de apreciadores do metal
rádio antigamente. negro. Nos shows algumas pessoas se envolvem
e se entregam e participam, quebram coisas,
03- Quais são as condições atuais da banda? gritam, ajudam a queimar bíblias, bebem vinho
que oferecemos no palco, casais se beijam ao lutou para conseguir uma gravação
fundo. Já no Rio fizemos uma apresentação que irremediavelmente a mesma fita passa ter um
primou pela execução mais precisa e ao fundo significado de simples posse. Ao passar o material
colocamos vários vídeos de rituais envolvendo pra frente outros valores eram somados .
iniciação, sacrifício e magia sexual. No Espírito
Santo fizemos um cerimonial que também foi Que valor você atribui a uma coisa que você
apreciado. São essas coisas que nos motivam e consegue com facilidade? Nenhum! Isso quebrou
fazemos por puro prazer. a espinha do underground. Corremos um sério
risco de cair no ostracismo, mas foda-se. Quem
06- Hoje o underground evoluiu muito se quiser assistir e ver o Poeticus vai ter que levantar
compararmos com a época em que o rabo da cadeira, desligar o transe hipnótico do
precisávamos enviar dezenas de cartas pelo seu PC e ir pro show.
mundo afora para estarmos em contato com a E o cara sai de casa, do conforto do lar para ser
cena. Hoje é tudo muito mais ágil, porém ainda xingado e tomar porrada, ser inquirido pelo
sinto falta um pouco daquele espírito mais pessoal da antiga, ser desprezado no evento...???
“underground” da cena. Em sua visão, como Olha que geração de merda, bando de frouxos,
velho ativista do underground, quais são os cuzões de merda. Dóceis e domesticados.
aspectos positivos e negativos dessa nova Selvageria nula. Se atentem ao fato que vocês
era? estão se tornando parte e favorecendo esse ciclo
atual de merda dessa nova geração : bando de
Essa é uma era de forte transição. Serviu para babacas de vidro. Não saem na porrada, não
consolidar uma brusca revolução tecnologia que enchem a cara, não se drogam, não fodem,
mudou profundamente nossos hábitos e maneira ahhhhhh. Que se fodam vocês! que se afundam
como enxergamos o mundo. Em toda mudança, nessa merda toda. O mais impressionante de tudo
toda a transição, antigos valores perdem sentidos é que se alguém ficou puto, que faça a sua banda
e são colocados à prova. Exatamente agora, agora!. Está moleza hoje em dia gravar, mixar,
enquanto escrevo, acompanho uma iniciativa das lançar CD. Façam alguma coisa!
bandas de Belo Horizonte para movimentar a
cena. As bandas se reuniram, se convocaram, 07- Ao longo dos
trocaram ideias, e como resultado sairá um CD tempos quais são
com cada banda e uma bandeira – o Minas Metal. suas bandas e
Correto! lançamentos
preferidos? O que
As pessoas não sabem exatamente como agir, já você anda ouvindo
que mudou tudo, muito rapidamente. A solução é atualmente e o que
se mobilizar e fazer com que a cena se ouve além do Metal?
movimente, necessitando aproximar quem é
militante veterano. Quem é da antiga vai ter que Hummm, outro dia me
cuidar da transição para a próxima geração peguei escutando
encarar com mais facilidade os cáusticos valores Bathory e Black
do underground brasileiro que teve seu ápice nos Sabbath. Tem
anos 90. Afinal, é um estilo de vida. Pode estar clássicos como
embasado, mas o mesmo estilo de vida Venom, Celtic Frost,
permanece no fundo gravado em quem passou Slayer, Death e
por todo o esplendor dos anos noventa. muitos outros que
Muita gente se fixa nos anos 80 por que os simplesmente não dá
valores atuais estão revirados. Precisam de um para deixar de
rumo. O bom passado serve para auxiliar também, escutar. Mas não tenho escutado muita música
mas não serve como uma muleta. Assim, o ultimamente. Atualmente escuto as bandas do Rio
processo não se renova, se clona. Isso é ruim. que são ótimas : Grave Desecrator, Farscape,
Sodomizer, Apokaliptic Raids, Atomic Roar,
A grande questão do underground atual será de Whipstriker, Enterro, Impacto Profano, Sarcasmo
como ele vai se reinventar para se adaptar e de Minas e Hecate de Fortaleza. Além do Metal
conquistar identificação. O Brasil é muito gosto de música clássica e atmosférica, mas tem
suscetível à influencia da internet, principalmente fases que escuto muita música, de vários estilos
nos mais jovens e para quem recebe a tecnologia diferentes.
como novidade. A grande rede perverte os valores
que foram forjados com luta. Você lutava para se 08- Como andam as atividades com seu
comunicar, tinha trabalho para redigir e postar projeto paralelo, o Ordo Templi Hiereus?
cartas, trocar tapes, comprar vinil e CDs.
Automaticamente o valor àquele universo vinha de Estou aguardando o momento favorável para
dentro pra fora. De dentro de cada militante que poder entrar em estúdio, compus mais três sons e
quero adicioná-los nesta próxima gravação, falta mandando bem. É veículo de idéias.
acertar detalhes, é provável que ainda este ano Zine digital, não tenho hábito de ver. É dinâmico
tenha novidades. Quem quiser conhecer um sim, mas no computador eu trabalho e não tenho
fragmento desta obra, segue: tesão pra ler nada . Tem seu valor tácito, mas
http://www.poeticusseverus.com/ordotemplihiereus prefiro offset. É só aqui no Brasil que existe esse
.htm , www.myspace.com/ordotemplihiereus . preconceito babaca contra o zine, que é uma
merda, é mal feito, cheio de erro, bla bla bla.
