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Pressupostos processuais
Originalidade da demanda:
Ausência de litispendência (coexistência de duas ou mais açõ es sobre a mesma causa)
ou coisa julgada.
A causa penal, para se desenvolver, deve ser original, isto é, nã o pode jamais ter sido
objeto de consideraçã o por outros ó rgã os jurisdicionais, seja potencialmente (caso em
que haveria litispendência), seja definitivamente (caso em que haveria coisa julgada).
O fato é que a garantia processual da originalidade da causa, além de também ter raízes
na economia processual, é uma exigência da cidadania. O processo penal condenató rio é
algo muito grave, ao qual o cidadã o nã o deve ser submetido a nã o ser em hipó teses
específicas e com base probató ria suficiente. Daí que ser submetido a um segundo
processo penal condenató rio, pelo mesmo fato, durante a tramitaçã o do primeiro ou
uma vez condenado ou absolvido neste, é algo que deve ser vigorosamente evitado.
Procedimentos comuns (art. 394, § 1º): ordiná rio, sumá rio, sumaríssimo.
Critério de adoção do rito comum: tipos penais simples e isolados (CPP, at.
394)
# Ordinário: Roubo possui pena má xima de 10 anos (art. 154, CP); Furto possui pena
má xima de quatro anos (art. 155, CP).
Art. 394, 1º, I - ordiná rio, quando tiver por objeto crime cuja sançã o má xima
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade
# Sumário: Abandono de incapaz possui pena má xima de 3 anos (art. 133, CP);
Art. 394, 1º, II - sumá rio, quando tiver por objeto crime cuja sançã o má xima
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos e maior que 2 (dois) anos de pena
privativa de liberdade
# Sumaríssimo: Juizados especiais; pequenos delitos de trâ nsito, som alto, etc
Art. 394, 1º, III - sumaríssimo, para as infraçõ es penais de menor potencial
ofensivo, na forma da lei
O que é infraçã o penal de menor potencial ofensivo? (art. 61, lei extravagante
9.099/95): Consideram-se infraçõ es penais de menor potencial ofensivo, para
os efeitos desta Lei, as contravençõ es penais e/ou os crimes a que a lei comine
pena má xima nã o superior a 2 (dois) anos, cumulada ou nã o com multa.
02: Crimes Militares: Art. 90-A da Lei 9.099/95: As disposiçõ es desta Lei nã o se
aplicam no â mbito da Justiça Militar. Logo, nã o cabe acordo, o procedimento seguirá e o
acusado irá se defender através de provas, etc.
Por que nã o aplicar a Lei 9.099/95 em Crimes Militares? A norma penal militar
nã o tutela apenas a integridade física da vítima, mas também a disciplina
necessá ria à execuçã o das atividades cotidianas das forças militares, ou seja, a
pró pria regularidade das atividades conferidas à s instituiçõ es militares; vale
dizer, todo aquele militar que ofende a um bem jurídico-penal (sobretudo
militar, segundo os critérios diversos trazidos pela Lei, ratione personae, ratione
loci etc.) é inequivocamente afrontador da disciplina e, em alguns casos, também
da hierarquia, bases fundamentais dessas instituiçõ es. Nã o há como
transacionar, portanto, a disciplina e a hierarquia, valores supremos na estrutura
militar, o que depõ e em favor da nã o aplicabilidade das Leis dos Juizados
Especiais Criminais. Essa, pois, a verdadeira razã o da coexistência dos sistemas.
STF, HC 99.743, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ acórdão Min. Luiz Fux,
Plenário, j. 06.10.2011: O art. 90-A, da Lei 9.099/95, com a redaçã o dada pela
Lei 9.839/99, nã o afronta o art. 98, I, § 1º, da Carta da Repú blica no que veda a
suspensã o condicional do processo ao militar processado por crime militar. No
caso, o pedido e a causa de pedir referem-se apenas a militar responsabilizado
por crime de deserçã o, definido como delito militar pró prio, nã o alcançando civil
processado por crime militar. Obter dictum: inconstitucionalidade da norma que
veda a aplicaçã o da Lei 9.099 ao civil processado por crime militar.
