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PRÁTICA JURÍDICA - I

A P R E S E N TA Ç Ã O :

EVANDRO MELO
CURSO DE DIREITO
SER EDUCACIONAL

PRÁTICA FORENSE CIVIL


• Elaboração de petições iniciais nos
diversos ritos procedimentais;
Elaboração das
• peças que compõem as possibilidades
de repostas do réu no processo civil;
• Elaboração dos Recursos no Processo
Civil.
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REINTEGRAÇÃO DE POSSE

A reintegração de posse, também chamada de ação de esbulho possessório, é um tipo


de ação judicial especial que visa devolver a posse de um bem para alguém, visto que essa
pessoa perdeu, por algum motivo, a posse completa do bem em questão.
A ação de reintegração de posse se encontra no Código de Processo Civil (
lei nº 13.105/2015), em seus artigos 560 a 566, junto com outros dois tipos de ação
possessórias voltadas para a preservação da posse de um bem: a manutenção de posse e o
interdito proibitório.
Assim sendo, a reintegração de posse é um dos tipos de ação especial mais comuns
dentro das ações possessórias, visto que procura proteger o possuidor de perder a posse de
um bem do qual é o possuidor.
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PROPRIEDADE VS POSSE

 Tanto a propriedade quanto a posse de algo são conceitos não só literais, mas
também juridicamente preservados. As definições de “possuidor” e de
“proprietário” se encontram nos artigos 1.196 e 1.228 do Código Civil de 2002,
respectivamente.
 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.”
 Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou
detenha.”
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PROPRIEDADE VS POSSE

Dessa forma, é possível diferenciar de forma clara a posse da propriedade. Enquanto o


proprietário é a pessoa legalmente dona de um bem, tendo sua propriedade juridicamente
assegurada, o possuidor é aquele que usufrui do bem, tendo certos poderes sobre o mesmo, mas
não sendo seu dono legal.
Pode-se estabelecer, enquanto exemplo, a diferença entre um proprietário e um possuidor
por meio da relação entre locador e locatário de um imóvel.
O locador não vive no local, mas é o dono legítimo do imóvel, tendo poder sobre todos os
direitos garantidos sobre a propriedade do imóvel. O locatário, por sua vez, usufrui do imóvel, não
sendo seu dono, mas morando no ambiente e o utilizando da forma que lhe convém,
resguardadas as obrigações legais.
Dito isso, a reintegração de posse tem como objetivo devolver ao possuidor do bem a sua
condição de possuidor do mesmo, assumindo que o mesmo tenha sido destituído dessa posse de
forma ilícita ou injusta.
A ação de esbulho possessório, portanto, não precisa necessariamente ter como autor o
proprietário do bem, mas necessariamente a pessoa que estava com a posse do mesmo.
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REINTEGRAÇÃO DE POSSE NOVO CPC

O Código de Processo Civil não inovou ao apresentar as normativas acerca da


reintegração de posse e das outras ações possessórias em relação ao seu antecessor
de 1973.
As regras para a ação de reintegração e manutenção de posse se encontram
nos artigos 560 a 566 do Novo CPC, com o interdito proibitório aparecendo nos
artigos 567 e 568.
De acordo com o artigo 560 do Novo CPC, o possuidor tem o direito de manter
sua posse ou de reintegrá-la contra ações injustas que o tiram do título, abrindo,
assim, a possibilidade para as ações de manutenção e reintegração:

Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado em caso de esbulho.
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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -


REQUISITOS
A ação de reintegração de posse visa devolver a posse de um bem à pessoa que
teve essa posse injustamente tirada de si.
Essa retirada da posse pode acontecer de diferentes formas, como sob ameaça,
uso de violência ou invasão do bem. O que importa, para fins jurídicos, é a perda da
posse de um bem para um terceiro que obtém a posse de forma ilícita.
O Código de Processo Civil determina, portanto, que é dever do autor da ação de
reintegração de posse apresentar provas que sustentem essa perda de posse e que o
bem era originalmente de sua posse, conforme aponta o artigo 561 do Novo CPC:
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda
da posse, na ação de reintegração.
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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -


