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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

A P R E S E N TA Ç Ã O :

EVANDRO MELO
CURSO DE DIREITO
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DA EXTINÇÃO DO CONTRATO
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MODO NORMAL DE EXTINÇÃO


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EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM


CUMPRIMENTO
• Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu
fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas.
Várias causas acarretam essa extinção anormal. Algumas são
anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; outras,
supervenientes.
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CAUSAS ANTERIORES OU
CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO
• CONTRATO
As causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato são: a) defeitos
decorrentes do não preenchimento de seus requisitos subjetivos (capacidade das partes
e livre consentimento), objetivos (objeto lícito, possível, determinado ou
determinável) e formais (forma prescrita em lei), que afetam a sua validade,
acarretando a nulidade absoluta ou relativa (anulabilidade); b) implemento de cláusula
resolutiva, expressa ou tácita; e c) exercício do direito de arrependimento
convencionado.
• A propósito, preleciona Messineo, que o contrato pode estar sujeito à eventualidade de
não produzir o seu efeito em virtude do comprometimento de sua execução de
diversas maneiras. Trata-se dos casos de nulidade e de anulabilidade e, sob outro
aspecto, da rescindibilidade e da ineficácia. São todas hipóteses que extinguem o
contrato tal como surgiu e que, portanto, encontram sua origem em circunstâncias ou
fatos concomitantes com o seu surgimento. Isto as distingue de outro grupo de
vicissitudes do contrato, que têm sua raiz em circunstâncias ou fatos supervenientes.
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NULIDADE ABSOLUTA E RELATIVA

• A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem
pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc).
• Tratando-se de vício originário, verificado na fase genética da obrigação, e sendo o caso de ineficácia em sentido
amplo (ato nulo é ineficaz), o pronunciamento da nulidade pode ser requerido em juízo a qualquer tempo, por
qualquer interessado, podendo ser declarada de ofício pelo juiz ou por promoção do Ministério Público (CC, art.
168).
• Se a hipótese for de nulidade parcial, só quanto a ela poderá ser exercido o direito (art. 184). Quando cabível a
conversão (art. 170), a procedência do pedido extintivo de nulidade será apenas parcial, devendo o juiz declarar
qual o negócio jurídico que subsiste.
• A anulabilidade advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido
(prejudicando o interesse particular de pessoa que o legislador quis proteger), ou porque contém algum dos vícios
do consentimento, como erro, dolo, coação etc. Como pode ser sanada e até mesmo não arguida no prazo
prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da
sentença. Malgrado também contenha vício congênito, é eficaz até sua decretação pelo juiz.
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NULIDADE ABSOLUTA E RELATIVA