Ao contrá rio da violência doméstica e familiar contra a mulher, e também dos crimes
militares, a Lei 9.099 se aplica aos crimes cometidos contra o idoso, desde que a pena
nã o ultrapasse de 04 anos.
A leitura seca da lei, nos leva a interpretar que ela se torna mais generosa para com as
pessoas que agridem contra os idosos, tendo a possibilidade de soluçã o da questã o mais
benéficas do que a justiça comum, pois é possível a resoluçã o através de acordos.
Entretanto, a ADI 3096, propô s que a lei viola a constituiçã o ao beneficiar aquele que
comete o crime. Como resultado da discussã o e, para resolver o problema gerado em
virtude do texto da legislaçã o, o STF se decidiu, conferindo interpretaçã o conforme a
Constituiçã o Federal, que se aplica unicamente o rito sumaríssimo (fase preliminar
do processo) disciplinado na Lei nº 9.099/95, que, especialmente pela celeridade,
beneficia e privilegia uma resposta mais rápida ao idoso. Excluiu-se, no entanto,
qualquer possibilidade de aplicação de medidas despenalizadoras e
interpretação favorável ao autor do crime.
04: Crimes eleitorais: Art. 344, Có digo Eleitoral - Utilizar organizaçã o comercial de
vendas, distribuiçã o de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou
aliciamento de eleitores. Pena – detençã o de seis meses a um ano e cassaçã o do registro
se o responsá vel for candidato.
Até 2006, um crime de potencial ofensivo era todo crime onde a pena má xima fosse
menor ou igual a um ano, desde que nã o tivessem procedimento especial. Mas, em
2006, o artigo teve sua redaçã o editada, e a parte “excetuados os casos em que a lei
preveja procedimento especial” foi subtraída. Ou seja, de 2006 para cá , o conceito de
crime de menor potencial ofensivo nã o depende se existe ou nã o procedimento especial.
# Caso 02:
Art. 77. [...]
§ 2º Se a complexidade ou circunstâ ncias do caso nã o permitirem a formulaçã o da
denú ncia, o Ministério Pú blico poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças
existentes, na forma do pará grafo ú nico do art. 66 desta Lei.
Se o crime apresentar maiores dificuldades, na hora da prova por exemplo, o crime
poderá ser encaminhado a justiça comum. Obs.: Nem todo crime de menor potencial
ofensivo é de baixa complexidade. Por exemplo, o acusado que cometeu calú nia devido
sua deficiência mental. É preciso investigaçã o - prova pericial - para verificar se o grau
da deficiência afeta ou nã o a calú nia cometida.
Observaçã o: o fato de o crime sair da justiça especial e se deslocar para a justiça comum,
nã o faz com que ele deixa de ser um caso de menor potencial ofensivo, ou seja, é
possível adotar no procedimento sumá rio a transaçã o penal. essa situaçã o nã o cabe na
hipó tese de violência doméstica, pois “nã o se aplica a lei 9.099”, logo, nã o se aplica o
artigo 66.
Observaçã o: as três fases da dosimetria sã o: 1ª: pena base; 2ª: atenuantes e agravantes;
e 3ª: causas de diminuiçã o e aumento de pena.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilâ ncia ou autoridade,
e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detençã o, de seis meses a três anos.
#crime simples: procedimento sumá rio
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusã o, de quatro a doze anos.
# crime qualificado: procedimento ordiná rio
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cô njuge, irmã o, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
# causas de aumento de pena podem elevar a puniçã o pare além de seu patamar.
Tráfico de pessoas:
Tribunal do Júri:
Se num concurso de crime, os acusados estã o respondendo por três crimes, dentre eles
estupro, ocultaçã o de cadá ver e homicídio, o processo de todos os crimes deverá seguir
no tribunal do jú ri, pois, o homicídio, crime de procedimento especial, exerce “força de
atraçã o” sobre os outros de crime de procedimento comum.
Petição inicial
A petiçã o inicial delimita todo o objeto do processo.