09- Na sua opinião qual a importância dos
poucos zines em xerox e impressos ainda 10- Agradeço pela atenção, o espaço é livre
existentes na cena? Você acha que os zines para finalizar como queira:
digitais tomaram de vez o espaço dos
tradicionais zines? É isso aí cambada de seres abissais. Metal é
coisa séria. Hoje não vou fazer nem citar poesia
IMPORTANTÍSSIMOS! Zine é cultura. Zine não alguma. Vou avisar pra todo mundo que está
morreu na Europa. Zine é analógico, não digital, lendo que o Metal basicamente liberta a alma das
binário. É tangível. É livre. Traz a cena como ela opressões da vida e necessariamente dá prazer;
deveria ser orientada. Quem faz Zine hoje merece se não for assim você tem algum problema sério.
muito respeito, pois é mais difícil que compor Vá se tratar ou vá pra puta que te pariu. Levanta o
música, dá trabalho. Tem valor pungente. Tira um rabo da cadeira e vai pro show gritar seus
retrato da cena em um determinado período. Tem demônios, ou para os seus demônios, enfim, foda-
por isso, valor histórico. Tem mais valor hoje por se.
que você escolhe para quem você passa. Mantém TIMMOR DOMINI FONS CALAMITATIS!
a cena forte. Adoro zine. Gosto de ler. Gosto de
saber quem está falando merda e quem está
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Contatos: cesarseverus@yahoo.com.br
Se voce é adepto do tradicional Death Metal , nos moldes da escola clássica dos fins dos anos 80 e
inicio dos 90, então o Unreal é uma grata pedida. Eles são da minha cidade natal, Jundiaí-SP, e a
banda traz em seu cast Erik Thrum que já foi vocalista das bandas Storm e Abscess, além de ex-
membros do Sex Trash e Pentacrostic.
A banda acaba de lançar o devastador EP “Progeny of the Macabre”, uma aula de
insanidade e Death Metal na sua forma mais demolidora e brutal!
Confira a entrevista que realizamos com o mentor Erik Trhum.
01- Saudações caro Erik. Nos conte sobre e administrar os negócios que envolvem a
como surgiu o Unreal e quais são vossas banda?
propostas dentro da cena underground do
Metal extremo? – Todos na banda já tocamos em outras
bandas, como você mesmo citou, e eu
-– A banda começou com os ensaios em respondi na primeira pergunta. Eu posso
2008 quando o Luck (baterista) reuniu os dizer que a proposta é de fazer um som
guitarristas Daniel e Roberto com a proposta nosso, quer dizer, uma abordagem própria
de tocar um som próprio. Logo na seqüência, nas composições, e é claro, levando em
eu fui chamado para fazer os vocais. Todos consideração a bagagem de todos dentro do
nós já tocamos em outras bandas, como o estilo e também com uma característica que
Luck, Daniel e Roberto, no Drunkard seja de identificação com aquilo que nós
(Jundiaí), Luck e Daniel (Sextrash), Daniel e ouvimos e curtimos.
Roberto (Pentacrostic) e eu, Erik (Abscess-
Campinas). 03- Vocês acabaram de lançar vosso EP
em fevereiro de 2011. As faixas trazem um
02- A banda conta com músicos Death Metal bem coeso, técnico e
experientes vindos de outras bandas. mantendo ainda a velha tradição do inicio
Você já foi vocalista do Storm e do dos 90. Como você nos apresentaria esse
Abscess no inicio da década de 90. Há um trabalho?
ex membro também do Sex Thrash e do
Pentacrostic, você acha que toda essa – O EP “Progeny of the Macabre” foi
bagagem faz com que as coisas fluam gravado no final de 2010, com 4 sons, e foi
com mais naturalidade na hora de compor gravado, mixado e masterizado pelo Alan
Lima (Mythological Cold Towers), que
também gravou os sons do “Scream for anos 90, bandas como Charlie Road e Burt
Ever”, nosso primeiro CD, de 2009. Esse EP Reynolds ... Se eu começar, não paro mais ...
mostra 4 sons que são mais diretos, porém, até que a cidade teve algumas bandas de
com técnica a até algumas influências que variados estilos, do Thrash, Death, Black,e
vão do Heavy Metal Tradicional ao Industrial, HardCore, Punk, Crust ... bom, essa história
por incrível que pareça. dá para outra matéria, então, vou parar por
aqui, mas deixar registrado que a cidade
04- Conte-nos sobre o contexto lírico e sempre teve músicos e públicos dos mais
ideológico do Unreal: variados tipos ...
– Eu escrevo as letras das músicas do 07- Erik, você também desempenha um
Unreal. Eu procuro abranger liricamente, excelente trabalho como designer gráfico,
pensamentos que refletem o mundo em que vide a capa do EP e as imagens do
vivemos, e as condições que este mundo nos myspace oficial do Unreal. Conte-nos
apresenta, adicionando a isso algumas sobre vossas influencias na área e onde
variações como poesia e conexões em que o os interessados em seu trabalho artístico
público possa também tirar as suas podem visualisar suas artes?
