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Aula 05
12557693863 - Daniel
DIREITO PENAL para o XXV EXAME DA OAB
Teoria e exerc’cios comentados
Renan Araujo Ð
Prof. Aula 05
AULA 05: DAS PENAS (ESPƒCIES, COMINA‚ÌO,
APLICA‚ÌO E EXECU‚ÌO). EFEITOS DA CONDENA‚ÌO.
EXTIN‚ÌO DA PUNIBILIDADE. A‚ÌO PENAL NO CîDIGO
PENAL.
SUMçRIO
1. DAS PENAS .................................................................................................. 4
1.1. Conceito ................................................................................................ 4
1.2. Princ’pios .............................................................................................. 4
1.3. Finalidade: teorias ................................................................................ 5
1.3.1. Teoria absoluta e sua finalidade retributiva ....................................... 5
1.3.2. Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................ 5
1.3.3. Teoria Mista (unificadora ou eclŽtica ou unit‡ria) e sua dupla finalidade ........ 6
1.4. EspŽcies ................................................................................................... 6
1.5. Penas em espŽcie ..................................................................................... 7
1.5.1. Privativa de liberdade ........................................................................... 7
1.5.1.1. Regras do regime fechado ................................................................... 8
1.5.1.2. Regras do Regime semiaberto ................................................................. 9
1.5.1.3. Regras do regime aberto ...................................................................... 10
1.5.1.4. Disposi•›es gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena ................ 11
1.5.2. Penas restritivas de direitos ..................................................................... 14
1.5.2.1. Regras da substitui•‹o ......................................................................... 15
1.5.2.2. Penas restritivas de direitos em espŽcie.................................................. 18
(i) Presta•‹o pecuni‡ria .................................................................................. 18
(ii) Perda de bens e valores .......................................................................... 19
(iii) Presta•‹o de servi•os ˆ comunidade ......................................................... 19
(iv) Interdi•‹o tempor‡ria de direitos .............................................................. 21
(v) Limita•‹o de fim de semana ....................................................................... 23
1.5.3. Pena de multa ..................................................................................... 24
1.6. Aplica•‹o das penas ............................................................................... 26
1.6.1. Etapas da fixa•‹o da pena privativa de liberdade ................................ 26
1.6.1.1. Fixa•‹o da pena-base .......................................................................... 27
1.6.1.2. Segunda fase: an‡lise das agravantes e atenuantes ................................. 30
(i) Reincid•ncia ............................................................................................. 31
(ii) Disposi•›es gerais acerca da segunda fase de aplica•‹o da pena...................... 33
1.6.1.3. Terceira fase: aplica•‹o das causas de aumento e diminui•‹o da pena ........ 34
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1.6.1.4. Disposi•›es finais ................................................................................ 36
2. SUSPENSÌO CONDICIONAL DA PENA ........................................................ 43
2.1. Conceito ................................................................................................. 43
2.2. Requisitos objetivos ............................................................................... 43
2.3. Requisitos subjetivos ............................................................................. 44
2.4. EspŽcies de sursis e condi•›es ............................................................... 45
2.5. Revoga•‹o do sursis, prorroga•‹o do prazo e cumprimento das
obriga•›es....................................................................................................... 45
3. LIVRAMENTO CONDICIONAL ..................................................................... 48
3.1. Conceito ................................................................................................. 48
3.2. Requisitos .............................................................................................. 49
3.2.1. Requisitos objetivos ................................................................................ 49
3.2.2. Requisitos subjetivos .............................................................................. 50
3.3. Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revoga•‹o e extin•‹o
do benef’cio..................................................................................................... 51
4. MEDIDAS DE SEGURAN‚A ......................................................................... 54
5. EFEITOS DA CONDENA‚ÌO ........................................................................ 57
5.1. Natureza e espŽcies ............................................................................... 57
5.2. Reabilita•‹o ........................................................................................... 59
5.2.1. Sigilo das condena•›es ........................................................................... 60
5.2.2. Efeitos secund‡rios extrapenais da condena•‹o .......................................... 60
5.2.3. Pressupostos e requisitos para a Reabilita•‹o ............................................. 60
6. EXECU‚ÌO PENAL ...................................................................................... 62
6.1. Dos regimes de cumprimento. Progress‹o e regress‹o de regime .......... 62
6.2. Das autoriza•›es de sa’da ...................................................................... 68
6.3. Da remi•‹o ............................................................................................. 70
6.4. Disposi•›es jurisprudenciais importantes sobre execu•‹o penal ............ 72
7. PUNIBILIDADE E SUA EXTIN‚ÌO .............................................................. 75
7.1. Introdu•‹o ............................................................................................. 75
7.2. Causas de extin•‹o da punibilidade diversas da prescri•‹o .................... 75
7.3. Prescri•‹o .............................................................................................. 80
7.3.1. Prescri•‹o da pretens‹o punitiva .............................................................. 80
7.3.2. Prescri•‹o da pretens‹o execut—ria ........................................................... 88
7.3.3. Disposi•›es importantes sobre a prescri•‹o................................................ 89
8. A‚ÌO PENAL NO CîDIGO PENAL ............................................................... 95
9. RESUMO .................................................................................................... 97
10. EXERCêCIOS DA AULA .......................................................................... 116
11. GABARITO ............................................................................................ 127
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Bons estudos!
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1.! DAS PENAS
1.1.! CONCEITO
A pena criminal Ž, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal
que se aflige a alguŽm em raz‹o da pr‡tica de um delito2. O conceito n‹o
se confunde, porŽm, com os fins (ou finalidades) da pena.
A pena possui como pressuposto de sua aplica•‹o a
culpabilidade do agente3. J‡ as medidas de seguran•a n‹o possuem
a culpabilidade como pressuposto de sua aplica•‹o (atŽ porque o agente
n‹o Ž plenamente imput‡vel, n‹o possuindo, portanto, culpabilidade),
mas sim a periculosidade. Isto Ž importante!
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade d‡
ao indiv’duo que transgride a ordem jur’dico-penal estabelecida, e
consiste na priva•‹o ou restri•‹o de um bem jur’dico do condenado
(liberdade, patrim™nio, etc.), de forma a castig‡-lo e reeduc‡-lo.
1.2.! PRINCêPIOS
Alguns princ’pios norteiam a Teoria Geral da Pena:
a) Reserva legal ou legalidade estrita Ð Somente a Lei (em sentido
estrito) pode cominar penas: ÒNulla poena sine legeÓ. Est‡ previsto no
art. 5¡, XXXIX da Constitui•‹o e art. 1¡ do CP;
b) Anterioridade Ð A Lei que prev• a pena para a conduta deve ser
anterior ˆ pr‡tica do crime: ÒNulla poena sine praevia legeÓ. TambŽm
est‡ previsto no art. 5¡, XXXIX da Constitui•‹o e art. 1¡ do CP, sendo,
juntamente com o princ’pio da reserva legal, subprinc’pios do princ’pio da
LEGALIDADE;
c) Intranscend•ncia da pena Ð A pena deve ser cumprida somente pelo
condenado, n‹o podendo, em caso de morte deste, ser transferida aos
seus familiares, salvo a obriga•‹o de reparar o dano e o perdimento de
bens, que podem ser cobrados dos sucessores atŽ o limite do patrim™nio
transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa,
embora patrimonial, n‹o pode ser cobrada dos sucessores!
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena Ð Presentes os
requisitos para a condena•‹o, a pena n‹o pode deixar de ser imposta e
cumprida. ƒ mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o
livramento condicional, etc.;
1
BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, EugŽnio Raœl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed.
Revan, 2011. Tomo I, p. 99.
2
MIR PUIG, Santiago. Introducci—n a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos
Aires: Ed. B. de F., 2003, p. 49.
3
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007.
tomo I, p. 46-47
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e) Princ’pio da humanidade ou humaniza•‹o das penas Ð A pena
n‹o pode desrespeitar os direitos fundamentais do indiv’duo, violando sua
integridade f’sica ou moral, e tambŽm n‹o pode ser de ’ndole cruel,
desumano ou degradante (art. 5¡, XLIX e XLVII da Constitui•‹o);
f) Princ’pio da proporcionalidade Ð A san•‹o aplicada pelo Estado deve
ser proporcional ˆ gravidade da infra•‹o cometida e tambŽm deve ser
suficiente para promover a puni•‹o ao infrator e sua reeduca•‹o social;
g) Princ’pio da individualiza•‹o da pena Ð A pena deve ser aplicada
de maneira individualizada para cada infrator em cada caso espec’fico.
Essa individualiza•‹o se d‡ em tr•s fases distintas: a) comina•‹o: O
legislador deve prever um raio de atua•‹o para o Juiz aplicar a pena no
caso concreto, estabelecendo penas m’nimas e m‡ximas, de forma que o
Juiz possa aplicar a quantidade de pena que achar conveniente no caso
concreto; b) aplica•‹o: Saindo da esfera legislativa, passamos ˆ esfera==dc29b==
4
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressi—n. Bogot‡,
1996, p. 12
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Preven•‹o Geral Ð Busca controlar a viol•ncia social, de forma a
despertar na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode
ser negativa5, quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei
penal, ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vig•ncia da
Lei penal.
Preven•‹o especial Ð N‹o se destina ˆ sociedade, mas ao infrator,
de forma a prevenir a pr‡tica da reincid•ncia. TambŽm pode ser negativa,
quando busca intimidar o condenado, de forma a que ele n‹o cometa
novos delitos por medo, ou positiva, quando a preocupa•‹o est‡ voltada ˆ
ressocializa•‹o do condenado (Infelizmente, n‹o h‡ uma preocupa•‹o
com isto na pr‡tica).
1.4.! EspŽcies
Quanto ˆs espŽcies, as penas podem ser:
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pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido de se aproximar da
casa da ex-esposa no caso de viol•ncia domŽstica;
e) Penas corporais Ð Trata-se de castigos aplicados ao corpo do
indiv’duo. ƒ espŽcie de pena vedada pela Constitui•‹o Federal (art. 5¡,
XLVII, e).
7
Art. 33 - A pena de reclus‹o deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de
deten•‹o, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transfer•ncia a regime fechado.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - Considera-se: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execu•‹o da pena em estabelecimento de seguran•a m‡xima ou mŽdia;
b) regime semiaberto a execu•‹o da pena em col™nia agr’cola, industrial ou estabelecimento
similar;
c) regime aberto a execu•‹o da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
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O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou
aberto) tem como regra o seguinte: pena de reclus‹o Ð Qualquer
regime inicial; pena de deten•‹o Ð Regime inicial somente
semiaberto ou aberto.
A fixa•‹o, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena
ir‡ variar conforme tr•s fatores: reincid•ncia, quantidade da pena e
circunst‰ncias judiciais. AlŽm disso, a pr—pria Lei estabelece que a
pena seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso
para outro, menos gravoso), ressalvada a hip—tese de regress‹o
(passagem de um regime menos gravoso para outro, mais gravoso), em
qualquer caso, atendendo-se ao mŽrito do condenado, nos termos do art.
33, ¤¤ 2¡, 3¡ e 4¡ do CP.8
CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que Ž poss’vel a
fixa•‹o do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes,
desde que as circunst‰ncias judiciais sejam favor‡veis. Vejamos:
Sœmula 269 do STJ:
ƒ admiss’vel a ado•‹o do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a
pena igual ou inferior a quatro anos se favor‡veis as circunst‰ncias judiciais.
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abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo
como base unicamente a gravidade abstrata do delito.
O STF possui dois verbetes de sœmula muito importantes sobre o
tema:
SòMULA 718
SòMULA 719
A IMPOSI‚ÌO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA
PERMITIR EXIGE MOTIVA‚ÌO IDïNEA.
10
(...) 4. Admite-se a concess‹o, em car‡ter excepcional, da pris‹o domiciliar na hip—tese de falta
de vagas em estabelecimento adequado para o cumprimento da pena em regime aberto, que n‹o
justifica a perman•ncia do condenado em condi•›es prisionais mais severas.
Precedentes.
(...)
(REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,
julgado em 07/05/2013, DJe 14/05/2013)
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1.5.1.4.! Disposi•›es gerais acerca dos regimes de cumprimento
da pena
Conforme havia dito a voc•s, a pena privativa de liberdade atinge
somente um direito do preso: a liberdade (—bvio, n‹o?).
Assim, o preso mantŽm todos os direitos inerentes ˆ pessoa
humana, como o respeito ˆ sua integridade f’sica e moral. O respeito ˆ
integridade f’sica e moral, inclusive, possui ’ndole constitucional (art. 5¡,
XLIX da Constitui•‹o).11
Em raz‹o disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas,
editando a sœmula vinculante n¡ 11, que diz:
SòMULA VINCULANTE N¼ 11
Sî ƒ LêCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTæNCIA E DE FUNDADO
RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO Ë INTEGRIDADE FêSICA PRîPRIA OU
ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A
EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR,
CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÌO OU DO
ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUêZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL
DO ESTADO.
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Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
seguran•a, o tempo de pris‹o provis—ria, no Brasil ou no estrangeiro, o de
pris‹o administrativa e o de interna•‹o em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
14
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento pr—prio, observando-se os deveres e
direitos inerentes ˆ sua condi•‹o pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Cap’tulo.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
15
XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado;
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D) O pedido de progress‹o deve ser endere•ado ao ju’zo
sentenciante, que decidir‡ independente de manifesta•‹o do
MinistŽrio Pœblico.
COMENTçRIOS:
A) No sistema brasileiro n‹o se admite a progress‹o por saltos, de forma
que progress‹o de regime deve sempre se realizar do regime mais
gravoso para o regime imediatamente menos gravoso.
B) A impossibilidade de progress‹o de regime nos crimes hediondos
deixou de existir em 2006, com decis‹o do STF. Em 2007, a Lei
11.464/07 passou a possibilitar a progress‹o de regime para os crimes
hediondos.
C) Item correto. Os critŽrios do cumprimento de 1/6 da pena e do mŽrito
do preso s‹o genŽricos. Os demais est‹o previstos especificamente para
este caso, nos termos do art. 33, ¤4¼ do CP:
Art. 33 - (...)