Agravantes e atenuantes? Art. 385. Nos crimes de açã o pú blica, o juiz poderá
proferir sentença condenató ria, ainda que o Ministério Pú blico tenha opinado
pela absolviçã o, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido
alegada.
# Autoriza que o juiz condene quando o promotor, nas alegaçõ es finais, pede que o
acusado seja absolvido.
Jurisprudência em teses (STJ):
EDIÇÃ O N. 151: DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL - I
7) Sob a normativa anterior à Lei n. 12.015/2009, na antiga redaçã o do art. 224, a, do CP, já era
absoluta a presunçã o de violência nos crimes de estupro e de atentado violento ao pudor
quando a vítima nã o fosse maior de 14 anos de idade, ainda que esta anuísse voluntariamente
ao ato sexual.
b. Qualificação do acusado: A denú ncia deve qualificar uma pessoa, ou seja, obter os
dados de individualizaçã o (nome, cpf, residência, filiaçã o, profissã o, etc.). Quanto
melhor a qualificaçã o, maior possibilidade de evitar erro judiciá rio (documento falso,
homô nimos, etc.).
Art. 41. A denú ncia ou queixa conterá a exposiçã o do fato criminoso, com todas as suas
circunstâ ncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificaçã o do crime e, quando necessá rio, o rol das testemunhas.
# Qualificaçã o direta: colher informaçõ es com o pró prio indivíduo. Mas, e quando a
qualificaçã o for discrepante com a realidade? Por exemplo, quando o indivíduo utiliza
de documentos falsos ou de outra pessoa para apresentar no momento em que leva
dura:
Art. 259. A impossibilidade de identificaçã o do acusado com o seu verdadeiro nome
ou outros qualificativos nã o retardará a açã o penal, quando certa a identidade física. A
qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execuçã o da sentença, se for
descoberta a sua qualificaçã o, far-se-á a retificaçã o, por termo, nos autos, sem prejuízo
da validade dos atos precedentes.
{!!!} Foto: Não é confiável. Além disso, se utilizam de fotos não para identificação e
sim para causar impacto, “mostrar para o juiz que o acusado tem cara de
criminoso”
O direito penal de democracia é o direito penal do fato, onde se busca acusar a pessoa
por algo que aquela pessoa fez e nã o por sua religiã o, sua opçã o sexual, suas escolhas
pessoas etc.
# Qualificaçã o indireta: colher os dados através de terceiros
. os suspeitos de sempre = tribuna de minas
A classificaçã o do crime, para a doutrina majoritá ria, nã o é obrigató ria, isso porque,
para essa corrente, o que o autor precisa colocar com precisã o sã o as narraçõ es dos
fatos e quando nã o as coloca, a inicial se torna inepta. “O réu se defende dos fatos.”
Entretanto, Aury Lopes Jr. sustenta que a defesa do acusado abrange tudo que nega a
existência dos fatos. Ou seja, o tipo penal compõ e o cená rio da acusaçã o.
Artigo 383, do CPP (“O juiz, sem modificar a descriçã o do fato contida na denú ncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definiçã o jurídica diversa, ainda que, em consequência,
tenha de aplicar pena mais grave”). Assim, o demandado se defende da imputaçã o fá tica
(imputatio facti) e nã o da sua tipificaçã o legal (imputatio delicti).
d. Rol de testemunhas:
O Có digo de Processo Penal, em seu artigo 41, deixa claro que o rol de testemunhas é
elemento facultativo, apenas quando necessá rio. No entanto, nã o poderá o acusador
suprir referida omissã o depois da propositura da açã o em razã o da preclusã o
consumativa.
No procedimento ordiná rio podem ser computadas até 08 testemunhas (para cada
fato).
# Outros elementos:
a. Pedido de condenaçã o, ainda que implícito na peça.
b. Custas processuais e honorá rios advocatícios somente em açõ es privadas. Paga-se as
custas ou pede a gratuidade de justiça.
c. Proposta de suspensã o condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95): acontece
depois da denú ncia oferecida.
d. Prazo para denú ncia: depende do rito e se o acusado está preso ou nã o.