interpretações ... As letras são ao mesmo
tempo abertas para outras associações ... – Legal, Tiago, você comentar sobre os
minhas influências vão da Collage e do meus trabalhos em ilustração e design ... Eu
Dadaísmo até as propostas mais anarquistas sou formado em Artes Visuais pela Unicamp
como nas letras do Napalm Death, Disrupt e ... sempre desenhei desde pequeno,
das bandas Grind e Crust ... influência das Histórias em Quadrinhos e dos
Desenhos Animados da televisão ... depois,
05- A banda tem tocado em vários eventos comecei a fazer Collages e Fotografias já na
na região de Jundiaí. Conte como está faculdade ... e sempre fui ligado nos
vossa agenda para 2011 e de nos uma quadrinhos do Bill Sienkiewicz, Frank Miller,
visualização de um show do Unreal: John Birne, John Romita, Klaus Janson,
Dave McKean, Bernie Wrightson ... então, já
– A banda se apresentou ao vivo em alguns dá para ter uma base das minhas influências
shows nas cidades de Jundiaí, Várzea ... meus trabalhos estão online no facebook e
Paulista e no Rio de Janeiro. Em todas as no orkut, além do meu perfil no Deviant Art -
apresentações, a galera curtiu muito os sons http://digitalskeleton.deviantart.com/
e a performance da banda. Como a banda é
relativamente nova no cenário, o feedback do 08- Você já foi editor de zine, está no
público foi bastante receptivo, então, isso é underground há muito tempo. Como você
bem legal para a banda e também para a avalia a evolução da cena nas ultimas
galera que agita e comparece nos eventos de duas décadas, a inclusão digital e outras
Metal. facilidade do mundo moderno no contexto
underground. Quais são a seu ver os
06- Eu nasci e cresci em Jundiaí até 1992 aspectos positivos e negativos dos dias
quando me mudei para o entrono do DF. modernos?
Na segunda metade dos anos 80 peguei a
grande cena Metal underground que a – O Fanzine é algo que nunca vai parar e
cidade possuía. Nos anos 90/2000 também nunca vai deixar de cumprir com seu
pintaram bandas legais aí como Moriendi, objetivo, que é de divulgar no Underground
Folklord, etc. Fale-nos sobre sua relação as bandas, as notícias e a conexão, ou seja,
com a cena jundiaiense e nos indique a rede, entre as pessoas, que curtem e
algumas bandas extremas da terra da uva: apóiam o movimento ... aproveito para
divulgar aqui o documentário do grande
– A cena Metal em Jundiaí sempre teve um Márcio Sno, sobre os fanzines, e também,
potencial, e com várias bandas de responsa, sobre a época que a gente viveu ...
em vários segmentos do Rock e do Heavy http://marciosno.blogspot.com/ - Fanzineiros
Metal. Posso falar de bandas como do Século Passado .
Secretion, Arkkham, Demolição Nuclear,
D.V.G., entre outras, além das bandas de
Gothic Tendencies como Curse Diem, e nos
09- Já pintou alguma proposta de algum Sodom, Anthrax, Sacrifice, Gorefest, Napalm
selo interessado em trabalhar com o Death, Mayhem, Paradise Lost, Death
Unreal? (Chuck Schuldiner), Celtic Frost, Venom,
Bathory, Black Sabbath, Ministry, Rammstein
– No momento, estamos divulgando o som … entre outras …
da banda, e trabalhando para estabelecer 11- Eu agradeço imensamente o apoio, o
contatos com selos, gravadoras, distros e espaço é livre para concluir essa
parcerias para lançar o material e agendar entrevista como quiser:
datas de shows também.
– Agradeço você, Tiago !!! Pela oportunidade
10- Quais seriam as bandas que você e pela força com a banda e com o movimento
poderia citar como de primordial !!! Valeu ae e a gente se vê no rolê ! Abraço,
influencia na música do Unreal? e sucesso com o Akkeldama !!!
01- Hello Gabriel…Introduza aos leitores os fatos básicos sobre a história do Aabsynthum
até o momento:
- Isso teve tanto reações positivas quanto negativas, talvez algumas controversas, mas no geral o
disco foi bem recebido. Na verdade me sinto contente, apesar do álbum não ter sido promovido
como eu desejava que fosse. Espero que não seja o caso com os próximos álbuns, tenho ainda
aqui algumas poucas cópias disponíveis.
04- No momento você tem divulgado em sua pagina virtual algumas faixas do próximo
lançamento, já existe algum selo interessado em lançar o novo material? De que forma virá
o novo Aabsynthum?
- Sim, eu assinei um contrato com o selo Marche Fúnebre da Rússia, mas não temos uma data
definida ainda para o lançamento.
05- O Doom Metal é hoje confundido com sub estilos que incluem o Gothic com vocais
femininos, mas a essência original do Doom Metal, com influencias de Black Sabbath,
Candlemass, Saint Vitus, Cathedral, Paradise Lost e Anathema antigos é praticamente um
estilo marginal na cena. Você poderia nos falar algo sobre o underground Doom Metal no
mundo hoje em dia?
- O Doom Metal foi, é e deverá permanecer underground! No inicio dos anos 90 as bandas
tocavam um Doom Metal mais extremo que hoje. As bandas continuam aparecendo, porem a
maioria não é promovida, isso acontece também com a cena Death e Black Metal também. O
público, os concertos e festivais são poucos. Em países como a França, Rússia, Portugal e
Estados Unidos a cena é mais apoiada e o Doom Metal permanece underground.
06- De nos informações sobre o Metal underground na Romênia, bandas, selos, zines...:
- A cena daqui é muito precipitada. Geralmente as bandas tocam Death, Black, Thrash, Gothic,
Hardcore e Metalcore. Estes são os gêneros que atraem maior público aqui. Você pode buscar
conhecer bandas como Hator, God, Bucovina, Spiritual Ravishment e o bem conhecido Negura
Bunget.
07- O que você conhece do underground brasileiro? Tem alguns contatos aqui?
- O Brasil tem muitas bandas boas que eu gosto como Hell Light, Abske Fides e De Profundis
Clamati. Sobre os contatos, poucos.
- Os planos existem. Eu espero que consiga alcançá-los. Estou trabalhando em um novo álbum
que deve preencher as lacunas e completar a visão dos outros dois álbuns.
09- Obrigado pela entrevista meu caro, as ultimas palavras são suas:
- Agradeço a voce também. Sou grato a todos que me apoiaram e me encorajam e àqueles que
compraram o álbum. Um novo álbum chamado “Inanimus” está prestes a sair, então fique atento.
