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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO
LINCENCIATURA EM DIREITO

Trabalho de campo

Cadeira: Direito dos Contratos

4° Ano

Tema:
FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

Discente:
Vilma Manuel Velor

Beira
Maio, 2023
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3

2. FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS....................................................................4

2.1 Forma Normal de Extinção dos Contratos........................................................................4

2.2 Forma de Extinção por Fatos Anteriores a Celebração do Contrato..............................4

2.3 Forma de Extinção por Fatos Posteriores a Celebração do Contrato.............................5

2.3.1 Resolução............................................................................................................................5

2.3.2 Resilição..............................................................................................................................5

2.3.3 Rescisão..............................................................................................................................6

2.3.4 Morte de um dos contratantes..........................................................................................6

3. RESOLUÇÃO CONTRATUAL...............................................................................................6

3.1 Inexecução voluntária..........................................................................................................6

3.2 Inexecução involuntária.......................................................................................................7

3.3 Onerosidade excessiva..........................................................................................................8

4. CONCLUSÃO............................................................................................................................9

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................10

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1. INTRODUÇÃO

A extinção do contrato consiste no momento que o contrato chega ao fim, ou seja, quando incide
algum factor que acarreta o término do contrato. Há diversas formas de extinção de um contrato,
tratando-se aqui apenas daquelas mais relevantes.

A extinção contratual pode ocorrer por fatos posteriores à celebração deste, usualmente chamada
de rescisão contratual. O termo "rescisão" é muito utilizado genericamente, contudo, não é a
forma técnica de se falar na possibilidade de extinção contratual por descumprimento de
obrigações.

O que é chamado de rescisão contratual, no quotidiano, em geral, engloba as três formas de


extinção contratual, ou seja, quando se fala em rescisão, tecnicamente, fala-se da resolução
contratual (o contrato chega ao fim, por descumprimento das obrigações por uma das partes);
resilição contratual (quando uma ou as duas partes decidem terminar o contrato, também
chamado distrato); ou rescisão contratual (que é a hipótese menos comum, é possível quando a
pessoa, normalmente por inexperiência, obriga-se a uma prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação assumida pelo outro contratante - seria como alguém que
vende algo evidentemente sem valor por um preço absurdo - ou quando uma parte celebra um
contrato em estado de perigo - compra remédio demasiadamente caro pois sabe que sem ele
morrerá).

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2. FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

A melhor doutrina, ao tratar do assunto, prima ao estudante da matéria com formas lógicas
estabelecidas em Lei de extinção de contratos, afirmando que o contrato se extingue pelas
formas: normal; fatos anteriores à avença; durante a avença; morte do contratante.

2.1 Forma Normal de Extinção dos Contratos

É válido ressaltar que a forma normal de extinção dos contratos acontece quando o mesmo atinge
o seu ciclo jurídico de existência, ocorrendo sua execução, e atingindo sua conclusão quando
cumprida as obrigações pactuadas pelas partes. Desse modo configura-se a extinção de um
contrato com aspectos de normalidade como exposto na introdução deste estudo.

2.2 Forma de Extinção por Fatos Anteriores a Celebração do Contrato

Há, com base na Lei, algumas formas de extinção de um contrato que são reconhecidas por fatos
que antecederam a avença entre as partes. Tais fatos colocam termo à relação e extingue o
contrato antes mesmo de cumprida qualquer obrigação. Isto acontece quando o contrato é
embasado por:

1. Nulidade absoluta, por exemplo se o pacto é realizado por pessoa absolutamente


incapaz, art. 166, I do Código Civil; do mesmo modo, há extinção do acordo quando
eivado de alguma.
2. Nulidade relativa, como o caso de ter o pactuante ter firmado sua intenção dolosamente.
3. Cláusula resolutiva expressamente pactuada pelas partes no contrato pode encerrá-lo, é
o sentido normativo estabelecido pela Lei Civil, art. 474 ao dispor que “a cláusula
resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial”. É
óbvio que esta cláusula estará atrelada a uma condição.
4. Cláusula de arrependimento, onde os contratantes a estabelecem no corpo do contrato,
lembra Tartuce, “que o negócio será extinto, mediante declaração unilateral de vontade,
se qualquer um deles se arrepender”.