• A anulabilidade, diversamente da nulidade, não pode ser arguida por


ambas as partes da relação contratual, nem declarada ex officio pelo juiz.
Legitimado a pleitear a anulação está somente o contraente em cujo
interesse foi estabelecida a regra (CC, art. 177). Tratando-se apenas de
proteger o interesse do incapaz, do lesado, do enganado ou do ameaçado,
só a estes – e, nos casos de incapacidade, devidamente assistidos por seu
representante legal – cabe decidir se pedem ou não a anulação.
• De qualquer modo, o resultado é o mesmo: “a desconstituição do próprio
ato, com extinção ex tunc dos seus efeitos, uma vez que a sua passagem
para o plano da eficácia foi apenas provisória. O direito formativo pode
ser exercido por meio da ação do autor, da reconvenção, quando cabível,
ou da simples defesa”.
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CLÁUSULA RESOLUTIVA. O
ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL DO
• CONTRATO
Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o outro não cumpre as
obrigações avençadas. Essa faculdade pode resultar de estipulação ou de presunção legal.
• Quando as partes a convencionam, diz-se que estipulam a cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório
expresso, cuja origem remonta à lex commissoria romana, que protegia o vendedor contra o inadimplemento do
comprador. Naquela época, sendo as prestações independentes, o vendedor, que confiara no comprador, estava
sujeito a perder a coisa sem receber o preço, vindo daí a utilidade da cláusula.
• Na ausência de estipulação, tal pacto é presumido pela lei, que subentende a existência da cláusula resolutiva.
Neste caso, diz-se que é implícita ou tácita.
• Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando
o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos. O art. 475 do Código Civil
proclama, com efeito:
• “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o
cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”.
• O contratante pontual tem, assim, ante o inadimplemento da outra parte, a alternativa de resolver o contrato ou
exigir-lhe o cumprimento mediante a execução específica (CPC, art. 497). Em qualquer das hipóteses, fará jus à
indenização por perdas e danos.
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CLÁUSULA RESOLUTIVA. O
ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL DO
•CONTRATO
O adimplemento substancial do contrato, todavia, tem sido reconhecido, pela
doutrina, como impedimento à resolução unilateral do contrato. Sustenta-se que a
hipótese de resolução contratual por inadimplemento haverá de ceder diante do
pressuposto do atendimento quase integral das obrigações pactuadas, ou seja, do
incumprimento insignificante da avença, não se afigurando razoável a sua extinção
como resposta jurídica à preservação e à função social do contrato (CC, art. 421).
• Ressalta Jones Figueirêdo Alves que “a introdução da boa-fé objetiva nos contratos,
como requisito de validade, de conclusão e de execução, em regra expressa e norma
positivada pelo art. 422 do Novo Código Civil, trouxe consigo o delineamento da
teoria da substancial performance como exigência e fundamento do princípio
consagrado em cláusula geral aberta na relação contratual. É pela observância de tal
princípio, notadamente aplicável aos contratos massificados, que a teoria se situa
preponderante, como elemento impediente ao direito de resolução do contrato, sob a
inspiração da doutrina de Couto e Silva”
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DIREITO DE ARREPENDIMENTO

• Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes a rescindir
o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade, sujeitando-se à perda do sinal, ou à sua devolução
em dobro, sem, no entanto, pagar indenização suplementar.
• Configuram-se, in casu, as arras penitenciais, previstas no art. 420 do Código Civil.
• O direito de arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado ou antes da execução do
contrato, se nada foi estipulado a esse respeito, pois o adimplemento deste importará renúncia tácita
àquele direito.
• O Código de Defesa do Consumidor concede a este o direito de desistir do contrato, no prazo de sete
dias, sempre que a contratação se der fora do estabelecimento comercial, especialmente quando por
telefone ou em domicílio, com direito de devolução do que pagou, sem obrigação de indenizar perdas e
danos (art. 49). Trata-se de caso especial de arrependimento, com desfazimento do contrato por ato
unilateral do consumidor. O fundamento encontra-se na presunção de que, por ter sido realizado fora
do estabelecimento comercial, o contrato não foi celebrado com a reflexão necessária.
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CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO


DO CONTRATO
• Verifica-se a dissolução do contrato em função de causas
posteriores à sua criação por:
• a) resolução, como consequência do seu inadimplemento
voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva;
• b) resilição, pela vontade de um ou de ambos os contratantes;
• c) morte de um dos contratantes, se o contrato for intuitu
personae; e
• d) rescisão, modo específico de extinção de certos contratos.
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RESOLUÇÃO

• A obrigação visa à realização de um determinado fim. Nem sempre, no


entanto, os contraentes conseguem cumprir a prestação avençada, em
razão de situações supervenientes, que impedem ou prejudicam a sua
execução. A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a
inexecução ou incumprimento por um dos contratantes.
• Resolução, portanto, na lição de Orlando Gomes, é “um remédio
concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação
judicial”. O inadimplemento por ser voluntário (culposo), ou não
(involuntário).
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RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO


VOLUNTÁRIA
• A obrigação visa à realização de um determinado fim. Nem sempre, no
entanto, os contraentes conseguem cumprir a prestação avençada, em
razão de situações supervenientes, que impedem ou prejudicam a sua
execução. A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a
inexecução ou incumprimento por um dos contratantes.
• Resolução, portanto, na lição de Orlando Gomes, é “um remédio
concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação
judicial”. O inadimplemento por ser voluntário (culposo), ou não
(involuntário).
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RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO


