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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Teoria e Prática em Direito Processual Penal – Procedimento do Júri


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TEORIA E PRÁTICA EM DIREITO PROCESSUAL PENAL


PROCEDIMENTO DO JÚRI

PROCEDIMENTO DO JÚRI (ARTS. 406 E SEGUINTES DO CPP)

1. Considerações iniciais

O júri é positivado no art. 5º, XXXVIII da Constituição Federal de 1988 como cláu-
sula pétrea.
Nesse sentido, o júri é um direito fundamental de participação do povo na administração
da justiça.
Além disso o júri é uma garantia fundamental de julgamento por pessoas comuns, ao
praticarmos um crime doloso contra a vida.

2. Princípios constitucionais especializantes


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2.1. Plenitude de defesa:

No plenário do júri, a defesa é plena. Ou seja, argumentos jurídicos (técnicos), podemos


empregar argumentos não jurídicos (ex.: filosóficos, amorosos, sociológicos, políticos etc.),
já que os jurados são juízes leigos. Trata-se, portanto, de um princípio de maior envergadura
do que a ampla defesa em si.

ATENÇÃO
Para o STF, a defesa não pode invocar a legítima defesa da honra para justificar o femi-
nicídio daquele que supostamente foi traído e, por isso, mata a esposa ou tenta matá-la.
Ou seja, para o Supremo, a legítima defesa da honra não é, tecnicamente, legítima defesa,
pois há um claro excesso. Por isso, caso o advogado venha a invocar esse argumento no
plenário, o júri será nulo.
Cabe ao Ministério Público apelar. Além disso, o Tribunal de Justiça, ao anular o júri, reme-
terá o réu a um novo julgamento, com outros jurados.
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2.2. Princípio do sigilo das votações

Vale lembrar que, de uma forma de outra, o jurado sairá do júri antipatizado pelos familia-
res e interessados de uma das partes. Por isso, para evitar qualquer tipo de pressão contra
o jurado é que existe o sigilo das votações.
Nesse sentido, o sigilo deve ser visto da seguinte maneira:
a) Sigilo de ambiente: os jurados votam os quesitos em uma SALA ESPECIAL, evitando
qualquer tipo de pressão;
b) Sigilo do voto: os jurados votam de forma impessoal, já que o voto não é identificado.

ATENÇÃO
Atualmente a UNANIMIDADE está vetada. Logo, quando da leitura dos votos dos jurados,
assim que o juiz togado abre quatro votos em determinado sentido, a considera-se que a
maioria foi obtida, sendo os demais votos descartados.
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Dessa forma, evita-se o que acontecia antigamente, quando eram abertos todos os votos
e as pessoas poderiam, dessa forma, saber que todos os jurados votaram para condenar
ou para absolver o réu.

2.3. Princípio da soberania dos veredictos

O mérito da decisão dos jurados deve ser respeitado pelos demais órgãos do Poder Judi-
ciário. Isso porque de nada adiantaria instaurar um júri se, em seguida, em grau de recurso,
essa decisão dos jurados pudesse ser alterada.
No entanto, é importante lembrar que a soberania dos veredictos não é absoluta, visto
que existem duas formas de mitigação:
a) Quando os jurados decidem de forma MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA
DOS AUTOS, caberá a interposição de apelação. O provimento do recurso autoriza que
o TJ invalide o julgamento, com a remessa do réu a um novo júri, com outros jurados (art.
593, CPP).
b) Quando a decisão condenatória do júri transita em julgado e é injusta, a procedência
da REVISÃO CRIMINAL autoriza que o TJ absolva aquele que foi injustamente condenado
(art. 626, CPP).
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Obs.: ou seja, na revisão criminal, aquele que foi injustamente condenado pelo júri pode
ser absolvido, isso quando o erro tiver sido grosseiro (ex.: sujeito condenado por ho-
micídio consumado, mas a vítima foi encontrada viva tempos depois).

