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Resenhas

ção de Davi como rei, em cuja descen- ciando o cristocentrismo das Escrituras
dência se cumpriria a promessa sobre o e de toda a História.
Messias (Epid. 30). Na conclusão, o Santo esclarece:
Também traça eloquentes parale- “Assim é o caminho da vida que os pro-
los entre Adão e Cristo, o novo Adão, e fetas anunciaram, o que Cristo instituiu,
entre Eva e Maria, a nova Eva: “Como, que os apóstolos consignaram e que a
por causa de uma virgem desobediente, Igreja transmite a seus filhos por toda a
o homem foi ferido, caiu e morreu, assim terra” (Epid. 98). Ao final, comprova o
também, por causa de uma virgem obe- seu papel de bom pastor, ao alertar sobre
diente à Palavra de Deus, [o homem] foi as ímpias doutrinas dos hereges.
ressuscitado e recobrou a vida” (Epid. Por fim, cabe apenas parabenizar o
33). Trata-se da primeira vez que o papel trabalho do tradutor em disponibilizar
da Virgem é ressaltado dessa forma na ao público lusófono esta obra tão sim-
teologia pré-nicena. Assim, Irineu pode ples, mas ao mesmo tempo tão rica em
ser tido como o primeiro mariólogo, por conteúdo teológico. Basta recordar que
considerar a Mãe de Deus como causa E. Peretto a qualifica de “primeiro cate-
salutis. cismo para adultos”. De resto, é uma
Compara também a árvore da ciência fonte indispensável para compreender
do bem e do mal com a árvore da Cruz. a Igreja Primitiva. Por outro lado, con-
A seguir, demonstra como em Cris- siderando o atual gnosticismo, travesti-
to se cumprem as profecias veterotesta- do em tantas formas heterodoxas, o tra-
mentárias e como Ele nasceu da Virgem tado de Santo Irineu continua ainda hoje
Maria, da descendência de Davi. Mais uma eficaz “demonstração” da verdade
adiante, o bispo lionês revela grande evangélica.
conhecimento dos textos bíblicos, com-
pendiando profecias a respeito do Filho Francisco Berrizbeitia Hernández, EP
de Deus e seu cumprimento (cap. 42-97). (Professor – ITTA)
Eis a verdadeira demonstração, eviden-

SACHERI, Carlos Alberto. A ordem natural. Trad. Renato Romano. Belo


Horizonte: Cristo Rei, 2014, 270p. ISBN: 978-85-66764-05-5.

A presente tradução marca os 40 anos (ERP), diante de sua família, após uma
do brutal homicídio do respeitado filó- missa na Catedral de Santo Isidro, Bue-
sofo portenho Carlos Alberto Sache- nos Aires.
ri. De fato, no dia 22 de dezembro de Nascido em 1933, na capital argenti-
1974, foi ele assassinado por comunis- na, o Autor foi um dos principais expo-
tas do Exército Revolucionário do Povo entes do tomismo em seu país e desta-

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cado líder católico. Escreveu La Igle- deram. Além disso, é mister não descon-
sia Clandestina, além de inúmeros tra- textualizar, esclarecendo os textos sem-
balhos acadêmicos. Doutorou-se sob a pre à luz da teologia e da filosofia, em
direção de Charles de Koninck na Uni- particular sob o amparo de São Tomás
versidade de Laval (Canadá), onde foi de Aquino.
professor. Lecionou também na Univer- A ordem natural é acudida pelo bom
sidade de Buenos Aires (UBA) e na Uni- senso, por meio do qual nos é permiti-
versidade Católica Argentina (UCA). do “distinguir o normal do patológico, o
Num primeiro relance, considerando saudável do enfermo, o louco do sensa-
apenas a ilustração da capa (uma conste- to, o motor que funciona bem do motor
lação) e o título, o leitor é levado a acre- que funciona mal, o bom pai do mau pai,
ditar que a obra se dedica à cosmologia a lei justa da lei injusta” (p. 46).
ou à filosofia natural. Na realidade, tra- Do ponto de vista ético-antropoló-
ta-se de um verdadeiro compêndio de gico, o Autor se esteia no direito natu-
Doutrina Social da Igreja, numa compi- ral, isto é, “aquilo que é devido ao
lação póstuma de 50 artigos publicados homem em virtude de sua essência” (p.
no diário La Nueva Provincia. Acres- 49); o resto é incluído no direito positi-
centa-se ainda o elogioso prólogo de vo. Quanto ao conteúdo do direito natu-
Dom Adolfo Tortolo, arcebispo do Para- ral, o filósofo recorda as três inclina-
ná na década de 1970. ções essenciais do homem: a conserva-
De início, Sacheri enfatiza a impor- ção da própria existência, a conservação
tância dada pela Igreja ao âmbito social, da espécie e a tendência para a “perfei-
inclusive como notável intermediado- ção humana, intelectual e moral, social
ra da paz entre os povos e difusora da e religiosa” (p. 54). Em seguida, versa
cultura em geral. O Autor se funda- sobre a “pessoa humana e sua dignida-
menta em várias encíclicas papais, com de”, bem como seus direitos essenciais.
sério alicerce filosófico, cuja inspira- Em sentido inverso, “o positivis-
ção se baseia no clássico axioma: “A mo jurídico consiste essencialmente
graça supõe a natureza; não a destrói, em reduzir o direito e a justiça ao que
mas a aperfeiçoa” (p. 25). Nessa linha, está estabelecido na lei positiva ditada
o filósofo tomista convida a uma cor- pela autoridade jurídica” (p. 63). Segun-
reta interpretação dos documentos do do a ordem natural, essa teoria não fun-
Magistério eclesiástico. Em sua pers- ciona, pois “os massacres stalinistas, os
pectiva, importa restabelecer antes de crimes de Hitler que ensejaram o julga-
tudo o texto autêntico. Por exemplo: mento de Nuremberg, não foram, por
não se confunda o termo “socialização”, acaso, cometidos com amparo do ‘direi-
empregado na Mater et magistra, com to legal’?” (idem). Sacheri ainda recor-
socialismo (p. 39), como muitos preten-