VOLUNTÁRIA
• A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com
prejuízo ao outro. Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições
recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e da cláusula penal,
convencionada para o caso de total inadimplemento da prestação (cláusula penal compensatória), em
garantia de alguma cláusula especial ou para evitar o retardamento (cláusula penal moratória),
conforme os arts. 475 e 409 a 411 do Código Civil.
• Entretanto, se o contrato for de trato sucessivo, como o de prestação de serviços de transporte e o de
locação, por exemplo, a resolução não produz efeito em relação ao pretérito, não se restituindo as
prestações cumpridas. O efeito será, nesse caso, ex nunc.
• O devedor acionado por resolução pode apresentar várias defesas, de direito material ou de natureza
processual, como, por exemplo, que o contrato não é bilateral; que o cumpriu integralmente ou de
modo substancial, suficiente para impedir a sua resolução (não foi paga apenas pequena parcela do
preço); que não o cumpriu porque o credor, que deveria cumprir antes a sua parte, não o fez (exceptio
non adimpleti contractus); que o credor já não está legitimado à ação, porque houve cessão da posição
contratual, ou que o réu já não é o devedor, em virtude de assunção dessa posição, com exclusão da
responsabilidade; prescrição do direito de crédito; advento de circunstâncias que alteraram a base do
negócio, tornando inexigível a prestação (onerosidade excessiva) etc.
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RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO


INVOLUNTÁRIA
• A resolução pode também decorrer de fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação de terceiro
ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados caso fortuito ou força maior,
que impossibilitam o cumprimento da obrigação.
• A inexecução involuntária caracteriza-se pela impossibilidade superveniente de cumprimento do contrato. Há de
ser objetiva, isto é, não concernir à própria pessoa do devedor, pois deixa de ser involuntária se de alguma forma
este concorre para que a prestação se torne impossível.
• A impossibilidade deve ser, também, total, pois se a inexecução for parcial e de pequena proporção, o credor pode
ter interesse em que, mesmo assim, o contrato seja cumprido. Há de ser, ainda, definitiva. Em geral, a
impossibilidade temporária acarreta apenas a suspensão do contrato. Somente se justifica a resolução, neste caso,
se a impossibilidade persistir por tanto tempo que o cumprimento da obrigação deixa de interessar ao credor. Mera
dificuldade, ainda que de ordem econômica, não se confunde com impossibilidade de cumprimento da avença,
exceto se caracterizar onerosidade excessiva.
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RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE


EXCESSIVA
• A cláusula “rebus sic stantibus” e a teoria da imprevisão Embora o princípio pacta sunt servanda ou
da intangibilidade do contrato seja fundamental para a segurança nos negócios e fundamental a
qualquer organização social, os negócios jurídicos podem sofrer as consequências de modificações
posteriores das circunstâncias, com quebra insuportável da equivalência. Tal constatação deu origem ao
princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva, que se opõe àquele, pois permite aos
contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais humanas,
em determinadas situações.
• Essa teoria originou-se na Idade Média, mediante a constatação, atribuída a Neratius, em torno da
aplicação da condictio causa data causa non secuta, de que fatores externos podem gerar, quando da
execução da avença, uma situação diversa da que existia no momento da celebração, onerando
excessivamente o devedor. Como o contrato devia ser cumprido no pressuposto de que se
conservassem imutáveis as condições externas, essas modificações na situação de fato implicariam a
modificação, igualmente, da execução: “Contractus qui habent tractum succesivum et dependentiam de
futuro rebus sic stantibus intelliguntur”. Essa cláusula difundiu-se resumidamente como rebus sic
stantibus, sendo considerada implícita em todo contrato comutativo de trato sucessivo.
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RESILIÇÃO