¤ 4o O condenado por crime contra a administra•‹o pœblica ter‡ a progress‹o
de regime do cumprimento da pena condicionada ˆ repara•‹o do dano que
causou, ou ˆ devolu•‹o do produto do il’cito praticado, com os acrŽscimos
legais. (Inclu’do pela Lei n¼ 10.763, de 12.11.2003)
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liberdade, sobrevier doen•a mental ou perturba•‹o da saœde
mental, o Juiz, de Of’cio, a requerimento do MinistŽrio Pœblico, da
Defensoria Pœblica ou da autoridade administrativa, poder‡
determinar a substitui•‹o da pena por medida de seguran•a.Ó
d) aplicar o Art. 108 da LEP (Lei n. 7.210/84), que assim disp›e,
verbis: ÒO condenado a quem sobrevier doen•a mental ser‡
internado em Hospital de Cust—dia e Tratamento Psiqui‡tricoÓ.
COMENTçRIOS: Como o condenado j‡ estava cumprindo pena quando
sobreveio doen•a mental, deve ser aplicado o art. 183 da LEP, e n‹o o
art. 108.
O art. 108 da LEP aplica-se apenas quando a doen•a mental surge entre a
condena•‹o e o in’cio do cumprimento da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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REQUISITOS OBJETIVOS
Natureza do S— pode haver substitui•‹o nos casos de crimes
crime culposos (todos eles) ou no caso de crimes
dolosos, desde que, nesse œltimo caso, n‹o
tenha sido o crime cometido com viol•ncia
ou grave amea•a ˆ pessoa (ex.: N‹o caberia
substitui•‹o no caso de homic’dio).
Quantidade de A pena aplicada, no caso de crimes dolosos,
pena aplicada n‹o pode ser superior a quatro anos. No caso
de crimes culposos, pode haver a substitui•‹o
qualquer que seja a pena aplicada.
REQUISITOS SUBJETIVOS
N‹o ser OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime
reincidente em culposo, poder‡ haver a substitui•‹o.
crime doloso OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo
se o condenado for reincidente em crime doloso,
poder‡ haver a substitui•‹o, desde que a
medida seja socialmente recomend‡vel
(an‡lise das caracter’sticas do fato criminoso e do
infrator) e n‹o se trate de reincid•ncia
espec’fica (reincid•ncia no mesmo crime),
conforme previs‹o do art. 44, ¤ 3¡ do CP.
Sufici•ncia da A pena restritiva de direitos deve ser suficiente
medida (princ’pio para garantir o alcance das finalidades da pena
da sufici•ncia) (puni•‹o e preven•‹o, geral e especial).
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pena restritiva de direitos;
b) Pena superior a um ano = Substitui•‹o por pena de multa e uma
pena restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de
serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poder‡ cumpri-
las simultaneamente, se forem compat’veis, ou sucessivamente, se
incompat’veis (art. 69, ¤ 2¡ do CP).
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Entretanto, alŽm da reconvers‹o obrigat—ria, h‡ tambŽm hip—tese
de reconvers‹o facultativa, nos termos do art. 44, ¤ 5¡ do CP:
¤ 5o Sobrevindo condena•‹o a pena privativa de liberdade, por outro crime, o
juiz da execu•‹o penal decidir‡ sobre a convers‹o, podendo deixar de aplic‡-
la se for poss’vel ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.714, de 1998)
20
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699
21
HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012
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Perceba, caro aluno, que esta pena s— poder‡ ser aplicada nas
hip—teses de crimes que gerem algum
d preju’zo ao sujeito passivo ou
tragam algum benef’cio ao sujeito ativo ou a terceira pessoa.
23
Est‡ prevista no art. 45, ¤ 3¡ do CP:
¤ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-‡, ressalvada a legisla•‹o
especial, em favor do Fundo Penitenci‡rio Nacional, e seu valor ter‡ como teto - o que for maior -
o montante do preju’zo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em
consequ•ncia da pr‡tica do crime. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.714, de 1998)
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cong•neres, em programas comunit‡rios ou estatais. (Inclu’do pela Lei n¼
9.714, de 1998)
24
Em nenhuma hip—tese ser‡ poss’vel a presta•‹o de servi•os a entidades privadas que visem
lucro. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 682
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Entretanto, o ¤ 4¡ estabelece que se pena aplicada for superior a
um ano, para que n‹o se torne muito extensa, poder‡ ser cumprida em
menor tempo, mas nunca inferior ˆ metade.
¤ 4o Se a pena substitu’da for superior a um ano, Ž facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior ˆ
metade da pena privativa de liberdade fixada. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.714, de 1998)
2
(iv)! Interdi•‹o tempor‡ria de direitos
A pena de interdi•‹o tempor‡ria de direitos est‡ prevista no art. 47
do CP, e pode consistir em:
Art. 47 - As penas de interdi•‹o tempor‡ria de direitos s‹o: (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - proibi•‹o do exerc’cio de cargo, fun•‹o ou atividade pœblica, bem como de
mandato eletivo; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - proibi•‹o do exerc’cio de profiss‹o, atividade ou of’cio que dependam de
habilita•‹o especial, de licen•a ou autoriza•‹o do poder pœblico;(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - suspens‹o de autoriza•‹o ou de habilita•‹o para dirigir ve’culo. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)>
IV - proibi•‹o de freqŸentar determinados lugares. (Inclu’do pela Lei n¼
9.714, de 1998)
V - proibi•‹o de inscrever-se em concurso, avalia•‹o ou exame pœblicos.
(Inclu’do pela Lei n¼ 11.250, de 2011)
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furto, n‹o poder‡ ser privado do exerc’cio de sua atividade, pois o crime
praticado n‹o guarda qualquer rela•‹o com o exerc’cio da atividade.
N‹o devemos confundir esta pena com o efeito da condena•‹o
previsto no art. 92, I do CP.
A pena de suspens‹o de autoriza•‹o ou habilita•‹o para dirigir
ve’culo (inciso III) somente se aplica nos casos de crimes culposos
cometidos no tr‰nsito. Nos termos do art. 57 do CP:
Art. 57 - A pena de interdi•‹o, prevista no inciso III do art. 47 deste C—digo,
aplica-se aos crimes culposos de tr‰nsito. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
25
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689
26
Entende-se que o lugar deva ter alguma rela•‹o com o delito cometido, e que seja um lugar que
exer•a influ•ncia crimin—gena sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a pr‡tica do delito).
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691
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consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever em concurso,
avalia•‹o ou exame pœblico.
A Lei n‹o disse por quanto tempo, mas por l—gica, em se tratando
de uma pena substitutiva, esta pena ter‡ como dura•‹o o mesmo
per’odo da pena privativa de liberdade aplicada.
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substitui•‹o, desde que n‹o se trate de reincid•ncia espec’fica (mesmo
crime) e que a medida seja recomend‡vel.
B) ERRADA: Item errado, pois o rŽu condenado por crime culposo pode
ter sua pena substitu’da, independentemente da quantidade de pena
aplicada, nos termos do art. 44, I do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o tempo cumprido de pena restritiva de
direitos ser‡ abatido da pena privativa de liberdade a executar, nos
termos do art. 44, ¤4¼ do CP.
D) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o do art. 44, ¤2¼,
parte final, do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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a pena de multa ser‡ fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais).
27
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p.
529/530
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pena privativa de liberdade28, muito menos reconvers‹o (porque
nunca houve convers‹o). Nesse caso, a multa ser‡ considerada como
d’vida de valor e executada pelo procedimento de cobran•a da d’vida
ativa da Fazenda Pœblica (Execu•‹o Fiscal).29
A Doutrina e a Jurisprud•ncia entendem, em raz‹o disso, que
embora o n‹o cumprimento da pena de multa n‹o possa gerar a
convers‹o em pena privativa de liberdade, isto n‹o lhe retira seu car‡ter
de pena. Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do
infrator, estar‡ extinta a punibilidade30, nos termos do art. 107, I do
CP, j‡ que n‹o se pode estender os efeitos da pena aos sucessores do
infrator, por for•a do art. 5¡, XLV da Constitui•‹o, que ressalvou
apenas a obriga•‹o de reparar o dano e o perdimento de bens.
Por fim, o art. 52 do CP prev• que, sobrevindo doen•a mental ao
condenado, ficar‡ suspensa a pena de multa:
Art. 52 - ƒ suspensa a execu•‹o da pena de multa, se sobrevŽm ao
condenado doen•a mental. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
28
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531
29
Art. 51 - Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, a multa ser‡ considerada d’vida de
valor, aplicando-se-lhes as normas da legisla•‹o relativa ˆ d’vida ativa da Fazenda Pœblica,
inclusive no que concerne ˆs causas interruptivas e suspensivas da prescri•‹o. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 9.268, de 1¼.4.1996)
30
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531
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LIBERDADE
¥! Fixa•‹o da pena-base
¥! Aplica•‹o de agravantes e atenuantes
¥! Aplica•‹o de causas de aumento e diminui•‹o da pena
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mesmo fato).
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Algumas quest›es costumam ser bem pol•micas. Vamos a elas:
31
No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se
iniciar com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado (TJ, TRF,
etc.). Isso significa que o STF relativizou o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia,
admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de cumprimento da pena) j‡ estaria formada nesse
momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido contr‡rio). Isso significa que,
possivelmente, teremos (num futuro breve) altera•‹o nesta sœmula do STJ e na
jurisprud•ncia consolidada do STF, de forma que a•›es penais em curso passem a poder
ser consideradas como maus antecedentes, desde que haja, pelo menos, condena•‹o em
segunda inst‰ncia por —rg‹o colegiado (mesmo sem tr‰nsito em julgado). HC
126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016.
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1.6.1.2.! Segunda fase: an‡lise das agravantes e atenuantes
S‹o circunst‰ncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada
inicialmente (pena-base). S‹o consideradas ÒgenŽricasÓ por estarem
previstas na parte geral do CP. Existem, entretanto, atenuantes
espec’ficas, previstas para determinados tipos penais, como, por
exemplo, a prevista no art. 398 do CTB Ð C—digo de Tr‰nsito Brasileiro.
As agravantes genŽricas est‹o previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e
SÌO UM ROL TAXATIVO (somente aquelas).
Nos termos do CP, as agravantes genŽricas s‹o:
Art. 61 - S‹o circunst‰ncias que sempre agravam a pena, quando n‹o
constituem ou qualificam o crime:(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincid•ncia; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fœtil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execu•‹o, a oculta•‹o, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) ˆ trai•‹o, de emboscada, ou mediante dissimula•‹o, ou outro recurso que
dificultou ou tornou imposs’vel a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irm‹o ou c™njuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de rela•›es domŽsticas, de
coabita•‹o ou de hospitalidade, ou com viol•ncia contra a mulher na forma
da lei espec’fica; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou viola•‹o de dever inerente a cargo, of’cio,
ministŽrio ou profiss‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.318, de 1996)
h) contra crian•a, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher gr‡vida;
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata prote•‹o da autoridade;
j) em ocasi‹o de inc•ndio, naufr‡gio, inunda•‹o ou qualquer calamidade
pœblica, ou de desgra•a particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena ser‡ ainda agravada em rela•‹o ao agente que: (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - promove, ou organiza a coopera•‹o no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - coage ou induz outrem ˆ execu•‹o material do crime; (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguŽm sujeito ˆ sua autoridade
ou n‹o-pun’vel em virtude de condi•‹o ou qualidade pessoal; (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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J‡ as atenuantes genŽricas (favor‡veis ao rŽu) est‹o previstas
no art. 65 do CP, e s‹o um ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO
(conforme preconiza o art. 66 do CP), ou seja, podem ser utilizadas
outras circunst‰ncias n‹o previstas naquela lista.
Nos termos do CP:
Art. 65 - S‹o circunst‰ncias que sempre atenuam a pena: (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da senten•a; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - o desconhecimento da lei; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espont‰nea vontade e com efici•ncia, logo ap—s o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequ•ncias, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coa•‹o a que podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a influ•ncia de violenta emo•‹o,
provocada por ato injusto da v’tima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influ•ncia de multid‹o em tumulto, se n‹o o
provocou.
Art. 66 - A pena poder‡ ser ainda atenuada em raz‹o de circunst‰ncia
relevante, anterior ou posterior ao crime, embora n‹o prevista
expressamente em lei. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(I)!REINCIDæNCIA
32
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516
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A reincid•ncia Ž a pr‡tica de um crime ap—s ter o agente sido
condenado por senten•a irrecorr’vel em outro crime, no Brasil ou
no exterior (art. 63 do CP). No entanto, Ž poss’vel a reincid•ncia no caso
de pr‡tica de contraven•‹o ap—s ter sido o agente condenado por
senten•a irrecorr’vel pela pr‡tica de crime ou contraven•‹o. No entanto, a
pr‡tica de crime ap—s a condena•‹o criminal irrecorr’vel por
contraven•‹o NÌO GERA REINCIDæNCIA. Assim:
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a) genŽrica Ð os crimes praticados s‹o diversos.
b) espec’fica Ð os crimes praticados s‹o previstos no mesmo tipo
penal.
34
Boa parte da Doutrina entende que essa figura n‹o existe. A pessoa seria, apenas, PRIMçRIO.
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524
35
Art. 64 - Para efeito de reincid•ncia: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - n‹o se consideram os crimes militares pr—prios e pol’ticos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
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aquela que for considerada preponderante. Mas qual ser‡ a
preponderante? Ser‡ preponderante:
¥! Menoridade do agente (ser menor de 21 anos ˆ Žpoca do
fato) Ð PREPONDERA SOBRE TODAS!36
¥! Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincid•ncia.
¥! Outras circunst‰ncias
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¥! Obrigat—rias ou facultativas Ð a depender da obrigatoriedade ou
n‹o de sua aplica•‹o;
¥! GenŽricas ou espec’ficas Ð Se previstas na parte geral do CP ou
na sua parte especial (ou na legisla•‹o especial);
¥! Fixas ou vari‡veis Ð Quando a quantidade de aumento e
diminui•‹o Ž fixa ou pode variar de acordo com o entendimento do Juiz.
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DIMINUI‚ÌO Ambas da parte O Juiz aplica a causa
especial que mais diminua
(art. 68, ¤ œnico do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
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(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXIV EXAME DE ORDEM)
C‡ssio foi denunciado pela pr‡tica de um crime de dano
qualificado, por ter atingido bem municipal (Art. 163, par‡grafo
œnico, inciso III, do CP Ð pena: deten•‹o de 6 meses a 3 anos e
multa), merecendo destaque que, em sua Folha de Antecedentes
Criminais, consta uma œnica condena•‹o anterior, definitiva,
oriunda de senten•a publicada 4 anos antes, pela pr‡tica do crime
de les‹o corporal culposa praticada na dire•‹o de ve’culo
automotor.