2.4. Princípio da competência MÍNIMA para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida, tentados ou consumados

O júri tem competência para julgar os crimes de homicídio, infanticídio, aborto e o auxílio,
induzimento ou instigação ao suicídio. Esses são os quatro tipos de crimes dolosos contra a
vida, que são positivados nos arts. 121 a 128 do CP. O professor destaca que o auxílio, indu-
zimento ou instigação à automutilação, apesar de constar dentro desse intervalo do CP, não
é tecnicamente um crime doloso contra a vida.
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Vale lembrar que os crimes culposos e alguns crimes qualificados pela morte não são de
competência do Tribunal do Júri.
Além dos crimes dolosos contra a vida, o júri vai julgar as demais infrações comuns inter-
ligadas por conexão ou continência (ex.: estupro, lavagem de dinheiro etc.).
Advertência: quando a infração de menor potencial ofensivo é interligada ao crime doloso
contra a vida, ela vai a júri, respeitando-se a composição civil e a transação penal.
30m
Vale lembrar que a existência de morte não necessariamente enquadra o crime como
doloso contra a vida. É o que ocorre com a lesão corporal seguida de morte, que é crime
contra a pessoa, e com o latrocínio, que é crime contra o patrimônio (vide Súmula 603, STF).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Nestor Nérton Fernandes Távora Neto.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Teoria e Prática em Direito Processual Penal – Procedimento do Júri II
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PROCEDIMENTO DO JÚRI II

PROCEDIMENTO DO JÚRI (ARTS. 406 E SEGUINTES DO CPP)

3. CARACTERÍSTICAS DO JÚRI

3.1. Tribunal heterogêneo

O Tribunal do Júri é composto por um juiz togado e por 25 juízes leigos (jurados).
Dos jurados presentes, devem ser sorteados sete jurados, para integrar o CONSELHO
DE SENTENÇA (art. 447, CPP).

3.2. Tribunal horizontal

No Tribunal do Júri, não há hierarquia entre os jurados e o juiz presidente (togado). Cada
um desempenha a sua função, mas sem hierarquia.
5m

3.3. Tribunal temporário

Por conta dessa característica, o júri vai funcionar por determinados períodos do ano, de
acordo com a lei de cada estado.
Enquadramento terminológico:
a) Reunião do júri: ela retrata os meses do ano em que o júri atua (os meses em que o
júri não atua são os de abstenção);
b) Sessão do júri: é o ato solene em que o processo é submetido a julgamento. Ou seja,
em um mês de reunião é possível que ocorram várias sessões do júri.

3.4. Tribunal que julga por maioria


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A partir dessa característica, está proibida a unanimidade. Logo, com quatro votos em
determinado sentido, a maioria foi obtida e, com isso, o réu pode ser condenado ou absolvido.
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Teoria e Prática em Direito Processual Penal – Procedimento do Júri II
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4. PROCEDIMENTO DO JÚRI

O procedimento do júri é escalonado ou bifásico, estando assim organizado:


a) 1ª fase: chamada de judicium accusationis (sumário da culpa);
b) 2ª fase: chamada de judicium causae (fase de julgamento pelos jurados).
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4.1. 1ª fase – JUDICIUM ACCUSATIONIS (sumário da culpa):
Os passos iniciais do procedimento do júri são exatamente iguais aos do procedimento comum
ordinário. Somente na sequência é que esse procedimento do júri começa a se especializar.
Dessa forma, é importante conhecer os passos dessa primeira fase do júri:
a) 1º passo: oferta da inicial acusatória, seja ela a denúncia ou a queixa-crime.

Observações importantes:

1) Admite-se a ação privada subsidiária da pública nos crimes dolosos contra a vida;
2) Os requisitos da inicial estão no art. 41 do CPP, podendo-se arrolar, sob pena de
preclusão, até oito testemunhas para cada crime.
20m

b) 2º passo: realização do juízo de admissibilidade, vejamos:


b.1) Juízo negativo: em tal hipótese, a inicial será REJEITADA, negando-se início ao
processo (as hipóteses de rejeição estão no art. 395, CPP). Tal decisão comporta Recurso
em Sentido Estrito (RESE), à luz do art. 581, I, CPP.
b.2) Juízo positivo: em tal hipótese, cabe ao juiz RECEBER a inicial, deflagrando
o processo.
c) 3º passo: citação do réu – é o ato de comunicação processual que informa ao réu
sobre o início do processo e o convoca a apresentar defesa.
As três modalidades de citação estudadas no procedimento comum são aplicadas no júri
(arts. 351 ao 369, CPP). Ou seja, o réu poderá ser:
25m
• Citado pessoalmente;
• Citado por edital (se não é encontrado e não está de má-fé); ou
• Citado por hora certa (quando se esconde para não ser citado).

d) 4º passo: apresentação da RESPOSTA À ACUSAÇÃO (art. 406, CPP).