REQUISITOS
Após a apresentação dos fatos alegados pelo autor na petição inicial, o juiz deferirá, caso a petição inicial
 esteja devidamente instruída, uma liminar para a manutenção ou reintegração de posse sem ouvir a parte ré.
Da mesma forma, ouvirá a parte ré e pedirá a reafirmação das alegações feitas pelo autor caso a petição
inicial não apresente provas suficientes para a liminar.
Se a justificativa do autor for suficiente, o juiz expedirá o mandado necessário para reaver a posse do
bem. De qualquer forma, o autor deverá intimar a parte ré para se manifestar, independente da expedição da
liminar.
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor
promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo
de 15 (quinze) dias.
Esse trâmite especial, no entanto, ocorre apenas em situações onde a ação de manutenção ou
reintegração de posse ocorre quando a perda parcial ou total da mesma ocorrer em até um ano, ou se a
discussão pela posse é coletiva.
Se a ação for interposta com prazo superior ao de um ano da tomada de posse, haverá um trâmite
especial, conforme aponta o artigo 565 do Novo CPC:
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na
petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da
medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que
observará o disposto nos § 2º e 4º.
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COMO A REINTEGRAÇÃO DE POSSE


OCORRE?
A reintegração de fato ocorre apenas após a decisão favorável do juiz ao autor da ação,
concedendo o mandado por meio de liminar ou por meio da sentença.
Embora não exista uma previsão normativa para tal, é comum que o oficial de justiça ou o juiz
determinem um tempo para que o invasor do imóvel, que tomou a posse de forma ilegal, saia
pacificamente do espaço.
Caso a saída pacífica não ocorra, o oficial de justiça, munido com o mandado expedido pelo
juiz, vai até o imóvel acompanhado das forças de segurança, com o intuito de efetivar a
desocupação e a devida reintegração do possuidor original.
A partir desse comparecimento no dia e horário definidos, é pedido para que a pessoa
instalada no bem de forma ilícita saia do imóvel, podendo a polícia, caso seja necessário, despejá-la
do local.
Somente então que a reintegração de posse será concluída, com o possuidor original
reestabelecendo a posse do bem.
Agora que entendemos mais sobre a reintegração de posse e como ela efetivamente
funciona, vamos compreender melhor alguns aspectos da caracterização das lesões possessórias,
que abrem margem para alguma das três ações possessórias presentes no direito processual civil.
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QUAIS SÃO AS LESÕES


POSSESSÓRIAS?
Há três tipos de ações possessórias diretas e especiais previstas no Código de
Processo Civil: a reintegração de posse, a manutenção de posse e o interdito
proibitório.
Essas três ações diferem não só no nome, mas principalmente na natureza da
lesão possessória. Assim, cada uma dessas ações tem uma aplicação diferente, a
partir da natureza causal do problema possessório.
Assim, veremos abaixo os três tipos de lesões possessórias que ocasionam
essas três diferentes ações possessórias, sendo essas lesões o esbulho, a turbação
e a ameaça.
– Esbulho
O esbulho é a palavra legalmente utilizada para a perda total da posse da coisa em questão.
Dessa forma, o possuidor não detém mais controle algum do bem, tendo-o perdido para o atual
possuidor ilícito.
Para exemplificar o esbulho, podemos apontar uma situação de invasão de um bem imóvel
urbano por arrombamento.
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QUAIS SÃO AS LESÕES


POSSESSÓRIAS?
– Turbação
A turbação, por sua vez, caracteriza o esbulho parcial da coisa, não impossibilitando a posse
pelo possuidor, mas tornando-a muito difícil ou retirando parcialmente os poderes que o mesmo tem
sobre o bem.
Um caso de turbação poderia ser apresentado pela presença de manifestantes ao redor de
uma fazenda, obstruindo as vias necessárias para que o possuidor entra e saia do recinto.
– Ameaça
Por último, há a lesão possessória de ameaça, que não caracteriza a perda total ou parcial dos
poderes sobre o bem, mas é um indicativo de que o bem e o seu possuidor se encontram
ameaçados de realizar a manutenção dessa relação.
Como exemplo, podemos citar a situação de um agricultor cujo terreno vizinho se encontra
invadido por muitas pessoas que planejam próximas invasões a terras alheias.
No exemplo dado, não há esbulho ou turbação, mas há a iminência de que alguma das duas
situações possa ocorrer com o imóvel do agricultor.
Obrigado
E-mail: evandroj_melo@hotmail.com

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