Ao final da instru•‹o, C‡ssio confessa integralmente os fatos,
dizendo estar arrependido e esclarecendo que Òperdeu a cabe•aÓ
no momento do crime, sendo certo que est‡ trabalhando e tem 03
filhos com menos de 10 anos de idade que s‹o por ele
sustentados.
Apenas com base nas informa•›es constantes, o(a) advogado(a)
de C‡ssio poder‡ pleitear, de acordo com as previs›es do C—digo
Penal, em sede de alega•›es finais,
A) o reconhecimento do perd‹o judicial.
B) o reconhecimento da atenuante da confiss‹o, mas nunca sua
compensa•‹o com a reincid•ncia.
C) a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos, apesar de o agente ser reincidente.
D) o afastamento da agravante da reincid•ncia, j‡ que o crime
pretŽrito foi praticado em sua modalidade culposa, e n‹o dolosa.
COMENTçRIOS: Neste caso, a alternativa correta Ž a letra C, pois Ž
poss’vel pleitear a substitui•‹o da pena privativa de liberdade aplicada
pela pena restritiva de direitos, j‡ que o crime praticado n‹o tem pena
m‡xima superior a 04 anos nem Ž cometido com viol•ncia ou grave
amea•a ˆ pessoa. AlŽm disso, o agente n‹o Ž reincidente em crime
doloso, na forma do art. 44 do CP.
A letra B est‡ errada, pois seria poss’vel pleitear a compensa•‹o da
agravante da reincid•ncia com a atenuante da confiss‹o espont‰nea,
conforme entendimento do STJ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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contraven•‹o penal ˆ pena privativa de liberdade. No momento da
senten•a, o juiz reconhece agravante da reincid•ncia em rela•‹o
aos tr•s denunciados.
Considerando apenas as informa•›es narradas, de acordo com o
C—digo Penal, o advogado dos rŽus
A) n‹o poder‡ buscar o afastamento da agravante, j‡ que todos
s‹o reincidentes.
B) poder‡ buscar o afastamento da agravante em rela•‹o a M‡rio,
j‡ que somente Caio e Jo‹o s‹o reincidentes.
C) poder‡ buscar o afastamento da agravante em rela•‹o a Jo‹o,
j‡ que somente Caio e M‡rio s‹o reincidentes.
D) poder‡ buscar o afastamento da agravante em rela•‹o a Caio e
Jo‹o, j‡ que somente M‡rio Ž reincidente.
COMENTçRIOS: Neste caso, somente M‡rio Ž reincidente, pois as
condena•›es anteriores por contraven•‹o penal e crime militar pr—prio
n‹o geram reincid•ncia neste caso. Por falha legislativa, n‹o h‡
reincid•ncia quando o agente pratica crime depois de ter sido
definitivamente condenado por contraven•‹o penal.
Com rela•‹o ao crime militar pr—prio, tal condena•‹o n‹o gera
reincid•ncia por for•a do art. 64, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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do CP. AtŽ poderia ter havido viol•ncia impr—pria, que autorizaria a
aplica•‹o do benef’cio, mas a quest‹o n‹o diz isso. Tampouco h‡ que se
falar em tentativa, eis que o crime se consumou, j‡ que o enunciado diz
que o agente reparou o dano causado.
Contudo, h‡ possibilidade de afastamento da agravante pela idade da
v’tima. Isso porque a agravante s— incide nos crimes praticados contra
pessoas MAIORES de 60 anos. O enunciado diz que a v’tima tinha 60
anos. A Doutrina entende que, se a v’tima sofre o crime no dia do seu
anivers‡rio de 60 anos, n‹o h‡ incid•ncia da agravante. O enunciado n‹o
diz se a v’tima estava ou n‹o no dia do seu anivers‡rio, motivo pelo qual
n‹o podemos afirmar que a agravante deve incidir.
AlŽm disso, deve ser afastada a agravante da reincid•ncia, eis que n‹o
prevalece a condena•‹o anterior, para fins de reincid•ncia, se entre a
data do cumprimento ou extin•‹o da pena e a infra•‹o posterior tiver
transcorrido lapso de tempo superior a 05 anos, computado o per’odo
de prova da suspens‹o ou do livramento condicional, se n‹o
ocorrer revoga•‹o, que foi o que ocorreu. Se computarmos o per’odo de
prova, transcorreu mais de cinco anos entre 10.08.2010 e 15.09.2015.
Assim, temos duas alternativas corretas, ÒCÓ e ÒDÓ. A Banca deu a
alternativa D como correta. Contudo, entendo que a quest‹o
deveria ser ANULADA.
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Art. 63 - Verifica-se a reincid•ncia quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a senten•a que, no Pa’s ou no estrangeiro, o
tenha condenado por crime anterior. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
A Lei de Contraven•›es Penais ainda chega a estabelecer que a
condena•‹o por contraven•‹o, ap—s condena•‹o definitiva por crime ou
contraven•‹o anterior, tambŽm gera reincid•ncia. Assim, esqueceram de
incluir a situa•‹o daquele que pratica crime ap—s ser condenado por
contraven•‹o, que, portanto, Ž considerado reincidente.
B) A pena de multa, uma vez n‹o paga, deve ser executada como d’vida
de valor, n‹o admitindo convers‹o em priva•‹o da liberdade, por n‹o
haver previs‹o legal, conforme entendimento do STJ;
C) O item est‡ errado, nos termos da fundamenta•‹o da alternativa A;
D) O item est‡ errado, eis que o fato de a pena aplicada ser de multa n‹o
influencia na quest‹o da reincid•ncia, nos termos do art. 63 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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(FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DA OAB)
Reconhecida a pr‡tica de um injusto culp‡vel, o juiz realiza o
processo de individualiza•‹o da pena, de acordo com o Art. 68 do
C—digo Penal.
Segundo a jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a, assinale
a afirmativa correta.
a) A condena•‹o com tr‰nsito em julgado por crime praticado em
data posterior ao delito pelo qual o agente est‡ sendo julgado
pode funcionar como maus antecedentes.
b) N‹o se mostra poss’vel a compensa•‹o da agravante da
reincid•ncia com a atenuante da confiss‹o espont‰nea.
c) Nada impede que a pena intermedi‡ria, na segunda fase do
critŽrio trif‡sico, fique acomodada abaixo do m’nimo legal.
d) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado
exige fundamenta•‹o concreta, sendo insuficiente a simples
men•‹o ao nœmero de majorantes.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois somente podem ser considerados maus
antecedentes os fatos praticados ANTES do delito pelo qual o agente est‡
sendo julgado.
B) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui jurisprud•ncia no sentido de
que a atenuante da confiss‹o espont‰nea e a agravante decorrente da
reincid•ncia s‹o igualmente preponderantes, de maneira que devem ser
compensadas (HC 301.693/SP).
C) ERRADA: Item errado, pois nesta etapa a pena ainda n‹o pode
ultrapassar os patamares m’nimo e m‡ximo (ver sœmula 231 do STJ).
D) CORRETA: Item correto, pois Ž a exata previs‹o do verbete n¼ 443 da
sœmula do STJ:
Sœmula 443
"O aumento na terceira fase de aplica•‹o da pena no crime de roubo
circunstanciado exige fundamenta•‹o concreta, n‹o sendo suficiente para a
sua exaspera•‹o a mera indica•‹o do nœmero de majorantes."
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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c) o acrŽscimo de pena pela embriaguez preordenada deve ser
feito posteriormente ˆ redu•‹o pela confiss‹o espont‰nea.
d) Ž poss’vel que o juiz, analisando as circunst‰ncias judiciais do
art. 59 do C—digo Penal, fixe pena-base em patamar acima do
m‡ximo previsto.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois os antecedentes do rŽu s‹o analisados na
primeira fase da dosimetria da pena, enquanto a reincid•ncia Ž agravante
genŽrica, a ser aplicada na segunda fase da dosimetria. Eventual aumento
decorrente da reincid•ncia ser‡ realizado nesta fase, antes, portanto, de
eventual diminui•‹o em raz‹o da participa•‹o de menor import‰ncia (que
incide na terceira fase).
B) CORRETA: Nas duas primeiras etapas o Juiz n‹o pode ultrapassar os
limites m’nimo e m‡ximo previstos para o delito.
C) ERRADA: Item errado, pois ambos devem ser analisados na mesma
etapa (segunda etapa), pois um Ž agravante genŽrica e o outro Ž
atenuante genŽrica.
D) ERRADA: Nas duas primeiras etapas o Juiz n‹o pode ultrapassar os
limites m’nimo e m‡ximo previstos para o delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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d) nosso ordenamento jur’dico-penal prev• como tempo m‡ximo
para configura•‹o dos maus antecedentes o prazo de cinco anos a
contar do cumprimento ou extin•‹o da pena e eventual infra•‹o
posterior.
COMENTçRIOS: Na senten•a relativa ao crime de extors‹o, T’cio Ž
considerado reincidente em rela•‹o ao delito de furto, pois a extors‹o foi
praticada ap—s o tr‰nsito em julgado da condena•‹o pelo furto.
No mesmo momento (condena•‹o pela extors‹o), T’cio ser‡ considerado
portador de maus antecedentes em rela•‹o ao crime de roubo. Isso
porque quando da senten•a condenat—ria pela extors‹o, T’cio j‡ havia
sido definitivamente condenado pelo roubo. Contudo, essa condena•‹o
definitiva n‹o poderia ser considerada como reincid•ncia, j‡ que a
extors‹o n‹o foi praticada ap—s o tr‰nsito em julgado pelo roubo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
2.1.! Conceito
O sursis, ou suspens‹o condicional da pena, Ž o benef’cio concedido
ao condenado em determinadas circunst‰ncias, de forma que ele n‹o
cumpre a pena, mas se submete a um per’odo de fiscaliza•‹o, no qual
deve Òandar na linhaÓ. Est‡ previsto no art. 77 do CP:
Art. 77 - A execu•‹o da pena privativa de liberdade, n‹o superior a 2 (dois)
anos, poder‡ ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado n‹o seja reincidente em crime doloso; (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunst‰ncias autorizem a concess‹o do
benef’cio;(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - N‹o seja indicada ou cab’vel a substitui•‹o prevista no art. 44 deste
C—digo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - A condena•‹o anterior a pena de multa n‹o impede a concess‹o do
benef’cio.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2o A execu•‹o da pena privativa de liberdade, n‹o superior a quatro anos,
poder‡ ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja
maior de setenta anos de idade, ou raz›es de saœde justifiquem a suspens‹o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.714, de 1998)
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Podem ser:
(i) Relativos ˆ natureza da pena aplicada Ð A pena aplicada
deve ser privativa de liberdade, n‹o se admitindo no caso de aplica•‹o de
pena de multa ou restritiva de direitos:
Art. 80 - A suspens‹o n‹o se estende ˆs penas restritivas de direitos nem ˆ
multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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em restritiva de direitos.
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O sursis pode ser revogado a qualquer momento, ocorrendo
alguma das hip—teses previstas nos arts. 81 e seu ¤ 1¡ do CP. Pode
ser obrigat—ria, quando a lei determina expressamente sua revoga•‹o, ou
facultativa, quando o Juiz pode decidir se revoga ou n‹o o benef’cio.
A revoga•‹o obrigat—ria se dar‡ no caso de ocorrerem as
hip—teses previstas no art. 81 do CP:
Art. 81 - A suspens‹o ser‡ revogada se, no curso do prazo, o benefici‡rio:
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - Ž condenado, em senten•a irrecorr’vel, por crime doloso; (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - frustra, embora solvente, a execu•‹o de pena de multa ou n‹o efetua,
sem motivo justificado, a repara•‹o do dano; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
III - descumpre a condi•‹o do ¤ 1¼ do art. 78 deste C—digo. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, nesse caso, o Juiz n‹o est‡ obrigado a revogar o sursis.
As condi•›es indicadas como ensejadoras da revoga•‹o facultativa
s‹o todas aquelas que n‹o sejam as do ¤ 1¡ do art. 78, ou seja, s‹o as do
¤ 2¡ do art. 78 e as do art. 79 do CP.
Quanto ˆ superveni•ncia de condena•‹o por crime culposo ou
contraven•‹o, Ž necess‡rio que a pena aplicada tenha sido restritiva de
direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa n‹o
enseja a revoga•‹o facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que
n‹o pode, tambŽm, revogar obrigatoriamente o benef’cio).
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A Doutrina e a Jurisprud•ncia entendem que, salvo no caso de
condena•‹o irrecorr’vel, em todas as demais hip—teses o condenado
deve ser ouvido antes de ser revogado o benef’cio.
A prorroga•‹o do per’odo de prova (per’odo em que o condenado
deve Òandar na linhaÓ), por sua vez, ocorrer‡ em duas hip—teses:
1) Beneficiado est‡ sendo processado por outro crime ou
contraven•‹o Ð Est‡ prevista no art. 81, ¤ 2¡ do CP:
¤ 2¼ - Se o benefici‡rio est‡ sendo processado por outro crime ou
contraven•‹o, considera-se prorrogado o prazo da suspens‹o atŽ o
julgamento definitivo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
2) Ocorrendo situa•‹o que autorize a revoga•‹o FACULTATIVA,
caso o Juiz opte por n‹o revogar, pode estender o prazo do sursis
atŽ o m‡ximo, CASO Jç NÌO TENHA FEITO Ð Est‡ prevista no ¤ 3¡
do art. 81 do CP:
¤ 3¼ - Quando facultativa a revoga•‹o, o juiz pode, ao invŽs de decret‡-la,
prorrogar o per’odo de prova atŽ o m‡ximo, se este n‹o foi o fixado. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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c) Somente pode ser concedido se n‹o for indicada ou se for
incab’vel a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por pena
restritiva de direitos
d) Sobrevindo, durante o per’odo de prova, condena•‹o
irrecorr’vel por crime doloso, o benef’cio ser‡ revogado, mas tal
per’odo ser‡ computado para efeitos de detra•‹o.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: N‹o h‡ esta exig•ncia para a concess‹o do sursis, nos
termos do art. 77 do CP.
B) CORRETA: Esta Ž a exata previs‹o do art. 77, I e seu ¤1¼ do CP.