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da que os direitos implicam sempre em zação profissional da economia nacio-


deveres. nal, com a participação de todos os seto-
Em seguida, o Autor oferece uma res, sob o ordenamento jurídico do Esta-
série de artigos que sintetizam a posição do” (idem). Ou seja, o espírito de lucro,
da Igreja diante do liberalismo, do capi- motor do capitalismo liberal, não pode
talismo, do comunismo, do nazismo e superar a moral e os direitos fundamen-
do fascismo e do socialismo. tais do homem. Cumpre distinguir, por
Como evoca o próprio nome, o libe- fim, que o liberalismo econômico pos-
ralismo teórico propõe a liberdade como sui hoje conotação mais ampla, com
a própria essência do homem. Na eco- características compatíveis e até concor-
nomia essa posição deve ser descartada des com o Cristianismo, como o estatu-
se a liberdade fere a moral, visando, por to do livre mercado, a liberdade de con-
exemplo, o puro lucro como “fim últi- tratos, a simplificação fiscal, a privati-
mo” (p. 68). Quanto ao direito de pro- zação, etc.
priedade, Sacheri defende que ele deve- Quanto ao comunismo, critica-se a
ria ser limitado por sua “função social”, sua dialética, a tese marxista da aliena-
expressão utilizada, aliás, na atual ção, o trabalho como puro instrumento
Constituição Brasileira (art. 5, XXIII; de transformação, a sua doutrina ateia, a
170, III; 182 § 2; 184; 186). Essa formu- ditadura do proletariado e a luta de clas-
lação ofereceu, entretanto, espaço para ses. Não foi por menos que Pio XI defi-
interpretações de viés socialista (o que niu esse tipo de ideologia como “intrin-
por certo não era a intenção de Sacheri). secamente perverso” (Divini Redemp-
Afinal, quem determina a real “função toris, n. 68). Eis a conclusão: “A dou-
social” de uma propriedade? Não custa trina católica é totalmente o oposto do
lembrar que é sob o amparo dessa cláu- ‘ódio social’; supõe uma atitude integra-
sula que certos movimentos se arrogam dora, harmonizadora de todos os seto-
o direito de invadir imóveis suposta- res em seus legítimos interesses; parte
mente improdutivos e, por isso, descum- do respeito à pessoa e aos seus direitos
pridores da dita “função social”. essenciais, da vitalidade das famílias, da
Sobre o capitalismo, a Igreja nunca coordenação dos grupos intermédios e
o condenou, embora se ressalve que “o associações profissionais” (p. 80).
juízo da Igreja sempre foi muito seve- No tocante ao nazismo e ao fascis-
ro contra a usura e o liberalismo eco- mo, Sacheri considera que “as duas ide-
nômico, por submeter o homem à eco- ologias são expressão do pensamento
nomia em vez de colocar o dinamismo socialista. Tanto Hitler como Mussoli-
produtivo a serviço da pessoa” (p. 75). ni militaram no socialismo antes de for-
A solução cristã sem dúvida passa pela marem seus respectivos partidos; suas
“instauração de uma autêntica organi- teses principais refletem claramente a