Você pode conferir as atualizações nas minhas paginas oficiais na internet:
www.myspace.com/aabsynthum, www.reverbnation.com/aabsynthum,
www.last.fm/music/Aabsynthum, www.facebook.com/Aabsynthum. All the best!
Gabriel/Aabsynthum.
01- Saudações caro Necrovitus. A ultima vez que lhe entrevistei foi para o meu antigo
fanzine Abstract Funeral em 1999, quando você fazia parte da banda de Death Metal Bestial.
Depois você montou a horda Pilatus. Conte-nos sobre suas atividades no underground
nesses últimos anos.
Necrovitus: Buenas Tiago, após seis meses tocando na Bestial, percebi que não estava
totalmente satisfeito com a proposta que estava em curso naquele momento, então tomei a atitude
certa e disse a todos que deixaria a banda. O que não queria dizer que tinha algo contra a Bestial,
mas àquela altura eu já havia tocado em uma horda chamada Witchtrap (R.I.P.) durante um ano e
meio, e a minha vontade era fazer Black Metal. Estava compondo músicas no estilo antigo,
lembrando Venom, Bathory, Hellhammer, Sarcófago, Mayhem, Darkthrone, e alguma influência dos
anos 90 com mais atmosfera como Rotting Christ, Burzum, Samael. Então convidei a guerreira
Necronemesis para tocar teclado e o guerreiro Trevas para fazer os vocais. Chamamos de Pilatus
este projeto por que era um nome muito forte, visto que ele condenou Cristo a flagelação e a morte
na cruz, e era perfeito pra essência de nosso propósito. Em pouco mais de um mês, já tínhamos as
músicas do que viria a ser nossa primeira Demo Tape “The Diabolical Trinity”, mas esta só foi
gravada 2 anos depois, e após isso, a horda desmantelou-se, ficando Necronemesis e eu.
Passamos por um período de reformulação, no qual eu, além de tocar guitarra, passei a fazer os
vocais também, e Necronemesis, cansada de tocar teclado, aprendeu a tocar baixo. Em 2005,
após a entrada de um baterista, gravamos uma promo intitulada “The Horns of Supremacy”. Hoje,
após 11 anos de sua consagração e muitas mudanças, a Pilatus é formada por To Mega Therion
(drums), Necronemesis (bass) e eu, Necrovitus (guitars and spells).
03- Nesses anos todos, a horda tem se apresentado muito ao vivo? Comente sobre os
eventos que mais marcaram a saga do Pilatus.
Necrovitus: Apesar da horda ter começado as atividades em 99, demoramos para nos apresentar
em shows devido as inúmeras mudanças de line-up. Somente a partir de 2006, após o lançamento
da promo “The Horns of Supremacy” isso começou a mudar. Nosso debut nos palcos foi na cidade
de Santa Maria na primeira edição do Obscure Faith Festival. Apesar de termos feito a última
apresentação da noite, fizemos algo bem difícil que foi levantar um público que já dava sinais de
sono às 6:30 da manhã. A resposta do pessoal presente foi muito boa, fato esse que nos garantiu
mais duas apresentações em outras edições do mesmo festival. Nossa 2ª apresentação foi no
Hurricane Metal Fest em São Leopoldo, e este eu diria que foi o melhor que tocamos até hoje.
Além de tudo no palco funcionar perfeitamente, havia em torno de 300 pessoas presentes no local
que agitaram do começo ao fim de nosso set, sedentas por Black Metal... Inesquecível! E o 3°
show foi na abertura do Rotting Christ em Porto Alegre. Apesar de não sermos a banda principal
da noite, deixamos nosso recado pros bangers que ali estavam. Esses primeiros eventos em
pouco mais de um mês foram importantíssimos para que afirmássemos o nome da Pilatus na cena
gaúcha, e as oportunidades começaram a aparecer com mais facilidade. Fora os já citados, todos
os eventos que tocamos foram importantes ao seu tempo, mas o último que quero comentar foi o
show da volta da Pilatus em janeiro de 2011 no Storm Festival em São Leopoldo. Foi especial
romper o silêncio após dois anos sem se apresentar devido à última mudança de formação!
04- Além do Pilatus você também toca em outra banda, certo? Apresente-nos esse trabalho
paralelo:
05- Você é um membro antigo da cena Underground. Trace-nos um paralelo do período dos
anos 90 para os dias atuais. As inovações tecnológicas e outras mudanças que afetaram
diretamente a forma de se conduzir a cena underground hoje. Quais são ao seu ver os
pontos positivos e negativos dos dias atuais?
Necrovitus: Escuto Metal desde os 8 anos, mas acho que comecei a me infiltrar (hehe) no
Underground aos 16 ou 17 anos, quando comecei a sair a noite e procurar lugares onde tocavam
bandas. Bares ou clubes onde rolava som mecânico nunca me atraíram. Sempre gostei de ver
bandas tocando. Lembro de bandas que começaram naquela época que estão aí até hoje como
Mental Horror, In Torment, Serpent Rise, Sarcastic, Sanatório, Mighty, A Sorrowful Dream, e outras
que, assim como surgiram, também sumiram com as areias do tempo como Blessed (que virou
Rebaellium), Interior Soul (que virou Nephast), Vértebra, Dislike Blast, Pietá, Alone Stale,
Carcinose, Baal Hamon, Berzabum, Embalmed, Profane Creation, Intelectual Moment, etc, etc...