C) CORRETA: Isto Ž o que est‡ previsto no art. 77, III do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois este per’odo n‹o Ž computado como
detra•‹o, que Ž relativa ao per’odo em que o condenado esteve preso
provisoriamente, antes do tr‰nsito em julgado, nos termos do art. 42 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA E.
3.1.! Conceito
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O livramento condicional Ž um benef’cio concedido aos condenados
a penas privativas de liberdade superiores a dois anos, que permite a
antecipa•‹o de sua liberdade.
Trata-se de liberdade antecipada, condicional e prec‡ria.
Antecipada porque o agente deveria ficar mais tempo cumprindo
pena.
Condicional porque durante o prazo restante da pena, embora
esteja em liberdade, o condenado tambŽm deve Òandar na linhaÓ,
submetendo-se a algumas regras.
Prec‡ria porque pode ser revogada sua liberdade a qualquer
tempo, caso ocorra o descumprimento das obriga•›es do livramento
condicional.
Nos termos do art. 83 do CP:
Art. 83 - O juiz poder‡ conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um ter•o da pena se o condenado n‹o for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado comportamento satisfat—rio durante a execu•‹o da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribu’do e aptid‹o para prover ˆ
pr—pria subsist•ncia mediante trabalho honesto; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de faz•-lo, o dano causado
pela infra•‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
V - cumprido mais de dois ter•os da pena, nos casos de condena•‹o por
crime hediondo, pr‡tica da tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado n‹o for reincidente espec’fico em crimes
dessa natureza. (Inclu’do pela Lei n¼ 8.072, de 25.7.1990)
Par‡grafo œnico - Para o condenado por crime doloso, cometido com viol•ncia
ou grave amea•a ˆ pessoa, a concess‹o do livramento ficar‡ tambŽm
subordinada ˆ constata•‹o de condi•›es pessoais que fa•am presumir que o
liberado n‹o voltar‡ a delinqŸir. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
3.2.! Requisitos
Os requisitos para a concess‹o do Livramento Condicional podem
ser objetivos ou subjetivos. Vejamos.
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Est‹o previstos no art. 83, I, II, IV e V do CP, e se relacionam ˆ
pena em si e ˆ repara•‹o do dano.
(a)! Quantidade da pena
A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a dois anos. Se as
penas corresponderem a infra•›es diversas, devem ser somadas para que
seja concedido o Livramento, nos termos do art. 84 do CP.
(b)! Parcela da pena j‡ cumprida
A pena j‡ deve ter sido razoavelmente cumprida. O montante da
pena j‡ cumprida ir‡ variar conforme as condi•›es do crime e do
condenado.
1) Condenado n‹o reincidente em crime doloso e que possua bons
antecedentes Ð Basta o cumprimento de 1/3 da pena (art. 83, I do CP).
(Livramento Condicional simples).
2) Condenado reincidente em crime doloso Ð ƒ necess‡rio o cumprimento
de mais da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado), nos termos
do art. 83, II do CP.
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Trata-se de requisito previsto no art. 83, III do CP. Exige-se, ainda,
que o condenado tenha tido bom desempenho no trabalho que lhe foi
atribu’do e que tenha aptid‹o para se sustentar quando em liberdade. Nos
termos do CP:
Art. 83 (...)
III - comprovado comportamento satisfat—rio durante a execu•‹o da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribu’do e aptid‹o para prover ˆ
pr—pria subsist•ncia mediante trabalho honesto; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
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As condi•›es ˆs quais o EGRESSO estar‡ submetido ser‹o fixadas
na senten•a, nos termos do art. 85 do CP.
O Livramento condicional, ˆ semelhan•a do sursis, tambŽm pode
ser revogado obrigat—ria e facultativamente, a depender do caso.
(i)! Revoga•‹o obrigat—ria Ð Ocorre nos casos previstos no art.
86 do CP:
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena
privativa de liberdade, em senten•a irrecorr’vel: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - por crime cometido durante a vig•ncia do benef’cio; (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste C—digo.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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ou contraven•‹o, sendo aplicada pena n‹o privativa de liberdade),
algumas considera•›es devem ser feitas.
Aqui Ž irrelevante o momento em que foi praticada infra•‹o penal,
exigindo-se, somente, que a pena n‹o seja privativa de liberdade. Se for,
estaremos diante de causa de revoga•‹o obrigat—ria.
A revoga•‹o, uma vez operada, impede nova concess‹o do
benef’cio. AlŽm disso, caso a revoga•‹o se d• por outra causa que NÌO
SEJA A CONDENA‚ÌO POR PRçTICA DE CRIME ANTERIOR AO
BENEFêCIO, o tempo em que o condenado esteve solto n‹o se desconta
na pena privativa de liberdade que voltar‡ a cumprir:
Art. 88 - Revogado o livramento, n‹o poder‡ ser novamente concedido, e,
salvo quando a revoga•‹o resulta de condena•‹o por outro crime anterior
ˆquele benef’cio, n‹o se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
40
(HC 281.269/SP, Rel. Ministro MARCO AURƒLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em
08/04/2014, DJe 23/04/2014)
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As medidas de seguran•a s‹o aplic‡veis ˆqueles que, embora tendo
cometido fato t’pico e il’cito, s‹o inimput‡veis ou semi-imput‡veis em
raz‹o de problemas mentais. Assim, Ž poss’vel a aplica•‹o de medida de
seguran•a a agentes culp‡veis (semi-imput‡veis).
As medidas de seguran•a s‹o de duas espŽcies, previstas no art. 96
do CP:
Art. 96. As medidas de seguran•a s‹o: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - Interna•‹o em hospital de cust—dia e tratamento psiqui‡trico ou, ˆ falta,
em outro estabelecimento adequado; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
II - sujei•‹o a tratamento ambulatorial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Extinta a punibilidade, n‹o se imp›e medida de seguran•a
nem subsiste a que tenha sido imposta. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
A op•‹o por uma ou por outra ir‡ variar de acordo com a espŽcie de
pena privativa de liberdade prevista (reclus‹o ou deten•‹o). Sendo pena
de reclus‹o, o Juiz deve determinar a interna•‹o do indiv’duo42.
Em se tratando de pena de deten•‹o, o Juiz pode escolher entre a
interna•‹o e o tratamento ambulatorial. Nos termos do art. 97 do
CP:
Art. 97 - Se o agente for inimput‡vel, o juiz determinar‡ sua interna•‹o (art.
26). Se, todavia, o fato previsto como crime for pun’vel com deten•‹o,
poder‡ o juiz submet•-lo a tratamento ambulatorial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
O STJ, no entanto, possui algumas decis›es no sentido de que a
modalidade de medida de seguran•a deve ser aplicada de acordo
com as necessidades mŽdicas do agente, e n‹o com base no tipo de
pena prevista.
Depois de fixada a medida de seguran•a, a senten•a deve fixar um
prazo m’nimo, findo o qual dever‡ haver um exame para saber se cessou
a periculosidade do agente. Nos termos do art. 97, ¤ 1¡ do CP:
¤ 1¼ - A interna•‹o, ou tratamento ambulatorial, ser‡ por tempo
indeterminado, perdurando enquanto n‹o for averiguada, mediante per’cia
mŽdica, a cessa•‹o de periculosidade. O prazo m’nimo dever‡ ser de 1
(um) a 3 (tr•s) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
42
Nos termos do art. 9¼ da Lei 10.216/01:
Art. 9o A interna•‹o compuls—ria Ž determinada, de acordo com a legisla•‹o vigente, pelo juiz
competente, que levar‡ em conta as condi•›es de seguran•a do estabelecimento, quanto ˆ
salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcion‡rios.
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da necessidade ou n‹o de manuten•‹o da medida. Ap—s esse per’odo, o
exame ser‡ repetido anualmente, ou no prazo fixado pelo Juiz:
¤ 2¼ - A per’cia mŽdica realizar-se-‡ ao termo do prazo m’nimo fixado e
dever‡ ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o
juiz da execu•‹o. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 99 - O internado ser‡ recolhido a estabelecimento dotado de
caracter’sticas hospitalares e ser‡ submetido a tratamento. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Deve, ainda, ser necessariamente submetido a tratamento mŽdico, e
n‹o simplesmente ser jogado no estabelecimento (como acontece com
alguma frequ•ncia).46
46
Nesse sentido, a previs‹o do art. 4¼ da Lei 10.216/01:
Art. 4o A interna•‹o, em qualquer de suas modalidades, s— ser‡ indicada quando os recursos
extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
¤ 1o O tratamento visar‡, como finalidade permanente, a reinser•‹o social do paciente em seu
meio.
¤ 2o O tratamento em regime de interna•‹o ser‡ estruturado de forma a oferecer assist•ncia
integral ˆ pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo servi•os mŽdicos, de assist•ncia
social, psicol—gicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
¤ 3o ƒ vedada a interna•‹o de pacientes portadores de transtornos mentais em institui•›es com
caracter’sticas asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no ¤ 2o e que n‹o
assegurem aos pacientes os direitos enumerados no par‡grafo œnico do art. 2o.
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Os efeitos penais podem ser, ainda, secund‡rios. S‹o efeitos penais
secund‡rios aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jur’dico-
PENAL do indiv’duo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA
RELA‚ÌO JURêDICO-PENAL.
EXEMPLO: Reincid•ncia. A senten•a penal condenat—ria possui como
efeito penal SECUNDçRIO, gerar reincid•ncia (e todas as suas
consequ•ncias) caso o condenado seja novamente condenado dentro de
um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dœvida, atinge
a esfera penal do indiv’duo, mas NÌO NO PROCESSO EM QUE FOI
PROFERIDA A SENTEN‚A, mas em outro processo.
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J‡ os efeitos espec’ficos s‹o aqueles que recaem apenas sobre
condena•›es relativas a determinados crimes, e n‹o a todos os
crimes em geral. Est‹o previstos no art. 92 do CP, sendo:
Art. 92 - S‹o tambŽm efeitos da condena•‹o:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a perda de cargo, fun•‹o pœblica ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou viola•‹o de dever para
com a Administra•‹o Pœblica; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - a incapacidade para o exerc’cio do p‡trio poder, tutela ou curatela, nos
crimes dolosos, sujeitos ˆ pena de reclus‹o, cometidos contra filho, tutelado
ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - a inabilita•‹o para dirigir ve’culo, quando utilizado como meio para a
pr‡tica de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tais efeitos, por sua vez, NÌO SÌO AUTOMçTICOS, devendo
constar na senten•a condenat—ria, sob pena de n‹o ocorrerem. Isto est‡
previsto no ¤ œnico do art. 92 do CP:
Par‡grafo œnico - Os efeitos de que trata este artigo n‹o s‹o autom‡ticos,
devendo ser motivadamente declarados na senten•a. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Assim, resumidamente:
EFEITOS DA CONDENA‚ÌO
GERAIS ESPECêFICOS
¥! Obriga•‹o de reparar ¥! Perda de cargo, fun•‹o pœblica ou
o dano mandato eletivo (a) nos crimes
¥! Perda em favor da praticados com abuso de poder ou
Uni‹o dos viola•‹o de dever para com a
instrumentos do Administra•‹o Pœblica Ð pena igual ou
crime (se seu porte superior a 01 ano; b) Nos demais
for il’cito) e dos casos Ð pena superior a 04 anos.
produtos ou proveitos ¥! Incapacidade para o exerc’cio do
do crime. p‡trio poder, tutela ou curatela, nos
¥! S‹o AUTOMçTICOS crimes dolosos, sujeitos ˆ pena de
reclus‹o, cometidos contra filho,
tutelado ou curatelado.
¥! Inabilita•‹o para dirigir ve’culo,
quando utilizado como meio para a
pr‡tica de crime doloso.
¥! N‹o s‹o autom‡ticos.
5.2.! Reabilita•‹o
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A reabilita•‹o Ž o instituto que visa ˆ reinser•‹o social do condenado,
atravŽs do sigilo referente ˆs suas anota•›es criminais, bem como a
suspens‹o condicional de determinados efeitos secund‡rios da
condena•‹o, de natureza extrapenal.
Nos termos do art. 93 e seu ¤ œnico do CP:
Art. 93 - A reabilita•‹o alcan•a quaisquer penas aplicadas em senten•a
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condena•‹o. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A reabilita•‹o poder‡, tambŽm, atingir os efeitos da
condena•‹o, previstos no art. 92 deste C—digo, vedada reintegra•‹o na
situa•‹o anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
47
Parte da Doutrina entende que a senten•a absolut—ria impr—pria tambŽm gera situa•‹o pass’vel
de reabilita•‹o. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 533
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Os requisitos s‹o diversos. O art. 94 nos traz tais requisitos.
Vejamos:
Art. 94 - A reabilita•‹o poder‡ ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execu•‹o,
computando-se o per’odo de prova da suspens‹o e o do livramento
condicional, se n‹o sobrevier revoga•‹o, desde que o condenado: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - tenha tido domic’lio no Pa’s no prazo acima referido; (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstra•‹o efetiva e constante de
bom comportamento pœblico e privado; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta
impossibilidade de o fazer, atŽ o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renœncia da v’tima ou nova•‹o da d’vida. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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¥! Condena•‹o posterior
¥! Ë pena que n‹o seja de multa
¥! Desde que o condenado seja reincidente
48
Para os condenados por crimes hediondos, este prazo Ž de 2/5, se prim‡rios, ou 3/5, caso
reincidentes. Contudo, no caso de crimes hediondos cometidos antes da Lei 11.464/07, aplica-se o
disposto no art. 112 da LEP (cumprimento de 1/6 da pena).
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regime em que se encontra, DESDE QUE POSSUA BOM
COMPORTAMENTO. Vejamos:
Art. 112. A pena privativa de liberdade ser‡ executada em forma progressiva
com a transfer•ncia para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz,
quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime
anterior e ostentar bom comportamento carcer‡rio, comprovado pelo diretor
do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progress‹o. (Redação
dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
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Art. 115. O Juiz poder‡ estabelecer condi•›es especiais para a concess‹o de
regime aberto, sem preju’zo das seguintes condi•›es gerais e obrigat—rias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de
folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos hor‡rios fixados;
III - n‹o se ausentar da cidade onde reside, sem autoriza•‹o judicial;
IV - comparecer a Ju’zo, para informar e justificar as suas atividades, quando
for determinado.
