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A expressão inadimplemento, em sentido amplo, significa

que, de algum modo, o contrato não foi executado como


se esperaria legitimamente, levando a uma frustração
temporária ou definitiva.

TEMPORÁRIA

Quando temporária, dizemos que o inadimplemento é relativo, caracterizando a

mora do devedor.

DEFINITIVA

Quando definitiva, temos o inadimplemento como absoluto ou em sentido estrito,

conduzindo ao término da relação contratual.

É possível prever e regular, antecipadamente, as consequências de ambas hipóteses

por meio da adoção de cláusulas penais moratória e compensatória, e de cláusulas

resolutivas expressas.

CONCLUSÃO

Ao longo deste módulo, vimos diversos aspectos da fase contratual propriamente

dita, os efeitos do contrato, o adimplemento e o inadimplemento contratual.

EXTINÇÃO DO CONTRATO

Como termina a relação contratual? Nesta unidade, abordaremos as diversas

formas de extinção de um contrato, desde o modo normal e esperado de extinção


pela execução integral das obrigações até a extinção anormal, motivada por causas

supervenientes.

Um contrato existe por haver entre as partes o consenso quanto à sua utilidade e a

conveniência de realizá-lo. Ocorre que, no curso da relação contratual, essa utilidade

pode desaparecer, levando uma das partes ou ambas a pretenderem o término do

contrato.

Por uma questão de segurança jurídica, contudo, não se pode imaginar que um

contrato possa ser, simplesmente, descumprido e abandonado por um dos

contratantes, deixando a outra frustrada nas suas expectativas. De modo que a

ruptura do vínculo contratual deverá acontecer se e quando determinadas

hipóteses o autorizem.

Desse modo, temos que um contrato pode vir a ser resilido, quando há a

possibilidade de ruptura imotivada, ou resolvido, quando existe justa causa legal ou

convencional para o encerramento antecipado da relação.

A resilição poderá ser bilateral, fruto de um distrato consensual das partes, que

comungam da mesma vontade de pôr fim ao contrato, ou unilateral, quando a lei

permite que um dos contratantes possa, potestativamente, denunciar o contrato e

encerrá-lo.

Já a resolução pode ser motivada por causas legais, como a impossibilidade

superveniente do objeto, o inadimplemento absoluto, a onerosidade excessiva ou

ainda por força de condições resolutivas convencionadas previamente pelas partes.

Distratar significa extinguir o contrato a partir da vontade, não sendo necessária a

exposição de uma justa causa.

DISTRATO BILATERAL
Quando o distrato é bilateral, as partes estão em consenso quanto à extinção do
contrato, sendo uma situação que não costuma trazer maiores debates, senão
quanto aos eventuais reflexos do distrato na esfera jurídica de terceiros. Por essa
razão, o legislador, ao tratar da hipótese, limitou-se a ressaltar a necessidade de
atenção à forma, quando obrigatória, para o ato de contratar, conforme dispõe o
art. 472 do CC.

DISTRATO UNILATERAL

Quando o distrato se dá de forma unilateral, ele resulta da manifestação potestativa


de um dos contratantes, sujeitando o outro ao fim do contrato, querendo este ou
não. Evidentemente, tal hipótese merece muito mais cautela e enseja inúmeros
debates. Afinal, a possibilidade de tal extinção já é, por si mesma, uma exceção, a
depender de autorização legal expressa ou tácita – art. 473, caput, do CC. Mesmo
quando tal autorização existe, para evitar abuso, o exercício do direito deve ser
compatível com os ditames da boa-fé e da função social.

Nesta unidade, abordaremos a figura da cláusula resolutiva, que é toda aquela que

preveja uma justa causa autorizando uma das partes a considerar o contrato

extinto.

A causa pode ser o inadimplemento absoluto pelo outro contratante, por exemplo.

Nesse caso, a cláusula que preveja, expressamente, as circunstâncias autorizadoras

do fim do contrato poderá operar os seus efeitos de pleno direito– ou seja, sem a

necessidade de interpelação judicial para interpretar a relevância da motivação.

Afinal, foram as próprias partes que definiram, previamente, a relevância dessas

circunstâncias e o seu efeito resolutivo.

Por vezes, o legislador reconhece a existência de maior interesse público na

conservação do contrato do que na sua extinção. Nesse caso, determina

mecanismos mais formais para a sua resolução, como a notificação prévia por

cartório de títulos e documentos, por exemplo.


Nesses casos, a cláusula resolutiva expressa somente operará efeitos depois de

atendida a formalidade legal, conforme dispõe o Decreto-Lei n. 745/1969, que trata

da resolução de promessa de compra e venda de imóvel.

De qualquer forma, o inadimplemento absoluto é uma justa causa para a resolução

contratual mesmo quando não exista cláusula expressa nesse sentido.

Por esse motivo, o art. 474 do CC também fala em cláusula resolutiva tácita. Essa

modalidade depende, contudo, de interpelação judicial para produzir efeitos.

O princípio da conservação do contrato tem como objetivo a manutenção do vínculo

entre as partes e, principalmente, dos seus efeitos, no todo ou em parte, de forma a

permitir que o negócio seja útil, tanto quanto possível, e compatível com a sua

função social.

No nosso ordenamento, tal princípio se manifesta por meio de diversos

institutos jurídicos, tais como:

​ conversão substancial – art. 170 do CC;


​ confirmação expressa ou tácita – art. 172 do CC;
​ conversão formal – art. 183 do CC – e
​ redução da parte inválida – art. 184 do CC.

Após o término do contrato, todos os fatos supervenientes serão considerados

pós-contratuais. Normalmente, tais acontecimentos se mostram indiferentes, mas,

por vezes, podem gerar situações prejudiciais a uma das partes e ser tuteláveis pelo

ordenamento jurídico, como no caso da evicção ou da violação da boa-fé

pós-contratual.

CONCLUSÃO

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