Observação: Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante (querelado) e a
mençã o do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de
diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Poderes especiais: Para o oferecimento da queixa na açã o penal privada é necessá rio
que o procurador possua poderes especiais (a procuraçã o deve ser dada especialmente
para que o outorgado possa apresentar queixa-crime), devendo constar do instrumento
o nome do querelado e a mençã o do fato criminoso. Os poderes especiais na procuraçã o
sã o dispensá veis caso o querelante assine junto a queixa-crime. Nã o basta uma
procuraçã o com a clá usula ad judicia (para o foro em geral).
Defensor público e advogado dativo: Defensor pú blico é aquele advogado que
pertence aos quadros da Defensoria Pú blica. Ele nã o atua com procuraçã o. Para firmar
queixa, necessita de procuraçã o com poderes especiais, ou, entã o, que o querelante
assine junto a petiçã o. Advogado dativo é o nomeado pelo magistrado. O dativo, por ser
nomeado, para ingressar com queixa, necessita, assim como o defensor pú blico, ou de
procuraçã o com poderes especiais, ou que o acusado assine junto a queixa.
Somente o advogado pode oferecer queixa em juízo: A queixa-crime é peça
processual. Somente pode ser recebida se for assinada por advogado, pois que o
advogado é indispensá vel à administraçã o da Justiça (artigo 133 da CF).
A menção do fato: É dispensada a narrativa do fato na procuraçã o, basta que faça
mençã o a ele.
Oferecimento de queixa sem procuração: É possível quando para o fim de evitar a
decadência. Aplica-se por analogia o artigo 104 do Có digo de Processo Civil, segundo o
qual o advogado nã o será admitido a postular em juízo sem procuraçã o, salvo para
evitar preclusã o, decadência ou prescriçã o, ou para praticar ato considerado urgente.
Sanabilidade do defeito da procuração: O defeito da procuraçã o pode ser sanado
através da ratificaçã o. Para uma corrente, a ratificaçã o só é viá vel enquanto nã o
decorrido o prazo de decadência. Para outra, o defeito da procuraçã o poderá ser
suprido a qualquer tempo antes da sentença final (artigo 569).
Jurisprudência:
Desnecessidade de narrativa do fato: Basta que a procuraçã o contenha o nome do
querelado e a mençã o do fato criminoso. A lei nã o exige, quanto ao fato, a exposiçã o,
descriçã o ou narrativa, como quando se formaliza a queixa (TARS – RT 585/370). No
mesmo sentido: RT 631/384; RT 660/282.
Defeito da procuração: Só é possível sanar enquanto nã o decorrido o prazo de
decadência (RTJ 57/190). Contra: é possível ainda depois de escoado o prazo
decadencial (RT 631/371).
Oferecimento de queixa sem procuração: É lícito ao advogado, em nome do
querelante, intentar a açã o penal, sem prévia procuraçã o, a fim de evitar a decadência,
obrigando-se, nesse caso, a exibir o instrumento de mandato, no prazo de lei. Aplicaçã o
analó gica do artigo 37 do Có digo de Processo Civil, a teor do artigo 3º do Có digo de
Processo Penal (STJ – Pleno – DJU 09.03.92 – p. 2.526).
Nulidade de queixa-crime por vício de representação: É nula a queixa-crime oferecida
por advogado substabelecido com reserva de direitos por procurador que recebera do
querelante apenas os poderes da clá usula ad judicia et extra – poderes para o foro em
geral –, ainda que ao instrumento de substabelecimento tenha sido acrescido, pelo
substabelecente, poderes especiais para a propositura de açã o penal privada (RHC
33.790-SP, Rel. originá rio Min. Maria Thereza De Assis Moura, Rel. para Acó rdã o Min.
Sebastiã o Reis Jú nior, julgado em 27/6/2014 – Informativo nº 544).
Juízo de admissibilidade
Observaçã o: Art. 394-A. Os processos que apurem a prá tica de crime hediondo terã o
prioridade de tramitaçã o em todas as instâ ncias.