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preparada e ministrada pelo professor Nestor Nérton Fernandes Távora Neto.
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Teoria e Prática em Direito Processual Penal – Procedimento do Júri III
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PROCEDIMENTO DO JÚRI III

4. PROCEDIMENTO DO JÚRI

4.1. 1ª fase – JUDICIUM ACCUSATIONIS (sumário da culpa):


Os passos iniciais do procedimento do júri são exatamente iguais aos do procedi-
mento comum ordinário. Somente na sequência é que esse procedimento do júri começa
a se especializar.
A seguir, o professor continua a explicação dos passos que compõem essa primeira
fase do júri:
d) 4º passo: apresentação da RESPOSTA À ACUSAÇÃO (art. 406, CPP).

Obs.: vale lembrar que, no caso do júri, não existe a possibilidade de absolvição sumária
do réu após a resposta à acusação. Na realidade, o juiz abre vistas ao promotor e,
em seguida, marca a audiência de instrução e julgamento.

A peça tem o prazo de 10 dias, contados da efetivação da CITAÇÃO.


Na resposta à acusação, a defesa vai protestar por todas as provas pertinentes, arrolando,
sob pena de preclusão as suas testemunhas, leia-se, até oito testemunhas para cada crime.
5m
e) 5º passo: cabe ao juiz abrir vistas a acusação para se manifestar sobre preliminares e
documentos trazidos na resposta à acusação (art. 409, CPP).
Prazo: cinco dias.
f) 6º passo: depois que o promotor se manifesta, os autos são conclusos ao juiz para
sanear o processo, gozando do prazo de 10 dias (art. 410, CPP).

Conteúdo do saneador:
10m

• sanar nulidades;
• deliberar sobre as diligências probatórias requeridas pelas partes;
• marcar a audiência de instrução, debates e julgamento da 1º fase do júri.
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g) 7º passo: realização da audiência de instrução, debates e julgamento da 1º fase do


júri. Esse é o passo mais importante e mais cobrado em provas de segunda fase da OAB.
Todavia, vale lembrar que ela é quase uma cópia da audiência que ocorre no procedimento
comum ordinário.
Prazo: a audiência deve ocorrer no prazo de 90 dias, pouco importa se o réu está preso
ou solto. Vale lembrar que a lei não diz a partir de quando o prazo é contado (art. 412, CPP).
Parte da doutrina diz que a contagem é feita a partir do saneador, mas outros dizem que é a
partir do recebimento da denúncia.

Estrutura da audiência:

I – Instrução (produção das provas): a sequência dos atos instrutórios é a mesma do


procedimento ordinário (art. 411, §§ 1º e 2º, CPP).
15m
II – Debates orais: a distribuição temporal dos debates é a mesma do procedimento ordi-
nário (art. 411, §§ 4º e 5º, CPP).
Cuidado: na 1º fase do júri, os debates orais podem ser substituídos por memoriais, em
analogia aos arts. 403, § 3º e 404, parágrafo único, CPP, que são os artigos que orientam os
memoriais no procedimento comum ordinário.
III – Decisão: ao final da 1ª fase do júri, o juiz poderá proferir uma das seguintes decisões:
20m
III – 1 – 1ª decisão: havendo indícios de autoria e prova da materialidade, cabe ao juiz
proferir a DECISÃO DE PRONÚNCIA (art. 413, CPP).
i) Conceito: é a decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra a 1º fase do
júri com a remessa do réu aos jurados, diante da presença dos indícios de autoria e da prova
sobre a materialidade.
25m

Obs.: o professor falará sobre o conteúdo da decisão de pronúncia no próximo bloco.

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Teoria e Prática em Direito Processual Penal – Procedimento do Júri IV
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PROCEDIMENTO DO JÚRI IV

4. PROCEDIMENTO DO JÚRI

4.1. 1ª fase – JUDICIUM ACCUSATIONIS (sumário da culpa):

Estrutura da audiência (continuação):

III – 1 – 1ª decisão: havendo indícios de autoria e prova da materialidade, cabe ao juiz


proferir a DECISÃO DE PRONÚNCIA (art. 413, CPP)
i) Conceito: é a decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra a 1º fase do
júri com a remessa do réu aos jurados, diante doa indícios de autoria e da prova sobre a
materialidade.
ii) Conteúdo:
• indícios de autoria;
• prova da materialidade;
• qualificadoras;
• causas de aumento de pena;
• tese da tentativa (art. 14, II, CP);
• omissão penalmente relevante (art. 13, § 2º, CP);
• concurso de pessoas.