Todas gravaram suas primeiras Demos em fita (posteriormente em CD). Geralmente demos
ensaio, com capas xerocadas, e isso era muito comum na época. Até por que poucos tinham
dinheiro para entrar em um estúdio gravar por canais, o que posteriormente, todos acordaram e
viram que se você tinha uma banda e queria que todos a vissem com seriedade, teria de gravar
suas demos de forma profissional, além do investimento na arte gráfica. A divulgação era bem
mais difícil, sendo feito todo o processo de divulgação e venda de material por cartas, flyers, zines,
distros, etc. Facilitava muito comprar diretamente das bandas nos eventos, quando elas tocavam.
Hoje em dia, devido às facilidades que as mídias eletrônicas proporcionam, muitas bandas lançam
suas demos (ou até álbuns) somente de forma virtual. Você recebe um link por e-mail ou scrap,
baixa o som da banda e escuta. Você pode conhecer o novo trabalho de uma banda lançada na
China, no mesmo dia que ela foi lançada. Se gostou você guarda, se não gostou deleta. Simples
assim. Difícil dizer até onde isso é bom ou não. Pra ser sincero, por mais fácil que as coisas
pareçam, às vezes me dá uma saudade da era das demo tapes.
06- O sul do Brasil sempre foi representante de uma cena grandiosa e sólida. Há, porém, um
espírito de separatismo em relação ao resto do cenário nacional, isso claro, vindo de
algumas bandas e indivíduos isolados. O que você tem a falar sobre isso e quais são as
bandas, zines e selos que você destacaria aí da sua região?
Necrovitus: Separatismo é um assunto delicado dentro da cena. Eu nunca fui, mas ao mesmo
tempo, não posso negar que a idéia não passou pela minha cabeça de como as coisas seriam
diferentes se o Rio Grande do Sul fosse um país. Digo isso com base nas constantes denúncias de
corrupção do governo federal, e não em algo relacionado à aversão por culturas ou povos de
diferentes regiões do país. Mas daí aparece uma denúncia no Fantástico sobre contratos
irregulares de venda e uso de pardais originados aqui no RS pra alimentar a indústria da multa, e
então eu lembro que o estado que eu vivo não é nenhum poço de virtudes. Tenho contato com
pessoas do Brasil todo, e não discrimino ninguém. Portanto, acho realmente uma futilidade pensar
a respeito, e afirmo que não apóio pessoas ou grupos que tenham esse propósito. Há várias
hordas que apoiamos como Movarbru, Subtenebras, Abate Macabro, Sombriu, Imortal Perséfone,
Symphony Draconis, Dark Torment, Impetus Malignum, Thorns of Evil, Tiwas, Dark Celebration,
assim como bandas de outros estilos como Mental Horror, Finally Doomsday, Exterminate,
Leviaethan, In Torment, Serpent Rise, A Sorrowful Dream, Sarcastic, The Ordher, Burn The
Mankind, Rotten Penetration, Sky in Flames, sem esquecer o pessoal de Santa Catarina e Paraná,
como Infernal War 666, Drakonian Age, Sodamned, Luciferiano, Pactum, e tantas outras. Há
poucos zines que ainda mantém a chama acesa, como Interior Soul, Vurmo, Estandarte do Inferno,
Pergaminho Profano, e as distros estão acabando aqui definitivamente. Em atividade só a Ordo
Paganus, Höllehammer e a Blasphemic Art.
07- Eu tenho verdadeiro respeito pelo trabalho dos zines undergrounds, todavia são
escassos hoje em dia os zines em xerox que ainda mantém a velha tradição ativa, tais como
as correspondências, troca de matérias por correspondência etc. Você acha que o futuro do
underground é se tornar quase 100% informatizado, com suas frias relações virtuais?
Necrovitus: Bom, pra ser sincero, faz alguns anos que abandonei as cartas. Se alguém mandar
um e-mail ou scrap eu respondo. Mas carta eu já antecipo que não respondo. Depois de anos
gastando canetas, envelopes e selos, eu abdiquei disso, e tenho certeza que não sou o único a
fazer isso na cena. Adicionei no orkut várias pessoas que tinha contato antigamente, incluindo
você Tiago (hehehe). Uso o correio somente pra mandar material quando alguém se interessa.
Agora, sobre fanzines xerocados, eu acho que isso não vai terminar tão cedo, por que toda a
publicação pra mim, é uma obra de arte. Cada um tem o seu perfil, a sua ideologia, a sua visão,
sua crítica. Não são somente as bandas, demos e cds que estão publicados neles, mas também o
trabalho, a dedicação e um pouco da alma de quem escreveu está ali. Eu mesmo já escrevi um
zine chamado Dark Delirium, que saiu em 1999, e sei o trabalho que dá editar um. Há hoje em dia
os blogs, mas não sei te dizer se eles substituirão os zines, visto que até os CDs hoje em dia são
meio obsoletos na divulgação de bandas devido o mp3, e ainda assim, em 2011 há bangers que
lançam seus trabalhos em fitas. Bem, discos de vinil, demo tapes, zines xerocados... Parece existir
um romantismo na cena que fará com que estas coisas não sumam nunca.
Necrovitus: Desde sua formação, a Pilatus toca Black Metal, com letras abordando sobre temas
como ocultismo e satanismo, na sua forma espiritual mais libertária, ou sendo uma crítica
consciente e de olhos bem abertos à religião, quando não existe questionamento. Não
reconhecemos divindade em um suposto deus que se deixa matar pelo homem.
Necrovitus: Olha, essa questão é realmente foda, hehe... Posso dizer que entre centenas de
álbuns que gosto, acho que os mais importantes pra mim, e também que ajudaram a moldar o
estilo da Pilatus são Venom (Black Metal), Bathory (The Return), Hellhammer (Apocalyptic Raids),
Celtic Frost (Mordid Tales), Mayhem (De Mysteriis Dom Sathanas), Rotting Christ (Thy Mighty
Contract), Darkthrone (A Blaze in Northern Sky), Von (Satanic Bloody Angel - demos), Blasphemy
(Fallen Angel of Doom) e The Black (The Priest of Satan).