Art. 116. O Juiz poder‡ modificar as condi•›es estabelecidas, de of’cio, a
requerimento do MinistŽrio Pœblico, da autoridade administrativa ou do
condenado, desde que as circunst‰ncias assim o recomendem.
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inciso I) e a pena, somada ˆ restante, ultrapassar o limite previsto para a
perman•ncia no regime, ele volta para o mais gravoso.
50
Vide sœmula 491 do STJ: Òƒ inadmiss’vel a chamada progress‹o per saltum de regime
prisional.Ó
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fundamentado despacho do juiz competente. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
10.792, de 2003)
Assim:
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¥! Isolamento na pr—pria cela, ou em local adequado,
nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo51
¥! Inclus‹o no regime disciplinar diferenciado
51
O Isolamento deve ser, SEMPRE, comunicado ao Juiz da execu•‹o.
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A sa’da tempor‡ria, por sua vez, Ž realizada SEM ESCOLTA, e
pode ser deferida por um prazo MçXIMO DE SETE DIAS, em, no
m‡ximo, CINCO VEZES AO ANO. Vejamos:
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poder‹o
obter autoriza•‹o para sa’da tempor‡ria do estabelecimento, sem vigil‰ncia
direta, nos seguintes casos:
I - visita ˆ fam’lia;
II - frequ•ncia a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru•‹o do
2¼ grau ou superior, na Comarca do Ju’zo da Execu•‹o;
III - participa•‹o em atividades que concorram para o retorno ao conv’vio
social.
Par‡grafo œnico. A aus•ncia de vigil‰ncia direta n‹o impede a utiliza•‹o de
equipamento de monitora•‹o eletr™nica pelo condenado, quando assim
determinar o juiz da execu•‹o. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 123. A autoriza•‹o ser‡ concedida por ato motivado do Juiz da execu•‹o,
ouvidos o MinistŽrio Pœblico e a administra•‹o penitenci‡ria e depender‡ da
satisfa•‹o dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento m’nimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
prim‡rio, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benef’cio com os objetivos da pena.
Art. 124. A autoriza•‹o ser‡ concedida por prazo n‹o superior a 7 (sete) dias,
podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
ü! Bom comportamento
ü! Cumprimento de 1/6 da pena, se prim‡rio, e ! se reincidente
ü! Compatibilidade do benef’cio com os objetivos da pena
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Tal qual ocorre na permiss‹o de sa’da, aqui existem condi•›es
que o Juiz pode fixar, de acordo com seu entendimento, e condi•›es de
observ‰ncia obrigat—ria pelo beneficiado. S‹o elas:
¤ 1o Ao conceder a sa’da tempor‡ria, o juiz impor‡ ao benefici‡rio as
seguintes condi•›es, entre outras que entender compat’veis com as
circunst‰ncias do caso e a situa•‹o pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)
I - fornecimento do endere•o onde reside a fam’lia a ser visitada ou onde
poder‡ ser encontrado durante o gozo do benef’cio; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
2010)
II - recolhimento ˆ resid•ncia visitada, no per’odo noturno; (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)
III - proibi•‹o de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
cong•neres. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
6.3.! Da remi•‹o
A remi•‹o Ž o ABATIMENTO da pena pelo TRABALHO OU
ESTUDO DO PRESO. O abatimento est‡ previsto no art. 126 da LEP:
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto
poder‡ remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execu•‹o da
pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
Havendo o abatimento, o tempo remido ser‡ considerado
como PENA CUMPRIDA PARA TODOS OS EFEITOS, nos termos do
art. 128:
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Art. 128. O tempo remido ser‡ computado como pena cumprida, para todos
os efeitos. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
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ü! Caso o preso fique impossibilitado de trabalhar ou estudar, por
acidente, CONTINUARç A SE BENEFICIAR COM A REMI‚ÌO.
ü! A remiss‹o se aplica, ainda, nas hip—teses de PRISÌO CAUTELAR.
53
SòMULA 441 DO STJ: ÒA falta grave n‹o interrompe o prazo para obten•‹o de livramento
condicional.Ó
54
SòMULA 535 DO STJ: ÒA pr‡tica de falta grave n‹o interrompe o prazo para fim de
comuta•‹o de pena ou indulto.Ó
55
HC 297.364/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe
21/10/2015
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¥! O reconhecimento da falta grave em raz‹o da pr‡tica de crime
doloso durante o cumprimento da pena dispensa o tr‰nsito em
julgado do processo em rela•‹o a este fato Ð Sœmula 526 do
STJ56
¥! Para o reconhecimento da pr‡tica de falta disciplinar durante a
execu•‹o da pena Ž necess‡rio: (a) que haja instaura•‹o de
procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento; (b)
assegurar o direito de defesa por meio de advogado ou defensor
pœblico Ð Sœmula 533 do STJ57
¥! O ato de concess‹o de sa’da tempor‡ria deve ser proferido
pelo Juiz, n‹o podendo ser delegado ao diretor do
estabelecimento Ð Sœmula 520 do STJ.58
¥! O Juiz n‹o pode, ao conceder o regime aberto, fixar pena
restritiva de direitos como condi•‹o especial Ð Sœmula 493 do
STJ59
¥! Em face das decis›es proferidas em execu•‹o penal cabe recurso
de AGRAVO EM EXECU‚ÌO (art. 197), no prazo de 05 dias
(sœmula 700 do STF)60.
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diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa e
despacho fundamentado da autoridade judicial competente.
d) O preso ter‡ direito a sair de sua cela por um per’odo de 2
(duas) horas semanais para banho de sol, salvo nos casos de
crimes inafian•‡veis.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Embora este seja o prazo, nada impede a repeti•‹o da
san•‹o, desde que por nova falta grave, respeitado o limite de 1/6 da
pena total, nos termos do art. 52, I da LEP.
B) ERRADA: O RDD pode ser aplicada tambŽm a presos provis—rios, nos
termos do art. 52, ¤1¼ da LEP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o do art. 54, ¤¤1¼ e 2¼
da LEP:
Art. 54 (...)
¤ 1o A autoriza•‹o para a inclus‹o do preso em regime disciplinar depender‡
de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento
ou outra autoridade administrativa.
¤ 2o A decis‹o judicial sobre inclus‹o de preso em regime disciplinar ser‡
precedida de manifesta•‹o do MinistŽrio Pœblico e da defesa e prolatada no
prazo m‡ximo de quinze dias." (NR)
D) ERRADA: Nos termos do art. 52, IV da LEP, o preso submetido ao RDD
ter‡ direito a sair de cela por 02 horas di‡rias, para banho de sol.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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proceder-se ˆ unifica•‹o das penas. Como ainda restam 05 anos e 08
meses da pena inicialmente aplicada, com a unifica•‹o, a nova pena de
Pit‡goras seria de 08 anos e 08 meses de reclus‹o.
Como a pena unificada ficou acima do patamar que autoriza o
cumprimento em regime semiaberto, Pit‡goras dever‡ regredir para o
regime fechado, nos termos do art. 33, ¤2¼, ÒaÓ do CP c/c art. 111, ¤
œnico da LEP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
7.1.! Introdu•‹o
Quando alguŽm comete um fato definido como crime, surge para o
Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius
puniendi.
Em regra, todo fato t’pico, il’cito e praticado por agente culp‡vel, Ž
pun’vel. No entanto, o exerc’cio do ius puniendi encontra limita•›es de
diversas ordens, sendo a principal delas a limita•‹o temporal (prescri•‹o).
Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira
prevista na lei (atravŽs do manejo da A•‹o Penal no processo penal), bem
como deve faz•-lo no prazo legal.
Para o nosso estudo interessam mais as hip—teses de extin•‹o da
punibilidade. Vamos analis‡-las ent‹o!
O art. 107 do CP prev• que:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, gra•a ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que n‹o mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescri•‹o, decad•ncia ou peremp•‹o;
V - pela renœncia do direito de queixa ou pelo perd‹o aceito, nos crimes de
a•‹o privada;
VI - pela retrata•‹o do agente, nos casos em que a lei a admite;
IX - pelo perd‹o judicial, nos casos previstos em lei.
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O primeiro caso Ž bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a
punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o
princ’pio da intranscend•ncia da pena, ou seja, a pena n‹o pode
passar da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o
direito de punir do Estado.
A anistia, a gra•a e o indulto s‹o modalidades muito parecidas de
extin•‹o da punibilidade. Entretanto, n‹o se confundem.
A anistia exclui o pr—prio crime, ou seja, o Estado determina que
as condutas praticadas (j‡ praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos
agentes n‹o sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida
pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento
(inclusive ap—s a senten•a penal condenat—ria transitada em julgado).
EXEMPLO: Determinados policiais militares resolvem fazer greve por
melhores sal‡rios, condi•›es de trabalho, etc. Na greve, fazem piquetes,
acabam coagindo colegas, etc. Tais pessoas estar‹o praticando crime.
Contudo, posteriormente, o Poder Legislativo verifica que s‹o pessoas
boas, que agiram no impulso, compelidas pela prec‡ria situa•‹o da
Corpora•‹o e, portanto, decide ANISTIç-LOS, ou seja, o Poder Pœblico ir‡
ÒesquecerÓ que tais crimes foram praticados (aqueles crimes praticados
naquelas circunst‰ncias, ou seja, somente aqueles ali mesmo!).
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em rela•‹o a alguns infratores. Assim, a ANISTIA atinge o FATO (e
por via reflexa, a punibilidade). A gra•a e o indulto atingem
DIRETAMENTE A PUNIBILIDADE.
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¤ 5¼ - Na hip—tese de homic’dio culposo, o juiz poder‡ deixar de aplicar a
pena, se as conseqŸ•ncias da infra•‹o atingirem o pr—prio agente de forma
t‹o grave que a san•‹o penal se torne desnecess‡ria. (Inclu’do pela Lei n¼
6.416, de 24.5.1977)
Ent‹o, nesse caso, ocorrendo o perd‹o judicial, tambŽm estar‡
extinta a punibilidade. AlŽm disso, o art. 120 do CP diz que se houver o
perd‹o judicial, esta senten•a que concede o perd‹o judicial n‹o Ž
considerada para fins de reincid•ncia (apesar de ser uma senten•a
condenat—ria).
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A peremp•‹o, por sua vez, Ž a extin•‹o da a•‹o penal privada
pelo ÒdesleixoÓ da v’tima (quando deixa de dar seguimento ˆ a•‹o,
deixa de comparecer a alguma ato processual a que estava obrigado,
etc.). Est‡ prevista no art. 60 do CPP:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-‡ perempta a a•‹o penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, n‹o
comparecer em ju’zo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber faz•-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condena•‹o nas alega•›es finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jur’dica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.
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d) Em caso de morte do rŽu, n‹o h‡ falar em extin•‹o da
punibilidade, devendo o juiz absolv•-lo com base no mŽtodo de
resolu•‹o de conflitos do in dubio pro reo.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O perd‹o Ž ato bilateral, e deve ser aceito pelo querelado,
nos termos do art. 106, III do CP.
B) ERRADA: Item errado, nos termos do art. 108, parte final, do CP:
Art. 108 - A extin•‹o da punibilidade de crime que Ž pressuposto, elemento
constitutivo ou circunst‰ncia agravante de outro n‹o se estende a este. Nos
crimes conexos, a extin•‹o da punibilidade de um deles n‹o impede, quanto
aos outros, a agrava•‹o da pena resultante da conex‹o. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
C) CORRETA: A peremp•‹o Ž um fen™meno que s— se aplica ˆs a•›es
penais privadas, n‹o sendo aplic‡vel ˆs a•›es penais pœblicas.
D) ERRADA: A morte do agente Ž causa de extin•‹o da punibilidade, nos
termos do art. 107, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
7.3.! Prescri•‹o
Enfim, a cl‡ssica e mais comum hip—tese de extin•‹o da
punibilidade: a PRESCRI‚ÌO. A prescri•‹o Ž a perda do poder de exercer
um direito em raz‹o da inŽrcia do seu titular. Ou seja, Ž o famoso
Òcamar‹o que dorme a onda levaÓ.
A prescri•‹o pode ser dividida basicamente em duas espŽcies:
Prescri•‹o da pretens‹o punitiva e prescri•‹o da pretens‹o
execut—ria.
A primeira pode ocorrer quando ainda n‹o h‡ senten•a penal
condenat—ria transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer
somente depois de j‡ haver senten•a penal condenat—ria
transitada em julgado. Vamos estud‡-las em t—picos separados.
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II - em dezesseis anos, se o m‡ximo da pena Ž superior a oito anos e n‹o
excede a doze;
III - em doze anos, se o m‡ximo da pena Ž superior a quatro anos e n‹o
excede a oito;
IV - em oito anos, se o m‡ximo da pena Ž superior a dois anos e n‹o excede
a quatro;
V - em quatro anos, se o m‡ximo da pena Ž igual a um ano ou, sendo
superior, n‹o excede a dois;
VI - em 3 (tr•s) anos, se o m‡ximo da pena Ž inferior a 1 (um) ano.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.234, de 2010).
Prescri•‹o das penas restritivas de direito
Par‡grafo œnico - Aplicam-se ˆs penas restritivas de direito os mesmos
prazos previstos para as privativas de liberdade. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Apenas um coment‡rio em rela•‹o a este artigo: A regra, aqui, Ž de
que o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se
consuma.
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que a pena est‡ num patamar razo‡vel. A defesa, porŽm, recorre da
senten•a. Neste caso n—s temos o chamado Òtr‰nsito em julgado para a
acusa•‹oÓ, ou seja, somente a defesa pode Òse dar bemÓ daqui pra frente,
j‡ que quando o Tribunal for apreciar o recurso de apela•‹o n‹o poder‡
prejudicar o rŽu (recorrente), pelo princ’pio da non reformatio in pejus.
Bom, considerando o exemplo acima, como a defesa n‹o pode ser
prejudicada no julgamento de seu recurso, podemos chegar ˆ conclus‹o
de que o m‡ximo de pena que JosŽ ir‡ receber ser‡ 06 anos (a pena
atual). A partir deste momento o prazo prescricional passa a ser calculado
tendo como base esta pena aplicada (e n‹o mais a pena m‡xima em
abstrato).
Vejam que h‡ uma implica•‹o pr‡tica: Neste caso, o prazo
prescricional diminui consideravelmente: Antes, o prazo prescricional
(ordin‡rio) era de 20 anos (pois a pena m‡xima Ž de 20 anos). Agora, o
prazo prescricional a ser considerado (intercorrente) ser‡ de 12
anos (pois a pena aplicada Ž de 06 anos. Est‡ entre 04 e 08, nos termos
do art. 109, III do CP).