iii) Vedações:
• agravantes;
• atenuantes;
• causas de diminuição de pena da parte especial do Código Penal;
• concurso de crimes.

iv) Fundamentação da pronúncia: o juiz deve valorar a decisão com a correspondente


motivação, diante dos elementos do § 1º do art. 413 do CPP.
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Advertência: não pode o juiz antecipar a culpa ou afastar peremptoriamente as teses de
defesa, sob pena de nulidade absoluta da pronúncia.
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Vale lembrar que esse fenômeno é chamado de eloquência acusatória. Assim, cabe ao
advogado recorrer da decisão e alegar a correspondente nulidade.
Situação prisional: o réu só poderá ser preso ao ser pronunciado, isso se os requisitos
do art. 312 do CPP (prisão preventiva) estiverem presentes e, se não forem mais adequadas,
as medidas cautelares pessoais diversas da prisão.
Ou seja, quando o réu é pronunciado, isso não significa que ele será automaticamente
preso, como decorrência direta da pronúncia.
10m
vi) Crimes conexos: a pronúncia pelo crime doloso contra a vida engloba a pronúncia
pelos eventuais crimes conexos, que também serão levados a júri.
vii) Sistema recursal: a decisão de pronúncia comporta recurso em sentido estrito (art.
581, IV, CPP).
15m
III – 2 – 2ª decisão: uma vez que estiverem ausentes os indícios de autoria e/ou prova
da materialidade, caberá ao juiz proferir a decisão de IMPRONÚNCIA.
i) Conceito: é a sentença que extingue o processo SEM JULGAMENTO DE MÉRITO,
por ausência de lastro probatório que justifique a remessa do réu aos jurados (art. 414, CPP).
ii) Definitividade: a impronúncia não faz coisa julgada material, ou seja, não decalra a
inocência de ninguém. Logo, surgindo NOVAS PROVAS antes da extinção da punibilidade,
caberá uma NOVA DENÚNCIA, ou seja, um novo processo.
20m
Conclusão: a impronúncia segue a cláusula “rebus sic stantibus” (como as coisas estão).
iii) Sistema recursal: a decisão de impronúncia comporta APELAÇÃO (art. 416, CPP).
Conclusão:
1. Tal recurso não goza de efeito suspensivo. Logo, o réu preso será imediatamente
libertado;
2. A defesa pode apelar da impronúncia pleiteando a absolvição sumária (art. 415, CPP).
25m
III – 3- 3ª decisão: diante da CERTEZA DA INOCÊNCIA, cabe ao juiz proferir a decisão
de ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415, CPP).
i) Conceito: é a sentença que reconhece a inocência do réu, diante de juízo de CER-
TEZA, sem a necessidade de remetê-lo aos jurados.
ii) Hipóteses: elas estão previstas no art. 415 do CPP, pressupondo a CERTEZA de ao
menos um dos seguintes argumentos:
30m
• negativa de autoria;
• inexistência do fato;
• excludente de tipicidade;
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Teoria e Prática em Direito Processual Penal – Procedimento do Júri IV
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• excludente de ilicitude;
• excludente de culpabilidade.

Advertência: a INIMPUTABILIDADE só autoriza a absolvição sumária no júri se for a


ÚNICA TESE DA DEFESA (art. 415, parágrafo único, CPP). Neste caso, teremos a ABSOL-
VIÇÃO SUMÁRIA IMPRÓPRIA, pois o juiz irá aplicar a medida de segurança.
35m

Obs.: o professor destaca que esse tema da advertência acima já foi cobrado em peças de
provas da OAB.

Conclusão: se o advogado apresentou mais de uma tese de defesa, como legítima


defesa e a inimputabilidade, se o juiz não estiver convencido da tese mais benéfica (legítima
defesa), deverá pronunciar o réu, pois, em plenário, os jurados podem reconhecer a tese
mais benéfica.
40m
Conclusão 2: Se o juiz errar e reconhecer a inimputabilidade na decisão de absolvi-
ção sumária, o advogado deve APELAR, requerendo ao tribunal que absolva pela legítima
devesa. Subsidiariamente, deve requerer ao tribunal que pronuncie o réu.
iii) Sistema recursal: a decisão comporta apelação sem efeito suspensivo. Logo, o réu
preso será imediatamente libertado (arts. 416 c/c 593, I, CPP).
Advertência: de acordo com a Súmula 604 do STJ, o Ministério Público não pode
ingressar com mandado de segurança para obter efeito suspensivo que não foi conferido
por lei ao recurso.
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TEORIA E PRÁTICA EM DIREITO PROCESSUAL PENAL