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O Heretic é daquelas bandas que nascem com status de cult, haja vista a incrível
honestidade e garra com que fazem seu trabalho. Oriundo da Holanda, o grupo gravou sua
primeira demo em 1997 e de lá para cá já contabiliza em sua vasta discografia, mais de uma
dezena e meia de lançamentos que vão desde demo-tapes, eps, álbuns e splits. Com seu
furioso Old School Black n`Roll, altamente influenciado pelo Venom, essa banda já é marca
registrada para os amantes do bom e velho espírito underground. Confiram as respostas do
maníaco Thomas Goat, homem de poucas palavras e direto nas respostas!
(Por Tiago Siqueira)
01- Hailzzzzzz maníacos! Comente nos 03- Fale sobre os eventos em que o
sobre os fatos principais que norteiam Heretic se apresentou recentemente e
esses 15 anos de atividades no como é a vossa postura no palco?
necrounderground:
- Nós não temos feito muitos shows
- Bem, 15 anos se passaram e as coisas ultimamente. Em 2009 até fizemos algumas
continuam a mesma merda de sempre. apresentações. Luxuria visual e excitação
Nada muito interessante aconteceu. Na energética são os ingredientes em cerca de
verdade eu até me sinto satisfeito, essa uma hora e meia de apresentação para
banda tem sido uma espécie de hobby, caso detonar vossos cérebros!
contrario seriam 15 anos perdidos,
hahahaha! 04- A música do Heretic é um tributo vivo
ao Venom, mas também não é uma cópia
02- A banda possui um monte de medíocre do mesmo. Como você define
lançamentos divididos em demos, vossa música?
albums, eps, splits…fale sobre a
respostas a esses materiais e qual - Filhos bastardos do Venom – O último
material está avaliado nesse momento? ataque satânico!
- Eu creio que o fato de todos os materiais 05- Como você encara a cena
antigos já estarem esgotados devem falar por underground hoje, após tantas mudanças
si próprios no quesito aceitação. O único promovidas pela revolução tecnológica, a
material disponível nesse momento é o internet e a rapidez das informações etc.?
álbum “Praising Satan” em versões CD e LP.
O Heretic se resume apenas na sentença -Não existe mais nenhuma cena
“ame-o ou odeio-o”, não há espaços para underground. O advento da internet foi a
mediocridades aqui! morte do underground e eu estou pouco me
fudendo para isso! Eu pessoalmente acho a
internet uma maravilha e não temos a - Isso é uma coletânea que contém as faixas
necessidade de se manter propostas lançadas em nossos splits que não se
idealistas - românticas, envolvidas em encontram mais avaliados e está avaliado
memórias de tempos que não voltarão nas versões CD e LP. O material traz as
jamais! melhores faixas de nossos primeiros dois
álbuns e os sons que temos tocado ao vivo
06- Fale sobre o Metal extremo nesse tempo todo. A coletânea serve como
underground na Holanda. Quais são as um ótimo cartão de visita para o Heretic.
bandas que você nos recomendaria daí? Não há intenção de fazer uma super
divulgação e eu gostaria também de ter
Eu não estou mais ativo no underground e incluído algumas músicas de nosso álbum
não sei o que anda rolando no mesmo. “Gods”.
Apenas fico a par do qur rola com algumas
bandas os quais são formadas por bons 09- O que vocês tem preparado para o
amigos, entre elas Urfaust, The Devils Blood próximo lançamento e de que forma isso
e Nox/Centurian. sairá?
07- O que você conhece do Metal - Um album está sendo escrito mas
underground brasileiro. Possui muitos aindatemos que ensaiá-lo e gravá-lo. Não
contatos aqui? esperem nada para esse ano!
- Não tenho contatos aí, apenas me lembro 10-Valeu maníaco!!! See you in
de boas bandas que havia aí na década de hell…últimas palavras!
90.
- Obrigado pelo apoio! Praising Satan!
08- “Praising Satan” é o ultimo
lançamento do Heretic. Isso é uma
compilação da banda, comente sobre o
que está contido nesse material?
Contacts: hereticmanics@hotmail.com
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01-Olá Hugo... A banda completa 20 anos nesse ano, certo? Como andam as atividades da
banda? Vocês têm planos de celebração?
-Ualaaaaaaa! Ta tudo tranqüilo véio, só na manha da aranha! Bom, esse ano o Retaliatory ta
completando vinte anos de existência e a gente ta preparando algumas coisas para os fãs;
estamos definindo uma data esse semestre para gravar um show ao vivo em DVD, faltam apenas
algumas burocracias, mas estamos correndo atrás, acredito que mais tardá em abril nós
estaremos com a data marcada. E também estamos criando músicas novas para gravarmos um
split com uma banda da Nova Zelândia, pela Metal Soldiers, um selo de Portugal, e se tudo der
certo estaremos gravando um novo álbum em breve.
02-Vi um vídeo de vocês
recentemente em que
você não tocava mais o
baixo e sim a guitarra?
Qual a formação atual da
banda?
- É verdade, eu estou
tocando guitarra agora, na
verdade sempre toquei
guitarra, mas entrei na
banda para tocar baixo, pois
não tenho dificuldade em
tocar outro instrumento de
corda. Bom a formação da
banda aumentou bastante
pois o antigo guitarrista da
banda chamado Luciano
que foi um dos fundadores
voltou, e agora nós estamos
ensaiando com três guitarras, eu, o Espeto e ele, sendo que o baixista é novo também, se chama
Lendl (é assim mesmo que se escreve), e o Gledson Moita nos vocais.
02-O debut “Retaliatory Attack” só saiu em 2006, mais de 15 anos após a formação da
banda. Quais as dificuldades que impediram o seu lançamento em datas anteriores?