Vejamos o art. 110, ¤1¼ do CP:
Art. 110 (...) ¤ 1¼ A prescri•‹o, depois da senten•a condenat—ria com
tr‰nsito em julgado para a acusa•‹o ou depois de improvido seu recurso,
regula-se pela pena aplicada, n‹o podendo, em nenhuma hip—tese, ter por
termo inicial data anterior ˆ da denœncia ou queixa. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 12.234, de 2010).
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⇒! Por que retroativa? Porque ela ocorre antes da senten•a, mas s—
pode ser reconhecida depois da senten•a, eis que s— neste
momento teremos o novo patamar para o c‡lculo (a pena aplicada).
Vejamos o esquema:
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Vou utilizar um caso exemplificativo para que possamos esclarecer as
diversas hip—teses de prescri•‹o da pretens‹o punitiva:
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¥! In’cio ou continua•‹o do cumprimento da pena Ð S— se
aplica ˆ prescri•‹o da pretens‹o execut—ria
¥! Reincid•ncia - S— se aplica ˆ prescri•‹o da pretens‹o
execut—ria
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revogada, o que ocorreu em decis‹o datada de 03 de outubro de
2014.
Ao final da fase instrut—ria, a pretens‹o punitiva foi acolhida,
sendo aplicada ao acusado a pena de 01 ano de reclus‹o em
regime aberto, substitu’da por restritiva de direitos. A senten•a
condenat—ria foi publicada em 19 de maio de 2016, tendo
transitado em julgado para a acusa•‹o.
Intimado da decis‹o respectiva, Jo‹o procura voc•̂, na condi•‹o
de advogado(a), para saber sobre eventual prescri•‹o, pois tomou
conhecimento de que a pena de 01 ano, em tese, prescreve em 04
anos, mas que, no caso concreto, por for•a da menoridade
relativa, deve o prazo ser reduzido de metade.
Diante desse quadro, voc•, como advogado(a), dever‡ esclarecer
que
A) ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o punitiva entre a data do fato
e a do recebimento da denœncia.
B) ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o punitiva entre a data do
recebimento da denœncia e a da publica•‹o da senten•a
condenat—ria.
C) ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o execut—ria entre a data do
recebimento da denœncia e a da publica•‹o da senten•a
condenat—ria.
D) n‹o h‡ que se falar em prescri•‹o, no caso apresentado.
COMENTçRIOS: Neste caso n‹o ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o
punitiva. Primeiramente, n‹o ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o punitiva
ordin‡ria (comum), pois tal modalidade de prescri•‹o leva em conta a
pena m‡xima prevista para o delito (04 anos), logo, a prescri•‹o somente
ocorreria em 08 anos, nos termos do art. 109, IV do CP. Ainda que se
reduza tal prazo pela metade, em raz‹o de ser o agente menor de 21
anos na data do fato (art. 115 do CP), ainda assim n‹o teria ocorrido
prescri•‹o, pois n‹o passou mais de 04 anos entre um marco interruptivo
da prescri•‹o e outro.
Por fim, devemos analisar se ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o punitiva
RETROATIVA, que leva em conta a pena APLICADA. Considerando a pena
aplicada (01 ano), o prazo prescricional seria de 04 anos, nos termos do
art. 109, V do CP, reduzidos pela metade em raz‹o de ser o agente
menor de 21 anos na data do fato, logo, a prescri•‹o retroativa ocorreria
em 02 anos.
Agora devemos saber se entre um marco interruptivo da prescri•‹o, e
outro, transcorreu mais de 02 anos.
Entre a data do fato (15.04.2011) e o recebimento da denœncia
(18.04.2011) transcorreu mais de 02 anos. Todavia, a prescri•‹o
retroativa n‹o pode ocorrer antes do recebimento da denœncia, logo,
esque•amos esse per’odo.
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Com rela•‹o ao per’odo entre o recebimento da denœncia (18.04.2016) e
a publica•‹o da senten•a recorr’vel (19.05.2016), tambŽm transcorreu
mais de 02 anos. PorŽm, nesses 02 anos e 01 m•s, tivemos
aproximadamente 03 meses de suspens‹o do processo (entre 18.06.2014
e 03.10.2014). Nesse per’odo de tr•s meses o prazo de prescri•‹o FICOU
SUSPENSO, nos termos do art. 89, ¤6¼ do CPP. Assim, se descontarmos
esses tr•s meses, tambŽm n‹o passou mais de 02 anos entre o
recebimento da denœncia e a publica•‹o da senten•a recorr’vel, logo, n‹o
ocorreu a prescri•‹o retroativa.
Assim, n‹o ocorreu prescri•‹o no presente caso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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REDU‚ÌO DOS PRAZOS DE PRESCRI‚ÌO: Em alguns casos, a Lei
estabelece que o prazo prescricional ser‡ reduzido. ƒ o caso do art. 115
do CP, que estabelece que os prazos prescricionais ser‹o reduzidos pela
metade quando o infrator possuir menos de 21 anos na data do
crime ou mais de 70 na data da senten•a.
AUMENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL: Se o condenado Ž
reincidente, o prazo de prescri•‹o da pretens‹o EXECUTîRIA aumenta-se
em um ter•o. N‹o se aplica tal aumento aos prazos de prescri•‹o da
pretens‹o punitiva, conforme SòMULA N¼ 220 DO STJ: Òa reincid•ncia n‹o
influi no prazo da prescri•‹o da pretens‹o punitivaÓ.
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impugna•‹o pelas partes. Submetido a julgamento em sess‹o
plen‡ria em 18 de julho de 2017, os jurados afastaram a inten•‹o
de matar, ocorrendo em senten•a, ent‹o, a desclassifica•‹o para o
crime de les‹o corporal simples, que tem a pena m‡xima prevista
de 01 ano, sendo certo que o C—digo Penal prev• que a pena de 01
a 02 anos prescreve em 04 anos.
Na ocasi‹o, voc•, como advogado(a) de Jo‹o, considerando
apenas as informa•›es narradas, dever‡ requerer que seja
declarada a extin•‹o da punibilidade pela
A) decad•ncia, por aus•ncia de representa•‹o da v’tima.
B) prescri•‹o da pretens‹o punitiva, porque j‡ foi ultrapassado o
prazo prescricional entre a data do fato e a do recebimento da
denœncia.
C) (prescri•‹o da pretens‹o punitiva, porque j‡ foi ultrapassado o
prazo prescricional entre a data do oferecimento da denœncia e a
da publica•‹o da decis‹o de pronœncia.
D) prescri•‹o da pretens‹o punitiva, porque entre a data do
recebimento da denœncia e a do julgamento pelo jœri decorreu o
prazo prescricional.
COMENTçRIOS: Neste caso ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o punitiva,
porque j‡ foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do fato e a
do recebimento da denœncia, pois o prazo prescricional, originalmente de
04 anos, deve ser reduzido pela metade, na forma do art. 115 do CP, j‡
que o agente era menor de 21 anos na data do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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C) o afastamento do reconhecimento da reincid•ncia.
D) a prescriç‹o da pretens‹o punitiva.
COMENTçRIOS: N‹o houve, no caso, reincid•ncia, eis que ainda que se
considere a pena aplicada ao agente, n‹o se pode falar em prescri•‹o
retroativa, eis que a pena aplicada foi de 11 meses de deten•‹o, de
maneira que o prazo prescricional seria de 03 anos (e n‹o transcorreu tal
lapso temporal entre um marco interruptivo da prescri•‹o e outro).
N‹o h‡ que se falar, ainda, no afastamento da reincid•ncia, eis que o rŽu
Ž, de fato, reincidente, nos termos do art. 63 do CP.
ƒ, todavia, cab’vel a substitui•‹o da pena privativa de liberdade pela
restritiva de direitos, pois somente a reincid•ncia em crime DOLOSO
impede a substitui•‹o, de maneira que a mera reincid•ncia em crime
culposo n‹o Ž capaz de, por si s—, impedir o benef’cio, nos termos do art.
44, II do CP.
Por fim, n‹o Ž cab’vel, ainda, a suspens‹o condicional da pena, eis que
esta n‹o Ž admitida quando for poss’vel a substitui•‹o pela restritiva de
direitos, nos termos do art. 77, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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AlŽm disso, em se tratando de prescri•‹o da pretens‹o execut—ria de
condenado reincidente, este prazo Ž aumentado em um ter•o, nos termos
do art. 110 do CP.
Assim, atŽ agora temos um prazo prescricional de 10 anos e 08 meses
(08 anos + 1/3).
Contudo, como o rŽu era menor de 21 anos na data do fato, este prazo Ž
reduzido pela metade (art. 115 do CP). Assim, o prazo prescricional ser‡
de 05 anos e 04 meses.
Desta forma, a extin•‹o da punibilidade ocorrer‡ em 20.11.2015.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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publicada em 7/4/2007. O MinistŽrio Pœblico n‹o interp™s
recurso, tendo, tal senten•a, transitado em julgado para a
acusa•‹o. A defesa de Erat—stenes, por sua vez, que objetivava
sua absolvi•‹o, interp™s sucessivos recursos. AtŽ o dia
15/5/2011, o processo ainda n‹o havia tido seu definitivo
julgamento, ou seja, n‹o houve tr‰nsito em julgado final.
Levando-se em conta as datas descritas e sabendo-se que, de
acordo com o art. 109, incisos III e V, do C—digo Penal, a
prescri•‹o, antes de transitar em julgado a senten•a final,
verifica-se em 12 (doze) anos se o m‡ximo da pena Ž superior a
quatro e n‹o excede a oito anos e em 4 (quatro) anos se o
m‡ximo da pena Ž igual a um ano ou, sendo superior, n‹o exceda
a dois, com base na situa•‹o apresentada, Ž correto afirmar que
a) n‹o houve prescri•‹o da pretens‹o punitiva nem prescri•‹o da
pretens‹o execut—ria, pois desde a publica•‹o da senten•a n‹o
transcorreu lapso de tempo superior a doze anos.
b) ocorreu prescri•‹o da pretens‹o punitiva retroativa, pois, ap—s
a data da publica•‹o da senten•a e a œltima data apresentada no
enunciado, transcorreu lapso de tempo superior a 4 anos.
c) ocorreu prescri•‹o da pretens‹o punitiva superveniente, que
pressup›e o tr‰nsito em julgado para a acusa•‹o e leva em conta
a pena concretamente imposta na senten•a.
d) n‹o houve prescri•‹o da pretens‹o punitiva, pois, como ainda
n‹o ocorreu o tr‰nsito em julgado final, deve-se levar em conta a
teoria da pior hip—tese, de modo que a prescri•‹o, se houvesse,
somente ocorreria doze anos ap—s a data do fato.
COMENTçRIOS: No caso em tela ocorreu a prescri•‹o da pretens‹o
punitiva superveniente, que ocorre entre o tr‰nsito em julgado para a
acusa•‹o e o tr‰nsito em julgado para ambas as partes.
Tal modalidade de prescri•‹o leva em conta a pena efetivamente
aplicada, que n‹o mais poder‡ ser majorada, dado o tr‰nsito em julgado
para a acusa•‹o. Como a pena aplicada foi de um ano de reclus‹o, o
prazo prescricional ser‡ de 04 anos, nos termos do art. 110, ¤1¼ do CP.
Entre o tr‰nsito em julgado para a acusa•‹o e a data citada na narrativa
j‡ havia transcorrido mais de 04 anos, motivo pelo qual deve ser
reconhecida a prescri•‹o da pretens‹o punitiva superveniente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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podendo, em nenhuma hip—tese, ter por termo inicial data
anterior ˆ da denœncia ou queixa.
b) A prescri•‹o da pena de multa ocorrer‡ em 2 (dois) anos,
independentemente do prazo estabelecido para a prescri•‹o da
pena de liberdade aplicada cumulativamente
c) Se o rŽu citado por edital permanece revel e n‹o constitui
advogado, fica suspenso o processo, mantendo-se em curso o
prazo prescricional, que passa a ser computado pelo dobro da
pena m‡xima cominada ao crime.
d) S‹o causas interruptivas do curso da prescri•‹o previstas no
C—digo Penal, dentre outras, o recebimento da denœncia ou da
queixa, a pronœncia, a publica•‹o da senten•a condenat—ria ou
absolut—ria recorr’vel.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Esta Ž a exata previs‹o do art. 110, ¤1¼ do CP.
B) ERRADA: No caso de a multa ser aplicada cumulativamente com pena
privativa de liberdade, prescrever‡ no mesmo prazo desta, nos termos do
art. 114, II do CP.
C) ERRADA: Se o rŽu for citado por edital e n‹o comparecer, nem
constituir advogado, ficar‹o suspensos tanto o processo quanto o curso
do prazo prescricional, nos termos do art. 366 do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois a publica•‹o da senten•a ABSOLUTîRIA
recorr’vel n‹o interrompe a prescri•‹o, nos termos do art. 117 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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Conforme o esquem‡tico, para facilitar a compreens‹o de voc•s:
A‚ÌO PENAL
PòBLICA
INCONDICIONADA CONDICIONADA
REPRESENTA‚ÌO DO
OFENDIDO
REQUISI‚ÌO DO MINISTRO
DA JUSTI‚A
PRIVADA
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Par‡grafo œnico - Importa renœncia t‡cita ao direito de queixa a pr‡tica de
ato incompat’vel com a vontade de exerc•-lo; n‹o a implica, todavia, o fato
de receber o ofendido a indeniza•‹o do dano causado pelo crime. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Perd‹o do ofendido
Art. 105 - O perd‹o do ofendido, nos crimes em que somente se procede
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da a•‹o. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 106 - O perd‹o, no processo ou fora dele, expresso ou t‡cito: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - se concedido por um dos ofendidos, n‹o prejudica o direito dos outros;
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - se o querelado o recusa, n‹o produz efeito. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - Perd‹o t‡cito Ž o que resulta da pr‡tica de ato incompat’vel com a
vontade de prosseguir na a•‹o. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
¤ 2¼ - N‹o Ž admiss’vel o perd‹o depois que passa em julgado a senten•a
condenat—ria. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
9.! RESUMO
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lo (ado•‹o da teoria mista, unificadora, eclŽtica ou unit‡ria - dupla
finalidade: puni•‹o e preven•‹o).