PROCEDIMENTO DO JÚRI V

JÚRI (ARTS. 406 E SEGUINTES DO CPP)

Final da 1º Fase do Júri, 4º decisão: é possível que não exista dolo de matar, cabendo
ao juiz proferir a decisão de desclassificação (art. 419, CPP).
Conceito de decisão desclassificatória: é a decisão interlocutória mista não termina-
tiva que encerra a 1º fase do júri com a remessa dos autos ao juízo competente, pois o crime
não integra a competência constitucional dos jurados.
Situação prisional: o réu preso fica à disposição do juízo competente.
Sistema recursal: a decisão é desafiada por recurso em sentido estrito (art. 581, II, CPP).
5m
Advertência: ocorrendo a impronúncia, a desclassificação ou a absolvição sumária,
se existirem crimes conexos, serão remetidos aos juízo competente (art. 81, parágrafo
único, CPP).
2º Fase do Júri: “judicium causae” (fase de julgamento perante os jurados).

Obs.:
 • Pressuposto lógico: pressupomos a existência da decisão de pronúncia.
 • Início da 2º fase do júri: inicia a 2º fase com a preclusão da pronúncia, devido à não
ter sido recorrido ou ao recurso interposto definitivamente julgado.
10m
 • Intimação do réu da decisão de pronúncia: o réu será intimado pessoalmente. Toda-
via, não sendo encontrado, será intimado por edital, e o processo prosseguirá nor-
malmente (art. 420, parágrafo único, CPP).
 • Imutabilidade da pronúncia: após a preclusão, como regra, a pronúncia é imutável.
Todavia, ocorrendo um fato novo superveniente, a decisão pode ser alterada. Exem-
plo: Morte da vítima após a preclusão da pronúncia por tentativa de homicídio.
15m

Passo a passo da 2º Fase do Júri:

a) 1º passo: cabe ao juiz intimar a acusação para apresentar o seu requerimento de dili-
gências probatórias, gozando do prazo de 5 dias (art. 422, CPP).

Obs.: podem ser arroladas até 5 testemunhas para cada crime imputado.

b) 2º passo: cabe ao juiz intimar a defesa para apresentar o seu requerimento de provas,
gozando do prazo de 5 dias, podendo arrolar até 5 testemunhas para cada crime.
20m
c) 3º passo: os autos são conclusos ao juiz para sanear o processo.

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Obs.: conteúdo do saneador: sanar nulidades, deliberar sobre as diligências requeridas pelas
partes, acostar aos autos um relatório, como síntese de tudo que ocorreu (o relatório
será entregue aos jurados, junto com uma cópia da pronúncia), marcar a audiência de
instrução, debates e julgamento da 2º fase do júri, chamada de Sessão Plenária.

d) 4º passo: realização da Sessão Plenária.


25m

• Abertura: dos 25 jurados convocados, é necessário que estejam presentes ao menos


15 jurados (quórum mínimo).

Obs.: se o quórum não for atingido, a sessão será remarcada, convocando-se jurados su-
plentes. A abertura da sessão sem quórum mínimo gera a nulidade do processo (art.
564, III, “i”, CPP).
30m

• Formação do Conselho de Sentença: dos jurados presentes, devem ser sorteados 7


jurados que efetivamente vão julgar a causa.
• Recusas: as partes podem recusar o jurado sorteado para integrar o Conselho, da
seguinte forma:
– Recusa motivada: é a alegação de suspeição ou impedimento do jurado, não
havendo limitação numérica.
– Recusa imotivada/peremptória: cada parte poderá recusar, sem motivar, até 3
jurados, diante de sua estratégia (art. 468, CPP).
35m
• Estouro de urna: ocorre quando não há 7 jurados para integrar o Conselho, em razão
do exercício das recusas.
– Conclusão: cabe ao juiz remarcar a sessão, convocando jurados suplentes.
• Compromisso do Conselho de Sentença: os jurados devem ser compromissados a
bem e fielmente desempenhar o seu papel, sendo informados do dever de incomuni-
cabilidade.

Obs.: os jurados não podem conversar entre si ou com terceiros sobre os fatos que integram
o julgamento. A quebra do dever de incomunicabilidade ocasiona a nulidade do pro-
cesso (art. 564, III, “j”, CPP).
40m

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