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2.3 Forma de Extinção por Fatos Posteriores a Celebração do Contrato

No mesmo raciocínio técnico-jurídico, há fatos que se ocorrerem após a celebração do contrato,


inevitavelmente sobrevirá, desde que trazida à baila cognitiva jurisdicional, a extinção contratual.
Ela pode ser determinada pela Resolução, Resilição, Rescisão e Morte de um dos
contratantes.

2.3.1 Resolução

Desse modo, acontece a Resolução de um contrato quando por;

1. Inexecução voluntária, decorrente de conduta culposa de um dos contratantes, resultando


em prejuízos ao outro, sujeitando o inadimplente ao pagamento de perdas e danos,
conforme art. 389 do Código Civil.
2. Inexecução involuntária, em razão da constatação de casos fortuitos ou de força maior
que impossibilitaram o cumprimento da obrigação. Neste caso, não há a obrigação pelas
perdas e danos pelo contratante ao prejudicado, salvo se expressamente se obrigou, art.
393 do mesmo diploma em comento.
3. Onerosidade Excessiva, pode ocasionar a Resolução do contrato. Ela é reconhecida nos
contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato, é o estabelecido no art. 478 da referida codificação civil. Neste caso, o poder
jurisdicional reajusta as prestações diminuindo a obrigação, podendo até mesmo
exonerar totalmente o devedor.

2.3.2 Resilição

Entende-se por Resilição o ato unilateral ou bilateral formalizado pela manifestação da vontade.
A Resilição bilateral denominada de distrato, onde logicamente as partes em comum acordo
extinguem o contrato que as une e estabelecem outro, conforme art. 472 do Código Civil.

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Contudo, a Resilição unilateral é consagrada pelo art. 473, ao dispor que “a resilição unilateral,
nos casos em que a Lei expressa ou implicitamente o permita, ópera mediante denúncia
notificada à outra parte”. Tal regra é aplicável aos contratos de prestação de serviços, comodato,
doação, dentre outros.

2.3.3 Rescisão

Segundo Carlos Roberto Gonçalves o termo Rescisão “ é usado como sinónimo de resolução e
de resilição. Deve ser empregado, no entanto, para as hipóteses de dissolução de determinados
contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo”.

Compreendo que o Rescisão de um contrato somente pode ser decretado pelo poder jurisdicional,
após ocorrerem a resilição ou resolução do mesmo.

2.3.4 Morte de um dos contratantes

A boa doutrina, explica que advindo a morte de um dos contratantes, o contrato fatalmente é
extinto de pleno direito. Todavia, essa regra não é absoluta. A norma contempla apenas os
contratos cognominados “intuitu personae” que são aqueles contratos cuja a obrigação é
personalíssima, a qual ninguém mais poderá cumpri-la. A título de exemplo podemos citar um
contrato firmado onde uma das partes é um cantor famoso. Observe que somente ele poderá
cumprir a obrigação de realizar o show.

3. RESOLUÇÃO CONTRATUAL

A resolução é a extinção do contrato provocado pelo descumprimento (ou inadimplemento) das


obrigações estipuladas no contrato. Ela pode ocorrer de quatro maneiras diferentes, são elas: (1)
inexecução voluntária; (2) inexecução involuntária; (3) onerosidade excessiva.

3.1 Inexecução voluntária

A possibilidade da resolução contratual surge quando há a inexecução voluntária. Assim, surge o


direito à resolução pelo fato de uma das partes não cumprir sua obrigação contratual
exclusivamente por sua culpa.