PRINCêPIOS
a) Reserva legal ou legalidade estrita Ð A pena deve estar prevista
em Lei Formal.
b) Anterioridade Ð A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato.
c) Intranscend•ncia da pena Ð A pena n‹o pode passar da pessoa do
condenado.
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena Ð Uma vez aplicada,
n‹o pode deixar de ser executada. H‡ exce•›es (Ex.: Sursis).
e) Princ’pio da humanidade ou humaniza•‹o das penas Ð A pena
n‹o pode desrespeitar os direitos fundamentais do indiv’duo, violando sua
integridade f’sica ou moral, e tambŽm n‹o pode ser de ’ndole cruel,
desumano ou degradante (art. 5¡, XLIX e XLVII da Constitui•‹o);
f) Princ’pio da proporcionalidade Ð A san•‹o aplicada pelo Estado deve
ser proporcional ˆ gravidade da infra•‹o cometida e tambŽm deve ser
suficiente para promover a puni•‹o ao infrator e sua reeduca•‹o social.
g) Princ’pio da individualiza•‹o da pena Ð A pena deve ser aplicada
de maneira individualizada para cada infrator em cada caso espec’fico.
Essa individualiza•‹o se d‡ em tr•s fases distintas: a) comina•‹o; b)
aplica•‹o; c) Na terceira e œltima fase temos a aplica•‹o deste
princ’pio na execu•‹o da pena;
ESPƒCIES
S‹o adotadas no sistema penal brasileiro:
Privativas de liberdade Ð Retiram do condenado o direito ˆ liberdade de
locomo•‹o, por determinado per’odo (Ž vedada pena de car‡ter perpŽtuo,
art. 5¡, XLVII, b da Constitui•‹o).
Restritivas de direitos Ð Em substitui•‹o ˆ pena privativa de liberdade,
limitam (restringem) o exerc’cio de algum direito do condenado.
Pena de multa Ð Recai sobre o patrim™nio financeiro do condenado.
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Observa•›es importantes:
§! ƒ poss’vel fixar regime inicial semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favor‡veis as
circunst‰ncias judiciais (sœmula 269 do STJ).
§! A opini‹o do julgador sobre a gravidade ABSTRATA do delito n‹o Ž
fundamento para aplicar regime mais severo que o previsto (sœmula
718 do STF)
§! A fixa•‹o de regime inicial mais severo exige motiva•‹o IDïNEA
(sœmula 719 do STF)
§! Gravidade CONCRETA da conduta Ž considerada motiva•‹o id™nea.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
TambŽm chamadas de Òpenas alternativasÓ, pois se apresentam como
uma alternativa ˆ aplica•‹o da pena privativa de liberdade, muitas vezes
desnecess‡ria no caso concreto.
Caracter’sticas
§! Autonomia - Impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente
com a pena privativa de liberdade.
§! Substitutividade - N‹o s‹o previstas como pena origin‡ria
para nenhum crime no C—digo Penal, sendo aplicadas de
maneira a substituir uma pena privativa de liberdade
originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais.
Requisitos:
REQUISITOS OBJETIVOS
Natureza do S— pode haver substitui•‹o nos casos de crimes
crime culposos (todos eles) ou no caso de crimes
dolosos, desde que, nesse œltimo caso, n‹o
tenha sido o crime cometido com viol•ncia
ou grave amea•a ˆ pessoa (ex.: N‹o caberia
substitui•‹o no caso de homic’dio).
Quantidade de A pena aplicada, no caso de crimes dolosos,
pena aplicada n‹o pode ser superior a quatro anos. No caso
de crimes culposos, pode haver a substitui•‹o
qualquer que seja a pena aplicada.
REQUISITOS SUBJETIVOS
N‹o ser OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime
reincidente em culposo, poder‡ haver a substitui•‹o.
crime doloso OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo
se o condenado for reincidente em crime doloso,
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poder‡ haver a substitui•‹o, desde que a
medida seja socialmente recomend‡vel
(an‡lise das caracter’sticas do fato criminoso e do
infrator) e n‹o se trate de reincid•ncia
espec’fica (reincid•ncia no mesmo crime),
conforme previs‹o do art. 44, ¤ 3¡ do CP.
Sufici•ncia da A pena restritiva de direitos deve ser suficiente
medida (princ’pio para garantir o alcance das finalidades da pena
da sufici•ncia) (puni•‹o e preven•‹o, geral e especial).
Esquema:
Regras da substitui•‹o
Pena igual ou inferior a um ano = Substitui•‹o por multa ou uma
pena restritiva de direitos.
Pena superior a um ano = Substitui•‹o por pena de multa e uma pena
restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de
serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poder‡ cumpri-
las simultaneamente, se forem compat’veis, ou sucessivamente, se
incompat’veis (art. 69, ¤ 2¡ do CP).
Reconvers‹o
§! Obrigat—ria - Descumprimento injustificado da restri•‹o imposta.
§! Facultativa Ð Superveni•ncia de nova condena•‹o ˆ pena privativa
de liberdade, por outro crime. Pode deixar de reconverter se for
poss’vel cumprir ambas simultaneamente.
Observa•›es importantes:
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N‹o se admite a reconvers‹o se o condenado deixa de pagar a pena
de multa.
N‹o se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTA‚ÌO
PECUNIçRIA. A primeira Ž uma modalidade de pena, a outra Ž uma
espŽcie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÌO ƒ
POSSêVEL A CONVERSÌO EM PRISÌO pelo n‹o pagamento. No segundo
caso Ž POSSêVEL, conforme entendimento do STJ.
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exerc’cio de atividade que dependa de habilita•‹o especial, licen•a ou
autoriza•‹o do poder pœblico.
(c) suspens‹o de autoriza•‹o ou de habilita•‹o para dirigir
ve’culo Ð somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos
no tr‰nsito (CTB tambŽm trata deste tema).
(d) proibi•‹o de frequentar determinados lugares Ð Impossibilita
o condenado de frequentar certos lugares, e deve ter rela•‹o com o
fato praticado (Ex.: proibir um valent‹o, membro de torcida
organizada, de frequentar est‡dios de futebol).
(e) proibi•‹o de inscrever-se em concurso, avalia•‹o ou exame
pœblicos - em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena ter‡
como dura•‹o o mesmo per’odo da pena privativa de liberdade
aplicada.
PENA DE MULTA
Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de
determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenci‡rio
Nacional.
Fixa•‹o Ð Bif‡sico. O critŽrio utilizado para a fixa•‹o da pena de multa Ž
o do dia-multa.
Primeiro fixa a quantidade de dias-multa Ð Entre 10 e 360 dias-multa
(com base nas circunst‰ncias judiciais do art. 59)
Depois fixa o valor do dia-multa Ð Deve variar entre 1/30 (um
trigŽsimo) e 5 vezes o valor do maior sal‡rio m’nimo vigente ˆ Žpoca do
fato (com base na situa•‹o econ™mica do condenado).
OBS.: A pena de multa pode ser aumentada atŽ o triplo, caso se mostre
insuficiente (de acordo com a situa•‹o financeira do condenado).
T—picos importantes
§! O pagamento da pena de multa deve se dar em atŽ 10 dias a contar
do tr‰nsito em julgado da senten•a.
§! Juiz pode, considerando as circunst‰ncias e a requerimento do
condenado, permitir o parcelamento.
§! Pode ser descontada diretamente na remunera•‹o do condenado,
salvo na hip—tese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena
privativa de liberdade.
§! N‹o pode incidir sobre recursos indispens‡veis ao sustento do
infrator e de sua fam’lia.
§! N‹o sendo paga, ser‡ considerada d’vida de valor, devendo
ser executada pelo procedimento de cobran•a da d’vida ativa da
Fazenda Pœblica
§! Em caso de sobrevir doen•a mental ao condenado Ž suspensa a
execu•‹o da pena de multa
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§! Em caso de morte do condenado, NÌO passa aos herdeiros.
Neste caso, fica extinta a punibilidade
APLICA‚ÌO DA PENA
Aplica•‹o das penas privativas de liberdade
Sistema adotado Ð Sistema trif‡sico
SISTEMA TRIFçSICO DE APLICA‚ÌO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
¥! Fixa•‹o da pena-base
¥! Aplica•‹o de agravantes e atenuantes
¥! Aplica•‹o de causas de aumento e diminui•‹o da pena
T—picos importantes
Maus antecedentes Ð O STJ e o STF entendem que a mera exist•ncia de
InquŽritos Policiais e a•›es penais em curso, sem tr‰nsito em julgado,
n‹o podem ser considerados como maus antecedentes para aumento da
pena-base, pois isso seria viola•‹o ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia
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(sœmula 444 do STJ). OBS.: H‡ poss’vel indica•‹o de mudan•a de
entendimento, a partir do julgamento do HC 126.292 (STF).
Condena•‹o anterior Ð N‹o pode ser considerada como mau
antecedente, pois j‡ Ž considerada como reincid•ncia (agravante).
Consequ•ncias do crime - Para que possam caracterizar circunst‰ncia
judicial apta a aumentar pena base, devem ser consequ•ncias que n‹o
sejam aquelas naturais do delito.
Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixa•‹o
de regime de cumprimento de pena mais gravoso Ð N‹o pode o
julgador aumentar a pena base apenas por entender que o delito Ž,
abstratamente, grave.
Reincid•ncia
Conceito Ð Ocorre quando o agente pratica novo crime ap—s ter sido
condenado anteriormente por outro crime. TambŽm ocorre reincid•ncia
quando o agente pratica contraven•‹o tendo sido anteriormente
condenado por crime ou contraven•‹o.
E se o agente pratica crime ap—s ter sido condenado
anteriormente por contraven•‹o? Em raz‹o de falha legislativa,
deve ser considerado prim‡rio.
INFRA‚ÌO INFRA‚ÌO RESULTADO
ANTERIOR POSTERIOR
CRIME CRIME REINCIDENTE
CRIME CONTRAVEN‚ÌO REINCIDENTE
CONTRAVEN‚ÌO CONTRAVEN‚ÌO REINCIDENTE
CONTRAVEN‚ÌO CRIME PRIMçRIO
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OBS.: A reincid•ncia s— ocorrer‡ se o crime novo for praticado no per’odo
de atŽ cinco anos a partir da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE
EXTINGUIU (e n‹o a data da senten•a), computando-se o per’odo de
prova da suspens‹o condicional da pena ou do livramento condicional, se
n‹o tiver havido revoga•‹o. ESSE PERêODO SE CHAMA PERêODO
DEPURADOR.
OBS.: Os crimes militares e os crimes pol’ticos n‹o geram reincid•ncia no
campo penal comum.
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Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
CONCURSO ENTRE Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CAUSAS DE geral ambas
DIMINUI‚ÌO
Ambas da parte O Juiz aplica a causa
especial que mais diminua
(art. 68, ¤ œnico do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
Disposi•›es finais
M‡ximo de cumprimento de pena Ð O CP estabelece limite m‡ximo de
cumprimento de pena, que Ž de 30 anos. Isso n‹o impede que a pessoa
seja condenada a per’odo superior a este.
E se durante o cumprimento da pena o agente Ž condenado por
nova infra•‹o, sendo-lhe aplicada nova pena privativa de
liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unifica•‹o das penas, de
forma a come•ar, do zero, um novo prazo de 30 anos.
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§! As circunst‰ncias pessoais do agente sejam favor‡veis,
autorizando a concess‹o do benef’cio
EspŽcies de sursis
§! Simples Ð O condenado n‹o reparou o dano e as circunst‰ncias
judiciais (art. 59 do CP) n‹o lhe s‹o muito favor‡veis. ƒ o sursis
comum, a regra.
§! Especial Ð Aqui o condenado reparou o dano (ou n‹o teve
possibilidade de faz•-lo) e as circunst‰ncias judiciais (art. 59 do CP)
lhe s‹o inteiramente favor‡veis. Nessa hip—tese o condenado n‹o
precisa, no primeiro ano, se submeter ˆ presta•‹o de servi•os ˆ
comunidade ou limita•‹o de fim de semana (ser‹o substitu’das
pelas condi•›es do art. 78, ¤2¼ do CP).
Revoga•‹o do Sursis
Obrigat—ria Ð Ocorrer‡ nos casos de:
§! Condena•‹o, por senten•a irrecorr’vel, por crime doloso. OBS.:
Jurisprud•ncia: se foi imposta apenas a multa por esse novo crime,
n‹o h‡ revoga•‹o obrigat—ria.
§! N‹o repara•‹o do dano ou n‹o pagamento da pena de multa
(quando for poss’vel ao agente pagar)
§! Descumprimento de condi•‹o imposta (condi•›es do art. 78, ¤1¼ do
CP)
Facultativa Ð Ocorrer‡ nos casos de:
§! Descumprimento de outras condi•›es (afora as do art. 78, ¤1¼ do
CP)
§! Condena•‹o irrecorr’vel por crime culposo ou contraven•‹o - ƒ
necess‡rio que a pena aplicada tenha sido restritiva de direitos ou
privativa de liberdade.
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OBS.: Cumpridas todas as condi•›es, expirando-se o prazo sem
revoga•‹o, estar‡ extinta a punibilidade do condenado.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito - Benef’cio concedido aos condenados a penas privativas de
liberdade superiores a dois anos, que permite a antecipa•‹o de sua
liberdade.
Requisitos objetivos
Quantidade da pena - A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a
dois anos.
Parcela da pena j‡ cumprida - A pena j‡ deve ter sido razoavelmente
cumprida. O montante da pena j‡ cumprida ir‡ variar conforme as
condi•›es do crime e do condenado:
§! Condenado n‹o reincidente em crime doloso e que possua
bons antecedentes Ð Cumprimento de 1/3 da pena (Livramento
Condicional simples).
§! Condenado reincidente em crime doloso Ð Cumprimento de
mais da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado).
§! Condenado por crime hediondo, desde que n‹o seja
reincidente em crime hediondo Ð Cumprimento de 2/3 da pena
(Livramento condicional espec’fico).
OBS.: Condenado n‹o reincidente em crime doloso, mas tambŽm
n‹o possui bons antecedentes Ð STJ: deve ser adotada a posi•‹o
mais favor‡vel ao rŽu, permitindo-se a concess‹o do Livramento
Condicional Simples.