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inspiração socialista. Daí revelar-se um Quanto às estatizações, o filóso-


grande absurdo opor — como se faz fre- fo argentino recorda que a ordem eco-
quentemente — o comunismo ao nazis- nômica social é privada e que a eco-
mo e ao fascismo como se fossem ide- nomia deve ser colocada ao serviço do
ologias contrárias, uma vez que todas homem, e não o contrário: “O denomi-
elas têm uma raiz filosófica comum: nador comum materialista do individu-
uma concepção naturalista e materialis- alismo liberal e do coletivismo marxis-
ta do homem e da sociedade, uma hosti- ta negou a subordinação essencial da ati-
lidade aberta contra a religião e a Igre- vidade econômica aos valores espiritu-
ja, uma exaltação do Estado e uma drás- ais e sobrenaturais” (p. 111). A despei-
tica limitação das liberdades essenciais to disso, “o Estado não pode prescindir
do homem” (p. 81-82). Já o socialismo totalmente dos problemas econômicos”
apresenta variados programas partidá- (p. 113), cabendo-lhe, sobretudo, favore-
rios, embora mantendo uma concepção cer “o livre exercício das atividades pro-
materialista, coletivista e hedonista da dutivas” (Mater et Magistra, n. 54-55,
sociedade, desconfiando da autonomia cit. in p. 113). Nesse sentido, vale sem-
individual. pre o princípio de subsidiariedade. Por
O Autor ainda trata da incompatibi- outra parte, o Estado pode e deve assu-
lidade entre Cristianismo e Revolução, mir bens e serviços, sobretudo em dois
ao se pretender, por exemplo, figurar a casos: ante a manifesta incapacidade ou
Cristo como “guerrilheiro” (p. 95). O ineficácia do setor privado ou por ques-
direito de propriedade é definido aquele tões estratégicas (p. 114-115).
“pelo qual uma pessoa pode usar e dis- A seguir, trata de algumas questões
por de uma coisa” (p. 97). Trata-se de mais específicas: o trabalho humano,
um direito natural relacionado à con- sobretudo à luz da lei natural; o salá-
servação da existência. Mais adiante, rio justo, que deve ter em conta a situ-
Sacheri restringe o sentido da “função ação do trabalhador, da empresa e do
social da propriedade”, quando especifi- bem comum; a reciprocidade das trocas;
ca que esta “deve ordenar-se às necessi- a empresa, como “comunidade de vida”
dades sociais” (p. 105), e que nenhuma e sua contribuição para a sociedade; as
propriedade poderia ser utilizada para o associações profissionais; o capital; a
abuso e a injustiça. A despeito disso, a Igreja e o corporativismo, sobre o qual
expressão-talismã continua canhestra- cumpre citar a importância do princípio
mente empregada em favor do socialis- de subsidiariedade: “Só assim será pos-
mo confiscatório no Brasil (sobre isso sível respeitar na prática a iniciativa, a
cf. Corrêa de Oliveira, Plinio. Proje- criação e a responsabilidade das pesso-
to de constituição angustia o país. São as e dos grupos; proceder contrariamen-
Paulo: Vera Cruz, 1987, p. 148). te seria incorrer nos erros comprovados

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do estatismo comunista ou, pelo menos, 217). Ao contrário da utopia marxista,