Aos olhos dos tribunais superiores, eventuais vícios da denú ncia ou queixa só podem
ser seguidos até momento da sentença (STF, RHC 98.091); se nada foi dito até entã o,
subentende-se que foi possível o exercício de defesa, de modo que o que deve ser
questionado a partir da sentença é a pró pria sentença.
Condições da ação:
Inépcia da denúncia:
b. Recebimento da denúncia
Qual o momento de realização do recebimento da denúncia?
Art. 396. Nos procedimentos ordiná rio e sumá rio, oferecida a denú ncia ou queixa, o
juiz, se nã o a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citaçã o do acusado para
responder à acusaçã o, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 399. Recebida a denú ncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimaçã o do acusado, de seu defensor, do Ministério Pú blico e, se for o
caso, do querelante e do assistente.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsá vel pelo controle da legalidade da investigaçã o
criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorizaçã o prévia do Poder Judiciá rio, competindo-lhe especialmente:
XIV - decidir sobre o recebimento da denú ncia ou queixa, nos termos do art. 399 - lê-se
396 - deste Có digo;
A citação do acusado
A citaçã o é um ato de comunicaçã o processual. Todo acusado deve saber que está sendo
acusado e por qual motivo está sendo acusado (conteú do da acusaçã o).
Citaçã o vá lida é pressuposto de validade do processo penal.
# Evitar o “processo kafkiano”: processo que alguém sofre e sente a agonia de nã o saber
o motivo de estar sendo acusado.
No processo penal nã o há como nã o procurar o acusado. Diferente do processo civil, que
admite citaçã o através de cartas, por exemplo, no proc. penal, a citaçã o será de forma
pessoal, ou seja, o oficial de justiça tem que ir atrá s do acusado aonde quer que ele
esteja.
Art. 363. O processo terá completada a sua formaçã o quando realizada a citaçã o do
acusado.
# Triangulaçã o perfeita entre acusaçã o, juiz e réu.
Formas:
Citação pessoal (real): Citaçã o feita na pessoa. Onde o juiz ordena que o oficial de
justiça vá até essa pessoa.
A regra é a citaçã o por mandado, conforme art. 351 do CPP: quando o réu estiver no
territó rio da jurisdiçã o do juiz que ordena a citaçã o.
Nã o há restriçõ es pró prias do processo civil (nã o pode citar a pessoal durante em tal
período, etc.).
# Situações:
a. Preso: CPP, art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.
Sú mula 351, STF: “É nula a citaçã o por edital de réu preso na mesma unidade da
federaçã o em que o juiz exerce a sua jurisdiçã o”
!!!) Se o Juiz exerce a jurisdiçã o no Rio, nã o pode citar por edital no Rio, mas, conforme a
sú mula, ele pode citar por edital em qualquer outro lugar no país onde nã o exerce sua
jurisdiçã o.
A sú mula 351 é absurdamente violadora da CF, do direito ao contraditó rio e do direito
ao conhecimento sobre uma acusaçã o.
b. Militar (CPP, art. 358): “A citaçã o do militar far-se-á por intermédio do chefe do
respectivo serviço.”
# Preservaçã o da ideia de hierarquia no ambiente militar.
c. Funcionário Público (CPP, art. 359): O dia designado para funcioná rio pú blico
comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua
repartiçã o.
d. Inimputável (CPP, art. 151): Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo
da infraçã o, irresponsá vel nos termos do art. 22 do Có digo Penal, o processo
prosseguirá , com a presença do curador.
▫ Rogató rias (art. 368, CPP): Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será
citado mediante carta rogató ria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição
até o seu cumprimento.
Art. 222-A. As cartas rogató rias só serã o expedidas se demonstrada previamente a sua
imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio.
Obs.: No caso de citaçã o, nã o se faz necessá rio demonstrar que a rogató ria é
imprescindível, porque a citaçã o é importante por si só .
Obs.: “auxílio direto.” O auxílio direito propõ e que os países encontrem uma forma de
fazerem pedidos de auxílio mú tuos em termos de cooperaçã o. Para que esse auxílio
direito exista, é preciso que exista um acordo prévio entre os países.