Requisitos subjetivos
Bom comportamento durante a execu•‹o da pena, aptid‹o para prover a
subsist•ncia e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribu’do
OBS.: No caso de crime doloso cometido com viol•ncia ou grave amea•a
ˆ pessoa Ž necess‡ria, ainda, uma an‡lise acerca da possibilidade de o
condenado voltar a delinquir.
Revoga•‹o
Obrigat—ria Ð Ocorre no caso de:
Condena•‹o irrecorr’vel, a pena privativa de liberdade:
§! Por crime cometido durante o benef’cio
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§! Por crime anterior Ð Neste caso, s— ser‡ revogado se a soma das
penas formar um montante que impedisse a concess‹o do benef’cio
Revoga•‹o facultativa Ð Ocorre nos casos de:
§! Descumprimento de condi•‹o imposta
§! Condena•‹o irrecorr’vel por crime ou contraven•‹o, sendo aplicada
pena n‹o privativa de liberdade
MEDIDAS DE SEGURAN‚A
Conceito Ð EspŽcie de san•‹o penal aplic‡vel ˆqueles que, embora tendo
cometido fato t’pico e il’cito, s‹o inimput‡veis ou semi-imput‡veis em
raz‹o de problemas mentais. Assim, Ž poss’vel a aplica•‹o de medida de
seguran•a a agentes culp‡veis (semi-imput‡veis).
EspŽcies Ð Interna•‹o e tratamento ambulatorial. O STJ possui algumas
decis›es no sentido de que a modalidade de medida de seguran•a deve
ser aplicada de acordo com as necessidades mŽdicas do agente.
Prazo Ð A senten•a deve fixar um prazo m’nimo, findo o qual dever‡
haver um exame para saber se cessou a periculosidade do agente.
OBS.: Embora o CP n‹o estabele•a um prazo m‡ximo para as medidas de
seguran•a, o STF e o STJ n‹o aceitam isso. O STF entende que a medida
de seguran•a n‹o pode ultrapassar 30 anos, que Ž o prazo m‡ximo de
uma pena privativa de liberdade. O STJ entende que o prazo m‡ximo da
medida de seguran•a Ž o prazo m‡ximo de pena estabelecido (em
abstrato) para o crime cometido (sœmula 527 do STJ).
EFEITOS DA CONDENA‚ÌO
Efeitos penais
Prim‡rio Ð pena
Secund‡rios Ð N‹o s‹o a finalidade principal da condena•‹o, mas dela
decorrem:
§! Reincid•ncia
§! Inscri•‹o do nome do rŽu no rol dos culpados
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Extrapenais
GenŽricos - Incidem sobre toda e qualquer condena•‹o:
¥! Obriga•‹o de reparar o dano
¥! Perda em favor da Uni‹o dos instrumentos do crime (se seu porte
for il’cito) e dos produtos ou proveitos do crime
OBS.: S‹o autom‡ticos
REABILITA‚ÌO
Conceito - ƒ o instituto que visa ˆ reinser•‹o social do condenado,
atravŽs do sigilo referente ˆs suas anota•›es criminais, bem como a
suspens‹o condicional de determinados efeitos secund‡rios da
condena•‹o, de natureza extrapenal.
Abrang•ncia Ð A reabilita•‹o:
§! Promove o sigilo referente ˆs anota•›es criminais do reabilitado
§! Promove a suspens‹o dos efeitos extrapenais secund‡rios da
condena•‹o
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O condenado deve ter apresentado, neste per’odo de dois
anos, um bom comportamento social.
EXTIN‚ÌO DA PUNIBILIDADE
Punibilidade Ð Possibilidade de o Estado exercer seu jus puniendi
(poder-dever de punir).
Abolitio criminis - Ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar
o fato como crime. Faz cessar todos os efeitos PENAIS da
condena•‹o (ex.: reincid•ncia).
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Renœncia x perd‹o do ofendido x perd‹o judicial Ð conforme quadro
abaixo:
PRESCRI‚ÌO
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Aqui o Estado ainda n‹o aplicou (em car‡ter definitivo) uma san•‹o penal
ao agente que praticou a conduta criminosa.
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Interrup•‹o da prescri•‹o Ð Uma vez interrompido o prazo, volta a
correr do zero. Interrompem a prescri•‹o:
¥! Recebimento da denœncia ou queixa
¥! Pronœncia
¥! Decis‹o confirmat—ria da pronœncia
¥! Publica•‹o da senten•a ou ac—rd‹o condenat—rios
recorr’veis
¥! In’cio ou continua•‹o do cumprimento da pena Ð n‹o se
estende aos demais autores do delito. S— se aplica ˆ
prescri•‹o da pretens‹o execut—ria
¥! Reincid•ncia - n‹o se estende aos demais autores do delito.
S— se aplica ˆ prescri•‹o da pretens‹o execut—ria.
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Queixa - Deve ser exercida dentro de seis meses, a contar da data em
que o ofendido toma conhecimento da autoria do delito. N‹o pode ser
exercido se houve renœncia t‡cita ou expressa.
Perd‹o do ofendido Ð Uma vez oferecido e aceito, Ž causa de extin•‹o
da punibilidade. Se concedido a qualquer dos querelados, a todos
aproveita (o querelado pode se recusar a receber o perd‹o). Se concedido
por um dos ofendidos, n‹o prejudica o direito dos outros. Pode ser t‡cito
ou expresso, e pode ser oferecido atŽ o tr‰nsito em julgado.
___________
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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02.! (FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXIV EXAME DE ORDEM)
No dia 28 de agosto de 2011, ap—s uma discuss‹o no trabalho quando
todos comemoravam os 20 anos de Jo‹o, este desfere uma facada no
bra•o de Paulo, que fica revoltado e liga para a Pol’cia, sendo Jo‹o preso
em flagrante pela pr‡tica do injusto de homic’dio tentado, obtendo
liberdade provis—ria logo em seguida. O laudo de exame de delito
constatou a exist•ncia de les‹o leve.
A denœncia foi oferecida em 23 de agosto de 2013 e recebida pelo juiz em
28 de agosto de 2013. Finda a primeira fase do procedimento do Tribunal
do Jœri, ocasi‹o em que a v’tima compareceu, confirmou os fatos,
inclusive dizendo acreditar que a inten•‹o do agente era efetivamente
mat‡-la, e demonstrou todo seu inconformismo com a conduta do rŽu,
Jo‹o foi pronunciado, sendo a decis‹o publicada em 23 de agosto de
2015, n‹o havendo impugna•‹o pelas partes. Submetido a julgamento
em sess‹o plen‡ria em 18 de julho de 2017, os jurados afastaram a
inten•‹o de matar, ocorrendo em senten•a, ent‹o, a desclassifica•‹o para
o crime de les‹o corporal simples, que tem a pena m‡xima prevista de 01
ano, sendo certo que o C—digo Penal prev• que a pena de 01 a 02 anos
prescreve em 04 anos.
Na ocasi‹o, voc•, como advogado(a) de Jo‹o, considerando apenas as
informa•›es narradas, dever‡ requerer que seja declarada a extin•‹o da
punibilidade pela
A) decad•ncia, por aus•ncia de representa•‹o da v’tima.
B) prescri•‹o da pretens‹o punitiva, porque j‡ foi ultrapassado o prazo
prescricional entre a data do fato e a do recebimento da denœncia.
C) (prescri•‹o da pretens‹o punitiva, porque j‡ foi ultrapassado o prazo
prescricional entre a data do oferecimento da denœncia e a da publica•‹o
da decis‹o de pronœncia.
D) prescri•‹o da pretens‹o punitiva, porque entre a data do recebimento
da denœncia e a do julgamento pelo jœri decorreu o prazo prescricional.
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A) n‹o poder‡ buscar o afastamento da agravante, j‡ que todos s‹o
reincidentes.
B) poder‡ buscar o afastamento da agravante em rela•‹o a M‡rio, j‡ que
somente Caio e Jo‹o s‹o reincidentes.
C) poder‡ buscar o afastamento da agravante em rela•‹o a Jo‹o, j‡ que
somente Caio e M‡rio s‹o reincidentes.
D) poder‡ buscar o afastamento da agravante em rela•‹o a Caio e Jo‹o,
j‡ que somente M‡rio Ž reincidente.
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direitos aplicada, praticou novo crime de natureza culposa, vindo a ser
denunciado.
Carlos, ap—s n‹o aceitar qualquer benef’cio previsto na Lei no 9.099/95 e
ser realizada audi•ncia de instru•‹o e julgamento, Ž novamente
condenado em 17/02/2016. O juiz aplica pena de 11 meses de deten•ão,
n‹o admitindo a substituiç‹o por restritiva de direitos em raz‹o da
reincidência.
Considerando que os fatos s‹o verdadeiros e que o MinistŽrio Pœblico n‹o
apelou, o(a) advogado(a) de Carlos, sob o ponto de vista tŽcnico, dever‡
requerer, em recurso,
A) a substitui•ão da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
B) a suspens‹o condicional da pena.
C) o afastamento do reconhecimento da reincid•ncia.
D) a prescriç‹o da pretens‹o punitiva.
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A) Guilherme n‹o pode ser considerado reincidente por conta de uma
omiss‹o legislativa.
B) Guilherme deve ter a pena de multa n‹o paga da primeira condena•‹o
convertida em pena privativa de liberdade.
C) Guilherme Ž reincidente, pois praticou novo crime ap—s condena•‹o
transitada em julgado.
D) A pena de multa n‹o gera reincid•ncia.
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d) Considera-se reincidente aquele que pratica crime ap—s publica•‹o de
senten•a que, no Brasil ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime
anterior
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Trata-se de causa extintiva da punibilidade consistente na exclus‹o,
por lei ordin‡ria com efeitos retroativos, de um ou mais fatos
criminosos do campo de incid•ncia do Direito Penal,
a) o indulto individual.
b) a anistia.
c) o indulto coletivo.
d) a gra•a.
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A respeito do regime legal da prescri•‹o no C—digo Penal, tendo por base
ocorr•ncia do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta.
a) A prescri•‹o, depois da senten•a condenat—ria com tr‰nsito em julgado
para a acusa•‹o, regula-se pela pena aplicada, n‹o podendo, em
nenhuma hip—tese, ter por termo inicial data anterior ˆ da denœncia ou
queixa.
b) A prescri•‹o da pena de multa ocorrer‡ em 2 (dois) anos,
independentemente do prazo estabelecido para a prescri•‹o da pena de
liberdade aplicada cumulativamente
c) Se o rŽu citado por edital permanece revel e n‹o constitui advogado,
fica suspenso o processo, mantendo-se em curso o prazo prescricional,
que passa a ser computado pelo dobro da pena m‡xima cominada ao
crime.
d) S‹o causas interruptivas do curso da prescri•‹o previstas no C—digo
Penal, dentre outras, o recebimento da denœncia ou da queixa, a
pronœncia, a publica•‹o da senten•a condenat—ria ou absolut—ria
recorr’vel.
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c) Nada impede que a pena intermedi‡ria, na segunda fase do critŽrio
trif‡sico, fique acomodada abaixo do m’nimo legal.
d) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado exige
fundamenta•‹o concreta, sendo insuficiente a simples men•‹o ao nœmero
de majorantes.
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respons‡vel decidiu por bem prorrogar o per’odo de prova. Atento ao caso
narrado e consoante legisla•‹o p‡tria, Ž correto afirmar que
a) n‹o est‡ correta a decis‹o de prorroga•‹o do per’odo de prova.
b) a hip—tese Ž de revoga•‹o facultativa do benef’cio.
c) a hip—tese Ž de revoga•‹o obrigat—ria do benef’cio.
d) Nise ter‡ o benef’cio obrigatoriamente revogado se a denœncia pelo
crime de tr‡fico de entorpecentes for recebida durante o per’odo de
prova.
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o juiz da execu•‹o, verificando que a enfermidade mental tem car‡ter
permanente, dever‡
a) aplicar o Art. 41, do CP, que assim disp›e, verbis: Ò O condenado a
quem sobrevŽm doen•a mental deve ser recolhido a hospital de cust—dia
e tratamento psiqui‡trico ou, ˆ falta, a outro estabelecimento adequado.Ó
b) aplicar o Art. 97, do CP, que assim disp›e, verbis: Ò Se o agente for
inimput‡vel, o juiz determinar‡ sua interna•‹o (Art. 26). Se, todavia, o
fato previsto como crime for pun’vel com deten•‹o, poder‡ o juiz
submet•-lo a tratamento ambulatorial.Ó
c) aplicar o Art. 183 da LEP (Lei n. 7.210/84), que assim disp›e, verbis:
ÒQuando, no curso da execu•‹o da pena privativa de liberdade, sobrevier
doen•a mental ou perturba•‹o da saœde mental, o Juiz, de Of’cio, a
requerimento do MinistŽrio Pœblico, da Defensoria Pœblica ou da
autoridade administrativa, poder‡ determinar a substitui•‹o da pena por
medida de seguran•a.Ó
d) aplicar o Art. 108 da LEP (Lei n. 7.210/84), que assim disp›e, verbis:
ÒO condenado a quem sobrevier doen•a mental ser‡ internado em
Hospital de Cust—dia e Tratamento Psiqui‡tricoÓ.
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b) Pit‡goras dever‡ regredir para o regime fechado.
c) Pit‡goras dever‡ regredir de regime porque a nova condena•‹o
significa cometimento de falta grave.
d) prevalece o regime isolado de cada uma das condena•›es, devendo-
se executar primeiro a pena mais grave.
11.! GABARITO
1.! ALTERNATIVA C
2.! ALTERNATIVA B
3.! ALTERNATIVA D
4.! ALTERNATIVA D
5.! ALTERNATIVA A
6.! ALTERNATIVA D (ANULçVEL)
7.! ALTERNATIVA A
8.! ALTERNATIVA C
9.! ALTERNATIVA C
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10.!ALTERNATIVA D
11.!ALTERNATIVA B
12.!ALTERNATIVA B
13.!ALTERNATIVA C
14.!ALTERNATIVA A
15.!ALTERNATIVA C
16.!ALTERNATIVA D
17.!ALTERNATIVA D
18.!ALTERNATIVA E
19.!ALTERNATIVA A
20.!ALTERNATIVA D
21.!ALTERNATIVA C
22.!ALTERNATIVA C
23.!ALTERNATIVA B
24.!ALTERNATIVA B
25.!ALTERNATIVA B
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