num de tipo fascista. A vida social não Sacheri frisa a necessidade da autorida-
pode ser ‘fabricada’ a golpe de decretos de, como coesão das partes da socieda-
mais ou menos arbitrários, nem sequer de que aponta para o bem comum. A sua
para ‘forçar’ a súbita instauração de fonte é o próprio Deus, como “autor da
uma ordem mais sã” (p. 150). ordem natural” (p. 221).
Sobre os sindicatos, prescreve que A respeito do princípio de subsi-
“entre os direitos essenciais da pessoa diariedade, o filósofo argentino ofere-
humana, encontra-se o de reunir-se e ce uma sintética fórmula: “Toda ativi-
associar-se para fins úteis” (p. 157). Por- dade social é, por essência, subsidiária,
tanto, essas entidades não podem visar devendo servir de apoio aos membros
fins abusivos ou coletivistas ou a mera da sociedade, sem jamais absorvê-los
instrumentalização política. A gre- nem destruí-los” (p. 229). Nessa esteira,
ve seria legítima apenas quando: 1) há é importante uma efetiva descentraliza-
injustiças; 2) como recurso extremo; 3) ção de funções e poderes (p. 232). Para
por meios lícitos; 4) e usada com mode- isso, compete ao administrador “favore-
ração. cer ao máximo a diversidade de inicia-
Numa perspectiva cristã, Sacheri se tivas, públicas e privadas, que possam
opõe ao culto monetarista que preceitua concorrer para o bem comum” (p. 234).
a moeda e a sua estabilidade como fins Acerca das formas de governo, cita
em si mesmos. Por isso, “as relações da São Tomás, o qual “propugna como o
economia internacional sejam reguladas melhor regime para a maioria dos povos
por critérios éticos” (p. 199). Com efei- uma forma mista que inclua a unidade
to, esclarece que “o atual caos econômi- da monarquia, a competência da aris-
co internacional tem raízes espirituais e tocracia e a ampla participação popu-
morais, não econômicas nem técnicas” lar da democracia” (p. 247). Não se con-
(p. 201). funda esta última, porém, com as ditas
O homem é um ser social por duplo “democracias populares”, de viés comu-
fundamento: para a transmissão da nista, motores de “mitos democráticos”
vida e por indigência radical. Na bus- e da pura “nivelação pelo mais baixo”
ca da perfeição, há sempre a necessida- (p. 249-250). Nesse âmbito, já alertava
de do auxílio dos demais. Afinal não há São Tomás: “Se o governo iníquo é exer-
gênios independentes. A sociedade polí- cido por muitos, chama-se democracia,
tica mirará sempre o bem comum, evi- ou seja, dominação do povo, quando,
tando “a oposição entre bem individu- apoiada na quantidade, a plebe oprime
al e comum, como se ambos se exclu- os ricos. Todo o povo chega a ser, então,
íssem reciprocamente” (p. 216-217). como um único tirano” (De regno, I, 1,
Antes, “exigem-se mutuamente” (p. cit. in p. 250). Nesse caso, a “democracia

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pura” se corrompe, pois, para a dema- plo: à página 73 utiliza-se o termo “des-
gogia (p. 251). À luz do tomismo, há a graçadamente” (para “desgraciadamen-
possibilidade de resistência à autoridade te” do espanhol). Bastaria recorrer a tra-
no tocante a leis injustas (por flagrante duções abalizadas para perceber o real
contradição). A resistência dos cidadãos sentido da expressão original (i.e. “infe-
torna-se premente quando há sério ris- lizmente”).
co à ordem social, em analogia ao direi- Em última análise, o compêndio de
to individual de legítima defesa. artigos de Sacheri é uma ótima introdu-
O livro conclui elucidando a relação ção à Doutrina Social da Igreja, além de
entre o Estado e a Igreja. Sacheri recha- justa homenagem ao filósofo argentino,
ça o laicismo moderno de vertente ateia um verdadeiro mártir na defesa da cau-
que “levou as nações à apostasia, verifi- sa católica em seus valores espirituais e
cando-se mais uma vez o preciso juízo temporais.
de Chesterton: ‘Retirai o sobrenatural,
só restará o que não é natural’” (p. 263). Felipe de Azevedo Ramos, EP
Nota-se que a tradução é, por vezes, (Professor – IFAT)
por demais literal. Apenas um exem-

SILVESTRE VALOR, Juan José. Con la Mirada puesta en Dios: re-descu-


briendo la liturgia con Benedicto XVI. Madrid: Palabra, 2014, 421p. ISBN:
978-84-9061-048-0.

Esse acurado estudo sobre o pensa- ce até o ano de 2013. Atualmente ensi-
mento litúrgico de Bento XVI veio a na na Faculdade de Teologia da Pontifí-
lume por ocasião do quinquagésimo ani- cia Universidade da Santa Cruz.
versário da promulgação da Constitui- Apresentado em elogiosas linhas pelo
ção Sacrossanctum Concilium. Card. Antonio Cañizares e por Mons.
O Autor é consultor da Congregação Guido Marini, o livro é divido em cin-
para o Culto Divino e a Disciplina dos co capítulos, escritos numa linguagem
Sacramentos. É licenciado em Direi- acessível, mas não por isso superficial.
to pela Universidade de Valência e em Antes de analisarmos o conteúdo,
História da Igreja pela Pontifícia Uni- cabe uma nota sobre a importância do
versidade da Santa Cruz, e Doutor em enfoque litúrgico proposto pelo Autor,
Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúr- inspirado no magistério de Bento XVI.
gico Santo Anselmo (Roma). Sacerdo- Olhar para Deus. Eis a máxima
te da Prelatura da Santa Cruz e Opus estampada no título que norteia o estudo
Dei, foi consultor do Departamento de da obra, cujo fim não poderia ser senão
Celebração Litúrgica do Sumo Pontífi- este. Tampouco outra poderia ter sido a

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