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Quando isso acontece, a parte prejudicada pelo descumprimento da obrigação pode pedir a
resolução do contrato (sem ter de pagar multas/ outras indemnizações), ou optar pela sua
continuação.

Vale ressaltar que o descumprimento contratual, para ser suficiente para gerar o direito à
resolução, não pode ser um descumprimento leve. O descumprimento deve ser sério e grave,
deve prejudicar, de fato, a outra parte.

Há também a possibilidade de a parte optar pela não-extinção do contrato. Neste caso, contrato
continuará, e o devedor deverá cumprir as obrigações estipuladas no contrato. Todavia, a parte
prejudicada terá o direito de receber indemnização daquele que agiu inadequadamente (a
indemnização deverá ser pleiteada em juízo).

Entretanto, para que a parte tenha o direito de resolver o contrato sem interpelação judicial é
necessário que exista cláusula resolutiva expressa.

Logo, para resolver o contrato independe do acesso ao judiciário, é necessário que exista cláusula
no contrato que permita expressamente que a parte eventualmente prejudicada resolva-o. Em
geral, junto com essa previsão, há a estipulação de um valor referente à multa do
descumprimento, que também pode ser exigido, sem que a parte pleiteie em juízo.

Todavia, apesar de não haver essa cláusula de resolução em alguns contratos, o direito à
resolução permanece, por estar expressamente previsto no artigo 475 do Código Civil, ou seja, a
parte tem o direito, por previsão legal, de resolver o contrato (também tem o direito de ser
indemnizada), mas a resolução necessariamente deverá ser feita em juízo. Assim, a cláusula
resolutiva sempre existe, e quando não for expressa, dependerá do pronunciamento do juiz para
pôr fim ao instrumento contratual.

3.2 Inexecução involuntária

Ocorre por meio da impossibilidade das obrigações contratuais serem cumpridas, porque surgiu
um acontecimento imprevisível e inevitável, tecnicamente chamado de caso fortuito, como uma
guerra. Ou um fato previsível ou imprevisível e inevitável, também chamado de força maior,
como um terramoto, tempestade, etc.

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Ao surgirem estes acontecimentos, o contrato fica em situação de resolução por inexecução
involuntária. Não é possível que a parte cumpra sua obrigação depois de ocorrido algum evento
sobre o qual não possuía qualquer ingerência.

Neste caso de resolução contratual, não é possível à parte prejudicada exigir da outra
indemnização por perdas e danos. O que deve acontecer é a devolução dos valores já pagos pela
parte inadimplente à parte prejudicada.

3.3 Onerosidade excessiva

Nos contratos cuja execução é prolongada, é possível a ocorrência de eventos que que afectem
directa ou indirectamente a execução das obrigações estipuladas no contrato, tornando-as
demasiadamente onerosas.

Se há um problema portuário no Brasil, não é possível que o credor exija que a entrega de seu
produto seja feita por avião, quando não houver previsão contratual para esta hipótese, gerando
custos elevadíssimos ao devedor, por exemplo.

A resolução por onerosidade excessiva, então, ocorre quando a prestação da obrigação não é
impossível, mas é muito mais custosa do que quando o contrato foi firmado. Surge um
desequilíbrio no contrato, por causa de um imprevisto. Nestes casos a lei também permite a
resolução contratual.

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4. CONCLUSÃO

O maravilhoso mundo dos contratos tem seu ciclo de existência: a formação, execução e
extinção. Esta última ocorre de variadas formas, a mais comum e predominante é a normal, caso
em que as obrigações pactuadas são cumpridas pelos contratantes. O estudo visa demonstrar de
forma breve, trazendo alguns exemplos para o esclarecimento da matéria, as formas em que os
contratos são extintos, além da normal.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Código Civil de 2002. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em: 13/01/2017.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. V. 3. São Paulo: Saraiva. 2016.

ROSENVALD, Nelson; FARIAS, Cristiano Chaves de. Curso de Direito Civil. 6. Ed. V. 4.
Salvador: JusPodivm, 2016.

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