- Cara, acho que a maior dificuldade em não lançar antes foi a questão financeira, pois nós não
tínhamos patrocínio algum. Mas tínhamos gravado três demos tapes nos anos 90 e um CD
comemorativo de dez anos da banda em 2000 com as gravações das demos em CD-R e três
músicas gravadas ao vivo em um estúdio de uma rádio local. Nós até fizemos uns shows na
época pra arrecadar grana e tentar gravar o CD antes mas tivemos que gastar para fazer um
viagem a um festival fora do estado , foi muito massa o show lá, mas não levamos material
nenhum, pois não tínhamos, isso foi um ponto ruim do evento para nós, e também hoje em dia a
maioria dos eventos fora que convidam a banda pra tocar só arranjam uma ajuda de custo, a
gente acaba tendo que desembolsar um grana extra, daí fica foda. Se esse CD saiu em 2006, a
gente tem que agradecer ao batera e a família dele que nos ajudou bastante na época.
-Véio, não lembro agora, mas acho que mandamos o material para o Roldão e ele já conhecia a
banda de outras épocas e quis assinar contrato conosco, daí em diante foi só boas noticias.
Nosso álbum de estréia abriu muitas portas para banda, teve algumas que infelizmente não
aproveitamos na época por falta de tempo e grana, mas estamos correndo atrás do prejuízo. A
banda pegou nota 8 na Rock Brigade e 9 para 10 na Roadie Crew sem contar que nós tocamos
aqui com o Krisiun, Torture Squad, Nervo Chaos, Violator, Headhunter D.C. e Unearthly. Em
Fortaleza CE tocamos com um banda da Bélgica chamada Iconoclasm e também com o Omen
do EUA e o Strike Master do México no Maranhão, eles acharam o som da banda muito foda, e
outras bandas viram a gente por lá e tivemos boas críticas e elogios pelo Brasil.
04-O que você pode nos dizer sobre a cena no Pará? Nesse longo tempo de banda na
ativa, muita coisa mudou até os dias de hoje?
-A cena do Pará é muito foda veio, umas das melhores do Brasil. Apesar de estarmos longe, a
galera aqui é bem antenada no mundo do Metal, sabe de todas as novidades, e shows por ai.
Antigamente quando não existia internet era mais difícil, porém os verdadeiros bangers davam
um jeito de adquirir material das bandas, tanto nacional como de fora, e havia um público muito
fiel, e olha que eu já viajei para muitos lugares aqui no Brasil, tanto para tocar quanto para ver
shows, e posso garantir que a moçada metaleira de Belém é foda, tão de parabéns!
05-Que fatos você pode citar como pontos positivos e negativos na trajetória da banda?
-Cara, são mais pontos positivos. A banda ta ai na ativa durante 20 anos, e são 20 anos mesmo
veio, o Retaliatory nunca parou, nunca deixou de existir, e olha que já entrou e saiu neguinho
nessa banda doido, isso é até um dos motivos pelo qual a gente ta demorando para gravar outro
álbum. Sempre que a gente ta engajado, ensaiado, sai alguém da banda, só de batera foram 4
depois que gravamos o CD, além de três baixistas e um guitarra, eu mesmo já saí e voltei por
assuntos pessoais, nada a haver com a banda. Espero que essa formação que está atualmente
dure bastante, eu já vi e conheço muitas bandas tanto daqui do Brasil como de fora que
acabaram e só voltam a tocar depois de anos e dizem que estavam na ativa. Um ponto negativo
da banda seria não enxergar a capacidade que ela pode dar para quem toca nela, pois o
Retaliatory tem ótimos músicos e ótimas musicas, e estamos criando músicas ainda melhores,
para que os fãs da banda não se decepcionem, apesar da espera.
-Véio, isso é uma questão bem complicada pois eu acho que o radicalismo deve existir no sentido
de se gostar de Metal e mais nada, e não como está acontecendo hoje em dia que há
discriminação dentro do próprio Metal. Se você toca Metal com amor vai criar uma boa música,
independente de que seja Heavy, Thrash, Death, Black ou qualquer outra denominação crida
para o Metal; crie um bom riff e tudo sairá bem. Eu curto Metal de verdade véio, se for uma boa
banda é claro. Tem uma banda de white thrash metal americana chamada deliverence que é
muito boa, os caras tocam muito e tem umas palhetadas bem fudidas mesmo, eu curto muito
essa banda; apesar de ser cristã ela é bem melhor do que umas porcarias que estão criando por
aí e dizendo que é o Metal verdadeiro só porque dizem que amam o satanás, mas cada um curte
o que gosta, diabo, deus, desde que seja Metal de verdade tá valendo, eu prefiro acreditar no
deus dos índios aqui, o TUPÃ, ou o deus dos vikings ODIN, pelo menos eu fico longe dessa briga
religiosa.
(NOTA DO REDATOR: Tenho que discordar do ponto de vista de Hugo. O Heavy Metal em
suas mais diversas ramificações sempre foi tido como um movimento marginalizado e
nasceu como uma manifestação artística e ideológica contrária aos dogmatismos
impostos pelo cristianismo e suas instituições. O Metal sempre foi a negação de tudo isso!
Após determinado momento esses hipócritas viram no Metal uma maneira de angariar
adeptos e aumentar o clã de ovelhas bastardas de seus rebanhos fétidos, criaram a
incongruência e a mais torpe manifestação da contradição chamada white metal. Para
resumir, acredito que ouvir uma banda de white metal apenas pela sua musicalidade
atrativa seria a mesma incoerência cometida por um judeu ou um afro descendente ao
ouvir uma banda de N.S. Black Metal apenas pelo fato de ser uma boa banda
musicalmente, esquecendo-se da mensagem em suas letras e postura ideológica. Mas,
como dizem, cada cabeça é uma sentença! Apenas acho que o entrevistado foi muito
infeliz nessa colocação!)
