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5 Estruturação da potência
- Potência é algo sempre presente no social, seja em maior ou em menor grau.
- A força funda uma sociologia da potência (entendi no sentido de que é o movimento, a
resistência, o viver que funda a potência. A insubmissão, a inconformação).
- Em Durkheim, Marx, Weber, Simmel: a solidariedade é que funda a sociedade, foi a
industrialização que criou a ilusão da individualidade.
- Negação do coletivo: mecanismo de neutralização das relações sociais.
Capítulo 2 – O processo de recorrência nos fenômenos revolucionários
Capítulo 3 - Sociogênese do progresso e do serviço público
Capítulo 4 – Totalitarismo e indiferença
1 Da organicidade ao individualismo
2 A Organização totalitária
1 O poder sagrado
- Retorno do reprimido – o coletivo que o individualismo tenta negar se exprime em
formas perversas que são o totalitarismo e o racismo. - Pelo que entendi, o retorno do
reprimido ocorre pois, numa sociedade atomizada, permanece a necessidade de uma
coletividade. Entretanto, sem a potência, mas apenas pelo poder, o tipo de coletivo
que se forma é o totalitarismo e o racismo, na tentativa de criar essas “unicidades
perversas”. Por exemplo: nós, os brancos, os negros, ou qualquer outra forma de
exclusão sob a justificativa de uma “unidade”. Na psicanálise, retorno do recalcado é
a manifestação daquilo que negamos, mas manifestando-se de forma inconsciente e
incontrolável.
- É necessário traçar as linhas gerais do totalitarismo: “O totalitarismo não é [...] a
combinação de valores opostos, mas, a nosso ver, a solidariedade orgânica; é a
resposta desvairada que a organização economista acha para um individualismo que
lhe foi necessária no início, mas que traz em si elementos de anarquia, de
desagregação que não são integráveis. Em suma, o individualismo burguês de um
capitalismo concorrencial não mais funciona quando o que está em questão é a
racionalização total da economia ou da existência. O totalitarismo, que se deve tomar
aqui como uma noção exploratória, pretende realizar, em torno de um valor
dominante, uma unidade necessária à perdurância social; entretanto, essa unidade,
melhor seria dizer essa interdependência, será obtida de cima, por um órgão
centralizador, e não mais a partir da espontaneidade social. (p. 243). - achei muito
interessante pois faz total sentido se pensarmos no advento dos regimes totalitários
em 20 e 30, no mundo, como resposta ao declínio do liberalismo como organizador e
garantidor da sociedade.
- Totalitarismo então como um “mecanismo de centralização”.
- Poré, a racionalização do poder tende a eliminar todas as diferenças, intervindo cada
vez mais na vida cotidiana, à exemplo do romance 1984 (Orwell) e a inserção da
onipresença do Big Brother.
- Caráter sagrado do poder: calcado na lei e na gestão, torna os funcionários (a
burocracia) como os “doutores da lei”, os únicos legitimados para interpretar e mediar
o social - técnica e especialização.
- Assim, o sagrado do poder se constrói no Estado sendo esse estruturado como uma
Igreja: transmitindo dogmas, tendo seus profetas e legitimando seu poder pela sua
“superioridade”.
- Isso se faz através da administração dos signos - domínio da fala especializada.
- Portanto, há um misticismo na organização burocrática, tanto nessa organização, quanto
na ideia de abnegação do funcionário em prol do bem comum, que acaba fazendo
desaparecer o indivíduo frente à estrutura do poder.
2 O desenvolvimento da burocracia
- A “ideologia do serviço público” tende a se acentuar quando a socialidade se dilui na
atomização individualista – sobressalto centralizador que pretende realizar
arbitrariamente a solidariedade esquecida.
- A sociedade industrial, em sua complexidade, necessita de um vasto aparelho, no qual
trabalhem indivíduos anônimos em prol da eficácia.
- Totalitarismo: intervenção estatal sobre o conjunto da vida; líderes especializados;
resposta ao individualismo.
- Negação da iniciativa individual e da diversidade.
3 A justificação moral
- Justificação do poder sempre em nome de um “melhor”, uma promessa futura, um
“dever-ser” = leva ao totalitarismo.
- Racionalismo exacerbado nessa justificação (assim como na sociedade como um todo).
- “O justiceiro que adormece em cada reformador não hesita em recorrer à coerção” (p.
262)
- Caráter pedagógico
- Entretanto, “o querer-viver social vem sempre se exprimir na duplicidade ou na
dissimulação. Há sempre meios de encontrar a prática ilegal, a brecha pouco perigosa
que permite viver não contra, mas ao lado da imposição.” (p. 264) = para mim muito
próximo da Invenção do Cotidiano de Certeau.
- Vigilância generalizada.
3 A imposição socialista
4 Estrutura de serialidade
Conclusão