• A resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da


manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral.
• Resilir, do latim resilire, significa, etimologicamente, “voltar atrás”. A
resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordo de vontades que
tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. A unilateral
pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a
impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua
exclusiva vontade.
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DISTRATO E QUITAÇÃO

• Dispõe o art. 472 do Código Civil:


• “O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato”.
• A redação reproduz a primeira parte do art. 1.093 do Código de 1916, aprimorando-a, porém. De forma benéfica,
eliminou-se a segunda parte deste dispositivo, que proclamava a validade da quitação, qualquer que fosse a sua
forma, deslocando-a, corretamente, para o capítulo concernente à prova do pagamento, inserindo-a no art. 320,
onde se declara que a quitação “sempre poderá ser dada por instrumento particular”. Não precisa, destarte,
obedecer à mesma forma do contrato. Hipoteca, por exemplo, só pode ser convencionada por escritura pública. A
quitação do crédito hipotecário, no entanto, pode ser outorgada por instrumento particular. Entretanto, como o
citado dispositivo exige determinados requisitos para a validade da quitação, dentre eles a assinatura do credor,
obviamente deve ter a forma escrita.
• Segundo a lição de Caio Mário, distrato ou resilição bilateral “é a declaração de vontade das partes contratantes, no
sentido oposto ao que havia gerado o vínculo. É o contrarius consensus dos romanos, gerando o contrato
liberatório. Algumas vezes é chamado de mútuo dissenso”. Segundo Messineo, mais adequada se mostra a
expressão mútuo consenso, que dá a ideia de vontade concordante.
• Os efeitos do distrato são, efetivamente, ex nunc, para o futuro, não se desfazendo os anteriormente produzidos.
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MORTE DE UM DOS CONTRATANTES

• A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos


personalíssimos (intuitu personae), que não poderão ser executados pela morte
daquele em consideração do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas,
pois o seu efeito opera-se ex nunc.
• Nesses casos, a impossibilidade da execução do contrato sem culpa tem como
consequência a sua resilição automática, dado que é insubstituível a parte falecida.
Esta cessação, segundo expressa Caio Mário, pode-se dizer resilição convencional
tácita, por entender-se que os contratantes o avençaram com a cláusula implícita de
extinção.
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RESCISÃO

• Entre nós, o termo rescisão é usado como sinônimo de resolução e de resilição. Deve ser empregado, no entanto,
em boa técnica, nas hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que
foram celebrados em estado de perigo.
• A lesão é defeito do negócio jurídico que se configura quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação assumida pelo outro
contraente (CC, art. 157). É, assim, o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de
um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das
partes.
• Dois são os casos em que se admite a rescisão: a) quando o contrato é celebrado em estado de perigo e em
condições iníquas; b) quando acarreta uma lesão sofrida por uma das partes, determinada por uma situação de
necessidade que a impulsionou a concluí-lo.
• No seu conceito, a lesão consiste na desproporção ou desequilíbrio entre a prestação executada ou prometida pela
parte e a que deve receber (que é de menor extensão): desproporção que decorre do estado de necessidade em que
se encontrava, que foi o motivo determinante do negócio e do qual se aproveitou a contraparte para obter
vantagem.
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RESCISÃO

• Código Civil brasileiro de 2002 não exige, para a caracterização da lesão, a atitude maliciosa do outro contratante,
denominada “dolo de aproveitamento”. A preocupação do legislador, demonstrada no art. 157, foi apenas proteger
o lesado, e não punir o contratante favorecido. Pode o vício existir ainda que este, ao realizar o negócio, não
tivesse ciência da situação de premente necessidade daquele. O atual diploma considera a lesão um vício do
consentimento, que torna anulável o contrato (art. 178, II). Faz, porém, uma ressalva: não se decretará a anulação
do negócio “se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do
proveito” (art. 157, § 2º).
• Privilegia, assim, o princípio da conservação dos contratos.
Obrigado
E-mail: evandroj_melo@hotmail.com

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