07-Cara, o logotipo atual do Retaliatory é um dos mais fudidos que creio ter visto. Quem
foi o responsável pelo seu design?
-Foi um amigo nosso aqui, o Angelo, ele é muito bom em fazer esse logos!
Ave. RAVENCULT veio a existência há 10 anos atrás e desde então nós temos criado um sinistro
Black Metal no velho estilo. Até o momento nós lançamos “Despise The Blindfold” Demo (2001),
“Cosmic Chaos” Demo (2003), “Armageddon Rising” 7’’EP (2004), “Temples Of Torment” álbum
2007 and “Morbid Blood” álbum 2011. A horda é composta por L./vocals, S./guitars, S./bass,
J./drums.
02- A horda lançou seu novo álbum através da Hells Headbangers Records. Dê nos maiores
informações sobre o lançamento e o trabalho com a gravadora, as bandas que fazem parte
do cast da mesma:
-Nós assinamos com a Hell Headbangers no início de 2011 para o lançamento de nosso novo
LP/CD “Morbid Blood”. Isto traz 10 faixas de impuro Black Thrashing Metal numa miscelânea entre
o som dos anos 80 e 90. Nós gravamos o álbum totalmente ao vivo em nosso
local de ensaio para manter um som orgânico e
manter a morbidade bárbara de antigamente. A
HHR fez um grande trabalho lançando o material
em LP e CD. A versão em tape deve sair em
breve. O que eu posso dizer sobre as outras
bandas da gravadora é que são atos perfeitos e
bem conhecidos no meio underground. Entre elas
cito Inquisition, Profanatica, Zemial, Trench Hell,
Midnight.
04- O Ravencult tem tocado muito ao vivo? Fale sobre os shows aí e as bandas com quem
tem dividido o palco:
- Nós tocamos ao vivo de maneira seleta. Na Grécia não tocamos muito, algo em torno de dois em
dois anos, dependendo das circunstâncias. A cena é basicamente pequena e ficaria sem sentido
se tocássemos aqui com maior freqüência. Nós fizemos duas turnês pela Europa com Setherial e
Corpus Christi em 2007 e Krisiun e Rotting Christ em 2008 além de alguns festivais separados ao
longo dos anos. Nós estamos planejando algo para breve. Nossa prioridade é uma turnê européia
para o álbum “Morbid Blood”.
05- Nós gostaríamos de conhecer algo sobre os aspectos ideológicos e líricos do Ravencult:
06- Você acredita que as inovações tecnológicas deverão sepultar o underground e seu
velho espírito com as trocas de cartas, zines em xerox e outras tradições? Quais são os
pontos positivos e negativos nessa nova realidade?
- É certo que a maioria das coisas hoje acontecem online, inclusive a maioria dos fanzines e
revistas. A magia de um meio físico está perdida e substituída por algo digital. Todavia, mais e
mais pessoas dedicadas estão correndo atrás e lançando zines em xerox, acho isso o máximo,
mantendo a tradição e despendendo esforços para manter o velho espírito vivo! Ter um exemplar
real em suas mãos não pode nunca ser comparado aos poucos cliques em um website. O contato
através de cartas ainda se mantém vivo pelas trocas e envio de materiais. O e-mail facilitou muita
coisa, mas ainda assim eu creio que as correspondências por cartas nunca morrerão!
07- Você tem muitos contatos aqui no Brasil? O que você conhece sobre nossa cena
underground?
- Eu tenho estado em contato com pessoas do Brasil desde que lançamos nossas demos, as quais
troquei ou enviei para alguns zines. Eu sei que os brasileiros possuem adoração pelo Raw, Old
Metal e o bestial som underground! Com certeza eu conheço o Sarcófago, Sextrash, Mystifier,
Genocídio e obviamente Sepultura. Nós saímos em turnê com o Krisiun há alguns anos, banda
assassina com verdadeira atitude!
-Os melhores Lps de Black Metal são: Bathory “Blood, Fire Death”, Burzum “Hvis Lyset Tar Oss”,
Celtic Frost “Emperor`s Return”, Mayhem “De Mysteriis Dom Sathanas”. As bandas favoritas
variam de Venom, Zemial, Dark Throne a Motorhead, velho Iron Maiden, velho Slayer...A lista é
infinita.
09- Alguns membros do Ravencult também tocam em outras bandas/projetos como o
extremo Burial Hordes. Fale nos sobre esses projetos: - Atualmente nenhum membro toca no
Burial Hordes. Nosso antigo vocalista Chthonos foi quem se juntou a eles após ter saído da banda.
Ele é um grande cara e dedicado maníaco que fez um grande trabalho com eles em seus dois Lps
com um assassino e sujo Black Metal. Nosso baterista J. também é membro das bandas Dodsferd
(Black Metal), Abyssgale (Black Metal) e Nadiwrath (Black Thrash). O vocalista L. amaldiçoa a
humanidade por trás dos microfones do Wormspit (Black Metal).
O som primitivo está de volta! Haill Akkeldama e obrigado pelo apoio! Escrevam
para:RAVENCULT, PO BOX 3747, ATHENS 10210, GREECE.
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PLAYLIST DA EDIÇÃO
(Nota do Editor) Seguindo uma certa tradição que sempre mantive nos zines que editei,
alguns dos reviews que são publicados nessa sessão, não são apenas lançamentos
recentes, mas também materiais lançados há alguns anos atrás e que fazem parte de
minhas audições pessoais e aquisições enquanto transcorria o fechamento dessa
edição do zine, sem me ater a uma ordem cronológica entre os materiais aqui
resenhados. Os reviews feitos pelo Lucas estão assinados.