Obs.: Citações em legações estrangeiras (art. 369, CPP): As citaçõ es que houverem de ser
feitas em legaçõ es estrangeiras serã o efetuadas mediante carta rogató ria.
# Convençã o de Viena e imunidades diplomá ticas.
# Situações:
a. Edital: Art. 361. Se o réu nã o for encontrado, será citado por edital, com o prazo de
15 (quinze) dias.
Publicaçã o através do diá rio de justiça, jornal, etc. Nã o existe má -fé do acusado, o que
existe é uma desinformaçã o da justiça sobre o seu endereço.
Obs.: Transcrição da inicial. Sú mula 366-STF: Nã o é nula a citaçã o por edital que indica o
dispositivo da lei penal, embora nã o transcreva a denú ncia ou queixa, ou nã o resuma os
fatos em que se baseia.
Até 1996 (Lei 9.271), o processo prosseguia, ou seja, era permitido que as pessoas
fossem acusadas sem saberem que estavam sendo acusadas e que existir processo.
Apó s 1996:
{!!!} Art. 366, CPP. Se o acusado, citado por edital, nã o comparecer, nem constituir
advogado, ficarã o suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produçã o antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso,
decretar prisã o preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
§ 1° As provas antecipadas serã o produzidas na presença do Ministério Pú blico e do
defensor dativo.
§ 2° Comparecendo o acusado, ter-se-á por citado pessoalmente, prosseguindo o
processo em seus ulteriores atos.
b. Hora certa: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para nã o ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citaçã o com hora certa, na forma
estabelecida nos artigos. 227 a 229 da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Có digo de
Processo Civil.
Feita pelo pró prio oficial de justiça. Existe a suspeita de que a pessoa está se ocultando,
ou seja, o acusado age de má -fé. O OJA deixa um recado com alguém (família, vizinho,
porteiro, etc), considerando que ele saberá que está sendo acusado.
{!!!} Foi criada no processo penal em 2008. O problema é que o legislador, em vez de
redigir no pró prio texto da lei o procedimento para a citaçã o por hora certa, ele
menciona o procedimento conforme disposto no CPC. Ocorre que o nosso CPC foi
atualizado em 2015 e, hoje, os artigos que falam sobre a citaçã o por hora certa sã o eles:
252, 523 e 254. O texto da lei do CPP ainda nã o foi reformulado e continua com os
artigos antigos do CPC.
A maior diferença entra a citaçã o por edital e por hora certa, é que nesta o processo
continuará com a nomeaçã o de um defensor, partindo do pressuposto de que o acusado
tem ciência de que está sendo processado, enquanto naquele o processo é suspenso.
Obs.: Gustavo Badaró , doutrinador, entende que a citaçã o por hora certa no processo
penal nã o deveria ser aplicada, pois é uma citaçã o ficta, ou seja, nã o há a certeza de que
o acusado sabe do processo, somente existe a presunçã o.
Resposta à acusação
- Art. 396. Nos procedimentos ordiná rio e sumá rio, oferecida a denú ncia ou queixa, o
juiz, se nã o a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citaçã o do acusado para
responder à acusaçã o, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
{!!!} O acusado tem 10 dias para responder à acusaçã o a partir da data em foi realizado o
ato de comunicaçã o processual. O primeiro dia começará a ser contado no dia seguinte,
e assim sucessivamente. Lembrando que no processo penal o prazo é contínuo, ou seja,
nã o fica suspenso durante feriados ou finais de semana, entretanto, eles nã o podem
terminar em dia nã o ú teis, tendo que ser postergados para o dia ú til posterior.
- Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argü ir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificaçõ es, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimaçã o, quando
necessá rio.
# Poderá, mas não deve.
Absolvição Sumária
- Natureza jurídica: sentença de absolviçã o que ocorre antes da audiência; hipó teses
de atipicidade
Art. 397. Apó s o cumprimento do disposto no art. 396-A, e pará grafos, deste Có digo, o
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
- Art. 581, VIII – RESE: que decretar a prescriçã o ou julgar, por outro modo, extinta a
punibilidade;